Dark Angel escrita por ImADreamer17


Capítulo 10
The end.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, esse é o final. Eu espero que gostem, obrigada pelo apoio que me deram. Beijos!



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Teus olhos

Tão tristes

Refletem sua tristeza

Vem da alma

O que aconteceu

Com meu anjo negro?

Estávamos voando, rasgando o ar, gargalhando, assustando os moradores da região. Ian, ao meu lado, exibia um sorriso grotesco, e eu sabia que eu o exibia também, apesar de que não queria estar com aquele sorriso em meu rosto. Por dentro, eu tentava me libertar. Sem sucesso.

Pensava em Rafael, em seus olhos tristes, na fala de Ian "ele sentiu o amor". Eu havia o decepcionado, e agora iríamos matá-lo.

Tentei chorar, sem sucesso também. Eu estava me sentindo cada vez mais fraca, mas eu sabia: se eu desistisse, o demônio iria tomar minha consciência, o único lugar preservado em meu corpo. E, se ele tomasse minha consciência, Rafael teria ainda menos chance de sobreviver ao ataque.

Ian e eu paramos acima de uma grande árvore, um carvalho gigantesco, afastado da cidade.

Eu sabia que era ali onde iria ser travada a batalha final. Meu corpo mergulhou na direção da árvore, planando num rasante.

Rafael estava deitado num dos enormes galhos da árvore. Suas asas negras caíam ao longo da árvore. Seus olhos intensos e azuis encaravam-me, sem preocupação.

–Olá, Clarke. -Ele disse, levantando-se. Estava com uma alijava cheia de flechas, um arco nas mãos.

Observei-o, estava com uma roupa negra: calça jeans escura, botas escuras, camiseta preta, jaqueta de couro preta.

–Você vai me matar, Rafael? -Eu disse, mesmo não querendo. Queria dizer que sentia muito, que o amava, que ele era meu amor verdadeiro. Mas era tarde demais, eu sabia.

–Se necessário. -Ele disse, sem compaixão.

Eu queria me derramar em lágrimas. Queria dizer que sentia muito, queria dizer que eu me importava até demais com ele.

Ian deu um rasante e parou na frente de Rafael.

Ele não expressou nenhuma emoção. Não podia.

–Olá, "irmão". -Ian riu.

Rafael, então, preparou uma flecha no arco, em questão de segundos. E atirou bem no peito de Ian, que rugiu, feroz. Meu corpo me levou para perto de Rafael, e peguei uma flecha. Queria gritar, mas minha voz não saía. Enfiei a flecha em seu peito.

Rafael olhou para mim, e consegui ver suas emoções.

Ele sentia medo.

Ele sentia arrependimento.

Ele sentia raiva.

Ele sentia... amor.

Talvez fora essa leitura de seus olhos que me despertaram de meu transe, e consegui falar, perante o feitiço.

–Ra...-Eu comecei. -Ra...fa...el...

Ele sofregamente olhou para cima, seus olhos expressando alegria.

–Eu...-Recomecei. -Eu...me...descul...po. -Eu disse. -Eu...t..e...am...o.

Ele expressou uma alegria maior que qualquer coisa.

Eu sorri, por meio ao feitiço.

Ele então, puxou a flecha de seu peito, e de seu peito saiu um sangue prateado. Ele concentrou-se, e a ferida se fechou. Ian estava caído em um dos galhos, gemendo.

Ele, cambaleante, chegou perto de Ian. Então, abriu as asas, e disse:

–Seu tempo de vida está acabado, monstro.

Ian gritou quando começou a brilhar, e fechei os olhos. Esse foi meu momento de fraqueza. Gritei e tentei atacar Rafael, cega.

Ian, brilhando, flutuou, e entrou no peito de Rafael, no local da ferida. Rafael brilhou e sua aparência mudou. Ficou maior, o cabelo ficou castanho, os olhos ficaram verdes. A camiseta ficou marrom, a calça ficou cinza. A bota virou um tênis. E então, em minha frente, suas asas mudaram. Ficaram douradas. As penas sumiam, e apareciam outras. Minha raiva cessou, completamente.

Rafael chegou mais perto, e para meu espanto, sorriu.

Seu sorriso era a coisa mais bonita que eu já havia visto na vida.

Ele beijou-me, cheio de compaixão e ternura.

Eu, então, cambaleei e caí.

Eu senti meu corpo esquentar, e segurei firme na árvore. Eu não sentia mais raiva, sentia apenas alegria. Alegria e paz.

Rafael então pôs as mãos em meu cabelo e murmurou algo.

Meus olhos voltaram ao normal. Minha pele ficou clara novamente. Minhas roupas voltaram ao normal. Mas eu ainda sentia algo nas costas.

Rafael pediu para que eu esperasse alguns minutos, e alçou voo. Desapareceu no céu, me deixando envolta em pensamentos.

Quando menos esperei, ali estava ele, novamente. Ele trouxera um espelho.

Ele deu o espelho para mim.

Com uma exclamação percebi:

Eu era um anjo.

Meus cabelos estavam loiros. Muito loiros.

Meus olhos estavam verdes.

Minhas roupas, brancas.

Um vestido branco simples e sapatilhas brancas.

E, o mais espantoso:

Havia asas em minhas costas, brilhando, prateadas. Refletiam as cores do céu.

Rafael sorriu, ciente de meu espanto. Pegou minha mão, e flutuou acima do chão, batendo suas asas. Fiz o mesmo. Eu estava voando. Era meu sonho.

–Eu te amo, Clarke. -Ele disse, por final.

–Eu te amo, meu anjo negro.

–Você cumpriu sua promessa.

–Qual?

–Você iria me fazer sorrir. Eu sorri. Clarke, você me salvou.

Dando as mãos, voamos pelo ar, em direção ao céu, cada vez mais alto, até desaparecermos. Visitaríamos a Terra; uma visita final.

No crepúsculo, enxerguei-o, sorrindo.

E eu tive certeza.

"Anjo negro, é você."


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Notas finais do capítulo

Acabou, minha gente! Pode ser que eu faça um bônus, dependendo do que vocês comentarem. Beijão!



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