Easy is boring escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 13
O casamento


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto mas cheio de cenas cutes pra vocês! Espero que gostem!



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Pov Beck

Jade disse que não confiava em mim. Foi a pior coisa que ela podia ter me dito. Me odiei naquele momento, assistindo-a chorar, não podendo fazer nada além de escutá-la e segurar minhas próprias lágrimas.

Era o dia do casamento, e a casa estava uma comoção. Ajudantes entrando e saindo, carregando mesas, buquês, cadeiras, roupas... Jade ainda estava dormindo, e eu e Will estávamos sozinhos na mesa gigante de café da manhã, até que veio Amber, em um robe vermelho.

— Bom dia meninos. — sua voz estava rouca de uma maneira forçada, e para minha surpresa, e desconforto, ela beijou minha bochecha.

Will fez uma careta, mas eu sorri para ele, assegurando que estava tudo bem.

— Então, Beck, você é ator? — Amber puxou assunto.

— Sim. Eu também escrevo as vezes.

— Incrível. Você é fascinante... — eu não precisava me esforça para saber que ela estava flertando, eu estava começando a ficar nervoso, com os palmos suados e bochechas coradas.

— E você é uma pilantrinha, não é, Amber? — a voz de Jade ressoou atrás de mim.

— Algum problema, Jade? — a loira replicou. Eu podia sentir a tensão no ar. — Aliás, como está seu vestido? — a provocação a acertou em cheio, e suas narinas inflaram de raiva.

— Apertado como as suas mini saias. — Jade retrucou. Uma risadinha escapou da boca de Will, que recebeu um olhar congelante da meia-irmã em resposta.

...

Já estava anoitecendo, e o cheiro de spray de cabelo e nervosismo na casa estava se tornando insuportável. Eu já estava vestido com o smoking preto e gravata azul escolhidos pela futura senhora West.

Jade descia as escadas em um roupão de seda rosa, bobs coloridos no cabelo e uma maquiagem de boneca. Ela estava adorável, mas quando me viu, deu um grito e escondeu o rosto atrás das mãos. Comecei a rir de sua vergonha, e aos poucos ela relaxou e riu também.

— Não consigo entrar no meu vestido. Acho que vou assim para o casamento.

— Bem, está bonita pra mim.

— Cale a boca, Beck. Eu tenho que terminar de me arrumar.

Pov Jade

O casamento estava começando. Eu estava sentada ao lado de Beck quando a cerimônia começou. Quando Miranda entrou na igreja, com o vestido extravagante de noiva, o buquê rosa nas mãos... Tudo me lembrou de que um dia fora minha mãe quem esteve naquela posição, esperando por um futuro agradável ao lado do meu pai. Às vezes eu me culpava pelo divórcio, mas desta vez não havia uma criança para ficar no caminho, no entanto, havia mesmo amor naquela relação? Ou seria assim comigo também? Casar-se por interesse, por medo de termina sozinha?

Mal percebi que estava chorando até sentir os dedos quentes de Beck secando minhas bochechas. Ele beijou o canto da minha cabeça e me assegurou que iria fica tudo bem. As questões não pararam de saltitar na minha cabeça, mas então foi mina vez de entrar, e eu tentei segurar as lágrimas nesse momento.

A festa foi bem melhor. Eu, Beck e meu irmãozinho dançamos por um longo período, e nem precisei beber pra ficar animada, mas então percebi que Will não estava se divertindo muito. Quando Beck saiu para pegar ponche, eu me virei para ele, preocupação genuína de irmã mais velha tomando conta de mim.

— O que há com você?

— Você não acha que a mamãe e o papai deveriam ter ficado juntos pra sempre?

A pergunta me pegou de surpresa, e tive que gaguejar um pouco antes de responde-la.

— Eles estão mais felizes agora, separados.

— Mas... Não faz sentido. Se eles se amavam antes, por que simplesmente pararam?

— Eu... Sabe, às vezes as pessoas, na vida, têm mais que uma alma gêmea. Nem sempre é... Só um amor infinito. O importante é ser infinito enquanto durar.

— Não entendi nada que você falou. — ele riu.

— Olha só, espertinho, eles foram muito felizes juntos, mas agora têm que seguir em frente, entendeu?

Ele assentiu, e depois, para minha surpresa, me abraçou. Ele era baixo demais, por isso só alcançava minha cintura, mas eu tentei abraça-lo de volta. Ele era muito importante pra mim, apesar de eu não admitir com frequência, eu o amava muito.

— Agora vamos continuar dançando ou vai ficar aí parado? — tentei animá-lo, mexendo os braços como se estivesse dançando.

— Eu danço muito melhor que você!

— Ah é? Quero ver!

Beck chegou enquanto ele rodopiava pela pista, se movimentando como um louco. Beck riu, me entregando um copo.

— Parece que ele arrumou uma namoradinha. — eu fitei a garota ruiva que agora dançava com meu irmão, um ciúme estranho invadindo minhas veias. — Quer sair daqui?

Nem precisei pensar para concordar, saindo do buffet para o vasto campo lá fora. Havia um coreto branco com um banco de mármore no canto, onde eu e Beck nos sentamos.

— Sobre ontem à noite, eu queria... Conversar com você. — ele começou.

— Não, eu... Me desculpe, eu não devia ter sido tão emotiva.

— Não, Jade. Eu gostei de ouvir o seu lado da história, mas agora quero que ouça meu. — eu assenti, me preparando para escutar umas poucas e boas. — Eu sempre amei você, desde o dia em que nos conhecemos. Eu sempre soube que você era perfeita pra mim, e... Quando começamos a namorar, foi como um sonho se realizando. Mas, você foi se distanciando com o tempo. Eu tentava chegar mais perto, descobrir o que voce estava sentindo, mas você simplesmente se fechou. Eu sei que você passou por muitas coisas em casa, você demorou muito para me contar, mas um dia teve confiança suficiente para falar. Quando você dava seus ataques de ciúmes, eu não ligava, sabe, eu achava fofo que você se importasse tanto assim comigo. Mas desde que a Tori chegou na escola, eu não sei, você... Se distanciou e eu... nunca entendi bem o porquê. Pensei que tivesse parado de me amar, então, quando você disse que iria embora se eu não abrisse a porta, eu só quis libertar você. Queria que você fosse feliz. Só isso. Mas nunca deixei de te amar, nunca deixei de me importar com você.

As lágrimas corriam livremente por nossos rostos, e eu não sabia como responder àquilo. Eu queria dizer que ainda o amava, que eu não queria ter me fechado, mas ao invés disso, eu me levantei e estendi uma mão em sua direção.

— Você me deve uma dança. — sussurrei.

Ele se levantou e nos dirigimos ao centro do coreto, onde ele me abraçou pela cintura e eu aninhei minha cabeça em seu ombro. Então, de repente, estávamos cara a cara. Encarar seus olhos caramelados tristes quase me fez querer fugir. Mas eu sabia que tinha que enfrentar isso.

Seus olhos deixaram os meus e agora estavam na minha boca, e de repente me vi encurtando o espaço entre nós, e depois senti seus lábios quentes nos meus. Parecia tudo uma ilusão, um sonho. Fazia tanto tempo que eu não o sentia assim, mas ao mesmo tempo a sensação era velha, confortável. Não me lembro quem quebrou o beijo, mas nenhum dos dois se afastou. Continuamos abraçados, dançando no lento ritmo da música que vinha de dentro do salão.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Até que enfim um beijo né? Mas saibam que eles ainda não estão de volta, quero fazer o mais parecido com o episódio possível. COMENTEM!