Liga da Justiça - The Kids escrita por Araimi


Capítulo 14
Capítulo 14




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It’s more than a feeling.

– More than a feeling.

– When I hear that old song they used to play. And I begin to dreaming.

– More than a feeling.

– ‘Till I see Marianne walk away.

Diana e Matt terminaram de cantar a música dos Boston e riam descontroladamente. Um pouco abaixo deles, sua plateia aplaudia e assobiava.

Matt desceu do palco improvisado de um amigo de seu irmão com um pulo, ele sabia que Diana não precisava daquilo, mas estendeu os braços para ajuda-la a descer, só para poder tocá-la. Diana colocou suas mãos nos ombros dele sorrindo e Matt puxou-a para baixo pela cintura.

Os dois ficaram tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro. Matt se inclinou um pouco para frente, mas não chegou o tocar os lábios vermelhos de Diana, pois alguém que ele não viu gritou:

– Procurem um quarto!

Diana riu e se afastou de Matt. Ele ainda olhou ao redor disfarçadamente, procurando por quem quer que seja que atrapalhou o momento deles.

Mike apareceu do nada, com Mary em segurando em seu braço e uma bebida em mãos.

– Nossa! – Ele disse, dando um soco leve no peito do irmão. – Vocês arrasaram naquela música.

Matt e Diana sorriram meio tímidos. Mike continuou:

– Quero dizer, quando você, cara. – Ele apontou para Matt. – Cantou: I closed my eyes and I slipped away. A galera foi a loucura, meu irmão. Tipo, geral adorou vocês. E você, mocinha. – Ele apontou para Diana. – Pode parar de se preocupar, eu já te perdoei por ter me ganhado no boliche.

Diana riu ao lembrar da cara de Mike quando ela desempatou o jogo com um arremesso certeiro.

– Matty. – Mike disse num sussurro alto. – Essa aí é pra casar, cara. Cuidado, hein. Se não eu vou a luta.

– Mike! – Mary disse, dando um tapa em seu ombro.

Mike engoliu em seco e disse rapidamente:

– Não foi isso o que eu quis dizer, Mary.

– Sei. – Ela disse, cruzando os braços e dando meia volta, caminhando em direção as pessoas que dançavam.

Mike deu uma olhada para o irmão mais velho e disse:

– Foi mal aí, mas... Eu tenho que... Sabe... tchau. – Ele deu um aceno. – Diana foi legal te conhecer.

Ela levantou a mão.

– O prazer foi meu.

Eles observaram Mike correr desajeitadamente entre a multidão, atrás de Mary. Eles riram e Matt disse:

– Foi assim que ele perdeu as outras namoradas.

Diana riu do gracejo dele.

– Ah, mas ele não disse por mal. – Ela falou. – Mary não parece uma pessoa fácil.

Ela lembrou-se do tempo em que eles passaram no boliche, ela havia ficado o tempo todo calada, mastigando chiclete. Ela era uma garota no mínimo estranha. Os dois riram.

Diana nunca havia tido um encontro de verdade e aquele estava sendo inusitado e divertido, talvez fosse para ser assim mesmo. Ela tentou não pensar que Matt seria o pai de sua filha quando ele convidou-a para sair, ou quando ele colocou sua mão sobre a dela, ensinando-a a jogar boliche, quando eles ganharam de seu irmão mais novo e Matt correu para abraça-la e girá-la no ar, quando eles encontraram o amigo de Mike, que os convidou para festa onde eles estavam lá e Matt virou-se para ela, seus olhos mostrando o quanto ele queria que ela fosse com ele, quando eles subiram no palco improvisado e Matt tentou acalmar seu nervosismo. E, principalmente, quando eles cantaram juntos e ela sentiu como se tivessem milhões de borboletas em seu estômago.

Mas não foi possível.

E ela sabia que não estava se forçando a nada, tudo estava acontecendo naturalmente, como tinha que acontecer.

– Você quer ir pra casa? – Matt perguntou. – Me parece cansada.

Diana assentiu e os dois deixaram a festa juntos. Quando estava na calçada e o silêncio pairou entre eles, Matt deixou sua mão balançar até alcançar a dela e a prender em um abraço quente. Diana sorriu e firmou sua mão na dele, feliz com o toque.

Eles caminharam de mãos dadas, sem dizer nada. Ela achava engraçado como ele nunca perguntava nada sobre a Liga da Justiça, sobre seu passado ou nada do tipo. Não sabia por quê, mas gostava de falar sobre coisas normais com alguém.

– Seu irmão é engraçado. – Ela disse de repente. – Gostei dele.

– Espero que você não me troque, porque ele estava falando sério sobre você.

Ela riu e ele não pode evitar acompanha-la.

– E você? – Ela disse, quando o silêncio reinou novamente.

– Eu o que?

– Concorda com ele?

– Não diria com aquelas palavras exatas. – Ele disse brincalhão e ela sorriu. – Mas com certeza sim.

