–Lucrécia! Disse então repetindo o mesmo gesto do pai. –Senhorita, encantado!- Falou então ao notar a presença da Jade.

A noite foi maravilhosa um clássico jantar francês com iguarias da terra. Como bons e velhos amigos conversaram a noite toda sobre as suas respectivas vidas, já que os dois abandonara a profissão por motivos de “saúde”. As investidas do Eduardo na Jade não passaram de olhares, o que se fosse por conta de sua mãe a jovem bailarina já estaria casada e de malas prontas.

–Ai a noite foi maravilho não foi Ed?

–É só se foi pra você, por que o papo daquela múmia velha tava me dando era sono.

–Deixa de ser invejo que eu sei que você queria ter a classe, a educação do Olavo. E aquele filho dele lindo você não achou filha?

– Jade, Jade! Alô terra chamando!

–Que peninha!-Falou pensativa com um sorriso bobo no rosto.

– Minha filha você tá aí? Ta vendo, a Jade sabe o que é bom ficou encantada com Eduardo Couto.

–Quem chegou?-Perguntou Jade despertando do então transi.

–Eduardo Couto, sei!-disse Ed

–Bom meus amares eu vou dormir que é o melhor que eu faço. Beijos, beijos!-disse Lucrécia indo em direção ao quarto deixando Ed e Jade sozinhos.

–Vai, pode me contar. O que é que tá passando pela sua cabecinha em? Pode falar vai desembucha.

–Nada Ed tá maluco?

–Não me engana não Jade, sorrisos bobos, fora do ar... Isso tá me cheirando a outra coisa, paixão quem sabe.

–Tá maluco Ed, esse Eduardo é maior água de salsicha. –disse tentando disfarçar.

–Jade, jade, você sabe que eu sei de tudo, nada foge dos meus ouvidos.

–Ed, por favor não diz nada pra minha mãe.

–Ah então eu tava certo tem coisa ai.

–Você não tem jeito Edgar.

–Pode contar comigo.

***

–Oi Vagabundo? – falei ao entrar no Qg e fui recebida com um sorriso.

–Valeu, volte sempre! –Disse cobra ao despachar um cliente.

–Volte sempre éh? Isso também serve pra mim. -perguntei enquanto ele se aproximava.

–Pra você pode ser... fique sempre!-disse beijando-me.

–Viu... você acredita que a minha mãe fez o maior gosto pra que eu ficasse com o carinha jantar de ontem.- falei rindo meio que sem pensar.

–É... e o que você acha disso? –ele me fez aquela tal pergunta dando de costas e voltando ao seu trabalho, então comecei.

–Sabe, ele é rico, bonito, bem Educado...

–E o que você ta fazendo aqui, que não tá com ele? Perguntou virando-se. Aproximei-me um pouco mais, perto bastante para sentir sua respiração. Ele olhara fixamente para os meus lábios. –Em?

–Tá com ciúmes vagabundo? Eu disse mordendo os meus lábios.

–Jade! Ciúme é coisa de gente insegura e além do mais, a gente não tem nada. Não é?

–Isso mesmo nada além de uma troca de favores. -disse com um sorriso provocador no rosto. –Agora eu tenho que...

–O que foi, parece que você viu um fantasma?

–Muito pior cobra.

–Você tá com medo daquilo ali? –disse rindo.

–Aquilo alí é o Ed cobra, ele é com um pai pra mim e além de tudo isso é o melhor amigo da minha mãe. Ai meu Deus tomara que ele não diga que me viu aqui com você.

–Se você quiser eu mando dar uma lição nele!

–Tá maluco Cobrar. -disse levando a mão aos cabelos inquieta. -O que eu faço agora? Voltar pra Ribalta agora eu não posso e pra casa muito menos.

–Por quê?

–A minha mãe ta indisposta e não foi dar aula hoje!

–Sei!-disse pensativo- vem comigo eu tive uma ideia.

***

Ligação on

–Ed, meu amigo será que você poderia vir aqui?

–Aconteceu alguma coisa Lucrécia a Jade me disse que você tava com uma dorzinha de cabeça por isso não veio trabalhar.

–Quando chegar aqui eu te falo, só não fala pra Jade que eu te chamei aqui tá.

–Tá certo, em quinze minutinhos eu chego aí Honey, beijus.

–Tchal meu querido!

Ligação Off

–Isso não seria possível. -Disse Ed referindo-se a presença de Jade.

***

[...]-Sei!-disse pensativo- vem comigo eu tive uma ideia. [...]

–Moto Vagabundo?

–É do Thawik, o cara que trabalha aqui comigo. -explicou entregando-me o capacete.

***

–Filha eu tenho... Não consigo- falou com seu reflexo no espelho com os olhos marejados tentando ser o mais forte possível. –Jade eu tenho Câncer sua tá doente... Meu Deus! -Respirou fundo e continuou. – Filha a sua mãe tem...

–Câncer! –Disse Ed ao entrar no apartamento de sua amiga extasiado.

–Ed! –Abraçaram-se durante alguns segundos dando espaço ao soluço de seus choros.

–Eu tenho Câncer de mama Ed! Se... Eu tivesse me cuidado mais, me prevenido Ed. Eu não sei o que fazer- disse sentando-se no sofá.

–Você precisa ser forte Lucrécia. Essa doença pode ser traiçoeira, mas você é muito mais forte e pode ter certeza minha amiga, você pode contar comigo pro que der e vier.

–Ed, eu tô com medo, medo de morrer, medo de deixar a minha Jade sozinha, de não poder realizar todos os sonhos dela.

–Olha pra mim. Você não vai morrer e além do mais a Jade precisa saber, pra te dar força e carinho.

–Ela é tudo o que eu tenho meu amigo, é por ela que eu tô aqui você sabe o porquê, não sabe? Eu abdiquei do sonho da minha vida pra viver pra ela e eu não quero parar no meio do caminho. A minha princesinha precisa de mim, você me entende. Eu... eu não vou consegui!

–Vai, vai sim vem aqui. - Tentou abraçando-a.