Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 20
"Violetta Castillo, prazer!"


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi! Como estão?
Aqui estou eu, exatamente doze dias depois de ter publicado o capítulo anterior.
Se reduzi o intervalo entre os capítulos? Ah, meus amores, por mim eu publicava um capítulo por hora.
Doze dias está bom?
Incrível que todas as notificações de comentários eu recebi enquanto passava por uma situação difícil. Vocês nem imaginam o quanto isso mudou o meu humor, a minha vontade de continuar... Acho que por esse motivo o intervalo foi mais curto. Vocês quem me incentivaram a publicar esse capítulo longo com mais de duas mil palavras. É a segunda vez que consigo escrever com essa quantidade. Gostam quando é assim?

Ok, chega de notas. Vamos ao capítulo!



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O fim de semana terminou bem rápido. Meus pais continuaram os mesmos de sábado e no domingo saímos juntos os três para o shopping. Nos divertimos tanto que ainda nem acredito que foi real. Jamais imaginei que um dia eu teria um momento – que não fosse o meu aniversário – com eles.

Quando acordei, já eram seis horas e trinta minutos antes do meio dia. Para mim, estava bem tarde. León passaria para me buscar às sete. Em um instante, eu já estava pronta e já tinha comido.

Meu pai se lamentou durante toda a refeição porque eu não fui mais cedo com a minha mãe. Em outras circunstâncias, ele não teria se importado. Até então, era só a sua ex-mulher.

— Mas pai, não tem nada para um aluno fazer no Studio às seis da manhã – expliquei para ele pela quarta vez.

— E o que você vai fazer lá às sete se a aula começa às oito? Não me diga que é para namorar!

— E se for? – Provoquei.

— Tenho dó do garoto – disse.

Não consegui controlar o riso. Desde que escutou Olga falar sobre namoro comigo ele está desconfiado. Se recebo uma ligação ele pergunta logo quem é, onde mora, quem são os pais...

— Claro que não é para namorar, pai.

— Bom saber. Pelo menos não vou ter que me preocupar em saber se o rapaz está inferior à sua classe.

Isso sempre incomodará o meu pai. Sua linha de pensamento era um tanto regressiva. Moças de Classe Alta não se envolviam com rapazes da Classe Média, ainda que fossem do topo desta. Mal sabe ele que estive com um da base. Foi por isso que me afastei do Tomás. Não era certo que ficássemos sabendo que não tinha aprovação da minha família. O pior é que não conheço tanta gente da mesma classe que a minha e espero não ter um casamento determinado por meus pais. Até onde eu sabia, a Tradição não determinava isso. Minha mãe teve muita sorte em se apaixonar pelo meu pai.

— Algum problema se fosse?

— Quero que tenha uma vida digna, Violetta. E se você estivesse mesmo saindo com um garoto, te garanto que já teria saído daquela escola de música há muito tempo.

— Conquistou a minha mãe e já vai tentar convencê-la de acabar com isso me fazendo sair do Studio? Vai pai, como que aconteceu? Passei dois dias fora e as coisas já mudaram.

— Não mudaram ainda.

— Ainda…

A campainha tocou e deduzi que fosse o León. Me ofereci para abrir a porta antes que meu pai o fizesse, sei que ele faria de tudo para nos atrasar.

León vestia mais uma de suas camisas quadriculadas, dessa vez na cor vermelha. Ele sorriu simpático e me cumprimentou com um beijo na bochecha.

Despedi-me do meu pai que não estava gostando de saber que eu iria acompanhada de um rapaz. Mesmo que fosse o León, alguém que ele conhece antes do berço, ainda era um garoto. E, para ele, garotos não são boa coisa.

Era o meu pai protetor e eu posso entender o seu lado. Se bem que um dia ele já foi um garoto.

— O Andrés me disse que você só fica adiando o seu encontro com ele – comentou, enquanto caminhávamos.

— Ele não larga do meu pé e isso é chato. Além do mais, eu nem sei quem ele é.

— Bem, o Andrés é aquele tipo de cara que toda semana gosta de uma garota diferente.

— Já faz um mês, León.

— Ele acha que você está dando bola para o que faz.

Mereço. Tudo o que eu menos queria era um garoto achando que eu gosto dele, a não ser que ele fosse o León, claro. O Andrés é só mais um de todos os que já me pediram para ficar. Não quer nada sério, só ficar. E eu quero algo que dure para a vida toda. Admiti que fiquei com um menino em Madri, uma vez só, mas eu estava realmente muito mal com tudo que estava me acontecendo.

