Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 4
O mundo conhece as Pestinhas


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, meus queridos leitores!!
E tenho que dizer, minha vontade é de abraçar cada um de vocês!
Cinco - C-I-N-C-O - comentários no último capítulo!!! *---* Meu Kami, eu amo vocês!
E foi por causa disso que mesmo viajando eu não podia deixar de postar. Espero que não tenha muitos erros, porque precisei escrever pelo celular.


Sem mais delongas, aproveitem o cap. e boa leitura ^-^



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Era uma manhã chuvosa na vila Shimotsuki. O dia surgira escuro e a tempestade que caía não dava indícios de que pararia tão cedo.

Aquele clima trazia lembranças não muito agradáveis para o velho mestre Koshiro, que apenas observava a chuva da varanda de seu dojo.

Seus olhos estavam nas gotas que atingiam o chão, mas seus pensamentos estavam em Kuina, sua única e preciosa filha, que morrera anos atrás em um dia como o de hoje.

— Kuina... – Koshiro murmurou aos céus, como muitas vezes já tinha feito em todos aqueles anos. A saudade de sua filha era imensa.

Será que, se Kuina estivesse viva, ela teria conseguido realizar seu sonho?, era o que ele vivia pensando. A questão de ela ser uma mulher nem lhe incomodava mais, tudo o que queria era imaginar sua filha como a grande espadachim que fora em vida, se tornando famosa por todo o mundo.

"- Eu vou... me tornar o melhor espadachim do mundo! Pela Kuina.”

Um sorriso formou-se em seus lábios com a lembrança de Zoro lhe falando aquilo. Koshiro não se arrependeu nem um dia em ter depositado os sonhos de sua filha naquele garotinho.

Por onde será que ele andaria agora?

Sabia que seu antigo aluno havia entrado para o bando dos piratas do Chapéu de Palha, que há vários anos se tornara o Rei dos Piratas. O que hoje era um título honrado, graças a um grande acontecimento ocorrido há uns quatro, cinco anos mais ou menos.

Gostaria de ter notícias dele algum dia. Ser o melhor espadachim do mundo ele praticamente já era, mas será que tinha conhecido alguma garota? Se apaixonado? Pensava em ter uma família? Isso poderia ser meio difícil levando em conta que vivia no mar, em uma tripulação pirata, mas Zoro nunca foi de fazer as coisas pelo caminho mais fácil.

— Mestre Koshiro! - O chamado de um de seus alunos o tirou de seus pensamentos. O garoto fez uma reverência e lhe estendeu um envelope. - Chegou para o senhor.

— Obrigado. - Koshiro agradeceu e esperou o aluno se retirar para, com uma faca de bolso, abrir o envelope. Dentro dele haviam dois conteúdos: uma folha de papel dobrada e a foto de... uma garotinha?

O mestre pegou primeiro a foto, analisando-a bem. Por um lado, aquela garota de uns quatro anos não lhe era extranha, mas ainda sim não conseguia lembrar de onde podia conhecê-la. Será que sua memória já estava falhando?

Aproximou um pouco mais a foto dos olhos. Não reconhecia o cabelo verde-escuro, completamente liso, mas alguns traços do rosto com certeza já havia visto. Porém, quando analisou melhor os olhos, quase pulou pra trás com o susto!

Aqueles olhos verde-mar eram... quer dizer, tinham um brilho inegavelmente identico aos de Kuina. Somente ela e Zoro tinham aquele brilho tão determinado que chegava a dar calafrios.

— Mas o que é isso...? - Questionou-se.

Para tentar ter um pouco de esclarecimento, pegou a carta. Abriu-a e começou a ler:

"Mestre Koshiro,

Há muitos anos o senhor me contou uma história. Era sobre um espadachim excepsional que conseguiu se tornar famoso e respeitado por todo o globo. O mesmo objetivo que eu tenho. Na época nem me importei com o final da história: o espadachim se matando porque não havia quem para batalhar e ele não tinha mais nada na vida.

Mas hoje, mestre, tenho orgulho de dizer que não acabarei como ele. Porque eu tenho algo mais na vida. Não falo de meus companheiros (embora eles também), mas de minha esposa e minha filha, Ohana. A garotinha na foto que lhe enviei."

