Apenas uma garota... escrita por Luana Nascimento


Capítulo 12
Capítulo 12 - Para ser feliz, uma gripe.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeey... Jude
Bem, estou de volta, garantir o capítulo da semana. Tá vendo, amo vocês.
Espero que gostem ;)



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O restante daquele dia resumiu-se a 6 longas horas jogando Battlefield, tarefas chatas e uma breve conversa com a minha mãe sobre o dia de trabalho dela. Ah, René ligou para mim, disse que estava de partida. Os pais dele não o deixaram se despedir de mim. Bem, na hora que ele foi se despedir, eu estava escondida.

Depois disso tudo, fui desenhar. Aconteceu algo estranho. Acabei desenhando no modo automático. Como assim? Eu desenhei sem perceber o que estava aparecendo no papel enquanto os gritos de Jaden e de Eleanor se fundiam na minha cabeça.

Não! Jaden, socorro!

“Não! Eleanor não!”

“Aaaaahhhhh!!!”

Você não pode fazer isso! Largue-a! Deixe-a em paz!

Joguei o desenho do outro lado do quarto e os gritos pararam. Levei minhas mãos à cabeça, atordoada. “Chega!”, gritei na minha cabeça. Andei em círculos por um tempo até que eu finalmente olhei o que eu desenhara.

O cenário era o mesmo dos meus pesadelos com Eleanor: uma serraria abandonada. Com um diferencial: chamas lambiam as paredes. Três corpos inconscientes jaziam no chão enquanto um grupo de quadro pessoas amontoava-se a um canto. Reconheci Jaden, Eleanor, um garoto desconhecido e sem rosto, para variar.

Vi no desenho que Jaden em seu próprio limite. O rosto suado e seu tronco levemente curvado para frente mostravam que ele estava prestes a desmaiar de exaustão. Eleanor parecia em pânico e eu sentia que o garoto desconhecido também não sabia o que fazer.

Joguei aquele desenho na pasta, abismada. As perguntas se embaralharam em minha cabeça a tal ponto que eu preferi escrever cada uma delas:

1º: Como diabos eu desenhei algo sem perceber o que era?

2º: Por que eu desenhara aquilo?

3º: Como sair da situação do desenho?

4º: Quem era o garoto que estava no desenho?

Uh... posso não dispor todas as perguntas aqui? Algumas são das antigas.

Enfim, com a mente mais confusa impossível, deitei-me na cama. Com tudo isso, foi quase impossível dormir. Revirei-me várias vezes na cama até que o cansaço finalmente me dominou e eu apaguei, exausta mentalmente.

Sonhei várias coisas. Em um sonho, vi Eleanor crescer, sempre com um toque de tristeza e desconfiança em seu olhar. Em outro, vi Angel, Eleanor, o garoto desconhecido, David e Jaden chorarem ao redor de um corpo, mas eu não sabia de quem era. Depois, vi minha mãe com um cara que eu não sabia quem era. Na verdade, eu nem consegui ver o rosto do homem. Após isso, vi Jaden matar o perseguidor de Eleanor com uma faca e depois ficar louco. E então, veio o pior.

Senti alguém me perseguindo em meio a uma floresta. Eu corria o máximo que dava, mas eu continuava a ouvir alguém no meu encalço. Corri até o meu limite. Então, senti a asma arrancar-me o ar. Tombei no chão cheio de folhas, dolorida e cansada. Eu quis me levantar e continuar, mas aconteceu o que eu temia: meu perseguidor me capturou.

— Achou que seria tão fácil, minha querida?

Algo na voz daquele homem me deu verdadeiro asco. Era a voz do cara que sequestrou Eleanor e Jaden.

— Solte-me! Largue-me! Socorro! – tentei gritar, mas minha voz saiu como um gemido fraco.

Eu estava desesperada. De alguma forma, eu sabia que ninguém poderia me socorrer.

— Vou obriga-la a se acalmar, minha querida. – o homem falou, me jogando em suas costas como uma boneca de pano.

