She Looks So Perfect escrita por Rocker


Capítulo 16
Capítulo 16 - How about a pavlova?


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu trouxe pra vocês Teen Wolf (Dylan é só meu, tirem os olhos u.u) e pavlova. É, pavlova é uma palavra estranha, mas é uma torta australiana que eles adoram. Tem recheio de kiwi e limão e a cobertura de suspiro, mas pode colocar uma cobertura extra se quiser.



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Capítulo 16 - How about a pavlova?

Um tempo se passou e, apesar de estarmos todos ocupados com seus afazeres, sempre conseguíamos um tempo para nos encontrar. De manhã, eu e Allison íamos para a escola. Era tão chata quanto a do Brasil, mas pelo menos ninguém conhecia meu passado e aqueles que sabiam quem eu era, mantinham respeito e não ficavam falando pelos cotovelos. Os garotos nunca falavam onde passavam o dia inteiro, mas eu sabia que estavam no estúdio. Eles já tinham dito publicamente que estavam trabalhando em seu primeiro álbum, mas eu respeitava o fato de eles quererem manter isso em segredo de nós duas.

Eu realmente entendia. Doía - talvez tanto quanto esconder algo deles -, mas eu entendia.

Eu conversava com meu pai à tarde e meu tio veio mais algumas vezes para checar como estávamos. E então chegava a noite: os quatro garotos mais lindos e talentosos vinham aqui para vermos um filme, fazer alguma comida brasileira, eu traduzir Perdida para Luke ou simplesmente ficarmos à toa. E então algo quase deu errado dois dias antes do aniversário de Ashton.

— Abra a porta, Allison! - gritei para ela, com preguiça de sair de onde estava.

Cheguei da escola e aproveitei a falta de dever para ficar de barriga para cima. Literalmente. Deitei de cabeça para baixo no sofá e fiquei vendo a terceira temporada de Teen Wolf. Ouvi Allison resmungando alguma coisa enquanto ia abrir a porta e logo vi dois pares de pernas tampando a minha visão de um Derek sensualizando e de um Stiles arrasando.

— Saiam daí, desgraçados! - eu gritei, mesmo sabendo quem eram. - Estão atrapalhando minha visão do Paraíso!

— Essa coisa aí?! - perguntou Ashton, sentando-se ao meu lado, mesmo eu não arredando um centímetro sequer da posição que eu estava.

— Eles são lindos, tá? - argumentei, ofendida. - Sai, Luke, eu tenho minhas necessidades de ver Dylan O'Brien e Tyler Hoechlin!

Ouvi Luke bufando. - Sou muito mais eu!

— Sai logo, loirinho magricela! - empurrei-o até que ele se sentou no sofá.

— Loirinho magricela, Mckinnon? - eu sabia que havia um pingo de desafio em sua voz, mas acabei ignorando.

Meu pior erro. - É, loirinho.

Logo eu senti suas mãos em minha barriga em um ataque de cócegas que logo me tirou o fôlego. Ashton pulou do sofá e ficou rindo ao lado dos outros. Tentei fugir de Luke, enquanto ele gritava "DIGA QUE SOU MAIS GATO QUE ELES!" e eu respondia com um "NUNCA, MAGRELO!". Até que ele ficou em cima de mim, segurando meus pulsos ao lado do corpo. Encarei seus olhos azuis, hipnotizada, e segurei a respiração ao ver seu rosto se aproximando do meu. Até que sinto seus dentes na minha bochecha.

— Seu viado filho da puta! - gritei, empurrando-o para longe de mim.

— Vem cá que eu te mostro o viado. - ele disse, malicioso.

— Esses dois ainda vão se pegar. - Michael disse, rindo, e se sentou no outro sofá.

Senti minhas bochechas queimando e me sentei de frente para a TV. E já tinha passado a parte que Derek Hale aparecia sem camisa.

— Eu não acredito que vocês me fizeram perder ele sem camisa! - resmunguei, enquanto todos se ajeitavam nos sofás.

— Pra você ver! - disse Allie, surpreendendo aos garotos. Eles não viram nada ainda. - Aquilo é um deus grego querendo acabar com uma simples mortal como eu.

Virei para ela, rindo, e vi a expressão de Calum. Acho que não foi das melhores, mas valeu a pena saber disso.

— Eu prefiro o Dylan, mas o Tyler também é lindo. - eu disse. - Pena serem mais velhos. - completei, com uma cara de enterro.

— Sorte a nossa. - resmungou Calum, mas todos conseguiram ouvir.

— Hmm. - mexeram Ashton e Michael, e eu consegui ver um sorrisinho escondido nos lábios de Allison.

Precisava ter uma séria conversa com ela depois da ligação do meu pai.

Foi então que eu percebi o que tinha de errado. Meu pai nãi tinha me ligado ainda, e os garotos já tinham chegado aqui. Comecei a ficar preocupada, achando que possa ter acontecido alguma coisa.

— Allie, que horas são? - perguntei, preocupada.

— Seis horas, por quê?

Olhei-a com a sobrancelha erguida, até que ela se tocou da ligação do meu pai. Ele não estava atrasado, os meninos que estavam adiantados. E como irei resolver isso? E bem quando eu estava procurando uma solução, meu celular começou a tocar Back In Black, o toque próprio do meu pai. Olhei para Allison, desesperada.

— Vocês podiam me ajudar a fazer um doce enquanto a Charlie atende o telefone. - sugeriu Allie, me salvando como sempre.

— Tenho a receita de um pavlova, só nunca consegui fazer. - disse Michael, se levantando.

