Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 21
"Seu sonho não é ser artista?"


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi. Quem está publicando um capítulo novo no último dia do ano? Eu! Pois é, pois é. Lembram que anteriormente tenho falado muito de uma surpresa? Não vou contar-lhes agora do que se trata, mas nas notas finais deixarei uma dica para que vocês possam arriscar um palpite. Contar mesmo só posso quando estiver tudo certo.Talvez vocês gostem da novidade.

Boa leitura, meus amores! ♥



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— A vovó está tão mal assim, mãe? – Perguntei na manhã seguinte ao ver a mala no seu quarto, quase pronta.

— Sim, meu amor. Mas não se preocupe, ela vai ficar bem – garantiu.

Não tenho muitas lembranças da minha avó. Ela não mora tão longe daqui, mas desde que meus pais se separaram eu não a vejo. Meu pai não me proibiu e também não insistiu.

Diferente de como pensava, minha mãe não estava nenhum pouco preocupada ou pelo menos sua expressão não demonstrava.

— Deveria me levar para vê-la qualquer dia, já que a senhora agora mora com a gente.

Ela hesitou e respirou fundo antes de falar:

— Quem sabe um dia?

Minha boca se formou em um sorriso, involuntariamente. Não só porque finalmente verei a minha avó daqui a alguns dias, mas também porque desde que a situação entre meus pais melhoraram, me sinto mais próxima da mamãe. Tenho medo de estar exagerando, acabar me apegando novamente a ela e ser abandonada outra vez, de estar pensando nisso porque não tem falado mais da Tradição comigo.

Ah, a Tradição…

Há quanto tempo eu não me preocupo com ela?

Ultimamente só tenho pensado na minha amizade com o León, no relacionamento dos meus pais que até agora não sei como está… Mas não no costume que eu julgava mudar minha vida. Isso não significa que nada mudou. Por mim, eu não estaria no Studio e sim em uma escola normal. Alguns alunos têm esse privilégio – digamos assim – por causa das aulas de Educação Física que podem ser substituídas pelas disciplinas oferecidas na instituição, se a escola for associada, claro.

Acho que, com o tempo, fui me acostumando a ter aulas de música, canto e dança ao invés de Língua, Matemática e Ciências. E eu ainda tinha, mas não era em uma escola com vários professores, alunos e funcionários. Era na minha casa, às vezes na sala de jantar ou no meu quarto, com uma tutora que vai voltar a me dar aulas amanhã.

Me preocupar em fazer tudo certo nessa primeira apresentação que organizei com o meu grupo não é me preocupar com a Tradição?

Espero do fundo do meu coração que minha mãe não se decepcione comigo por eu não cantar hoje. Quando León a contou que eu não iria, ela ficou bastante brava. Disse que eu teria que aproveitar as chances que tenho para cantar em público e que devo me adaptar, já que por muito tempo será assim.

Pretendo acabar com tudo isso porque minha filha merece muito mais que uma vida planejada. Ela terá os seus sonhos e eu vou apoiá-la, como o meu pai fez comigo. Ele me disse para nunca deixar meus sonhos irem embora e eu acabei deixando.

Descemos juntas para tomar café e o papai nos levou ao Studio. Realizou o sonho da vida dele. Ao parar o carro, meus pais se entreolharam e eu revirei os olhos. Já sabia o que ia acontecer, então só fiz tirar o cinto, beijar a bochecha dele e sair do carro com as minhas coisas.

Fui diretamente para o zoom, pois Francesca me esperava lá ou ao menos era o combinado. Ela não tinha chegado ainda nem ninguém do grupo e então me senti só. A garota ruiva, o Brooklyn, um garoto baixinho, a Naty e o Andrés eram os únicos da turma que estavam lá. Também tinha algumas pessoas que eu nunca conversei. Agora, tinha que me ocupar antes que o Andrés viesse até mim.

Peguei meu caderno e um lápis, e comecei a escrever. Deixei a minha imaginação no comando e embarquei nessa aventura. Sentia-me naqueles livros infanto-juvenis, contos de fadas ou não, mas dessa vez eu não estava lendo, estava escrevendo. Incrível! Apenas peguei um papel e um lápis para conseguir fazer o que seria um primeiro capítulo.

Sempre gostei de escrever, mas nunca soube que eu poderia criar através disso. Meus amigos sempre disseram que eu escrevesse um diário, mas nunca quis. Ainda que eu escrevesse centenas de capítulos, isso não poderia ir mais além. Então nem devo me iludir à procura de outro sonho.

A garota ruiva sentou na cadeira ao meu lado e fechei o caderno rapidamente.

— Hey calma, eu não ia ler! É o seu diário e seria inconveniente…

— Não é o meu diário.

— Ah, desculpa. Então se você é escritora, o que faz em uma instituição de música?

— Não, não sou escritora, mas ainda assim não sei o que faço aqui.