— Vai marcar outro encontro com ele?

— Você está ficando louco? – Perguntei.

— A Fran apostou que você iria.

Olhei para ele, precisamente brava. Tenho os melhores amigos do mundo. Vivem apostando no que eu faço da vida. A aposta mais tola que fizeram foi a da minha altura. O que acontece com uma pessoa em fase de crescimento? O León perde toda a mesada por causa de besteira.

— Não era para eu ter te contado. A Fran vai me matar – passou a mão na cabeça.

— Se ela ganhar o que você vai ter que fazer?

— Cozinhar durante um mês para ela o que quiser.

Comecei a rir. Era inevitável. O quão engraçado seria vê-lo cozinhar para a Francesca durante esse período? Dá vontade de ir me encontrar com o Andrés só para ter a honra de ver isso acontecer. Até que eu faria um esforço, mas com certeza sair com esse garoto não vai ser bom para mim.

Desde que me viu pela primeira vez no Studio, ele não se desgruda de mim. Quando o faz é porque estou acompanhada e às vezes nem isso.

Dobramos a esquina, passando pela Praça Mafalda. Já faltava pouco para chegar ao Studio. Viemos pelo caminho mais longo e estamos andando bem devagar. Um dia, quem sabe, chegaremos ao nosso destino.

— Eu não vou me encontrar com o Andrés, já estou fugindo do Jonas.

— Então eu ganhei a aposta?

— O que ela vai ter que fazer?

— Retirar aquele beijo da apresentação.

Para um garoto que não quer beijar uma garota ele foi esperto.  O seu “contra” – ele sempre diz que não – dessa vez deu certo. Não me surpreende que o León não quisesse beijar a Francesca. Ele gosta de outra menina e se ela visse, não seria agradável. Digo o mesmo para mim.

— Não vou me encontrar com o Andrés – repeti.

Ele sorriu, me segurou pela cintura e beijou minha cabeça enquanto andávamos.

Chegamos ao Studio eram sete horas e vinte minutos antes do meio dia. Ainda estava fechado para os alunos que só podiam entrar meia hora antes da aula começar. Então sentamos em um dos bancos que haviam ali na frente.

Não viemos mais cedo para ensaiar ou nos preparar para algo.  Apenas queríamos um momento a sós aqui, sem a Fran e o Maxi nos perturbando.

— Sabe que quando passamos pela praça uma saudade me bateu – comentei.

— Que saudade? – Perguntou.

— Já fazem nove meses que não vou ao Bosque.

— Ah sim, o bosque – suspirou. – Íamos lá todas as tardes quando a tutora liberava. Desde que você foi para Madri não achei razão em ir lá.

— Enquanto eu estava lá queria fazer de tudo para ir a um bosque.

— Mas lá em Madri não tem bosques?

— Tem, acredito que alguns são maiores, mas as minhas vivências estão aqui.

— O que acha de no seu aniversário irmos para o jardim de lá? – Propôs.

— Piquenique?

Assentiu e eu dei-lhe um forte abraço. Isso me confortava de certa forma. Meus pais não estariam comigo no sábado, mas meu amigo sim. Claro que não é a mesma coisa, mas para mim já era suficiente.

Quando deu a hora de abrir o portão, a Francesca chegou só. Tão distraída que passou por nós e nem percebeu. León teve que gritar para que ela olhasse. Ela recuou e procurou pela voz, assim que encontrou falou:

— Ah, oi. Nem tinha visto vocês dois, que cabeça a minha – deu uma tapa leve na sua testa, rindo.

— Somos invisíveis para você? – Dramatizei.

— Olha Violetta, está na hora de entrar! – exclamou e seguiu seu caminho.

Eu e o León nos entreolhamos. Alguma coisa não estava certa com a Fran.

Entramos no Studio e fomos direto aos armários. A primeira aula era de dança, então era bom que estivéssemos prontos desde já. O nosso professor, o Gregório, costuma ser exigente quanto a pontualidade dos alunos e se quisermos passar na matéria, teremos de cumprir todas as exigências.

No vestiário, só se escutava Ludmila gritando com a Naty. Coitada, precisa aguentar esses caprichos o dia todo durante toda a semana. Ainda defende a “amiga” sabendo que está errada. Há boatos de que a Ludmila a suborna com roupas caras e jóias. É horrível imaginar essa amizade tão diferente aos meus olhos.