Ele virou seu rosto para o dela ao mesmo tempo em que ela fez isso. Seus olhos se encontraram e assim ficaram enquanto eles andavam pela calçada, o que não foi muito boa ideia, já que Matt bateu em um canteiro de rosas que estava um pouco mais para frente do que deveria estar. Ele começou a cair para frente e teria batido com a cabeça no chão se não fossem os dedos entrelaçados aos seus.

Diana segurou-o, envolvendo-o em um abraço. A cena parecia de filme, só que invertida.

Matt levou sua mão ao rosto perfeito de Diana, que estava ainda mais lindo com aquela iluminação. Ela curvou-se um pouco mais e selou seus lábios aos dele.

–--*---*---

– E foi só isso? – Shayera perguntou, sem esconder o choque.

John encolheu os ombros.

– Só. – Ele respondeu.

– Ela não gritou, esperneou, chamou palavrões nem nada do tipo?

– Não.

Shayera ergueu uma sobrancelha e deitou.

Eles estavam sentados no chão da sala, depois de ter dividido um pudim de chocolate que estava na geladeira de John.

Ele imitou-a e deitou com a cabeça em cima de sua barriga.

– Eu não esperava por isso. – Disse Shayera. – Sinceramente.

John riu.

– E você acha que eu esperava? Eu convivi com a Vixen, nunca achei que ela aceitaria bem a separação e então eu vi aquilo.

– Vivendo e... – Ela estalou os dedos. – Como é que vocês falam aqui na Terra mesmo?

– Vivendo e aprendendo?

– É. Vivendo e aprendendo, John. Aprenda a se surpreender com as pessoas.

Shayera pousou sua mão sobre a cabeça de John, massageando-a.

– Depois dessa, é difícil eu me surpreender de novo.

– Eu estou grávida.

– O que!?

John deu um pulo e ficou sentando, olhando Shayera quase que em pânico, enquanto ela começou a gargalhar escandalosamente. Ele levou uma mão ao peito.

– Meu Deus, Shayera. Você não pode fazer isso.

Shayera tentava se controlar, mas já tinham até lágrimas em seus olhos. John foi contagiado também e logo a careta que estava em seu rosto se transformou em um sorriso e ele logo estava gargalhando junto a ela. Ele se aproximou de Shayera e pegou-a pela cintura, levantando-a e colocando-a em seu colo.

– Você não pode fazer isso. – Ele repetiu em meio aos risos. – A menos que seja de verdade.

Ela foi parando de rir e beijou-o, passando os braços pelo pescoço dele. Quando ela se afastou, não muito, seus narizes ainda se tocavam, ela disse em um sussurro.

– Nós podemos cuidar disso, não podemos?

Ele olhou-a nos olhos, ele tinha uma mão nas costas de Shayera e outra eu seu cabelo, as pernas dela estava em volta de sua cintura e ou dois estava sentados no chão da sala.

– Podemos. – Ele disse.

Ela sorriu e ele aproximou o rosto dela do seu, quebrando o espaço que havia entre seus lábios.

–--*---*---

Fazia menos de um dia que Selina e Helena haviam ido embora e Bruce já se sentia tão vazio quanto a copo de whisky a sua frente.

Ele tinha que fazer alguma coisa, não poderia ficar sentado em seu escritório, bebendo, enquanto a mulher da sua vida estava por aí, fantasiada de gato, pulando de telhado em telhado e, se ela quisesse, talvez até roubando alguma joalheria.

Ele não conseguia entender porque Selina se recusava a aceitar que Bruce só amava à ela, não a Mulher-Gato.

– Ela deveria estar feliz com isso. – Ele pensou alto. – Ela deveria estar... Ela deveria. – Ele levantou os mãos no ar, como se estivesse desistindo de algo.

– Patrão.

Bruce olhou para seu fiel mordomo na porta.

– Sim, Alfred?

– Srta. Helena pediu que eu avisasse que ela saiu.

– Tudo bem.

Ele voltou a olhar ao copo em sua frente, pegou a garrafa já ao meio do whisky e começou a enchê-lo novamente.

– Patrão.

– Sim, Alfred?

Alfred aproximou-se da mesa onde Bruce estava sentado e perguntou:

– Por que o senhor não vai atrás dela?

Bruce soltou um riso sem humor algum e colocou a garrafa de lado, fez um sinal para que Alfred se sentasse e ele assim o fez.

– Porque. – Começou Bruce. – Aquela mulher é louca. – Alfred ergueu uma sobrancelha. – É, ela é sim. Doida. Nada do eu faço está bom. Nada. E eu já fiz muita coisa por ela. Eu tentei, Alfred, entender o que passa naquela cabeça insana, mas eu simplesmente não consigo.

Bruce não olhava para Alfred e o mordomo desconfiava de que seu patrão na verdade estava falando consigo mesmo.

– E por que o senhor continua insistindo tanto?

Bruce ergueu os olhos para ele momentaneamente.

– Ora, porque... Porque ela é incrível. É estupidamente bonita, corajosa, inteligente, forte. Ela é destemida, sabe? – Ele olhou para o mordomo, que assentiu. – Ela tem aquele jeito livre e, Deus, como ela sabe ser sexy.

Alfred sorriu.

