The Mission escrita por Missy Lin


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa leeeitura *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/625735/chapter/8

The Mission

Missy Lin

.

.

.

Por mais que se esforçar-se o sono não a levava novamente, ela acordou assustada com Sasuke praticamente em cima de si, com a mão cobrindo sua boca, com aquele rosto demoníaco. Ela engoliu seco. Aquele olhar de assassino que ele tinha...

Ela havia esquecido, ou se forçado a esquecer o olhar maníaco que Sasuke tinha as vezes. Era como se ele estivesse possuído, fora de sí. Presenciará aquele olhar algumas vezes, começando pela vez que ele havia sido atacado e contaminado por Orochimaru. Aquele maldito.

Mesmo assim, não era um olhar que a assustava, mas que a deixava alerta, no fundo ela sabia que ele não penderia para o mal novamente... Ela sabia (?).

Foi aterrorizada então pela lembrança do jutso que Sasuke a colocou antes de enfrentar Naruto em uma luta mortal. Ela declarou-se, abriu seu coração novamente, só para ser quebrado mais uma vez.

“Você é mesmo irritante” — perfurou seu coração com as próprias mãos.

Poucos sabem, mas a dor transmitida naquele jutso é comparada a dor real. Ela sentiu detalhadamente Sasuke perfurando seu peito, adentrando sua carne, rasgando sua honra.

Foi mais doloroso que o ataque sofrido pelas mãos de Madara, e pelo ácido que queimara sua pele. Foi mil vezes mais dolorido. Porque era ele, Sasuke, que a feria tão voluntariamente.

Ela desmaiou seja pela dor, seja pela decepção. Ela apagou mas seu consciente ainda a torturava, aquele jutso era incrivelmente cruel. Ela via e revivia aquela cena uma vez atrás da outra.

Quando despertou era carregada por Kakashi que andava em passos lentos e exaustivos, mesmo que ele estivesse acabado, sem uma força sequer, e, querendo chegar até seus pupilos, ele não a abandonou, ele a levava nos braços, pé ante pé.

Ela acordou no exato momento em que o jutso de Sasuke cessou e ele não a atacou novamente. Ele não disse que ela era irritante. Ele apenas ficou a encarando, e sumiu lentamente nas sombras de sua mente.

Quando acordou soube que para o jutso de Sasuke ter perdido a validade dentro de si, ele estava desmaiado ou pior...

Quando Sakura e Kakashi finalmente chegaram ao ponto da última luta, com o ambiente completamente destruído, Kakashi não duvidou um segundo sequer de Sakura, principalmente quando ela saltou e, curou os dois, ouviu Naruto entusiasmado, e Sasuke... se desculpando.

A ninja médica chorou, seja de raiva, de exaustão, de gratidão. Ela honestamente chorou. Kakashi sentiu ali, naquele momento, que seu time sete finalmente estava unido novamente. Juntos.

Mas ela... Não havia ódio dentro de seu peito. Nunca houve. Só havia amor.

Sakura ouviu a porta bater atrás de si, e ela nem precisou virar-se para saber que Sasuke havia saído. Como ela, ele não conseguia mais dormir. Olhou para o relógio na mesa de cabeceira. Os ponteiros marcavam 4:30H da manhã.

Ela sentou-se na cama, soltou o ar de seus pulmões. Olho o embrulho amassado dentro de sua mochila aberta. E sentiu novamente seu peito apertar.

Vestiu sua roupa ninja, pegou seu jaleco, e em passos largos se dirigiu a porta, foi então que notou um bilhete preso com uma kunai na madeira escura.

“Sakura não baixe a guarda”

Ela arrancou aquele bilhete amassou e jogou no lixo. Colocou a kunai dentro de sua bota.

Ainda estava escuro e as ruas se encontravam terrivelmente mortas. Barulhos ecoavam de dentro da penumbra. Som de passos e estalos. Sakura estava atenta enquanto caminhava rumo ao hospital central. O único pronto de atendimento daquela vila.