Eu me debati, arranhei suas costas, chutei seu peito e quase arranquei metade da orelha dele com uma mordida, mas nada adiantou. Ele me apertava com tanta força que seus braços pareciam ferro. O cara andou por algum tempo até que, subitamente, me jogou em um rio. O choque térmico foi tão grande que eu me senti atordoada. Ele me segurava para não subir a superfície.

— Afunde, minha querida. Desista.

Eu quis resistir, mas a água gelada e as mãos firmes do homem me proibiam de fazer qualquer coisa. Calafrios passaram pelo meu corpo enquanto meus pulmões ardiam. Chegou um ponto em que eu não pude mais prender minha respiração e eu senti a água me sufocar. Enchi-me de desespero.

Acordei tossindo, arfando e com a mesma sensação de frio. Senti-me tão fraca e com tanta dor de cabeça que mal tive forças para abrir os olhos. Meu corpo doía. Quando a tosse parou mais, levantei-me à força e minha mãe entrou no quarto.

— Shelly?! O que houve? Seu pescoço está vermelho!

— Eu não estou me sentindo muito bem. — minha voz soou baixa e rouca.

Minha mãe pôs a mão em minha testa.

— Você está muito quente! Deite-se. Eu vou pegar algumas compressas e um antitérmico.

Joguei-me na cama e me cobri. Será que eu estava gripada? Olhei as horas: 5:47 AM. Pelo visto, minha mãe tinha madrugado. Pensei no último sonho.

Que sonho real.

Pensei um pouco: o que havia para fazer naquele dia? Tinha aula de educação física, biologia e gramática em Inglês. É, dava para pegar a matéria depois. Um calafrio passou pela minha espinha. Ah, que ótimo. Além de ser asmática, ainda ter que pegar uma gripe. Minha mãe voltou logo ao meu quarto com a maleta de medicamentos pendurada em um braço e uma bandeja, onde havia dois copos d’água e um bom café da manhã.

— Tudo isso?

— Um café da manhã, um antitérmico, um analgésico e o seu remédio de asma, que, por sinal, está todinho aqui.

— Ele me dá sono e é muito ruim. – reclamei. Ei, era verdade!

— Isso mantém sua asma controlada! Quer morrer, menina?!

— Creio que não. A senhora ficaria louca sem mim.

— Convencida.

— É um fato, ué.

Ela sorriu. Depois, pegou mais um travesseiro no armário e colocou atrás de mim, de forma que eu fiquei bem sentada.

— Vamos lá. Coma.

Comecei a tomar meu café da manhã lentamente, já querendo evitar aquela leva de remédios que me deixaria dopada pelo resto do dia.

— Não seria um erro me dar três remédios de uma vez não? – indaguei enquanto mordia meu sanduíche.

— Do jeito que você é, se eu deixar, você não toma um. – ela respondeu me olhando cética.

— Não exagere.

Ela sequer se deu ao luxo de responder, apenas me encarou, incrédula. O pior: ela não estava exagerando. Eu, definitivamente, não gostava de tomar remédios. Enfim, depois que eu acabei de tomar o café da manhã, tive que engolir os três comprimidos na frente da minha mãe. Fiz isso por ela, só para deixa-la sossegada. Eu não sei por que ela ficaria mais tranquila ao ver a própria filha ingerindo três remédios de uma vez só, mas era minha mãe. Não tinha muita explicação.

— Pronto. Agora tente dormir mais um pouco. Vou ligar para o seu pai.

— Mãe! — protestei.

— E se acontecer alguma emergência? Querendo ou não, ele vai vir para cá.

Suspirei.

— Eu tenho outra opção? – perguntei.

— Não.

— Tudo bem. – murmurei, resignada.

— Vou ligar para ele.

Ouvi o ruído de uma chuva grossa começando a cair. É, o inverno estaria chegando em breve. E com ele, veio minha gripe. Legal. Resolvi me deitar, na esperança de melhorar. Cobri-me dos pés ao pescoço e encostei minha cabeça no travesseiro. Depois daquele pesadelo, eu não queria dormir, mas minha cabeça doía tanto que eu não vi outra opção a não ser fechar os olhos e tentar descansar.

