—Lucrécia!!! Você pegou pesado com o garoto dessa vez. Ele tá sofrendo. -Falou Ed.

—Tá com peninha!? Vai lá dá o ombro pra ele.

—Já vi que não dá pra conversar com você em!

Pov. On Cobra

Pela primeira vez eu estava com medo! É, medo! Eu tinha tudo em minhas mãos, a mulher que eu amava, o seu amor em troca e o fruto dele. E imaginar que tudo, tudo o que eu lutei pra consegui estava escapando das minhas mãos; E pior, por minha culpa!

—Merda! –Disse socando uma das paredes externas do hospital.

Ligação on

—É... Eu não sabia pra quem ligar então... Você é a única pessoa que me entende, ou pelo menos eu acho. –falou com a voz embargada.

—É, quem é vivo sempre aparece, ou liga! O que você quer?

—Eu... eu tô perdendo ela! Eu... tô perdendo o meu filho e eu não sei o que fazer.  –Disse Cobra ao seu irmão.

Era estranho para ambos, desde aquela discussão eles nunca mais haviam se falado. Estavam machucados e por incrível que pareça, compartilhavam de uma mesma dor.

—Eu disse que você ia passar pela mesma dor que eu e que não iria ter ninguém ao seu lado.

—Você estava certo!

—Mas ao contrario da minha história, você não está sozinho.

Disse com sua respiração um pouco pesada, o que dava para notar do outro lado da linha.

—Seja forte! É isso o que tenho pra te dizer. Agora eu preciso desligar, tchau Cobr...

—Espera! Obrigada! Mesmo!

—Por Nada!

Ligação off

***

—Segura aí!-Disse Luís entregando uma roupa de servente a Lobão.

—Qual foi Luís, não tinha disfarce melhor não?

—Tu que ou não sair desse quadrado aqui?

—Olha como fala comigo em "muleque"! Eu ainda sou teu mestre.

—Espera aí!-Disse enquanto atendia o celular que não parava de tocar.

—O que foi?-Perguntou enquanto vestia seu disfarce.

—Sujou tudo Lobão. Os cara lá de fora não conseguiram explodir o muro e os policia tão vindo atrás da gente.

—Como é que é a história? Nem pra explodir um murinho de merda vocês servem!

—Espera! Daqui a 2 minutos um dos capangas do chefe lá vai desligar a chave do prédio. Só tem um jeito de sair daqui...

—Pulando a cerca elétrica. Já entendi!

***

—Lucrécia!!! Eu vim assim que soube!

—Olavo, eu!-Disse um pouco chorosa

—Eu cheguei meu bem!

—Ai meu estomago!-Disse Ed, indelicadamente referindo-se a cena que acabara de presenciar.

(...)

—Olha o Doutor aí!

—Como ela tá doutor e o meu netinho? Tudo bem com eles não?

—Boa Noite! A sua filha está bem sim! E o seu netinho Também. –Disse o doutor com uma aparência cansada devido às longas horas de plantão.

—Ai graças a Deus!

— A sua filha só teve um pequeno sangramento de origem uterina, porém proveniente da mãe e não do feto. Corre tudo muito bem com sua filha, e o bebê. É apenas receitado para mesma repouso absoluto, para que não ocorram novas hemorragias.

—A gente pode vê-la? -Perguntou Ed!

—Sim, mas ela está dormindo. Mas na condição que seja um de cada vez, certo?

—Certo Doutor! Muito Obrigado. –Fez Lucrécia estendendo a mão para cumprimenta-lo.

—Ai Ed!-Disse Lucrécia abraçando o amigo. -Quem vai dar essa noticia pra Jade. Eu, tô tão aliviada!

—Eu vou dar!-Disse Cobra chamando a atenção de todos, com um enorme sorriso nos lábios.

—Satisfeito rapaz? –Perguntou Lucrécia. – Sorte sua que está tudo bem com os dois. Você iria se arrepender amargamente se acontecesse algo com a Jade.

—Lucrécia!!! Por favor, né!? Graças a Deus está tudo bem. Vamos para com esse clima aqui, a Jade não vai gostar nadinha de vê vocês brigando.

Ligação on

— Alô!

—Más noticias chef.

—Nat, minha querida eu já falei que não queria ser incomodado hoje?

—Eu sei, eu sei... mas é que deu tudo errado no resgate do Lobão.

—E você me fala isso na maior tranquilidade sua imbecil! Eu quero o Lobão ainda hoje fora daquela cadeia, ou vai sobrar pra você. Eu ainda tenho muita coisa pra acertar com aquele lá.

— É vai ser impossível. O...

—Você ouviu o que eu falei garota? Isso é uma ordem e não um pedido! Eu quero...

—Isso vai ser impossível, por que o Lobão MORREU!

— O que!?

(...) Algum problema aí meu amor?

(...) Não! Está tubo bem Lucrécia! Só um segundo.

—O lobão MORREU eletrocutado. Os capangas lá não conseguiram explodir o muro, então eles tentaram pular e... Você já sabe!

—Desgraçado! Morreu me devendo. Já foi tarde!

—É... Já foi mesmo.

Ligação off

(...)

