House não agüentava ficar no hospital e correr o risco de cruzar com Cameron novamente. Não hoje. Hoje ele estava muito perturbado e confuso para encara-la mais uma vez.

Pegou a moto, e a guiou o mais rápido que conseguia acelerar pra bem longe dali. Enquanto corria, ia deixando os pensamentos serem levados pelo vento, entretanto as palavras que Cameron havia lhe dito teimavam em rondar sua mente.

Ele sabia que fatalmente ia ter que tomar uma decisão. Mas agora ele só queria fugir dela...se isso fosse possível...

Cameron estava devastada. Ela sabia que agora as coisas não dependiam somente dela. Sentia-se sozinha. Apesar de ter dito a House que não lhe privasse do direito de ter esperanças em relação a ele, não conseguia evitar um pouco de pessimismo.

Andava pelo corredor, tentando disfarçar as lágrimas que ameaçavam cair a qualquer instante. Passou em frente à sala de Cuddy apressada; não queria vê-la e suportar suas perguntas, ou qualquer outra coisa que ela pudesse jogar em cima dela. No entanto, ao invés de se deparar com Cuddy saindo de sua sala, Cameron deu de encontro com 13 saindo de lá.

13 deu um salto assustada:

_Cameron?!?!?

_Ah! Oi! – disse Cameron, surpresa e ao mesmo tempo tentando disfarçar sua tristeza.

_O que vc tem?! – falou 13 mais que depressa.

Cameron não agüentava mais. Precisava conversar com alguém. Chorando, ela contou tudo à 13.

_Não acredito que ele teve coragem de ser ele com vc, quero dizer, ser um idiota. É isso que ele é.

Cameron estava sofrendo, mas gostava tanto de House que mesmo quando ele pisava na bola (mesmo quando pisava na bola com ela) ela o defendia.

_Ele só está inseguro. O House tem sentimentos... eu sei! – dizia.

No dia seguinte, House entra no hospital se escondendo. Olhava para os lados, para trás, se escondia atrás de alguém assim que via um “cabelo loiro” se aproximando. Parecia que via Cameron em todo lugar.

Ele estava agindo como um cafajeste, e sabia disso. House tinha medo de tomar uma decisão. A felicidade em excesso lhe assustava. Mas acima de tudo, ele tinha medo dele mesmo, pois sabia que não resistiria se ela lhe olhasse e lhe sorrisse do jeito que costumava fazer.

Ao chegar em sua sala, respirando aliviado, ele encontra 13 sentada, esperando por ele.

_Dr. House, posso falar com vc?

_Pode. Vc pode falar. Mas eu preciso ouvir tbm? – disse sarcástico.

Ela entortou a boca pra ele, e disse – A Cameron é minha amiga e...

Ao ouvir “Cameron” ele tremeu.

Ela continuou - ...e não quero vê-la sofrer! Se for preciso vc pode voltar a pegar no meu pé, mas não faça isso com ela.

_Hum! Ciúmes?! – disse levantando a sobrancelha.

_NÃO!!!! Claro que não! – falou boquiaberta. – APENAS... (pausou por um momento) ... não faça ela sofrer.

13 levantou e saiu da sala.

Assim que ela saiu, Kutner entrou.

_Oh não!!! Vc veio interceder por quem?- disse House, após um suspiro.

_Vim fazer uma troca Dr. House.

_Wouuu! O que vamos trocar? Nossos telefones? Desculpe, mas não estou interessado em vc!

Kutner deu uma risadinha vitoriosa. – Eu sei, a Dra. Cameron é realmente mais interessante! – disse num tom chantagista.

House o olhou fixamente. Percebeu que Kutner não estava blefando, ele sabia o que tinha acontecido entre Cameron e ele e agora tentava usar esta informação para tirar certas vantagens.

_O que vc pretende? Acha que isso me afeta de alguma forma?

_Sim! A Cuddy pode ficar sabendo... ou “alguém” pode inventar coisas sobre o relacionamento tão próximo da Dra. Cameron com minha querida colega “aventureira”. As pessoas se submetem a cada coisa quando estão determinadas a alcançar um objetivo.

House ouvia tudo atentamente.

Não ousou dar uma resposta imediata. Ele precisava pensar com calma num jeito de proteger Cameron.