— Seu sonho não é ser artista?

— Pra falar a verdade, gostava muito da escola que eu estudava antes daqui. Não estou dizendo que aqui é ruim, até porque os professores são excelentes e a estrutura também, mas é que ainda não consegui me encaixar.

— Seu nome é Violetta, certo? – Assenti com a cabeça. – Pois bem Violetta, todos nós dessa turma entramos no início desse ano, mas nem somos tão adaptados a estudar aqui. É uma experiência que nos permitimos viver a partir do momento em que fomos aprovados. É aqui que vamos dar os passos certos para realizar os nossos sonhos, entende? Só fazem cinco meses que as aulas começaram, você chegou há menos que isso, mas vai progredir junto à todos. Ainda temos quatro anos e até lá espero que você encontre uma razão pela qual lutar neste lugar.  A propósito, meu nome é Camila. – Sorriu simpática e saiu.

Camila. Guardei esse nome na minha mente para nunca mais tratá-la por “garota ruiva”. Ela não sabia quase nada sobre mim, mas disse as palavras que eu queria escutar. Estudar música para no futuro trabalhar nessa área não era exatamente o que eu queria, mas com o tempo eu poderia, enfim, encontrar uma razão que fizesse tudo isso valer a pena.

Liguei para a Fran dezesseis vezes e ela não atendeu a nenhuma. Faltava pouco para o Pablo passar as orientações antes das apresentações e ela combinou de estar aqui bem cedo ensaiar sua parte. Ela ainda não havia chegado.  Só podia estar escondida.

— Vocês viram a Francesca? – León perguntou entrando na sala, preocupado.

Todos negaram com a cabeça. Não havia muito o que fazer caso ela não aparecesse há tempo.

— Ninguém sabe. Perguntei agora ao porteiro e ele disse que ela não passou por lá. – Maxi apareceu atrás dele.

Disquei o seu número no telefone pela décima sétima vez e novamente foi uma tentativa frustrada.

Eu estava me preocupando cada vez mais e isso não era bom. Poderia desmaiar ali mesmo. Sabe lá o que aconteceu com a Fran? Juntei forças para reagir ao que meu corpo já começava a sentir.

Pablo entrou na sala e eu olhei para o Maxi, completamente aflita.  Porque  a Fran sumiu assim de um dia para outro? Coloquei o celular no modo vibração caso ela ligasse e guardei na bolsa. Os outros professores, minha mãe, Beto, Gregório e Antônio  entraram juntos na sala. A apresentação será para eles também?

— Bom dia, alunos. – Pablo cumprimentou.

— Bom dia. – Respondemos em coro.

— Nas aulas anteriores, você me passaram a relação das músicas que vão apresentar hoje, quem vai cantar, dançar e tocar. Por isso, antes de iniciar com o primeiro grupo, cada um seguirá para a respectiva sala e lá serão dadas as orientações.

O tema do trabalho era “cantores latino americanos”, mas a ideia também era apresentar a música latina, que está fazendo muito sucesso atualmente. O outro grupo mudou a música várias vezes e nós permanecemos com Para tu amor  desde o início.

— Espero que tenham se esforçado bastante para isso, caso contrário estão todos reprovados! – Gregório disse com seu sorriso cínico.

— Assim não, Gregório – repreendeu Antônio. Ele, por sua vez, apenas revirou os olhos.

Pablo ignorou isso e começou:

— León, Francesca, Ludmila, Naty e Broduey acompanhem a Professora Maria até a sala de canto.

— Professor é que… – León coçou a nuca – … a Francesca não chegou ainda.

— Como não? Aconteceu alguma coisa?

— Não sabemos.

— Que falta de profissionalismo! – Ludmila comentou.

— Nesse caso, a Violetta pode substituí-la.  Não é um dueto misto?

— Você acha que consegue, Violetta?

Hesitei antes de responder que sim. Ensaiei uma vez com o León esses dias e aprendi alguma coisa assistindo aos ensaios deles. Só aceitei para que minha mãe tivesse orgulho de mim.

Acompanhei os outros quatro alunos até a sala de canto e lá foram passadas as orientações antes de entrar no palco e apresentar. Fizemos aquecimento vocal e exercícios de respiração.

Pablo avisou que o primeiro grupo a se apresentar seria o da Ludmila e me animei um pouco. Não sei se deveria, se fosse a primeira ficaria livre de uma vez.

Depois que todos já estavam prontos, voltamos para o zoom. Pablo anunciou a primeira apresentação e os integrantes do grupo se posicionaram no palco.  A música era Pasos de Cero, de um cantor espanhol, se não me engano o nome dele é Pablo Alborán. Já a escutei quando estava em Madri, a empregada escutava (e cantava) todos os dias enquanto cozinhava. Era engraçado.

Cada segundo que passava, eu ficava mais nervosa. E se errasse a entrada? E se esquecesse a letra? E se eu desafinasse? Todos ririam de mim. Ah não!

