Liga da Justiça - The Kids escrita por Araimi


Capítulo 12
Capítulo 12




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O barulho enjoativo do bip ecoava por todo o quarto e despertava a ruiva que dormia na cama.

Shayera levantou a cabeça e resmungou alguma coisa, olhou o bip e viu que Claire estava avisando que já estava em casa. Ela suspirou e voltou a deitar-se, embrulhando-se com o lençol creme.

Assim que Shayera fechou os olhos, ela sentiu braços quentes envolvendo sua cintura e alguém beijando seus cabelos. Ela abriu os olhos e fitou um John sorridente.

– Oi. – Ele disse quase em um sussurro.

Shayera sorriu depois de alguns segundos.

– Oi. – Ela disse. – Pensei que tinha sido só um sonho.

John riu, passando a mão pelos seus cabelos ruivos, alinhando-os. Ele deitou ao seu lado, quase que em cima dela, abraçando-a fortemente.

– É, eu faço as pessoas se sentirem assim. – Ele disse ao ouvido dela.

Shayera riu e deu uma cotovelada leve no peito de John. Ela se desvencilhou de seu abraço e levantou-se rapidamente.

– Tenho que ir. Claire está me esperando.

John assentiu e começou a levantar-se também.

– Rex está me esperando – Ele disse. – Combinamos de jantar juntos hoje.

Shayera sorriu.

– Então, acho que temos que conversar sobre isso – Ela apontou para o espaço entre ele. - Depois.

– Com certeza. Isso. – John fez o mesmo movimento que ela, aproximando-se dela. – Vai render muito assunto.

Ele passou um dos braços em volta da cintura de Shayera e puxou-a para um beijo apaixonado.

–***-***-***-

Selina ninava sua filha em seus braços, balançando-a levemente para cima e para baixo, olhando a chuva torrencial que caía lá fora. Helena choramingou nos braços da mãe, Selina sorriu e disse:

– Eu sei, eu sei. Você nem vai poder sair para brincar com a Moira hoje. – Ela balançou a cabeça. – Não que você possa fazer isso nos outros dias. Mas eu entendo, fica ainda pior quando alguma coisa te impede.

Ela sentou-se na cama, segurando Ellie de frente para ela, fitando seus olhos azuis.

– Mas isso não tem importância. – Selina continuou. – Sabe aquela moça que está aqui na casa do papai? Aquela bonita? Ela é você. – Ela riu, como se Helena tivesse contado uma piada. – Eu sei, é muito estranho no começo, mas você se acostuma.

Selina pegou com o indicador e o polegar uma das mãozinhas de Ellie e a menina apertou com força. Selina sorriu.

– Eu tenho tanto orgulho de você, Ellie. Você é a minha menina de ouro.

–***-***-***-

A porta se abriu e Shayera levantou-se do sofá imediatamente.

– Onde você estava? Eu vim para casa, achando que você já estaria aqui.

Claire riu, balançando a mão no ar.

– Relaxa, mãe. Eu disse que estava indo para casa. Foi mal, da próxima vez vou ser mais clara.

Claire retirou sua jaqueta de couro e colocou-a em cima de uma mesinha, assim que finalmente entrou na luz, Shayera pode ver que ela estava toda molhada e tinha resquícios de sangue em seu nariz. Claire fungou, olhando para a mãe.

– O que aconteceu com você? – Shayera perguntou lentamente.

– Eu tinha muito que falar com alguém. E houve um pequeno incidente com a porta, que bateu no meu nariz, que, por sua vez, é muito sensível, aí eu sangrei.

Shayera iria brigar com ela por estar fora de um lugar seguro durante aquela chuva terrível, mas tudo o que fez foi suspirar e caminhar em direção a filha.

– Vem, vamos tirar essas roupas molhadas.

Claire deu um passo para trás.

– Agora?

– É, agora, acho até que você já pegou um resfriado.

Claire abriu a boca para falar, mas Shayera já tinha começado a desabotoar sua blusa e a tirou rapidamente.

– Para o banheiro. – Ordenou Shayera.

Ela segurou os ombros da adolescente.

– Mãe, espera.

Quando Shayera a virou em direção ao banheiro, de costas para ela, foi obrigada a parar. Nas costas de Claire havia duas cicatrizes, não muito grandes ou feias, mas perceptíveis, que iam de um pouco abaixo de seus ombros até o meio de suas costas. Ela passou as pontas de seus dedos pelas cicatrizes e calculou que ali era exatamente onde suas próprias asas ficavam.

Shayera deu um suspiro e virou Claire de frente para ela, mas a jovem olhava para o chão.

– Quem fez isso com você? Quem tirou suas asas?

Claire lentamente levantou seus olhos verdes como esmeraldas para a mãe. Ela encolheu os ombros e respondeu em um fio de voz.

– Dr. Tim Smart.

– E quem mandou ele tirar suas asas?