Para variar, sonhei de novo. Dessa vez, não foi exatamente um sonho. Foi mais uma visita ao meu próprio passado.

Lá estava eu, uma garotinha de seus sete anos numa desconfortável sala de espera junto com a minha mãe. Não. Essa cena não.

— Mamãe, quantas vezes eu tenho que vir aqui? – eu indagara.

— Até alguém conseguir entender o que você tem, minha querida. Sabe, tem algumas coisas que eu não sei responder. O Dr. McDonaugh pode ajudar a responder essas perguntas.

Apenas concordei com a cabeça.

Na ocasião, há aproximados quatro meses, eu tinha desenhado um galho de cerejeira seco e morto pendurada em uma corda, com muita escuridão, vultos e sombras ao redor. Meus sonhos não eram lá muito específicos nessa idade. Talvez o destino quisesse poupar uma garotinha da loucura. Enfim, três dias depois que eu desenhei isso, Ms. Zhou, nossa vizinha japonesa, cometeu suicídio se enforcando.

Eu não sabia como aquilo acontecera. Os dois fatos tinham conexão, dava para sentir. Mas como? Por quê? Tenho que admitir: nesses 16 anos de vida, ainda não havia encontrado a resposta para aquelas perguntas. Minha mãe queria entender de onde eu tirara a ideia para aquele desenho e eu não quis responder. Eu sentia que devia manter aquele segredo comigo e com mais ninguém. Sentia medo, muito medo.

Por mais que meus sonhos na infância fossem leves, alguns eram tenebrosos. Tinha tanto medo que às vezes eu só conseguia dormir dentro do armário. É isso aí. Enquanto crianças se borravam de medo de um guarda-roupa, eu dormia mais tranquila em um. Irônico! Resumindo: minha mãe, determinada a mudar aquela situação, me acompanhava todo sábado para o psicólogo Andrew McDonaugh.

Vou resumir: Andrew McDonaugh era um velho careca rabugento e falso que fedia a cachimbo e que tinha o costume de olhar as pessoas por cima dos óculos ao falar com elas. Ele não tinha o menor trato com crianças. Mas, segundo os mais velhos, ele impunha disciplina e moral. Quem tinha que fazer isso não era os próprios pais não?

Sociedade louca.

Eu não gostava dele, mas depois daquele dia, ele me fez ter medo e asco de psicólogos e psiquiatras.

— Shelly Revenry? – ele me chamou, abrindo a porta daquela sala cheia de frieza humana. Eu levantei a cabeça. – Pode vir.

Minha mãe apertou minha mão de leve, como a querer me dar confiança. Eu sorri pequeno para ela e entrei na sala do Dr. McDonaugh.

— E então, garotinha? Como você está? – ele indagou, tentando ser simpático. Senti cheiro de álcool.

— Bem. – respondi baixinho.

— O que está vendo na escola?

— Várias coisas.

Eu não era muito específica e não gostava do homem, então relevem minha fala de especificidade.

— Já temos conversado por algum tempo, certo?

— É.

E eu era muito mais tímida.

— Você pode dizer por que sua mãe lhe trouxe aqui, então?

A pergunta me arrepiou.

— E-eu não que-queria falar disso.

— Mas é para isso que estamos aqui. Você tem vindo aqui para entendermos o que tem de errado com você.

— O senhor viu algo... errado em mim?

Sempre tentei fazer tudo certo para que nunca desconfiassem.

— Acho você muito hesitante em suas falas e muito reservada, o que mostra que algo a incomoda.

— Hã? – eu não sabia nem o que era “hesitar” na época.

— O que lhe incomoda? – ele perguntou sem rodeios com aquele olhar que me dava medo.

Eu me senti sem saída.

— Na-nada...

— Então por que está aqui?

— Porque minha mãe... minha mãe me trouxe.

Ele rolou os olhos, sem paciência.

— E por que ela lhe trouxe?

— E-ela não sabe al-algumas coisas e es-espera que o senhor saiba.

— Que coisas?

— Os meus pesadelos. Eu tenho muitos pesadelos.

— Ah, isso é da idade.

— Eu não gosto deles. Minha mãe se assustou porque eu sonhei com a Ms. Zhou morta e ela morreu três dias depois e...

