Capitulo 3 – Lovebug

-Você é bonito demais e não parece ter 27 anos – ela disse num sussurro com o rosto escondido nos joelhos e as bochechas do rosto queimando de vergonha.

Ele levantou o rosto dela e colocou uma mecha de cabelo atrás de sua orelha. Quando seus olhos se encontraram, nenhum dos dois tinha coragem de desviar o olhar, e a química ali presente, era inconfundível.

-Você fica linda quando cora – ele foi o primeiro a se pronunciar, e isso só fez com que Bella ficasse mais corada ainda.

-Obrigada, eu acho... - ela murmurou a resposta, ainda hipnotizada pelo rosto daquele belo homem sentado ao seu lado.

-Disponha. - ele disse voltando seu olhar para a frente, era tentador demais ficar olhando para ela,demais.-Sua vez de fazer perguntas – ele disse ainda olhando para as enormes janelas embaçadas pela chuva.

Ela olhou pro chão tentando pensar em alguma coisa para perguntar, porque quase todas as perguntas básicas já foram feitas, pensou se seria muito atrevimento perguntar alguma coisa realmente pessoal, afinal se conheciam a apenas algumas horas.Mais já que mais nenhuma outra idéia de pergunta vinha, se decidiu pela única que se apresentou:

-Hm...você tem namorada? – ele parou de olhar para as gotas que escorriam pela janela embaçada e voltou a observar a garota.

-Não, não tenho muita sorte nessa área – respondeu sincero.

-Então somos dois – respondeu ela dando um sorriso. – acho que ninguém tem tanta má sorte no amor como eu.

-Quer compartilhar a informação? – perguntou interessado.

-Bom tudo começou quando eu tinha 17 anos, com o meu primeiro namorado, é eu sei constrangedor – respondeu ela ao ver arqueando uma sobrancelha. - o nome dele era Jacob, ele era meu melhor amigo desde a infância,no baile do dia dos namorados ele disse que sentia algo por mim, e não era apenas amizade,naquela época eu tinha medo que nenhum garoto mais olhasse pra mim então nós começamos a namorar,mais depois de dois meses de namoro eu o peguei na cama com a ex dele.

-É, deve ser traumatizante ser traída na adolescência. – comentou ele.

-Se fosse só isso... - ela falou tristemente.

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-Então vamos ver se eu entendi direito, aos 17 você foi traída, as 19 o cara foi viajar e terminou com você por uma mensagem dizendo que tinha outra e no ultimo dia dos namorados você mandou o cara pro hospital por ter esbarrado acidentalmente na estante e ela ter caído em cima dele, bem depois dele ter terminado com você?

-Isso mesmo.

-Me lembre de nunca te deixar brava – comentou ele.

-Eu não sou vingativa, só dou o que as pessoas merecem – disse ela revirando os olhos.

-Bom então, acho que esse é o melhor dia dos namorados que você já teve então. – disse ele a fazendo se lembrar que hoje era a data que ela mais odiava do ano todo.

-É, concerteza, é. – disse olhando fixamente para ele.

Ele engoliu seco ao perceber a distancia de que seus rostos estavam se movesse a cabeça um pouco pra frente grudaria seus lábios no dela, uma opção tentadora, haviam se conhecido a poucas horas, mais parecia que já se conheciam a anos, então apenas um beijo, não seria tão errado assim, seria?

Não, definitivamente não.

Sua consciência gritava para manter o foco, mais porque manter o foco quando as coisas poderiam ficar realmente interessantes?

-Mais eu acho que ele pode ficar mais interessante... – disse ele dando um sorriso malicioso.

Ambos estavam arfantes e nem ao menos se tocavam, naquela hora, aproximar seus rostos, parecia à coisa certa a fazer, nada mais existia, apenas os dois.

-Quer compartilhar a idéia? – ela perguntou não conseguindo desviar o olhar dos lábios dele.

- Prefiro demonstrar – disse se aproximando dela e enfim colando seus lábios.

A sensação foi quase inexplicável, era o paraíso e muito mais. Assim que seus lábios se encostaram uma corrente elétrica passou pelos dois fazendo-os ficar arrepiados.Ele pediu passagem e ela aceitou, então o beijo antes que era simples, se tornou mais urgente,parecia que eles necessitavam disso, como necessitavam de ar, ele passou seu braço pela cintura dela, que acabou parando em seu colo, e ela seguro firmemente os cabelos rebeldes dele.O beijo se tornava mais desesperado e urgente a cada minuto, era uma sincronia perfeita,e eles apenas se separaram quando precisaram respirar.

-É, isso concerteza deixou o meu dia muito mais interessante. – comentou ela baixinho abrindo os olhos, e quando seus olhares se encontraram deram um sorriso cúmplice.

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Os primeiros raios de sol entravam pelas amplas janelas da biblioteca iluminando-a inteira, e bem ao fundo, quase encostados na estante, o casal dormia tranquilamente. Bella foi a primeira a abrir os olhos. Ela se levantou, e olhou ao redor, tudo como estava quieto e silencioso, como ontem, com exceção da chuva que havia parado.

Então, um pensamento surgiu em sua mente, e esse a deixou um tanto quanto incomoda, tudo que aconteceu ontem a noite, nunca iria se repetir; afinal, assim que saíssem da biblioteca cada um iria para o seu lado, e nunca mais se veriam afinal as chances de se encontrarem novamente em uma cidade com milhões de habitantes eram quase nulas, e por algum motivo isso a desanimava, e muito. Encostou-se à prateleira com cuidado para não acordá-lo, olhou para o nada tentando por os pensamentos em dia.

Ele abriu os olhos e viu que já era dia, olhou para o lado e viu Bella encostada, com o pensamento longe da li, os raios de sol iluminavam seu rosto, e faziam com que seu cabelo castanho virasse um ruivo suave.

Ela olhou para ele e dando um sorriso fraco falou um bom dia casual e ele ia retribuir, mais ouviram um barulho, e então perceberam que a biblioteca estava abrindo e em poucos minutos não estariam mais sozinhos. Se levantaram e se arrumaram, passaram pelas estantes abarrotadas de livros e logo as pessoas foram entrando, e o local ia ficando mais movimentado.

Nenhum dos dois se pronunciava, pois não sabiam o que dizer.Passaram pela porta e pararam nas escadarias, frente a frente.

-Bom, foi legal te conhecer – ela disse olhando o chão.

-Igualmente – ele disse passando a mão pelos cabelos. – qualquer dia desses a gente se esbarra?

-Claro – ela deu um meio sorriso, o que também o fez sorrir, e cada um foi para o seu lado.

Mais havia um pequeno problema, ela estava certa de que nunca mais iria ver aquele sorriso torto denovo.