Liga da Justiça - The Kids escrita por Araimi


Capítulo 11
Capítulo 11




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A chuva caía torrencialmente e embaçava a visão de Claire. Apesar de volta e meia ela tropeçar em algum morador de rua ou colidir no ombro de alguém que esperava pelo táxi, ela não parava de andar, estava decidida a falar com Todd.

– E nenhuma chuvinha besta vai me fazer parar. – Ela pensou alto.

Um trovão alto foi escutado e ela deu um salto de susto, parando por uns momentos, mas logo depois voltou a caminhar. O vento estava forte, tão forte que ela precisava usar sua força para conseguir andar direito.

Ela sentiu algo vibrando no bolso de trás de sua calça e deu um salto dizendo:

– Uuh.

Ela atendeu ao celular, mas não deram tempo dela falar nada. Shayera já estava falando:

– Claire, onde você está? Você tem que vir para a Torre, tem uma tempestade e nós achamos que a nossa mensagem para o futuro pode estar sendo respondida.

– Eu não posso ir agora. Tenho que falar com uma pessoa.

– Claire...

– Desculpa, mãe, não dá.

Ela avistou a loja de CDs e quase pulou de alegria.

– Claire, me diga onde você está e nós vamos de transportar para cá. É uma tempestade terrível, você tem idéia do que eu estou falando?

O céu se iluminou por uns segundos e vários raios caíram ao mesmo tempo em que um grande estrondo era ouvido. Claire tapou um ouvido para escutar melhor o que a mãe estava dizendo. Ela olhou mais uma vez para a loja, estava tão perto, não poderia desistir agora. Ela precisava ficar ali.

– Mãe deixa de ser exagerada, é só uma garoinha.

Antes que Shayera pudesse responder, Claire desligou o telefone e correu, com grande dificuldade por causa do vento, até a loja.

Todd terminava de arrumar uns CDs em uma prateleira nova que seu chefe havia criado quando ouviu o barulho de algo se chocando contra o vidro da porta da lojinha. Ele pensou que fosse só alguma coisa que o vento tinha levado até ali, mas, mesmo assim, levanto-se e viu uma Claire totalmente molhada, tentando abrir a porta. Quando ela o viu, seus lábios se abriram em um sorriso e seus olhos encheram-se de uma esperança desnecessária. Ela colocou as palmas das mãos na porta e encostou seu rosto, Todd se aproximou.

Ele levantou uma de suas mãos e, quando estava quase chegando a de Claire, houve outro trovão e Claire deu um salto para trás, dando um grito.

. - Droga!

Ele escutou ela dizer abafadamente.

Ela voltou a fitá-lo e quando Todd ia começar a sorrir, ela começou a bater na porta e a gritar com ele.

– Abre essa droga de porta, Todd! Você quer que eu morra aqui?

Ele negou com a cabeça inocentemente. Girou a chave da fechadura e abriu a porta. O vento estava tão forte que Todd não conseguiu segurar a porta e ela foi de encontro com o nariz de Claire, que caiu deitada no chão, devido a surpresa do impacto.

– Porcaria. – Disse Todd.

Ele saiu de seu abrigo seco e foi para a chuva, ele abaixou-se e levantou Claire no colo. Todd entrou na loja e deixou-a sentada em um puff atrás do balcão e voltou para fechar a porta.

Claire riu.

– Você é fortinho, hein?

Todd riu e virou-se para ela. O sorriso morreu.

– Droga, você tá sangrando, Claire.

Claire passou a mão pelo nariz, retirando um pouco do sangue. Ela resmungou alguma coisa e levantou a cabeça. Todd ofereceu a ela um lenço e ela colocou no nariz.

– Isso é uma droga. – Ela disse depois de um tempo. – Eu sangro quando sofro um impacto grande no nariz. É que quando eu era pequena, tentei voar, minha mãe disse que não era para eu tentar, mas ela sempre dizia para eu não fazer as coisas legais. Então eu subi na árvore mais alta que achei lá em casa e pulei. – Ela colocou a mão lá em cima, como se fosse ela, e depois deixou-a cair até o chão. – Caí de cara no chão. Desde então meu nariz não é o mesmo.

Todd riu.

– Sinto muito pelo seu nariz.

– Ah, não, tudo bem. Eu gosto dele mesmo assim. É um nariz bem bonito, sabia?

– É, acho que quando ele não está sangrando deve ser mesmo.