O Dr. McDonaugh começou a rir.

— Você é só mais uma mente imaginativa, garota. Não acredito que perdi meu tempo com você.

— Mas é verdade...

— Ah, claro. O que você acha que é, uma vidente? – ele falou “vidente” com tanto desdém que eu me senti péssima.

— É verdade! – eu gritei, quase chorando.

Ele deixou de rir e me olhou com raiva.

— Escute aqui, menininha: estamos perdendo tempo. Se for isso que você disse, você é uma louca. E sabe para onde os loucos vão? Para um lugar de onde é impossível sair.

Eu fui me afastando cada vez mais dele e me aproximando cada vez mais da porta.

— O senhor está mentindo! – berrei, sentindo os olhos cheios do calor das lágrimas.

— Você é uma louca, menina! Uma louca!

Eu abri a porta e saí correndo em direção à rua, indo para qualquer direção.

— Shelly? – ouvi uma voz familiar chamar gentilmente o meu nome.

O cobertor sumira da minha cama junto com os travesseiros. Meu corpo ainda estava dolorido, mas nem tanto, minha cabeça doía um pouco, não estava com tanto frio, embora eu ainda sentisse um ou outro calafrio, e eu me senti sem voz. Sentei-me na cama, olhei na direção da voz e vi o tenente. Fiz esforço para minha voz sair:

— O que você faz aqui? – e ela saiu incrivelmente rouca.

— Ann pediu para que eu viesse. Ela saiu faz duas horas e não quis te acordar. Achou que você precisava descansar. Vim aqui para medir a sua temperatura e vi você revirando na cama. Sonho ruim?

— Por aí. – murmurei ainda meio sem ar. Ele colocou os travesseiros nas minhas costas, me cobriu, sacudiu o termômetro e o colocou na minha boca. Um minuto depois...

— 38.1ºC. A febre persiste.

— Uh-huh.

Peguei o controle da pequena TV que tinha no meu quarto e liguei o aparelho.

— Como está a escola? – ele indagou querendo puxar assunto, sentando-se na cadeira perto do computador.

— Está legal.

— E a balestra?

— Bem conservada e bem guardada.

— E...

— O senhor se incomoda se eu não falar muito? A garganta está em chamas. – pedi. Realmente, até quando eu respirava ardia.

— Ah, eu conheço algo bom para lidar com isso. Um bom suco de laranja com limão alivia. Vou trazer para você.

Meu pai saiu do quarto e eu finalmente pude assistir meu desenho animado. Uns dez minutos depois, ele voltou com o suco. Sentei-me e comecei a beber.

— O senhor acertou no açúcar. – reconheci. Não gostava do suco muito doce e nem muito amargo.

— Que bom.

Quando terminei de tomar o suco, minha garganta estava melhor.

— E aí? – o tenente indagou ao pegar o copo.

— Melhorou. Obrigada.

Ele saiu e eu me deitei, zonza. Os remédios e a gripe estavam me deixando sonolenta demais. O problema era: eu definitivamente não queria dormir. Não para ter mais um sonho horrível. Procurei me manter alerta. Meu pai enfiou a cabeça numa brecha da porta e recomendou:

— Tente descansar. Vai fazer bem.

— Ok.

— Qualquer coisa, estarei lá em baixo.

Ele fechou a porta e assim que o escutei descendo as escadas, peguei minha pasta, onde estavam todos os meus desenhos. Deu vontade de rasga-los e queima-los, mas me contive. Vai que um dia eles fossem úteis. Resolvi desenhar a Ms. Zhou. Ela era meio asiática e meio estadunidense. Eu a achava bonita.

Quando terminei o desenho, não pude deixar de sentir uma pontada de compaixão pela Ms. Zhou. Ela era uma boa pessoa. Quis desenhar algo a mais, mas minha cabeça doía. Resolvi me deitar e ver se passava mais. Acho que acabei cochilando por algum tempo até que decidi descer para ver como estava a casa.

— Já ia lhe avisar: está na hora do almoço.

— Ah, verdade.

