O Choro dos Corvos escrita por The Dark One


Capítulo 3
O despertar de Kensakebi


Notas iniciais do capítulo

Bem, bom dia a todos, desculpem por isso. Pensei que iria abandonar, mas retornei, motivos a parte.



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"Não tema meu senhor, eu irei servi-lo até o dia de sua morte" - Kensakebi

Uma leve brisa batia em seu rosto, então ele acordava, estava pendurado pelos braços em uma árvore, seu corpo estava doendo, envolta, uma imensa floresta. O Clima se mantinha agradável, o sol se escondia dentre as nuvens e ventava um pouco, o chão ainda era como um pântano infinito, no qual poderia afundar até os mais sábios. Ele percebe então que há barracas, feitas de madeira e panos, um acampamento? Talvez, sua mente estava perdida de mais para se importar com algo. Como o lendário Pássaro Negro, seria capturado por quem quer que seja? Isso era uma pequena tortura para sua mente, até que ele percebe, uma multidão o cercava, assassinos, ladrões, qualquer tipo de escória de vagabundos, estavam ali.

Seus braços não aguentavam mais, porém ele continuava sem esboçar dor em seu rosto. Ele se mantém nessa posição, até ver um dos assassinos avançar, como os outros, seus cabelos eram escondidos pela longa capa da túnica, e nas partes onde sua túnica não escondia, eram suas botas de couro, ou uma calça de pano surrado, não dava para definir se era cinza ou estava apenas tão suja. Por uns instantes ele avança até a árvore. Ele observa atentamente cada movimento de Pássaro Negro, parecia o estudar.

— Huh? Então é isso? Um demônio capturado tão facilmente - Indaga o assassino, sua túnica se abre e ele retira duas adagas, uma delas é arremessada cortando a corrente que prendia Pássaro Negro a árvore, mas suas mãos continuavam acorrentadas uma na outra - Um verme sujo igual a você, merece uma morte rápida.

Por alguns instantes, Pássaro Negro se levanta, seus músculos estão doendo, e seus olhos pesados, mas não era hora para isso. Sua espada cai em sua frente, arremessada por outro dos que o cercava, em instantes ele empunhava a espada, com ambas as mãos. As correntes limitavam seus movimentos mas estava bem, ele fica em posição, apontando a espada ao Assassino.

— E quem é você Verme? - Pássaro negro diz, avançando, com um sorriso sarcástico no rosto.

— Então o desgraçado fala? É hora de você pagar! Demônio! - O Assassino avança com essas palavras em sua boca.

A adaga do assassino e a espada de Pássaro Negro se chocam, eles recuam e voltam a se atacar, os impactos causam pequenos sons de aço atacando outro aço. Recuando o assassino avança, Pássaro Negro ataca com um corte na horizontal tentando acertar o pescoço do seu oponente, mas ele se abaixa, mais rápido do que poderia perceber, um corte a adaga penetra na sua barriga, perfurando suas entranhas, e o corte abre seu corpo, estava ferido agora, mas ele era mais esperto que isso, e antes que o Assassino pudesse reagir, sua espada já estava ao lado do pescoço dele, ambos os dois parados, um encarando o outro, um sorriso maligno, a morte estava a frente, a primeira vez que encarava cara a cara com sua morte.

Sua mente se esvai, seus olhos perdem o sentido, sua visão cega-se, nada mais além da dor, uma leve dor de seu pescoço sendo dilacerado, mas não o incomodava, o que o incomodava era os corvos voando envolta de seu corpo, algo que não tinha percebido antes, eles bicavam, cortavam seu corpo, suas assas batiam em seus ouvidos, então ele cai ao chão, em uma enorme poça de sangue. Os corvos agora se formavam, voando por todos os lados, os que estavam em volta corriam de terror, então aqueles corvos soltam sons estranhos, se assemelhavam a choros. Agora voavam envolta de Pássaro Negro, criando sua aura de medo, sua verdadeira forma, um Demônio de Espada. Os corvos se unem ao seu corpo, acabando com seus ferimentos, sua dor some.

— Não preciso de sua ajuda, corvo. - As palavras saem de sua boca, enquanto ele aperta o punho da espada - Sua carnificina me dá nojo.

Em sua mente, massacres passam, corpos caem, rostos o perseguem. Nada tão cruel quanto o que ele poderia imaginar, ou o que sua espada poderia fazer, talvez ele mesmo sabia que precisaria cair naquelas tentações, a mesma carnificina corria em suas veias, pois ele era um Oniken, mas tudo desaparecia com o choro, o choro da criatura que portava, o choro de sua espada.

— Você é tão... tão mal comigo, Pequeno Pássaro - Uma voz doce e mortal, irritante até para o mais gentil dos homens, ela viria da boca do próprio Pássaro Negro, enquanto um de seus olhos se enchia de vida e tomava uma coloração avermelhada - SAIA DE MINHA CABEÇA! - A voz se normalizava, ele soltava a espada colocando a mão no olho que estava avermelhado.

Ainda dolorido, ele cai ao chão, ao lado de sua espada, sem forças para continuar. Levantando-se devagar, ele segura a espada com força, se arrastando a uma das barracas do acampamento. Não vê o que há lá por dentro, apenas dorme. Então é hora, a pior hora para ele, onde ele era indefeso, o seus sonhos. Aquele lugar tenebroso, o lugar onde ele não poderia controlar, um lugar controlado por ela, sua espada. A única pessoa que poderia matá-lo assim que deseja-se, e ecoava ali em sua mente, uma única palavra, a única coisa que ele temia ”Kensakebi”.


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Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura, se possível comentar eu adoraria. ^^
Tudo de melhor sempre.
Atencioosamente: A podridão de seus corações, TheDarkOne