Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 15
Bônus - A Filha do Meu Amado


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AQUI, É IMPORTANTE:
Olá, Minnaaaaaaaaa-san! E após mais uma semana, aqui estou eu com mais um capítulo! Pelo menos nas férias estou conseguindo manter o ritmo, ainda bem ^^"
Como já viram pelo título, esse capítulo é um bônus, escrito a pedido de um leitor (espero que goste, Kaidou) e realmente, REALMENTE NÃO TEM LIGAÇÃO COM A HISTÓRIA ORIGINAL!!
Queria agradecer à Marima-chan que me aconcelhou a postar, sim, esse capítulo e ao Pedro que vem me ajudando muito.
Aos demais leitores (fantasmas os não), obrigada por acompanharem e boa leitura ^-^



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Ela andava de um lado para o outro, remexendo as mãos que suavam sem parar, seu coração batendo mais alto que o ensaio de uma escola de samba. Assim descrevemos a imagem de Boa Hancock naquele momento, com seus nervos a flor da pele.

Mas também não podemos culpa-la. Já fazia nove anos desde que o vira pela última vez, quando foi uma dos muitos a dar suporte a ele na luta final contra a Marinha e o Governo Mundial.

Após tanto tempo, ela finalmente veria seu amado Luffy novamente.

Há umas semanas recebera a resposta do moreno para um dos milhares convites que o enviou, invitando-o para vir à Amazon Lily. Ah, claro, juntamente com a tripulação dele.

E hoje seria o dia da chegada de Luffy! Ela estava tão feliz. E nervosa! Afinal, pelo que se lembrava, eles estavam noivos. E se ele demorara esse tempo todo para responder aos seus convites porque estava planejando o casamento perfeito?!

Só a imagem dos dois em uma linda igreja, ela indo até o altar de vestido branco enquanto seu amado já a esperava, foi o suficiente para que Hancock parasse de antar e usasse as mãos para cobrir as bochechas coradas, soltando suspiros apaixonados.

— Acorde, Hebihime-sama! – O chamado estridente da velha Nyon a tirou de seus pensamentos. Hancock virou-se para a senhora, que já tinha passado da melhor idade, devolvendo a encarada feia. – Eu ainda acho que permitir a entrada de sete homens nessa ilha é um absurdo.

— E você acha que eu quero permitir? – A morena retrucou, frustrada ao lembrar-se de quantos homens sujos deixaria entrar em sua ilha. – Mas... – Sua expressão voltou para a apaixonada, assim como seu tom de voz. – Se é pelo Luffy, eu vou permitir.

— Oh, que coisa incomoda é o amor. – Nyon acabou por suspirar. Apesar de tudo, Hancock era a imperatriz e se ela tinha decidido, não havia nada que a anciã pudesse fazer.

— Hebihime-sama! – Um pequeno grupo de mulheres se aproximou do ponto onde a morena estava. – O banquete já está pronto.

— Juntamos toda a carne dos três estoques principais da ilha, como a senhorita ordenou. – Acrescentou por fim uma loira.

— Toda a carne?! – Nyon pareceu a ponto de um infarto ao ouvir aquilo.

— Eu mesma averiguarei isso, Margareth! – Hancock decretou. – Já aproveitarei e ficarei no portão. Ele não deve demorar muito mais. – Apesar de estar séria, foi perceptível o sorriso em seu rosto ao falar de Luffy.

— Hai. – Margareth concordou, fazendo uma reverência juntamente com as outras, antes de se retirar.

Depois que deixaram a sala do trono, Sweet Pea se aproximou da companheira loira e perguntou:

— Você também está bem ansiosa para ver o Luffy, não é?

— Aham. – Margareth não se fez de rogada ao responder. – Quero muito revê-lo e conhecer sua tripulação. Ele falou tanto deles da última vez.

— Verdade. – A castanha se cansava apenas de relembrar o falatório do garoto. Se existia alguma chance de presenciar uma cãibra na língua, foi aquela.

— Mas ainda estou meio nervosa em recebermos tantos homens. – Aphelandra admitiu.

— Não tem perigo. – Garantiu Margareth, sorrindo gentil para a companheira. – Afinal, eles são companheiros do Luffy.

Ainda meio hesitante, Aphelandra concordou. Se eram companheiros do Luffy, não podiam ser de todo ruins.

Logo quase a ilha inteira estava reunida nos portões da ilha. Algumas estavam nervosas, outras ansiosas e algumas preparavam armas só pra garantir. Não demorou tanto para que os portões fossem abertos e uma euforia varresse a todas ao verem o majestoso Thousand Sunny chegando.