Comemos em silêncio, ele lembrou-se de me dar os remédios e depois, fomos assistir TV. Estava passando Family Guy, mas eu estava sinistramente cansada e mal prestei atenção ao programa. Meu pai sorria de quando em quando. Olhei pela janela e vi que tinha parado de chover, restando uma simples garoa. Eu estava quase dormindo... Até que escuto algumas batidas na porta.

— Entre. – pedi.

— Shelly! Vai que é algum...

Meu pai parou o murmúrio dele ao ver que era Jaden.

— Oi, Shelly. Eu estranhei a sua falta, então resolvi ver se era algum problema.

— Estou gripada, meu caro vizinho. – expliquei com voz rouca. – Vamos lá para cima.

— Quer almoçar? – meu pai sugeriu para o recém-chegado.

— Acabei de comer, obrigado. – Jaden respondeu num sorriso leve.

Comecei a subir a escada e Jaden me seguiu. Chegando lá, usei o travesseiro de encosto e me estirei na cama.

— Desculpe não dar uma recepção das melhores, mas, além da gripe, tomei uma dose cavalar de medicamentos. – justifiquei-me.

— Seu pai deu e está responsável por você. – ele deduziu.

— Quase isso. Minha mãe me entupiu de remédios antes de sair porque se ela deixasse, eu não tomaria nenhum.

— Totalmente compreensível.

— O que teve hoje?

— Conheci o nosso professor de Educação Física hoje. O Mr. Collins nos deu uma aula de basquete em homenagem a mim! – ele exclamou sorrindo. – Em biologia, vimos a parte teórica de dissecação de sapos. E vimos gramática em inglês, Present Perfect.

— Ah, nada muito complicado.

— Ah, derrubaram um milk-shake na blusa nova da Cindy.

Cruzei os braços, sorrindo.

— Sério?!

— Sério!

Ele começou a discorrer como isso aconteceu, a histeria da atingida, a diversão dos playboys com o fato... e aproveitou para falar de tudo o que aconteceu na escola. Em algumas partes, minha cabeça simplesmente flutuou; em outras, eu prestei mais atenção. Nunca tinha notado o quanto a voz de Jaden era baixa e agradável até que meus olhos começaram a pesar.

— Shelly.

— Hã? – sobressaltei-me, desorientada.

— Você quer que eu volte outra hora? – ele indagou, parecendo sinceramente preocupado.

— Pode ser. Estou cansada e meio dopada. Talvez descansando amanhã eu esteja melhor. – considerei.

— Suas bochechas estão meio vermelhas.

— Deve ser a febre. Realmente, volte outra hora. – pedi, cansada.

— Ok.

— Quer que eu te acompanhe até a porta?

— Se você puder...

— É, eu quero ir lá para baixo, então aproveito e já desço logo.

Descemos a escadaria e quase que eu tropeço no último degrau, mas disfarcei.

— Até mais, Shelly.

— Ok. Tchau.

Joguei-me na poltrona, onde me encolhi. Uma dor de cabeça chata me fez fechar os olhos. Dormi praticamente a tarde inteira e ouvi a minha mãe chamar:

— Shelly. Shelly. – entreabri os olhos. Dava para ver que ela tinha acabado de chegar do trabalho. – Você está melhor? – fiz que sim com a cabeça, mas meu nariz já estava com coriza, o que me deixou um pouco sem ar, e meu corpo estava dolorido. – Quer subir? Talvez seja mais confortável.

— Pode ser. – murmurei, a voz sumida.

— Quer comer alguma coisa antes? – fiz que não com a cabeça. – Mesmo assim, levarei uma sopa bem leve para você, certo? – tive que concordar com a cabeça. Levantei-me, meio zonza, e subi a escada.

Chegando lá, caí na cama. Que peso era aquele sobre mim? Cobri-me dos pés à cabeça. Naquela noite, comi pouco e dormi muito, sem ter ideia do que aconteceria no dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Outro que eu não tive tempo de revisar tão bem, mas espero que esteja bom. Qualquer erro, digam aí o/
Como eu disse, meus capítulos não ultrapassarão a casa de 3000 palavras u.u
See ya ;)



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