Uma luz de entendimento pairou sobre Koshiro. Então era por isso que aquela menina lembrava tanto alguém! Tendo aquele brilho nos olhos, só mesmo sendo filha de Zoro.

— Hm... Ohana. - Murmurou, relendo o nome escrito na carta. Não sabia o porquê daquele nome, mas achou que combinava com a garota, além de ser bem bonito.

"Não é querendo me gabar, mas essa menina é inteligente demais." - Continuou a ler. - "Com quatro anos já está sabendo ler frases quase inteiras. É tão madura para a idade, age como se tivesse seis anos!

Ela é bem parecida com a mãe nesse quesito. E falando na minha esposa, eu bem queria ter mandado uma foto dela, mas Robin se recusou a me deixar tirar uma.

E por enquanto, essas são as novidades. Eu sei que quase nunca te escrevo, mestre, mas achei que gostaria de notícias.

Até a próxima,

Seu aluno, Zoro."

Koshiro olhou mais uma vez para os céus. Mas diferente de antes, ele sorriu. Podia ter perdido sua filha, mas Zoro ainda herdava a sua vontade.

E agora, uma gracinha de menina herdava o mesmo brilho determinado que ambos tinham.

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— O bolo de laranja pra amanhã já está pronto. Os cup cakes para terça eu deixo pra amanhã. As quatorze laranjas para a Somina-san já estão prontas. E toda a louça da pia eu já lavei! - Nojiko jogou-se em uma das cadeiras da mesa, suspirando por encerrar seu trabalho naquele dia.

A ideia de complementar as vendas de laranja fazendo doces com elas havia sido genial, além de um sucesso, mas era muito mais trabalhoso.

A azulada se ergueu, esperando sentir um alívio tremendo ao pensar que finalmente poderia se deitar e dormir.

Mas não naquela noite, não ainda.

A carta que recebera no início daquela tarde esperava sobre a cama, até o momento para ser aberta. Nojiko queria tê-la lido assim que recebeu, pois viu que a carta viera de Nami, mas estava atarefada demais na hora.

Agora finalmente poderia ver qual foi o motivo de sua irmã ter dado sinal de vida. Nami raramente lhe escrevia e a última vez que mandara notícias fora a uns dois anos trás.

— Vamos ver o que ela tem pra me contar. - E dizendo isso, abriu o envelope. Tirou de lá dois conteúdos: uma folha dobrada e uma foto.

E foi ao ver a foto que Nojiko entortou a cara em desentendimento. Por que raioz Nami lhe enviara uma foto dela mesma quando tinha dois anos?

Se bem que... Os olhos de Nami eram castanhos, não negros. E o nariz também era diferente. Os cabelos ruivos também estavam mais compridos que os de sua irmã na época dos dois anos, que a menininha na foto devia ter. Mas o principal era o chapéu, pois Nami em nenhum momento de sua vida tivera um chapéuzinho de palha.

— Mas o que é isso? Ainda não inventaram o fotoshop! - Nojiko entendia a situação cada vez menos.

Resolveu pegar a carta. Quem sabe o conteúdo dela esclarecesse algo:

"Nojiko,

Faz um bom tempo desde que eu escrevi para você, me desculpe por isso; mas é que andei meio... ocupada.

Não tenho tantas novidades de aventuras marítimas dessa vez, com vilões, monstros, ou alguma confusão com a marinha. Mas tenho duas belas novidades que gostaria muito de te contar pessoalmente só para ver a sua cara!

A primeira (e talvez a mais chocante): EU ME CASEI!"

Nojiko teve de parar a leitura por um momento. Sua surpresa com as palavras de Nami fora tanta que até engasgara com a própria saliva, e agora tinha um belo ataque de tosse. Como assim sua irmãzinha mais nova, mesquinha e pirata havia casado antes dela, que nem namorado tinha?!

— Como... COM QUEM?! - Era o que a azulada se perguntava. E para ter as respostas, continuou a ler.

"Eu queria bastante que você estivesse aqui no dia, mas acho que não teria dado muito certo. Meu casamento, assim como tudo na minha vida desde que conheci o Luffy, não foi nada normal.

