— Scott! Vamos logo. — ouvi ele me chamando.

Olhei para trás, ele me esperava ao lado do Jeep. Sabia que ele estava meio ansioso para voltar para casa, só que ainda não tinha achado o que estava procurando. Já era tarde e nossos pais, com certeza, estavam preocupados.

— Ainda não encontrei. — gritei de volta, já que ele não tinha audição de lobisomem.

— Amanhã procuramos. Nós precisamos ir, ou daqui a pouco meu pai vai me dar como desaparecido. Você sabe como ele é.

Suspirei, sabendo que ele tinha razão. Mas eu tinha que encontrar, não sairia dali sem o que queria.. Eu poderia me cuidar, não me incomodaria de passar a noite procurando. Então tive uma ideia.

— Pode ir, Stiles. Estou muito perto para desistir. — quase pude vê-lo revirar os olhos.

Ouvi seus passos se aproximando. Em poucos segundos ele estava o meu lado.

— E te deixar aqui sozinho? Nem pensar. — olhei para ele, esperando que estivesse brincando, porém ele estava sério.

— E se acontecer alguma coisa? O que você vai fazer?

Ele abriu a boca para dizer algo, mas desistiu logo em seguida. Sabia que tinha vencido.

— Bom, eu não vou voltar sem você. É capaz de sua mãe me matar.

— Então diga a ela que eu estou bem. Se eu não encontrar até amanhã de manhã eu volto, prometo.

Eu comecei a andar, em um sinal de que estava pronto para seguir em frente, só que ele parou no lugar. Provavelmente pensando no assunto. Ele confiava em mim, sabia que eu cumpriria minha promessa.

— Ok. — ele decidiu por fim. — Mas se tiver qualquer notícia me liga.

3 dias atrás eu tinha sentido uma coisa estranha, mais estranha do que o normal. Havia outro lobisomem por aí, mas não era ninguém que eu conhecesse (ou confiasse). Desde então, eu e o Stiles estávamos tentando achá-lo. Porém, sempre que chagavamos perto, o cheiro ia para outra direção.

A última notícia que demos aos nossos pais havia sido a dois dias. Depois disso nossos celulares descarregaram e, apesar dos vários conselhos de Stiles, eu me recusei a voltar. Já havíamos nos afastado vários quilômetros de Beacon Hills, quando eu senti o mesmo cheiro. O outro lobisomem estava por perto, então desci para “investigar”.

Se eu soubesse o que aconteceria, com certeza não teria dito para ele voltar sozinho. Não teria insistido em continuar perseguindo uma coisa que poderia esperar.

O dia manheceu e eu voltei, exatamente como disse que faria. Fui direto para o hospital, encontrar minha mãe. Depois de ouvir o maior sermão e ser abraçado umas vinte vezes, fui até a casa de Stiles ver se ele tinha chegado bem.

Estranhei quando cheguei lá e não avistei seu carro. Talvez ele tivesse saído. Bati na porta, em meio segundo ela já estava aberta, exibindo o Xerife com um olhar de desespero e decepção.

— Scott. Onde está o Stiles?

Meu corpo travou. No mesmo segundo percebi que algo estava errado, pois não havia um bom motivo para ele não ter voltado para casa. Stiles se importava muito com o pai, afinal, foi a única família que lhe restou depois da morte da mãe, a primeira pessoa que ele procuraria a chegar seria ele.

Mesmo assim, procurei me acalmar. Procurei razões, mesmo que ruins, para ele não ter chegado em casa. Encontrei uma por fim.

— Ele está bem. O Jeep deve ter quebrado no meio do caminho ou algo assim.

— E você acha que eu já não pensei nisso? Acharam o carro dele na estrada, vazio. Achei que ele estivesse com você.

Apenas, neguei com a cabeça, ainda muito supreso para falar qualquer coisa. O Xerife me convidou para entrar e pediu para que eu ligasse para Lydia, Malia, todo mundo. E foi o que eu fiz, mas todos disseram a mesma coisa.

“A última vez que o vi foi quando voces dois saíram para procurar o tal lobisomem.”

A partir daí os dias foram um inferno.