Atravessou aquelas largas portas e as fechou atrás de si, deparou com uma enfermeira sonolenta segurando sua cabeça escorada em uma das mãos enquanto batucava com um lápis sobre o granito branco com a outra, sentada na recepção, ela notou a única alma viva perambulante por ali sem ser a dela. A sala tinha um silêncio aterrorizante, e tudo cheirava a álcool, depois da visita de Sakura houve um mutirão de desinfecção em todas as alas.

— Doutora Haruno. — ela levantou-se assustada. — Não esperávamos você a essas horas.

Sakura olhou o crachá da jovem antes de responde-la.

— Bom dia Senhorita Tsumi. — Supôs pela aparência da jovem. Não deveria ter mais que dezenove anos.

A garota sorriu amarelo, um tanto triste ao ouvir aquilo. — Bom dia...

— Sei que vim fora de horário, mas não conseguia dormir... Espero que não se importem.

— Não, claro. Você é mais que bem vinda aqui.

Sakura esticou as pernas para continuar andando pelo corredor quando inesperadamente foi barrada pela garota.

— Desculpe doutora, mas, será que poderia ver me noivo... Sei que não é sua função aqui... mas... — Ela caiu em lágrimas.

Sakura sentiu uma veia saltar em sua testa, ela gostaria de abraçar a jovem a sua frente, mas não teve iniciativa.

— O que ele tem?

— Foi um dos soterrados após o desmoronamento das barragens, graças a Kami foi encontrado ainda com vida, mas... Ele não acordou desde então. — Ela soluçava entre uma palavra e outra.

— Vamos até lá agora.

A garota mostrou o caminho, até chegarem frente a uma porta branca com detalhes em azul claro, o número cinco enfeitava o topo.

Sakura entrou logo atrás da garota, sua espinha gelou ao ver aquele homem, ele parecia-se com Sasori. O cabelo ruivo escuro sobre o rosto fino, a pele amêndoa.

Sakura aproximou-se cautelosamente, tirou de seu bolso uma pequena lanterna médica e delicadamente levantou uma das pálpebras, acendendo-a. Observou as pupilas em contato com a luz. Um olho e depois o outro. Era crucial saber o tamanho e a resposta pupilar a luz.

­

— O tamanho e reatividade pupilar são dependentes da ação dos neurônios simpáticos e parassimpáticos que inervam os músculos dilatadores e constritores da pupila. O sistema simpático estimula a contração dos músculos dilatadores da pupila, determinando midríase e o sistema simpático a contração dos músculos constritores da pupila, levando a miose. Em repouso, há uma ação tônica contínua tanto do sistema simpático e parassimpático. Se houver comprometimento de uma das vias simpática ou parassimpática, o efeito no tamanho da pupila, miose ou midríase, dependerá da ação do sistema menos acometido ou intacto. Por tanto, lesões em neurônios da via simpática levam a miose e da via parassimpática a midríase.

Miose é o músculo constritor da pupila. E midriase é o músculo dilatador da pupila, certo?

Sakura afirmou ainda séria.

— Como as áreas relacionadas ao controle da consciência encontram-se adjacentes a essas vias, as alterações pupilares podem nos auxiliar na diferenciação e localização das possíveis causas de coma.

— E o que me diz? — Indagou a garota apreensiva.

— Está havendo uma resposta desigual da pupila a luz. Diria ser uma constrição pupilar ipslateral, isso pode significar se tratar de lesões hipotalâmicas, principalmente na região posterior e ventro-lateral. Mas somente exames mais aprofundados poderão provar isso.

Sakura terminou de dizer puxando a ficha médica dele.

— Pedirei uma ultrassonografia cerebral.

A garota a olhava atenta. Em silêncio. Sakura era uma médica brilhante.

— Tsumi, os sinais vitais dele, a pressão arterial e as respostas aos medicamentos estão boas. Vamos tratar a fonte do problema e isso será resolvido. É uma promessa. — Terminou sorrindo ternamente.