E falando no Luffy, veja pelo lado bom, Nojiko: Você pode dizer que conhece seu cunhado."

Nojiko faltava só bater sua cabeça na parede. Nami não estava só casada, mas sim casada com ninguém menos que o Rei dos Piratas. Agora ela era a... Rainha dos Piratas!

"Outra surpresa, heim? Mas acredite, se há quatro anos atrás alguém me contasse, eu também não acreditaria.

E agora, a última novidade: Nós tivemos uma filha!!"

Pronto, agora sim Nojiko estava no ponto de um enfarte! Não é todo dia que descobrimos ter uma sobrinha, afinal.

Mas agora a foto fazia sentido. Ela pegou a imagem novamente, prestando mais atenção na garotinha nela retratada. Sua sobrinha era realmente muito fofa...

— Mas espera, onde essa menina está sendo criada? - Nojiko perguntou-se. E a conclusão a que chegou não lhe agradou muito. - Como você cria uma criança em um navio pirata, Nami?!

Apertou a própria testa, suspirou, bateu os dedos, fez tudo o que podia para se acalmar. Dar piti agora não adiantaria de nada.

"Você deve estar com a foto dela aí ao lado. Não é a coisa mais linda, fofa e maravilhosa que você já viu em toda a sua vida? Claro que é, afinal fui em quem fiz.

Para escolher o nome, nós usamos um método meio clichê (de juntar os nomes dos pais), mas acabou ficando bom. Pelo menos eu acho Luna um nome lindo.

Eu com toda certeza levo ela aí para a vila Kokoyashi algum dia, para conhecer você, o Gen-san e todos os outros.

Mas até esse dia, vamos mantendo contado.

Com amor, Nami."

Nojiko ainda ficou encarando o papel, mesmo depois de ler, com um sorriso no rosto. Estava tão feliz por Nami e queria muito conhecer Luna. Ahh, que elas viessem logo.

Com a carta e a foto de Luna em mãos, a azulada se levantou e pôs-se a caminho da vila. Mais precisamente, à casa de Gen. Estava pouco ligando que já fossem duas da manhã, sabia que o homem a perdoaria pela hora assim que visse a foto de certa ruivinha.

/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/

Em uma ilhazinha desabitada no meio da Grand Line, o navio de um dos piratas mais temidos dos mares se encontrava.

— Capitão! Capitão! - Um dos tripulantes gritava enquanto ia ao encontro do resto do bando. Ele chegou ao lado do capitão e, ofegante, lhe estendeu um envelope.

Shanks, o Ruivo (que de ruivo não lhe restavam muitos cabelos), olhou para o objeto desconfiado. Mesmo que muitas coisas tivessem mudado, com o mundo sofrendo literalmente um abalo, não eram muitas as pessoas que enviavam cartas para ele, um pirata, mesmo que fosse de boa índole.

— É da Senhorita Makino, capitão. - O tripulante conseguiu falar.

Shanks arregalou os olhos e tomou o envelope em mãos no mesmo instante, abrindo-o no segundo seguinte. Reparou que junto da carta havia uma foto, mas deixou para vê-la depois. Seu coração batia a mil. Embora não aparentasse, morria de saudades de sua amada.

"Olá, Shanks.

Como estão as coisas? Espero que todos estejam bem, principalmente você.

Sei que não deveria entrar em contato, pois se a New-Marinha ou o Novo governo Mundial interceptarem esta mensagem, não sabemos o que pode acontecer comigo e com o Haru. Mas não podia simplesmente ler a carta que recebi há uns dias e não lhe dizer nada.

Sei que você tem um grande carinho por Luffy, assim como eu, e por isso com certeza ficou contente por ele quando se tornou Rei dos Piratas. Mas não se comparará a agora, quando descobrir que ele se tornou pai."

— PAI?! - Shanks não segurou a exclamação.

— PARABÉNS, CAPITÃO!! - Aquela comemoração repentina de sua tripulação só deixou o pobre pirata mais confuso ainda.

— É menino ou menina? - Perguntou um.

— Qual o nome que a senhorita Makino escolheu? - Quis saber o outro.

— O Haru está contente? - Indagou mais um outro.

— Ahn? Heim? Mas do que vocês estão falando? - Shanks esbravejou.