— Natália, qual foi a parte de amarrar o meu cabelo em um coque que você não entendeu?

— Mas Lu, você acabou de me pedir um rabo de cavalo…

— Não percebe que agora que o León terminou comigo eu preciso ficar mais diva? Ele tem que saber o que está perdendo e aí vai ficar caidinho aos meus pés.

Balancei a cabeça negativamente depois de me trocar e saí da cabine.

— Olha quem está aqui! – Falou Ludmila ao me ver.

— A novata? – Naty perguntou.

— A novata. – Ela confirmou. – A mesma que acabou com o meu namoro.

Naty arregalou os olhos e tive medo do que ela deve ter pensado de mim. Tantas coisas me vieram à cabeça que nem consigo descrevê-las.

— Está vendo amiga como são as coisas aqui nesse lugar? As pessoas que chegam por último acham que podem pegar o que é de quem chegou primeiro.

Por um momento quis contar quem eu era realmente.

“Violetta Castillo, amiga do seu ex-namorado muito antes de você pensar que ele existia, prazer.”

— Não tenho culpa se você não era a menina com quem o meu amigo imaginava passar uma vida inteira.

Ela me olhou de cima a baixo, com nojo.

— Amigo? Querida, você colocou os pés nessa escola ainda tem um mês, se ainda não tiver chegado a isso.

— Sim, cheguei aqui há um mês, mas o León eu conheço há dez anos.

Se antes ela não se calou, agora ela o fez. Se concentrou no que estava fazendo antes de tentar me intimidar. Nem gritou mais com a Naty.

Na aula, Gregório colocou uma música rock anos 60 para que nós pudéssemos demonstrar o que sentíamos com ela. Após isso, nos apresentou uma coreografia no mesmo ritmo – twist. Todos torciam para que acabasse logo. Por mais que dessa vez tenha sido algo interessante, ninguém aguenta o perfeccionismo do professor.

Amanhã é a apresentação do trabalho que o Pablo passou e eu já estava nervosa. Queria saber os argumentos que a Francesca me dará para me convencer a ir me encontrar com o Andrés. Espero até que não consiga, senão vou arranjar mais um problema para minha vida. Já não basta o Jonas que desde sempre luta para ter algo comigo. Tadinho.

Penso que, talvez, eu tenha perdido muito tempo cega, assim como achei que o León também estivesse quando estava com a Ludmila. Será que alguém já gostou de mim da mesma forma que gosto do León e nunca percebi?

Longe dele, em Madri, eu conheci o Tomás e as coisas foram acontecendo entre a gente. Não sei se ele gostava mesmo de mim e, independente disso, eu escolhi voltar e acabar com qualquer esperança que deixei brotar nele. Foi aí que percebi que o León se mete no que eu faço mesmo estando a quilômetros de distância.

Será que em algum lugar alguém gosta de mim de verdade?

Isso eu me perguntaria até que eu achasse esse alguém. Se é que um dia vou achá-lo.

A Bela Adormecida descobriu quem era o seu amor verdadeiro enquanto dormia. A Rapunzel estava trancada numa torre e um príncipe quis lá subir “escalando” os seus cabelos. A Cinderela se casou com o seu príncipe porque perdeu o sapatinho de cristal.

Com a sorte que eu tenho, vou dormir eternamente, o príncipe vai escorregar nos meus cabelos e o par do meu sapatinho de cristal vai se quebrar e permanecer perdido.

A Pequena Sereia se apaixonou por um humano, a Tiana por um príncipe que virou sapo…

Chega.

 


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Notas finais do capítulo

Gostam de ler capítulos longos? Eu, particularmente, amei escrever.
Violetta acha que tem um azar enorme com garotos, mal sabe ela que o crush a notou. Se ela não souber nunca, vai ter que escolher entre os garotos que a notaram desde sempre. Quem gostariam que fosse? Andrés, Jonas ou Tomás?
Esse último nome às vezes não me cheira bem... Deve ser só impressão, não cheguei a conhecê-lo.

Se alguma vez eu demorar muito para atualizar, vou adiantar alguns dos vários motivos: posso estar publicando no blog (confira link no meu perfil), atualizando a minha fanfic no Wattpad ou... Surpresa!

Um dia eu conto e se são fãs dessa história tenho certeza que vão gostar! Adoraria saber o que vocês acham que é, haha.

Amo vocês.
Até a próxima.

Laryssa