Quando eu abri meus olhos, estava em um hospital. E alguém estava me carregando no colo. Era o Rafael. Como eu fiquei no colo dele? E o que eu estava fazendo no hospital. A última coisa de que me lembro é eu chegando no meu quarto depois do incêndio. Estava muito cansada. Dormi nos braços do Rafael, e depois quando acordei, estava na maca do hospital. Vi que Helena e Bianca estavam sentadas perto da maca.

– Helena..Bianca. Por que eu estou em um hospital? - perguntei confusa.

– Alininha meu amor! Que bom que você acordou. Estava preocupada já.

– Por que você tá falando isso?

– É que você chegou ao hospital desmaiada desde quarta-feira. E hoje já é segunda - Helena disse parecendo bem triste.

– Cadê minha mãe?

– Ela veio aqui todos os dias. A última vez que veio foi hoje de manhã - Bianca disse sorrindo.

– Mas..o que aconteceu comigo? Eu não me lembro de muita coisa - disse tentando me lembrar do máximo possível, mas nada me veio na cabeça.

– Não temos certeza que foi isso, mas você se lembra que comeu umas bolachas que deixaram em nosso quarto, e eu acabei não comendo? Enfim, fizeram alguns exames e acharam veneno em seu corpo - Helena me disse.

– Então quer dizer que me envenenaram com aquelas bolachas? Mas..queriam envenenar nós duas então?

– Acho que não. A Heleninha não gosta daquelas bolachas. Então só você iria comer - Bianca disse fingindo choro.

– Você desmaiou lá no quarto, e o Rafael veio te levar para o hospital.

– Eu lembro disso. Depois eu dormi e acordei agora.

– O pior é que você ficou 5 dias em estado de coma. Os médicos disseram que o veneno que colocaram nas bolachas eram muito fortes, e você teve muita sorte de ter apenas ficado em coma - Helena disse chorando.

– Não chora Helena..o importante é que eu estou melhorando. Irei ficar até quando aqui no hospital? - perguntei abraçando Helena. Quando ela ia responder, Bianca respondeu rapidamente.

– Os médicos ainda não sabem definitivamente quantos dias será, mas certamente você ficará pelo menos uma semana aqui - alguém ligou no telefone que havia no quarto, e Bianca atendeu - Alô? Estamos sim. Ela acabou de acordar. Sim! Não é uma boa notícia? Não. Tinha uma enfermeira aqui, mas ela foi pegar um remédio pro outro paciente do quarto. Está sim. Ela está até conversando comigo e com a Helena. Sério? Que pena. Mas tudo bem. Depois nós vemos ela de novo né? kkk. Ok, tchau. Bom Alina, eu e a Helena já temos que ir. Nosso tempo de visita acabou. Mas os médicos já estão vindo. Até hoje, o Rafael virá ainda te visitar. Tchau - ela e Helena me abraçaram e me deram um beijo na testa, e foram embora depois. Fiquei esperando os médicos chegarem. Quando chegaram, fizeram mais alguns exames em mim, e depois me disseram que eu poderia dormir um pouco. Como ainda não estava com sono, decidi desenhar até o sono chegar.

Quando acordei, era 8:30 da noite. Vi que tinha um cara perto da minha maca, que provavelmente trabalha no hospital. Ele me disse que tinha duas visitas pro horário. Quando vi quem era, fiquei nervosa. Era o James ( *u* ) e o Rafael ( *u* ).

– Alina, desde quando você conhece ele? - Rafael me perguntou confuso.

– Desde que eu a salvei no quarto dela lá do colégio - James disse com um sorriso.

– Estou falando com a Alina, não com você seu idiota! - Rafael disse gritando.

– Rafael! Para de falar assim com o James. Ele é meu amigo. E ele disse a verdade. Alguém me trancou no meu quarto, e ele abriu.

– Por que você não me chamou então? Eu poderia muito bem ter abrido a porta também.

– Porque enquanto eu estava abrindo a porta para a Alina, você estava com sua namorada ridícula - James disse. Me segurei para não rir. Essa foi demais. E a cara do Rafael..ele só não foi bater nele porque estava em um hospital eu acho.

– Eu estava fazendo o certo. Curtindo com minha namorada. E você não pode dizer nada já que não tem uma - Rafael disse com uma cara bem brava.

– Para Rafael. É melhor você procurar algo para fazer em vez de ficar brigando igual uma criancinha - James riu quando eu disse isso.

– Primeiro Alina: não te perguntei nada. Segundo: cala sua boca, James! E terceiro: não é eu que não tenha para fazer. É o James. Eu vim te visitar - se eu não tivesse numa maca, eu queria arrebentar a cara do Rafael de soco.

– Acho que você está errado amigo. De acordo com esse bloco de notas que deixaram aqui no quarto da Alina, eu sou antes de você - disse o James, e mostrou a folha para o Rafael.

– Que se dane! O cara nos deixou nós dois juntos aqui. Então era para dividirmos o horário. E nós acabamos de perder ele, pois você ficou brigando igual um babaca.

– Na verdade, não é sou eu que estava brigando. Acho que você também. E aliás, eu não perdi todo meu tempo. Adorei te ver bravo desse jeito - James disse e começou a rir.

– Aff, quer saber? Por que você não vai procurar outra coisa pra fazer? - Rafael disse bravo.

– Eu já sei o que fazer, não precisa me falar.

– Sério? O que vai fazer então?

James se aproximou de mim e me olhou.

– Desculpa Alina. Eu realmente não queria fazer isso, mas tenho que fazer pra esse metido filho da mãe do Rafael parar de falar bobeira.

Quando ele disse isso, ele me beijou. Sim, o James me beijou. Mas não foi na testa igual aquela vez. Foi na boca! Ele ficou me beijando até o Rafael ir embora.

– Desculpa novamente. Eu não queria fazer isso. Ainda mais com você desse jeito. Bom, já tenho que ir - ele me beijou na testa e foi embora.

Depois de duas semanas, fui liberada do hospital. Nessas semanas não aconteceram nada de importante, então vou meio que resumir em poucas palavras o que aconteceu:

> O James e o Rafael não puderam mais me visitar desde aquele dia em que o James me beijou;

> Minha mãe, Bianca, Helena e Larissa vieram me visitar todos os dias.

Quinta-feira. Fui para a escola de muletas, já que o veneno tinha prejudicado um pouco na minha locomoção. Mas nada grave. Irei usar elas só em uma semana aproximadamente. Nesse tempo não posso fazer educação física, nem correr, e nem coisas do tipo. Quando cheguei no portão da escola, uma pessoa veio me receber.