Será que ela é? escrita por Didilicia


Capítulo 9
Capítulo 9




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Kutner não pretendia, mas acidentalmente (e convenientemente) ele acabou ouvindo a conversa de Cameron e 13. E agora pensava se deveria ou não usar isso de alguma maneira em seu benefício.

Como um quebra cabeça onde se vai juntando as peças, ele de súbito percebeu tudo que havia acontecido: House e Cameron estavam envolvidos um com o outro.

De repente ele se lembrou do interesse de House em descobrir qualquer coisa sobre a 13. Erroneamente ele achou que o interesse dele fosse ela, mas após a conversa que ouvira, tudo ficou claro, cristalino.

É claro que Kutner já havia escutado comentários, de Chase e Foreman, (bom, na verdade o hospital inteiro sabia disso) que Cameron nutria por House uma paixão. O que ninguém sabia até então era que House correspondia em segredo.

Kutner sorriu abertamente quando se deu conta do que tinha nas mãos: ele sabia o nome da mulher que despertava os sentimentos em House. “Cameron”.

Wilson ainda estava boquiaberto com o que tinha ouvido. House não contou detalhes, isso seria grosseiro, mesmo para ele (e egoísta, ele gostava de saber que ninguém mais sabia dos detalhes), mas deu ao amigo um bom resumo de como tudo aconteceu.

_Vc tem que procura-la! Não pode estragar tudo novamente!

_Devo pedi-la em casamento ou amarra-la na minha cama? – House não deixava o sarcasmo de lado nem quando falava de seus sentimentos. Funcionava bem pra ele. Foi a forma que ele encontrou de não se machucar, fazia uma “gracinha” cada vez que o assunto ficava sério demais.

_House, cresça! Vc não pode continuar fugindo disso. A Cameron deve estar esperando algo mais de vc. Não haja como um idiota. – Wilson estava inconformado. Desejava tanto a felicidade de House, que não admitia vê-la escorrer pelos dedos dele sem nada fazer.

_É por isso que vim até aqui. Que vc acha de se fazer passar por mim? Então vc se declara pra ela, diz todas aquelas coisas melosas que as mulheres esperam ouvir e deixa a parte do “jogar contra a parede” comigo. – piscou.

_House, vc não tem salvação. – balançou a cabeça em negação.

Por mais que House tentasse fingir, chegando mesmo a mentir para si mesmo, a tal ponto de acreditar em suas mentiras, isso ele NÃO PODIA NEGAR: a felicidade da vida dele dependia dessa única palavra que tanto lhe desagradava: amor!

“Amor...”. Repetiu lentamente como se falasse consigo mesmo.

Enquanto caminhava, uma inquietação insensata tomava conta de House. As idéias dançavam em sua cabeça: pensou nela, perguntou a si mesmo que pensamentos seriam os dela, que sentimentos experimentaria, quais seriam as necessidades do espírito e do coração dela. Eis o abismo que ele não ousava medir com o olhar. Penetrar pelo pensamento e o sentimento na alma de outrem parecia-lhe uma fantasia perigosa.

House passava a mão na testa, como se quisesse afastar todas aquelas coisas.

Ele estava a caminho do pátio do hospital. Precisava de um lugar isolado para pensar.

Quando chegou ao seu destino, percebeu que não estava sozinho. Ela estava lá. Cameron estava lá.

Ela estava encostava, com as mãos apoiadas no queixo, olhando o horizonte, pensativa.

Quando se deu conta que ele estava ali, Cameron não conseguiu senão pousar nele um olhar cheio de amor, sem pronunciar palavra.

_Acho que precisamos conversar. – disse House dando alguns passos para perto dela.

Ao passar, lançou um olhar profundo à ela.

_Sim, eu também queria te dizer algumas coisas. – ela disse, sem levantar os olhos para ele.

_Vc sabe tão bem quanto eu que isso nunca vai dar certo Cameron. – Ele deteve ousadamente o olhar nela, prosseguindo - Não tenho tranqüilidade nem lhe posso dar. Dar-me todo inteiro.

_Pq me diz isso?! – inquiriu ela, fitando-o com severidade.

Ele não respondeu.

_Isso só prova que vc não tem coração! – voltou ela. Mas os olhos com que o olhava diziam-lhe saber muitíssimo bem que isso não era verdade.

_O que eu posso fazer? – perguntou ele, em tom simples e grave. – Sou um homem complicado.

_Admiro sua sinceridade.

House sentia que ela se empenhava em dizer alguma coisa, mas desejando outra bem diferente.

_Amo vc. Se vc deixar eu posso te trazer tranqüilidade. – ela disse por fim.

O rosto de House resplandeceu.

_Então não mude nada. Deixa as coisas como estão. – murmurou ele com voz trêmula.

House não conseguia encarar de frente todas aquelas coisas que vinha sentindo por ela. Também não conseguia usar de sarcasmo com ela nesse momento, portanto escolheu abstrair.

_Para mim, vc e eu somos um só. Será realmente impossível? – dizia ela.

Enquanto falava, a beleza de Cameron ganhava uma expressão nova, toda espiritual, que impressionou House.

Ele quis falar, mas Cameron tomou-lhe a palavra:

_Pensa bem em tudo isso; só te peço uma coisa: me dê o direito de esperar e de ter esperanças. Nas suas mãos está decidir se seremos ou os mais felizes ou os mais infelizes dos seres humanos.

Dizendo isto, Cameron saiu, deixando House a olha-la enquanto se afastava.


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