POV Lucy

Continuamos nos beijando, ele com as mãos em minha bunda e eu com as mãos em suas costas. Ele começa a apertar minha bunda e eu deixo, porque por mais que odeio dizer, eu estava adorando.

Meu celular começa a tocar e isso quebra o clima por completo. Ele para de me beijar e fica me encarando, e eu querendo matar quem me ligou justo agora. Puxo meu celular do bolso do shorts e está escrito “Pai” na tela.

Eu amava meu pai, mas me ligar justo agora? Sacanagem!

Antes que eu possa atender, a ligação cai. Meu pai ia me matar agora.

–Eer, eu... Eu vou entrar. –eu ficava meio que gaguejando e mexendo as mãos apontando em direção a porta.

Ele ri.

–Vamos conversar amanhã, na escola, sobre nossa situação? –ele falava calmamente, como se fosse a coisa mais comum do mundo para ele.

–P-pode ser... eu... tchau!

Abro a porta o mais rápido possível e entro, o deixando lá fora, rindo de mim. Meu Deus, como eu estava com vergonha!

O apartamento inteiro está escuro e silencioso, acho que as meninas foram embora e Erza já deve ter ido dormir.

*

Me sento em minha cama e pego o celular para retornar a ligação de meu pai. Não consigo pensar em nada que meu pai queira comigo, porque ele quase nunca me liga e tudo sempre está as mil maravilhas.

Ele atende.

–Olá, querida. Por que não me atendeu antes?

Mordo o lábio.

–Eu estava dormindo, agora é quase meia-noite. –minto.

–Ah, claro. –ele muda o tom de voz para algo mais sério- Minha querida, eu preciso que você embarque para Moscow amanhã de manhã.

Eu? Ir para a Rússia de uma hora para outra? Isso é um absurdo.

–Como assim?

Ele limpa a garganta.

–Eu iria ir, mas surgiram alguns imprevistos e preciso que você vá, é urgente. Já está tudo acertado, você só precisa estar no aeroporto as sete horas.

–Mas não tem como mandar outra pessoa? –eu estava quase implorando pra não ir.

–Você é a única pessoa que fala russo, minha filha.

Solto um suspiro. Não teria como discutir com meu pai.

–Tudo bem. Mas e a escola? Até quando vou ficar lá?

Eu já perdi uns bons dias de aula, não poderia perder mais, por melhor que fossem minhas notas e meu comportamento.

–Conversei com seu diretor e você poderá entregar alguns trabalhos. –ótimo, mais coisas pra mim fazer, como se eu já não fosse ocupada demais- Você ficará de Segunda até Sexta.

Eu teria jogo Quarta Feira. Ah, como a vida é justa comigo.

–Tudo bem, tchau.

Termino a ligação antes mesmo de escutar meu pai novamente. Eu não queria ir pra Moscow, eu tinha tanta coisa pra fazer. Maldito dia em que eu aceitei fazer aulas de idiomas!

Agora é praticamente meia-noite e terei que arrumar minhas malas e ainda terei que acordar Erza pra dizer que vou sair cedo e ficarei cinco dias fora daqui.

Vou até seu quarto e bato na porta.

Nada.

Resolvo entrar, afinal, o apartamento é meu também.

Abro a porta bem devagarinho para não faze-la acordar e atirar um travesseiro na minha cara. Coloco minha cabeça pra dentro do cômodo e o que vejo a seguir é estranho e fofo ao mesmo tempo.

Jellal estava ali, deitado de conchinha com Erza. Ambos dormindo confortavelmente e, para minha sorte, com roupas. Erza quebrou novamente minha regra de não trazer garotos para o apartamento, mas nem ligava mais, ele era o namorado dela e desde que ele não façam coisas que me perturbem e me deixem traumatizada, está tudo bem.

Fecho a porta. Não vou acorda-los, acho que vou deixar um bilhete ou mandar uma mensagem para ela.

*

Estou aguardando chamarem meu voo para finalmente ir pra Moscow. Consegui mandar uma mensagem para Erza antes de meu celular cair no chão do estacionamento do aeroporto e ser atropelado por um carro.

–Meu dia só está começando. –murmurava para mim mesma.

POV Natsu

Estava aguardando Lucy chegar para enfim conversarmos sobre sermos namorados ou sei la o que se passa na cabeça daquela maluca. Mas só sei que essa maluca me deixava mais maluco ainda.

Vejo Erza chegando junto com Jellal, sem Lucy. Vou até eles e interrompo sua conversa.

–Onde está Lucy? –falo direto, não sou muito de formalidades.

Erza faz uma cara confusa.

–Achei que ela tivesse te avisado.

–Avisado o que?

–Que ela embarcou hoje de manhã pra Moscow e só volta na Sexta. –pra ela era a coisa mais normal do mundo.

Ele passam andando e eu fico sem fala.

Quer dizer que ela sabia o tempo inteiro que ela iria sair do país e não me falou nada?! Como ela ainda quer conversar comigo, sobre nós, sendo que ela não é nem capaz de me fazer um simples aviso.

Eu não entendo aquela garota, não entendo mesmo.

Cinco dias depois

POV Lucy

–Droga, droga, droga!

Eu estava atrasada para meu voo de volta, tudo por causa do maldito celular novo que eu havia comprado. Eu só tinha dois contatos nele, e eram o número do meu pai e o da Erza, os únicos que eu sabia de cor.

*

–Desculpe moça, mas o voo já saiu. –a moça falava calmamente, pouco ligando se eu teria que esperar duas horas para o próximo voo de volta.

Eu queria mandar uma mensagem para Erza, para avisa-la do meu atraso, mas eu estava sem chip no celular porque eu não iria colocar um chip russo nele!

Terei que esperar agora. Ela provavelmente pensará várias coisas, mas não vai se preocupar, já aconteceram tantas coisas inusitadas comigo nessas viagens.

POV Natsu

Finalmente Lucy volta hoje, e eu irei conversar com ela sobre nós, mas enquanto isso eu vou ficar treinando basquete.

O time sem ela não era o mesmo, mas dava pro gasto.

No final do treino, Erza aparece, correndo na direção de Jellal, com os olhos vermelhos e chorando.

Todos correm, como são curiosos, até ela para saber o motivo mesmo não lhes importando. Ela abraçava Jellal e chorava como eu nunca vi ninguém chorar em toda minha vida, nem mesmo quando Lucy quase morreu.

–Erza, -Jellal falava, preocupado- o que aconteceu?

–A Lucy... –agora ela chorava mais ainda- o avião dela caiu!