2.

Suas pernas lhe matavam. O corpo de Lucy implorava por um descanso. Além de carregar sua mala cor-de-rosa para todos os cantos que Natsu andava, tinha um mapa em mãos, tentando entender para onde estavam indo. De início, a loira pensava que viajariam para Hargeon. Depois de uma longa caminhada, notou que estavam indo para o Norte — ou seja, na direção de Onibus.

Antes de sair de Magnólia, ela indagara seu companheiro sobre usar o trem como outra alternativa para a viagem, todavia, ele negou automaticamente. Claro, era um Dragon Slayer. Sempre iria negar quaisquer ideias que incluíam veículos.

Lucy suspirou. Andavam há dias. Pararam incontáveis vezes em restaurantes, ou então apenas para observar a beleza das pequenas cidades onde haviam se hospedado. Afinal, mesmo que sendo uma viagem cansativa, com os três juntos — Natsu, Lucy e Happy —, nada deixaria de ser divertido.

Caminhavam em uma floresta. A maga celestial continuava a encarar o mapa, confusa. Para onde, raios, eles estavam indo?

— Natsu? — Chamou-o. — Você sabe para onde estamos indo?

O rosado ficou em silêncio.

— Na verdade, não — Respondeu, virando-se para sua parceira. A loira e o gato ficaram de queixos caídos.

— Qual é o significado disso? Você está louco?

O rapaz sorriu de orelha à orelha. Um sorriso indescritível, de tamanha beleza. Lucy não tinha palavras para dizer o quanto amava a maneira que Natsu amenizava a gravidade de uma situação apenas mostrando seus dentes brancos.

— Viajar sem rumo é confortante, não acha, Lucy?

Os dois se encaravam. Por um momento, ela lembrou do ano em que ele foi embora e a deixou em Magnólia, e justo um dia antes da guilda se desfazer. Todas aquelas memórias a assombravam. O sentimento de estar sozinha, de não haver ninguém para trabalhar junto.

Sorriu. Talvez o mago quisesse restaurar o tempo perdido?

— Concordo, Natsu.