Claire deu um tapa leve no ombro de Todd, que estava sentado ao seu lado, e riu, ele a acompanhou.

Eles ficaram em silêncio depois disso, apenas olhando para a chuva que caía forte lá fora, ou para os pés. Até que Todd falou:

– Sobre aquele lance de ser do futuro...

– Eu sei que é estranho.

– Tudo bem. Eu aceito numa boa. Só foi um... Choque.

Claire olhou para ele sem acreditar no que tinha acabado de escutar. Seu coração batia acelerado. Todd virou-se para ela e sorriu.

Foi a deixa para que Claire pulasse em seu pescoço e o beijasse.

–***-***-***-

Shayera desligou o celular com força, jogando-o em cima da cama de seu quarto na Torre. Uma risada conhecida foi ouvida e Shayera virou-se imediatamente, o que ele estaria fazendo ali?

John levantou os braços como forma de redenção quando viu a reação da Mulher-Gavião. Shayera relaxou um pouco, mas continuou com a guarda alta.

– O que foi, John?

– Nada, só vim saber se você conseguiu falar com a Claire. Acho que já. – Ele maneou com a cabeça para o aparelho na cama de Shayera.

Ela revirou os olhos e sentou-se na beirada da cama.

– Ela desligou na minha cara. Acredita?

John aproximou-se, cruzando os braços. Shayera então reparou que ele estava com uma roupa de civil e sua camisa pólo deixava seus braços fortes à mostra.

– Acredito. – John disse, desviando Shayera de seus pensamentos. – Ela se parece com você. Em todos os sentidos.

Shayera arqueou uma sobrancelha e John viu ali um momento em que ela estava com todos aqueles muros que a protegiam abaixados. Ele sentou-se ao seu lado, mas um pouco afastado, e continuou:

– Ela teimosa como você. – Shayera riu e John fez o mesmo. – Ela é forte, independente, corajosa, gosta de brigar. Ela é... – Ele se atreveu a aproximar-se ainda mais dela e a colocar uma mexa de seu cabelo ruivo atrás da orelha. – Linda como você.

Shayera ficou rígida e John quase pode ouvir o som dos muros subindo novamente. Ela levantou-se da cama e caminhou até o lado oposto.

– Por que você está falando sobre isso, Lanterna?

– Porque eles mudam tudo.

– Tudo o que? – Ela perguntou, meio exaltada. – Foi você que desistiu de tudo. Não foi você quem decidiu não ser uma marionete do destino e ficar com a Vixen? Então, vá ficar com ela.

John balançou a cabeça e levantou-se, tentando chegar até ela, mas sua postura mostrava que a última pessoa que ela queria por perto era ele. Mas John foi mesmo assim. Ele colocou suas mãos nos braços de Shayera e ela se esquivou.

– Eu sei que você está com raiva de mim.

Shayera riu sem humor.

– Eu não estou com raiva de você, John. Eu... – Ela desviou o olhar do dele, era pessoal demais e ele não era mais o John Stewart que ela podia contar tudo. Mas ela precisava dizer para alguém e ele era a única pessoa que tinha que saber. – Eu estou magoada com você.

John olhou-a surpreso, ele não esperava por isso. Shayera fitou seus olhos verdes nos dele e John pode ver que eles estavam marejados.

– Você não faria o mesmo?

Ela balançou a cabeça fracamente.

– Não. Eu ficaria com você. Mas não porque eu iria ser uma marionete do futuro, mas porque eu te amava. Porque eu... – Porque eu te amo, ela queria dizer, mas aquilo já seria demais.

John beijou o alto de sua cabeça e ela não foi capaz de impedi-lo, apenas fechou os olhos e aproveitou o toque.

– Me perdoe, Shay.

Ele levou suas mãos grandes até o rosto perfeito e pequeno de Shayera. Ela abriu os olhos e disse tão baixo que quase não foi ouvido:

– O que você quer de mim, John?

Uma das mãos de John desceu até sua cintura e ele a envolveu com o braço, apertando-a contra seu corpo. Ele fitou os olhos verdes esmeralda de Shayera, que o observavam atentamente. Pela primeira vez em muito tempo, ele pode perceber toda a dor que estava neles.

John aproximou sua boca da dela e disse:

– Eu quero você.

Ela esboçou um sorriso. John fechou os olhos e lentamente encostou seus lábios à boca dela.


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