O Choro dos Corvos escrita por The Dark One


Capítulo 2
A Proposta


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, ficou menor que o Prologo, mas não pude demorar mais a postar.
Capítulo novo todos os domingos.



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O Demônio se aproximava do corpo morto, o analisando, ele embainhava de volta sua espada e pegava a mascara da sua vítima, o rosto revelado era sem expressão, a pele estava tão pálida que seu corpo parecia ter perdido todo o calor, aquela expressão no qual seu assassino já havia visto muitas vezes, a expressão de conhecer a lâmina do pássaro negro. Muitos perguntam quem é o pássaro negro, de onde ele surgiu, a resposta é, ele é a vontade traidora de um demônio de espada.

Ele se afasta do local, deixando para trás tudo, andando lentamente. Até que seus ouvidos escutam um som, bem conhecido para ele, uma flauta. Por instantes ele analisa a sua volta sorrindo, até que surge do meio da floresta outro espadachim, este era um pouco alto, seu braço direito estava coberto por uma armadura de aço, que ia das pontas dos dedos até o pescoço, deixava a mobilidade um pouco desgasta, também possuía botas de aço, e uma calça larga azulada, sem camisa. Seus cabelos balançavam com o vento, eram longos e marrons, seus olhos fechados e um sorriso... algo que o pássaro conhecia muito bem.

— Há muito tempo não ouço o barulho de sua espada, pássaro negro... O que houve? Decidiu deixar a carnificina de lado? – O desconhecido indagava enquanto avançava, segurando pelo cabo de uma espada, que tinha embainhada – Ou apenas... Parou de aparecer muito?

— A que devo esta honra? – Pássaro negro dizendo estas palavras, retirava sua espada da bainha, apontando ao outro.

— Uma proposta? – Ele ria – Ou apenas... - Antes que a frase se terminasse ele já estava ao lado do pássaro negro – Brincar um pouco.

— Não irei lutar com você, Fúria dos Ventos – Dando as costas, ele se retirava do lugar.

Até que, o seu oponente “Fúria dos Ventos”, aparece a sua frente, com tamanha velocidade.

— Por que está fugindo? Não irei leva-lo de volta ao tempo – Proferia – Apenas para uma oferta, de irmão a irmão.

— Eu não faço mais isso, e não sou seu irmão – Falava enquanto puxava novamente sua espada, não a desembainhando totalmente, só parte.

— Não faça por mim então, faça por redenção – A voz parecia ficar mais vaga, Fúria dos Ventos andava envolta de Pássaro Negro.

— Redenção? Está falando em, voltar a ser uma espada? – Ele se vira, guardando a espada e encarando o seu futuro empregador, enquanto ele parava – Então poderei largar essa vergonha, não é?

— Você deveria ser mais grato em ter vida, Pássaro Negro – O Empregador, voltava a girar envolta dele – Desde o começo, eu jurei que iríamos acabar com essa Maldição, você só precisa reunir as espadas de volta.

— As nove espadas? Está louco? – Espantado – Não é possível fazer isso, nossos irmãos a muito tempo abandonaram a união para se juntar a este mundo...

Os cavalos voltavam a se aproximar, os seus passos ecoavam como trovões em uma noite tempestuosa, em questão de segundos, Fúria dos Ventos desaparecia.

Deixado para trás, com um pingo de esperança, o Pássaro negro decide ir, em alta velocidade no meio das árvores, se mantém correndo para longe dali, passos leves pela lama, o céu parecia escurecer com nuvens de formas monstruosas, talvez uma tempestade.

Hora ou outra, Pássaro Negro fazia pausas para limpar sua mente, lembranças de rostos mortos voltavam sempre a lhe atormentar, talvez sua vergonha e seu ódio pela sua forma mortal estivesse tão grande dentro dele, que até os mortos voltariam para assombra-lo. O seu maior desejo naquele momento seria voltar a sua forma original, uma espada, ele nem se lembrava de mais o porquê que era uma forma mortal de vida, e nem lembrava, por que tal maldição ocorreu com ele mesmo.

Ao chegar em um pequeno rio, ele para as suas margens, observando o outro lado atentamente, em meio as árvores era possível ver uma espécie de cerca, muito rudimentar para ter sido feita por Soldados, talvez um povoado de caçadores, ou um ponto de caça ali perto, ele sente um pesar em sua bainha, sua própria espada parecia cansada, ele precisava de um lugar para ficar e este era o melhor, retirando as bandagens de seu corpo e rosto, suas costas e braços eram marcados por cicatrizes e cortes, pareciam palavras misturadas, símbolos e feitos, a primeira vez que voltaria a ver seu rosto, se ajoelhando sob o riacho, Pássaro Negro olha as águas, seu rosto era pálido, olhos profundos e sem vida, sobrancelhas grossas, lábios finos que não pareciam ter contato algum com o calor, e seus dentes, fileiras brancas imprecisas rachadas e impactadas, dentes perfeitos para fera que ele era, os dentes de um assassino.

Pássaro Negro lava seu rosto e a sua espada, depois atravessa o rio, a água cobre-o até a cintura no ponto mais fundo, mas aquilo não importava, nem mesmo o frio que sentia, ao chegar a outra margem, vê uma flecha indo a sua direção, ela passa a centímetros de seu rosto, e da floresta três vultos começam a surgir, movimentando a mão sob o cabo da espada, ele aguarda, quando recebe um golpe pelas costas e cai.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, e se possível comentar.
Obrigado a todos ^^