A garota não se aguentou e pulou nos braços da médica. Logo em seguida Sakura se despediu intrigada. Por que não haviam ainda pedido uma sonografia do cérebro daquele rapaz?

Sakura chegou até a ala improvisada da pediatria, pronta para iniciar o tratamento naquelas crianças, ela atravessou a ala olhando os pequenos dormindo a base de remédios. Entrou no laboratório, retirou os tubos de sangue que foram coletados anteriormente e se pôs a analisa-los.

Eram nove horas da manhã quando ela havia terminado de analisar o último tubo. Olhou para o teto massageando as têmporas.

Então era isso...

.

.

.

Sasuke observou Sakura por quase uma hora após sair, ele iria garantir a chegada segura da jovem. Queria saber se alguém ousaria chegar perto dela sem a companhia dele. Quando a viu sentada, totalmente imersa entre os tubos de sangue, ele pôde continuar sua investigação com segurança.

Levou algumas horas até que chegasse na área do desastre que acometera aquele vilarejo, ele olhou a destruição que a lama fez ao descer morro abaixo formando um tapete de morte. E logo a cima, o largo paredão da barragem.

Sasuke por um tempo observou a magnitude do problema, foram milhares de metros cúbicos de lama contaminada por metais pesados descendo morro a baixo. Aquelas áreas destruídas nunca mais seriam completamente recuperadas.

O moreno alto observou a alguns metros um senhorzinho, todo sujo com a lama já seca, olhando para o nada. Quando se atreveu a aproximar-se dele. O homem parecia ter idade avançada, estava incrivelmente magro.

— O que aconteceu aqui? — Sasuke perguntou sem cerimônias ao senhor. Mas a resposta não foi a esperada.

— Você tem um filho?

Sasuke nada respondeu, apenas encarou o homem.

— Quando uma criança nasce, fruto da sua carne, do seu espírito, surge um amor aqui dentro. — ele apontou para o peito — Que não é possível explicar. Você pode ser uma pessoa terrível, sem piedade, pode ter cometido barbáries... Mas quando vê aquele rostinho, quando pega seu filho no colo pela primeira vez... Você se arrepende de tudo. E não quer saber de mais nada.

Sasuke ainda o encarava em silêncio. O senhor continuou.

— Eu não fui a melhor pessoa desse mundo. Cometi muitos erros. Mas quando meu menino nasceu, eu prometi a ele uma nova vida pro seu pai cabeça dura. — O senhor riu desanimado — Parei com o escambo, comecei a trabalhar aqui, nessa mineradora de ferro. No começo o serviço era ralo, mal ganhava pra sustentar minha mulher e meu menino, mas, eu havia prometido. E um homem nunca quebra suas promessas. Com o tempo o negócio foi melhorando, mais serviço. A guerra deu uma esfriada nos negócios, mas, quando acabou, deu um novo ar aos cientistas, e, incrivelmente a tecnologia assumiu o primeiro plano, e, o ferro passou a ser cobiçado.

O moreno pensou em interromper mas se conteve.

— Meu menino já tinha idade para trabalhar, e, a empresa precisava de novos braços, não tardou a traze-lo aqui. Ele trabalhou igual gente grande. Os lucros só aumentavam. Nossa vida finalmente começou a melhorar. Infelizmente era só eu e meu menino, minha mulher já havia partido a muitas primaveras atrás. Eu trouxe meu filho pro sarcófago dele. Eu o matei, e, nem sequer encontro o corpo dele para por junto ao da mãe.

O velho queria chorar mas as lágrimas já haviam acabado a muitos dias atrás.

— Você não o matou. — Sasuke finalmente interveio. — A culpa não é sua.

— Você é um daqueles ninjas da folha que vieram para curar as crianças da vila, não é?

Sasuke afirmou com a cabeça.

— Você pode ajudar a encontrar meu filho?

[Continua]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço comentários?
Estão curiosos? =000000