O Choro dos Corvos escrita por The Dark One


Capítulo 1
O Retorno do Pássaro Negro.




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Nuvens negras cobriam o céu, juntamente com o sol, uma chuva típica de verão para aquele local, era uma floresta arvores balançavam com o vento forte e espalhava a chuva por todo o lado, havia uma estrada de terra entre a floresta, estava repleta de lama e lodo, por causa da chuva.

Um viajante passava por meio dessas estradas, procurando algo, ele vestia uma capa que o cobria da chuva, estava todo sujo de lama, e também possuía um chapéu de palha, abaixado para evitar que molhasse seu rosto, sua visão era baixa e seu rosto era coberto de faixas não dava para conseguir o distingui-lo em meio aquela chuva.

Ele continua seu caminho com passos leves pela lama, a chuva se tornava mais intensa cada vez, até que ele chega a um local onde haviam grandes pedras fragmentadas, ali se escondia da chuva em uma fenda de uma das pedras maiores, ele dificilmente conseguiu entrar, e fica ali por algumas horas esperando a chuva passar, a tempestade passou, mas era muito tarde e o viajante não podia continuar ali, uma lua cheia crescia em meio as árvores, e uma matilha de lobos locais se reunia encima das pedras para seus uivos, quando a lua atingiu um ponto central no céu, os lobos iniciavam seus uivos que ecoavam pela floresta , assombrosos e melancólicos seus uivos assustavam alguns pássaros que estavam nos troncos das árvores, o viajante temia os uivos mas não sentia o medo em seus olhos, e atento escutava cada barulho da floresta, sua cabeça estava atordoada, sentia calafrios e estava meio tonto, ao sair do seu esconderijo ele observa a volta, ouve passos por todos os lados, os lobos aviam dispersado pela floresta e era hora dele continuar seu caminho, sua caminhada era não apenas em uma estrada, mas em si em sua mente, distorcida e cheia de memórias, esquecida e sombria.

Qual seria sua ultima lembrança? Aquilo rosnava em sua mente... Palavras agudas e sem sentido, sorrisos, choros, sangue... nada que imaginasse teria sentido, e porque? Nem mesmo ele sabia qual era o destino de sua caminhada, talvez por si só, ou pelo seu consciente, sua mente também era abalada por um choro eterno, lágrimas escorriam de cada uma das suas vitimas, rostos em sua mente... o agonizavam. Pelo resto da noite, ele vagou sem rumo em meio aquele caminho, até em um desvio, dois caminhos diferentes. Andou até uma pedra e sentou-se em meditação, de cabeça baixa esperou.

Aquele lugar era calmo, apesar de tudo, uma hora ou outra passava alguns cervos ou coelhos pelo homem, mas o ignoravam como se não estivesse ali, até que a calmaria é atrapalhada por uma marcha inquietante de cavalos, seus passos eram como soar de trovões e chegavam por um dos lados da estrada, passando diretamente pelo viajante sem ao menos perceber sua presença, todos eles vestiam a mesma armadura vermelha, com vários bolsos e brasões, bandeiras e armas, seus rostos eram cobertos por máscaras brancas de porcelana, o ultimo deles era diferente dos demais, sua máscara possuía uma faixa vermelha cruzando sua máscara, e também possuía uma espada embainhada nas costas, os outros apenas lanças e arcos. Ele passa seus olhos ao homem sentado, e para seu cavalo, os outros continuam em frente.

— Um viajante sentado em uma pedra. O que foi? Mendigos do Império Rak’sh? – Retrucava o cavaleiro, saindo do cavalo, ele se aproximava.

Com um sorriso ele desembainha sua espada colocando a frente do viajante, segurando com apenas uma mão, um vento soprava, os cabelos dele eram longos e estavam soltos, cobriam parte da máscara, descuidado ele retira os cabelos com a outra mão, e ao perceber seu alvo não estava a sua frente, seus olhos não acreditam, ele observa a volta ainda descrente de tal ato.

— Como... ? Quem está ai? – Seus olhos não alcançavam nada em sua volta apenas seu cavalo, uma névoa crescia – Apareça!

— Um guerreiro da nuvem vermelha tão descrente do que está a sua frente? É realmente um problema... – Uma voz parece vir de perto, quando ele se vira vê o viajante aparecendo novamente, os panos que cobrem o seu corpo voam com o vendo como se estivessem se desprendendo.

Então seu corpo é revelado, estava enfaixado da cabeça aos pés, alguns dos dedos livres de faixas, e para disfarçar um pouco, levava uma calça rasgada, também possuía uma bainha na cintura, com uma Espada. A face do espadachim tremia, o medo havia chegado a seu coração, ele sabia quem estava a sua frente, e isso significava que ele temia o seu oponente, em segundos ele não consegue pensar em nada, seu corpo não se mexe, algo estava estranho ali.

— N-não... pode ser... – Ao retomar a consciência, ele segura as duas mãos no cabo da sua espada, e recua – Você é... um... – Ele era interrompido pelo viajante que desembainhava a sua espada, ela era muito fina para uma espada comum, e possuía uma curvatura estranha. – Um Oniken (Demônio de Espada)

— Levou tempo para descobrir? – o suposto “demônio” avançava lentamente – Mas se estiver certo, sabe que morrerá, não é?

— Há uma frota inteira de meus compatriotas perto daqui, acabariam com você – Confiante agora, o espadachim avançava contra o viajante, suas espadas se chocavam – Você é rápido, mas morrerá!

Num golpe rápido, o espadachim salta segurando a espada com as duas mãos golpeando de forma vertical, antes que sua espada pudesse alcançar o alvo, sangue escorre ao chão, seu corpo para de se mover e ele cai ao chão, sua boca se enche de sangue, seus olhos parecem estarem ficando escuros... Mas o que podia ter acertado ele dessa forma? Um simples corte? Ao olhar para baixo o corte havia sido profundo, tão profundo que ele não conseguia dizer se estava inteiro ou apenas estava em duas metades, sua ultima visão, a sua frente estava ela, a espada que havia lhe cortado, parada com a ponta em sua testa, pingando sangue, seus ouvidos doem e um choro de criança ecoa pela floresta, sua mente parece se romper, e finalmente, ele morre, mas antes de isso acontecer ele consegue pronunciar palavras presas em sua garganta... “O Pássaro negro, está de volta...”


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