– Senhor.

Bruce deu um gole em sua bebida.

– Sim, Alfred?

– O senhor escutou o que acabou de dizer?

Bruce olhou-o confuso.

– Como?

– O senhor não descreveu a Srta. Kyle. Bem, de certa maneira sim. Mas a Srta. Kyle não é assim, ela é muito bonita sim, inteligente, mas é frágil, não forte e livre. Junto a ela o senhor descreveu sua outra personalidade.

Bruce tomou outro gole de sua bebida.

– O senhor sabe exatamente o que deve fazer para tê-la de volta. E não é nada muito difícil como amar alguém que o senhor não gosta. É simplesmente admitir que já faz isso.

Bruce não olhou-o mais nos olhos e Alfred levantou-se e já estava se retirando da sala quando seu patrão disse:

– Alfred.

Ele deu meia volta e perguntou prestativo:

– Sim, patrão?

– Prepare um banho frio para mim.

Alfred deu um sorriso de lado.

– Sim, senhor.

–--*---*---

Ele sabia que ela estaria aqui.

Ela sempre estava.

Bruce se aproximou devagar, mas não fez questão de esconder que estava ali. Ele pode perceber que ela sorriu e virou-se. A máscara de gato não permitia a ele ver muito de seu lindo rosto, mas seus olhos verdes esmeraldas estavam ali. Eram os mesmos, mas havia algo de diferente, não eram mais doces e perspicazes; eram ferozes, felinos, e irônicos, como se ela estivesse sempre escutando uma piada interna.

– Batman. – Sua voz também seguia seus olhos. A mesma, mas tão diferente.

Ele sorriu, ainda se aproximando dela.

– Mulher-Gato. Posso? – Ele apontou para a o parapeito do prédio onde eles estavam, era uma prédio alto e dava para ver boa parte da cidade.

– Claro.

Ela se inclinou sobre os braços, olhando para a rua lá embaixo.

– Então, ela te deu um ultimato, não é?

Ele riu.

– Como vocês fazem isso? Saber exatamente tudo o que a outra sente?

Ela encolheu os ombros.

– Bem, para começar, somos a mesma pessoa pelo ponto de vista de alguns. E exatamente tudo. Senão ela saberia do abismo que você tem por mim.

Ele encarou-a, ainda sorrindo, cruzando seus dedos. Ela não fugiu de seu olhar, mas sustentou-o.

– Como você pode ter tanta certeza? – Ele disse.

Ela se aproximou ainda mais dele, seus rostos quase se tocando.

– Eu sou muito perceptiva.

Ele achou extremamente sexy o modo como ela puxou o u de muito, deixando como um muuuuuuito.

Ela plantou um selinho em seus lábios e se afastou rapidamente, indo para a outra extremidade do prédio.

– Quer ver como vem atrás de mim? – Ela disse, sua voz rouca.

Ela se inclinou para trás, os cotovelos apoiados no parapeito. Com os pés, ela se empurrou para trás e caiu. Bruce correu rapidamente, mas tudo o que conseguiu ver foi Mulher-Gato caindo em pé no prédio ao lado. Ele sorriu, ela sempre caía em pé.

Bruce esperou que começasse a caminhar para o prédio seguinte, para poder pular desse e ir atrás dela.

–--*---*---

Eram uma hora da manhã e Diana dormia profundamente nos braços de Matt. Eles estavam nus em sua cama.

Seu comunicador começou a bipar insistentemente e Diana e Matt acabaram acordando.

– É o meu. – Ela disse sonolenta.

Matt assentiu e voltou a deitar sua cabeça no travesseiro. Diana levantou-se e foi até seu comunicador. Ela atendeu-o.

– Mulher Maravilha. – Ela disse.

Alguém falou algo e seu rosto mostrou preocupação.

– Estou indo para aí. – Ela disse séria.

–--*---*---

O bip soava pelo quarto, despertando a thanagariana de seu sono. Ela deu leves tapinhas nos braços de John.

– John. John.

Ele respondeu um “uhm”.

– Seu comunicador. Estão te chamando.

Ele ergueu a cabeça olhando ao redor e disse:

– O seu também.

Shayera foi bem mais rápida que ele, levantou-se e pegou dois comunicadores. Eles atenderam quase que ao mesmo tempo. Depois de ouvirem por alguns segundos, os dois se entreolharam preocupados.

– Estou a caminho. – Eles responderam juntos.

–--*---*---

– É, parece que você me pegou. – Disse Mulher-Gato em meio aos lábios de Bruce.

Ele deu uma risada e calou-a com sua boca, reiniciando sua sessão de beijos. Suas mãos passeavam pelas costas dela e ele sabia que se não estivesse com sua roupa de Batman, ela já o teria arranhado todo.

Seu bip o interrompeu.

– Só um segundo. – Ele disse.

– Tá. – Ela disse, passando a beijar seu pescoço.

Bruce atendeu seu comunicador e ouviu pacientemente enquanto alguém falava. Seu rosto não demonstrou nada, mas por dentro ele estava temeroso.

– Estarei aí em um minuto.


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