— Ué, do seu bebê com a senhorita Makino. Você não acabou de gritar que era pai?

Pela primeira vez como não em anos, Shanks poderia ser chamado de "O Ruivo" novamente. Pois seu rosto alcansara niveis altíssimos de vermelho.

— NÃO É NADA DISSO!! - Gritou enraivessido. - O único pirata com filho aqui é o Luffy!

— O Luffy? - A tripulação toda questionou, praticamente ao mesmo tempo. E começou um falatório, todos querendo saber tanto sobre a criança quanto sobre quem a tivera com o moreno.

— Calma, calma! - O ruivo acalmou a bagunça. - Eu vou ler e depois explico tudo pra vocês.

"Você deve estar bem surpreso, não é, Shanks? Mas não deveria, afinal foi você quem realizou a "cerimônia" de casamento dele. Era meio natural que algo assim acontecesse. Isso só mostra o quanto o Luffy cresceu... Tenho certeza de que ele é um bom pai para a filha dele."

Filha? O ruivo leu e releu aquela palavra, para ter certeza de que era mesmo a letra "a" que a encerrava.

— Pobre menina... - Shanks murmurou, realmente com pena da garota. Já era estranho imaginar Luffy como pai, sabendo que era de uma menina então... Não conseguia acreditar naquele garotinho inconsequente sabendo lidar com uma filha.

"Você deveria ler a carta que recebi, Luffy parece ser tão carinhoso com a Luna-chan (que a propósito é o nome da menina). Acho até que ela roubou o lugar do seu chapéu como o maior tesouro do Luffy.

E a própria Luna-chan tem um chapéuzinho de palha só dela! Pelo que o Luffy contou, foi a mãe dela que fez para ela. Mas você poderá ver por si mesmo na foto."

— A foto?

Shanks pegou a foto que havia deixado de lado. E se deparou com a coisa mais fofa que já tinha visto desde as fotos de seu próprio filho quando bebê. Aqueles olhinhos negros tão brilhantes, aqueles cabelinhos ruivos e aquele sorriso que encantava a qualquer um (inclusive ele)... Como uma garotinha tão fofa poderia ser filha de Luffy?! Devia ter algum engano ali.

"E não, não tem engano nenhum." - Makino acrescentou na carta. - "Essa garotinha ruiva e sorridente é a Luna-chan.

Uma graça, não é? Pelo visto ela puxou bastante à mãe, mas o sorriso com certeza veio do Luffy.

E por falar em se parecer, o Haru está aqui do meu lado, mandando um oi para você e cada um da tripulação. Ele está a cada dia mais parecido com você, Shanks. E eu agradeço por isso.

Venha nos ver logo, está bem?

"Um beijo, Makino."

Ao terminar a carta, Shanks suspirou e recostou-se na árvore atrás de si, com um sorriso no rosto. Ás vezes, ele podia se dizer portador de uma vida perfeita.

Desde que o Exército Revolucionário constituíra seu governo, piratas como ele, de uma índole que podia ser considerada boa, não eram mais perseguidos. Foi graças a isso que ele pôde voltar ao East Blue (não permanentemente, mas podia) para ficar com Makino sem o risco de ela ser perseguida por sua relação com ele.

Se bem que o ruivo ainda tentava manter essa informação o mais escassa possível. Agentes da New-Marinha rondavam por todos os lugares e vai saber até onde eles chegariam para perseguir os piratas que já tanto odiaram um dia. Manter tudo às escondidas era o melhor, para a segurança dela e de Haru.

Voltou os olhos para a foto da garotinha ruiva e sorriu. Ela parecia ser tão feliz... E apesar da aparência não ter muito a ver com Luffy, Shanks conseguia enchergar a maior semelhança entre eles: O sorriso.

Somente duas pessoas no mundo tiveram aquele sorriso e ambos alcansaram o título de Rei dos Piratas. Aquele sorriso era o responsável pelos maiores abalos do mundo. E com o título de Rei ocupado, Shanks nem queria pensar o que aquela garotinha iria aprontar.

— Luna, heim? - Repetiu o nome, analisando bem a pequena. - Sem dúvidas, essa menina vai virar o mundo de cabeça para baixo.


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