– Você e o papai. – Vendo a expressão de Shayera, Claire logo tentou explicar qual era a situação naquela época. – Mas as asas nunca “funcionaram”. E fui eu quem pediu. Vocês nunca fariam isso do nada.

Shayera assentiu, mais calma. Ela passou as mãos pelos braços de Claire, tentando dar com aquele gesto um “sinto muito” que dificilmente sairia de sua boca. Ela sabia o quanto doloroso poderia ser viver sem asas.

– Quantos anos você tinha?

Claire deu de ombros, percebendo o quanto a tensão do lugar havia diminuído consideravelmente.

– Uns onze, eu acho.

– Por isso que você exagera as vezes com a pouca roupa nas pernas, mas nunca usa um tomara que caia?

Claire riu, assentindo. Ela balançou as mãos e disse:

– Mas esquece isso. Já faz muito tempo. Não foi uma grande perda, eu nunca consegui voar, era só um peso.

Shayera sorriu assentindo.

– É melhor eu ir. – Claire disse. – Tenho que limpar meu nariz e tomar um banho quente. Estou congelando.

Claire inesperadamente segurou os ombros de Shayera e lhe deu um beijo no rosto, depois virou-se e caminhou até o banheiro.

–***-***-***-

Claire cantarolava My Girl tranquilamente enquanto preparava seu café da manhã na Torre da Liga. Ela estava bem mais leve agora que já havia conversado com Todd, ela estava com medo de que ele nunca mais quisesse nem olhar em sua cara. Felizmente, nada de ruim aconteceu, Todd era um fofo e aceitou tudo sobre toda essa coisa de viajem no tempo.

Ela tinha que admitir, estava se envolvendo muito com Todd Hardwicke e isso poderia acabar em algo muito ruim, como um bagunça na ordem temporal ou um coração partido.

É, ela tinha que pensar mais sobre isso.

Do outro lado do refeitório, a porta se abriu e mostrou Sam com seu cabelo loiro pintando com algumas mechas verdes e outras rosas, vestindo uma calça jeans e uma camisa de moletom preta. Ela avançou sem pressa alguma, dando passadas largas e lentas, no caminho passou próxima de Jason, Rex e Jack que cochichavam entre si, mas Sam conseguiu entender mesmo assim:

– É, vamos, vai ser divertido. – Diz Jack.

– Com certeza. – Disse Rex em meio a uma risada contida.

Samantha parou e virou sua cabeça lentamente na direção dos meninos. Eles pararam de falar e olharam para ela. Sam arqueou uma sobrancelha e voltou a caminhar na direção das bandejas. Ela pegou uma e foi até onde Claire estava a quase meia hora, decidindo se comia ovos mexidos ou cozidos. Ela parou no lado da amiga e disse sem olhá-la:

– Bom dia.

Claire virou-se levemente de costas para ela. Sam bufou baixinho e tentou mais uma vez:

– Oi, Claire.

A garota de cabelos castanhos avermelhados olhou-a por cima dos ombros e disse:

– Agora não é mais Clarence?

Sam deixou os ombros caírem e disse:

– Você ainda está chateada com isso?

Claire mexeu em seu cabelo e deu um passo para longe de Sam, indo para a parte das frutas. Samantha a seguiu.

– Claire. – Sam começou. – Eu não queria te ofender, nem nada do tipo, só queria que você calasse a boca um instante. – Claire continuou andando. - Quero dizer, você fica o tempo todo reclamando da sua vida, nem parou para reparar que a minha não está das melhores. – Claire parou e virou-se para a melhor amiga, olhando-a nos olhos. – Claire, eu realmente sinto muito por ter te chamado de Clarence. Não prometo que nunca mais vou fazer isso, mas posso prometer que vou me esforçar ao máximo.

Um pequeno sorriso começou a se formar no rosto de boneca de Claire Stewart, ela abaixou a cabeça momentaneamente e depois voltou a fitar a amiga, que a olhava com expectativa.

– Ok. – Ela disse por fim. – Me desculpe também. Eu realmente reclamo muito da minha vida.

Sam riu assentindo.

Claire colocou sua bandeja de lado e abraçou a amiga, Sam não era muito de abraços, então apenas ficou ali com os braços junto ao corpo, esperando que Claire a soltasse e voltasse a escolher cuidadosamente o que iria comer pela manhã.

Quando a menina de olhos verdes finalmente se separou depois de quase um minuto de abraço, ela sorriu para a loira, pegou sua mão e disse:

– Agora nós vamos ao shopping, porque, meu amor, essa roupinha está um horror.

Samantha olhou para baixo, para suas próprias roupas. Ela não ligava muito para isso, mas realmente, essa não era a melhor roupa que já tinha usado. Claire sorriu esperançosa quando a loira voltou a olhá-la. Sam bufou.

– Ok. Vamos lá.


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