— Não sei o que é, mas pode ser. - disse Allie, rebocando os garotos para a cozinha.

Dei um pulo do meu lugar, e atendi o celular antes que ele parasse de tocar.

— Alô? - chamei, subindo as escadas e entrando na privacidade do meu quarto.

Filha?— ouvi a voz do meu pai, com o barulho de ônibus ao fundo. - Por quê demorou para atender?

— Desculpe, é que os garotos estão aqui. - eu respondi.

Sentei-me na cama, de frente para a porta. Eu precisava ficar atenta para qualquer movimento no corredor. Eu não podia deixar que descobrissem esse meu segredo.

Ah, aqueles pirralhinhos?— ele perguntou, em seu conhecido tom paterno e protetor.

Eu ri. - Não sabia que você era um pai ciumento.

Claro que eu sou! Você é minha princesinha!

Revirei os olhos, mas mantendo o sorriso no rosto. Minha relação com meu pai foi complicada por um tempo. Eu via os pais das minhas amigas sempre presentes e eu ficava com inveja. Allison dizia para eu não reclamar, pois meu pai era famoso. Mas eu nunca quis um pai famoso. Eu queria um pai que estivesse ali para presenciar os meus momentos tristes e alegres. Que estivesse do meu lado quando meu primeiro dente caísse. Que estivesse segurando minha mão quando caísse da bicicleta. Que tivesse ameaçado Pedro no início do relacionamento. Que tivesse me consolado após ele quebrar meu coração.

Eu queria que meu pai me ajudasse a construir lembranças e o meu caminho.

Até que eu vi a situação por outro ângulo. Ele não participou de uma parte da minha vida, mas participou de outra. Em minha primeira viajem internacional, em minha primeira camisa de banda, meu primeiro show de rock, meu primeiro autógrafo - que foi dele. De certa maneira, ele criou memórias importantes. E eu era grata por ele ser meu pai.

Charlie! Charlie, ainda está aí?— a voz do meu pai me acordou dos meus pensamentos e eu balancei a cabeça rapidamente.

— Desculpe, pai. - respondi, passando a mão no rosto para secar as lágrimas que fugiram. - Estava pensando.

Em quê, meu anjo?— perguntou, preocupado.

— Em nada, eu só... - respondi, mas parei. Porque eu não sabia a resposta. Desde o dia em que eu pedi para minha mãe para sair do país, minha vida virou de cabeça para baixo. Então eu realmente não sabia a resposta para a pergunta do meu pai. - Eu não sei, pai, eu não sei.

Charlie, eu até tentaria conversar com sua mãe para deixá-la com Ellen...

— Não, pai, eu já não me preocupo mais com isso. - tentei dizer, mas ele continuou.

Só que sua mãe não te deixaria lá enquanto eu não estou.— ele se calou e eu suspirei.

— Tudo bem, pai, acho que já estou acostumando. - admiti, talvez mais para mim mesma.

Espero que não tenha a ver com o loirinho pra quem você está traduzindo o livro.

Passei a mão no cabelo nervosamente, dando graças por ele não ver minhas bochechas coradas.

— Pai! - resmunguei.

Ué?— ele disse, num falso ar inocente. - Se não tivesse alguma coisa, você não estaria traduzindo. Você não é disso!

— Pai... - reclamei novamente, com vergonha. - Isso não tem nada a ver, ele é só meu amigo. Mas mudando de assunto, como o primo Steve está se adaptando?

Bem. — ele respondeu, naquele tom de que não deixaria apenas por isso mesmo. - Está apenas ensaiando ainda, enquanto George está nos shows.

— Quando pretendem anunciar a substituição? - perguntei.

Em breve, querida, precisamos apenas de mais tempo para Steve entrar no ritmo.

— Não esqueça de mandar um beijo para ele e para o padrinho Phill.

Ouvi um barulho de passos no corredor e levantei a cabeça em tempo recorde, a ponto de ver Michael aparecendo na porta do quarto.

— Desculpa, Charlie, mas a Allie disse que a pavlova está pronta. - ele disse, parecendo envergonhado por interromper.

Sorri para ele. - Obrigada, Mike, eu já estou indo.

Já vi que está ocupada.— brincou meu pai ao telefone, rindo. - Vou indo, depois conversamos.

— Okay, até depois. - respondi.

Avisando que eu passo aí em Sydney quando acabar a turnê.

— O QUÊ?! - perguntei, assustada. - Não! Pai, não!

Mas ele já havia desligado.

Taquei o celular, frustrada, no travesseiro e segui até Michael, que me esperava na porta.

— Não sabia que tinha tanto contato com seu pai, você quase nunca fala dele. - Mike comentou, enquanto descíamos as escada e eu quase congelei.

— Eu... - comecei, sem saber o que falar, até que ouço um grito da cozinha.

— CHARLIE!

Obrigada, Allie, você é um anjo na minha vida, pensei, enquanto terminava de descer as escadas e entrava na cozinha. Ashton, Calum e Luke já estavam sentado à mesa e Allison colocava sobre ela o que parecia ser uma torta de suspiro.

— Do que isso é feito? - perguntei, enquanto sentava entre Ashton e Luke.

— É uma torta doce, com recheio de kiwi e limão e cobertura de suspiro. - respondeu Calum à minha frente, já cortando um pedaço para ele.

Eu sabia que corria o risco de apanhar, mas eu precisava zoar com a minha amiga.

— Allison. - eu disse, num tom sério. - Se isso estiver comestível, nunca mais duvido das suas habilidades culinárias.

 

 


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