— Vai ficar tudo bem – León sussurrou no meu ouvido e eu o abracei fortemente. Como que ele faz para adivinhar pensamentos?

— Sem beijo, tá? – Pedi olhando pra ele, que riu perguntando o porquê. – Não quero que sua mãe acabe comigo  e nem fazer isso em público.

— Então faria se ninguém tivesse aqui?

— Bobo – ri, levemente corada.

— Só me diz se faria ou não.

— Você é meu melhor amigo.

— Isso empata de ficarmos só uma vez?

Não vou considerar como um “fica comigo”. Chega de me iludir.  Antes que eu pudesse responder, Pablo nos chamou ao palco. É agora que o mundo acaba.

Subimos e nos colocamos nas devidas posições. Tentei não me preocupar se seríamos prejudicados por causa da Francesca, ela também se prejudicaria, mas com certeza tem uma razão. Maxi tinha feito a base para nossa sorte. Apresentei seguindo tudo o que combinamos e, para quem não ensaiou, mas tudo bem. Não olhei para o público e mantive meu olhar fixo em León. Havia mais conexão entre nós que daquela vez, eu podia sentir.  Na hora do beijo – que há pouco planejamos que ele não acontecesse –, apenas deixamos os nossos rostos próximos um do outro e encerramos com um forte abraço. Eu tinha conseguido! Eu consegui!

Descemos do palco e não nos distanciamos mais. O Pablo parabenizou os dois grupos pelas apresentações dizendo que foram excelentes e que todos os professores já deram suas notas de avaliação do trabalho. Em relação a Francesca, ele disse que para não nos preocuparmos, pois procuraria saber o que aconteceu. Avisou que minha mãe passaria alguns dias fora para resolver uns problemas pessoais e que ele a substituiria nesse período.

— Agora, vou pedir o seguinte: nós, professores, decidimos que desde já essa turma precisa ter seus representantes, então, democraticamente, vocês escolherão quatro pessoas para fazer parte dessa comissão.

— Mas por quê só quatro? – Camila perguntou.

— Pela quantidade pequena de alunos na turma. É interessante que sejam duas meninas e dois meninos, que tenham espírito de equipe, liderança e do Studio.

— Dois de cada grupo, então…

— Não existem divisões entre vocês. Os grupos foram formados apenas para o trabalho que foi apresentado.

Ele pegou o quadro branco e um piloto e pediu seis nomes. Conforme diziam, ele escrevia o nome. Na votação, foram desenhados palitinhos ao lado. Ficou mais ou menos assim:

 

Camila - | |

Ludmila - | | |

Violetta - | | |

Broduey - |

León - | | | |

Maxi - | | |

 

Na nossa turma são nove alunos, mas como a Fran não apareceu, ela não votou.

A maior surpresa não foi que eu fiquei entre os quatro e sim que um dos votos que tive foi da Ludmila.  Se ela não gosta tanto de mim, porque votou?

— A partir de agora, Ludmila, Violetta, León e Maxi são os representantes da turma. Em outra ocasião, os professores se reunirão com os quatro e passará a primeira atividade que vocês terão que fazer – explicou. – Por fim, o Antônio vai dar um aviso a todos.

Muitos resmungaram, já não aguentavam mais ficar em pé e escutar a voz dos professores. Daqui a pouco seríamos liberados para o almoço e eu só penso no que a Olga deve ter preparado. Sei que estará delicioso de qualquer forma.

— É o último, acalmem-se. Quero apresentar a vocês, um rapaz que é da Espanha, ingressado no Studio Madrileno e veio passar alguns dias de intercâmbio em Buenos Aires. Dêem as boas vindas ao Tomás!

A imagem de um garoto de cabelos pretos, olhos azuis e não muito alto apareceu na porta do zoom. Isso só podia ser uma brincadeira. O que diabos ele está fazendo aqui? Abracei o León e pedi que ele não me soltasse por nada nesse mundo.


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Notas finais do capítulo

O que vocês esperam da Violetta quanto a Tradição: que ela siga esse caminho ou siga o seu verdadeiro sonho?
León pediu para ficar com sua melhor amiga ou era só uma "brincadeirinha"? Ainda não tô acreditando!
O que pensam a ler o nome Tomás e o que acham que pode acontecer a partir de agora?

Dica da minha surpresa: adaptação.

Ah, estou anotando as principais curiosidades sobre a fanfic (algo que está nas entrelinhas) para mostrar para vocês, só não sei como. O que me sugerem?

Feliz ano novo para todos vocês, que possam realizar seus sonhos e cumprir suas metas. Que 2017 venha com muita paz, saúde, amor, sabedoria e mais capítulos para lermos!

Amo vocês, minhas estrelinhas!

Só para variar um pouco:
#QueremosLerOLivroDaVilu :v