Pov. on Cobra

Entro no quarto e vejo a minha Dama deitada numa cama de hospital. Doeu no meu coração vê-la daquele jeito. E pior por minha culpa. Tal vez se não tivesse existido “a gente” ela não estaria ali, deitada, tão indefesa. Mas eu não sei o que seria de mim sem ela.

Aliso o seu rosto e posso sentir o quão delicada é a sua pele, o quão lindo são os seus traços... O quão lindo é o nosso amor.

—Você me transformou num babaca bobão.

Digo baixinho em seu ouvido! Ricardo Cobreloa falando de “amor”. Eu me transformei num babaca mesmo. “E tudo por sua causa.” - Penso auto.

Pov. Off Cobra

—Ei! Vagabundo? –Chama Jade ao acordar e ver Cobra sentado adormecido em uma das poltronas do quarto.

—Oi, minha Dama! Você acordou!-Diz ele enquanto curvasse para beija-la. Ela está pálida, “as luzes do hospital não a ajudavam”. Pensou ela! Mas os seus olhos estavam marejados, temiam uma má noticia.

—Cobra! Eu... A gente não perdeu...

—Xiiii!-Diz ele colocando o dedo indicador nos lábios da mesma pedindo silencio. –Nada mudo minha Dama. –Diz sendo perceptível um belo sorriso em seus lábios. O qual deu espaço para um belo sorriso da mesma também. -Nada!

***

Seis meses depois...

—Alto, Cobra!!! Chuta mais alto.  –Dizia Gael ao seu lutador.

Estavam a poucos dias do worriors e os meninos da academia treinavam pesado, pois os patrocinadores tinham investido nos garotos e queriam resultado. Se passava tudo bem entre Cobra e Jade. O bebê da Dama e o Vagabundo tava crescendo “firme e forte” na barriga da mamãe e também estava a poucos dias de seu nascimento.

—Cobra!!!-Gritou Zé! –Visita pra você.

(...)

—O que você tá fazendo aqui? –Perguntou ele.

—E isso é jeito de você receber a mãe do seu filho?

—Ahh, desculpa minha Dama, mas...

—Eu vou embora. -Disse a garota fingindo estar magoada.

—Volta aqui!-Fez a puxando pelo braço. –Isso é só preocupação. Me desculpa!

—hummm!!!

—O medico mandou você ficar de repouso e eu só tô cuidando do que é meu. - Disse o que arrancou um belo sorriso da mesma. Desde o acidente provocado pela Ruiva, Jade tem seguido à risca as prescrições medicas. Incluindo também a restrição a exercícios físicos. O que impediu a bailarina de atuar na sua profissão. (Por algum tempo)

—Repete!?-Pediu ela

—Repetir o que?

—Que eu sou sua!
—Minha você sempre foi.

—Convencido!

(risos)

—É o worriors tá chegando e eu tô uma pilha com isso.

—Pode crê minha Dama! Eu nem tô conseguindo dormir direito.

—Olha pra mim!-Pediu ela. -Você vai ganhar, vai se tornar um lutador de sucesso nos Estados Unidos, nosso bebê vai nascer...

—É... você não vai mesmo me dizer qual é o sexo no bebê?

—Não! É surpresa. Me escuta! Nosso bebê vai nascer... Eu vou retomar a minha carreira e nós vamos viver juntos, pra sempre...

—Pra sempre é muito tempo não Dama?-Perguntou brincando.

—Vagabundo!!!

—Tô brincando! Eu quero passar todas as minhas vidas com você. -Disse selando os seus lábios.

—Me escuta! Nosso bebê vai nascer... Eu vou retomar a minha carreira. Nós dois, quer dizer, nós três em outro país. Sem ninguém pra atrapalhar nossa vida. E eu vou tá lá do seu lado torcendo por você. –Disse o que fez o mesmo sorri e imaginar o tal sonho realizado. Eles se olhavam e se apaixonavam um pelo outro outra vez.

...

—Pera aí! Você não tá pensando em ir com esse barrigão pro worriors não, tá?

—Claro que eu vou! E não vai ser você que vai me impedir.

—Você não vai e ponto final. -disse indo em direção ao banheiro masculino.

—Vagabundo volta aqui. -Fez o seguindo.

—Você não vai e fim de papo. Agora dá pra sair daqui por que isso ainda é um banheiro masculino.

—"Nana nina não". –Disse! –Eu só saio daqui quando a sua resposta for um sim!-Disse a mesma deslizando a chave na porta e os trancando.

—Jade para de brincadeira me dá essa chave. –pediu ele estendendo a mão para mesma.

—Sabia que você fica lindo com raivinha de mim Vagabundo?

—Para, não eu não tô brincando. –Disse enquanto encurrala sua Dama em um dos boxes do banheiro.

—Nem eu! Tá calor aqui né? –perguntou ela. –O que você acha de um banho! –Disse enquanto abria o chuveiro vendo a água cair nos cabelos de seu vagabundo enquanto gargalhava da traquinagem que tinha acabado de fazer.

—Jade você... é maluca. –Disse a abraçando a trazendo mais para sí. Para que a água a molhasse também.

—Até que um banho não cairia mal. - disse a mesma.

—Não mesmo! –Disse ele deslizando suas mãos nas alças do vestido da mesma.

***