— Luffy! Luffy! – Quase todas gritavam, chamando pelo moreno.

— LUFFY!! – E com tanta empolgação junta, foi impossível para Hancock não gritar também.

— E aí, pessoal!! – Quando enfim ouviu a voz dele, ela sentiu seu coração falhar uma batida. Voltando a bater como louco assim que viu a figura que acenava da carranca de leão. Mari e Sonia se prepararam para segurar a irmã quando pensaram que ela desmaiaria ali.

— LADYS! Uma ilha inteira de ladys!! – Sanji rodopiava com os olhos em forma de coração.

— Cala a boca se não quiser morrer, ero-cook – Zoro advertiu-o, olhando firmemente para algumas mulheres armadas.

— Mademoiselle!! – Mas até parece que o cozinheiro deu ouvidos.

Ele não era o único impressionado.

Brook já tinha desmaiado no convés ao imaginar a quantidade de calcinhas que veria, Franky e Usopp também não resistiam a olhar e até Chopper estava surpreso com tantas mulheres juntas em um só lugar.

— Finalmente chegamos. – Robin também olhava em volta, com seu costumeiro sorriso nos lábios. – O que você acha, Nami?

— Aham. – A navegadora respondeu sem interesse ou atenção no que a amiga tinha dito. Estava ocupada demais olhando com preocupação para certo membro da tripulação.

A arqueóloga não pôde evitar rir baixinho. Aquilo seria interessante.

O navio atracou e, com uma velocidade impressionante, todos os tripulantes saíram dele. Ao mesmo passo, muitas garotas se aproximaram. Luffy cumprimentou a todas, além de apresenta-las a cada um de seus nakamas.

Mas tudo se aquietou quando Hancock se aproximou deles, uma passagem para ela se abrindo em direção aos chapéus de palha. Embora ela enxergasse apenas a um chapéu de palha, que era usado sobre os cabelos negros da figura que a imperatriz tanto ansiava ver.

— Luffy. – Foi tudo o que conseguiu pronunciar ao tê-lo finalmente ali, à sua frente.

— Quanto tempo, heim, Hancock? – Era indescritível sua felicidade por ver aquele sorriso novamente.

“Oh! Ele disse o meu nome! Se houvesse um padre aqui, já poderíamos oficializar!” – E retornamos ás fantasias de Hancock.

A morena não conseguia tirar os olhos de seu amado. Ele estava mais alto e mais forte desde a última vez que o vira, agora realmente era um homem de 28 anos. Mas o sorriso e o brilho brincalhão nos olhos continuavam os mesmos. E isso só a fazia cair ainda mais de amores por ele.

Ela percebia que ele estava falando algo, mas infelizmente não conseguia prestar atenção. O mundo à sua volta sumira, todas as cores que não a luz que emanava de Luffy, havia desaparecido. E isso incluía os sons, os cheiros... Qualquer coisa que pudesse atrapalhar aquele momento. Hancock poderia ficar ali para sempre, somente o admirando. Nada poderia interromper o seu contato eterno com aqueles belos olhos negros...

A não ser duas mãozinhas. Que surgiram repentinamente, agarrando o rosto de Luffy por trás. E com o impacto do resto do corpo, fez o moreno quase cair de cara no chão.

Isso foi o suficiente para tirar Hancock de seu torpor e trazê-la de volta para a realidade. Uma realidade onde uma garotinha tinha caído aparentemente do céu bem nas costas de seu Luffy.

— Ehh?! Luna, o que foi que você fez dessa vez?! Eu fiquei cego!! – O moreno gritava desesperado, virando a cabeça para todos os lados, o que quase derrubou a menina. Mas até parece que ela se importava, estava ocupada de mais rindo do terror do homem.

— Argh. – Um rosnado fez a atenção de Hancock voltar-se para outra pessoa, mais especificamente a navegadora ruiva e esquentada do Thousand Sunny.

A imperatriz não gostava dela, e nem da arqueóloga de sorriso indecifrável, mas a antipatia com a ruiva parecia ser ainda maior. Esse desgosto pela garota foi agravado quando a viu chegando perto de Luffy.

— Para de chilique, Luffy. Você não está cego, ela só cobriu os seus olhos com as mãos. – Nami provou o que dizia tirando a menina das costas do moreno, que milagrosamente (sintam a ironia) voltou a enxergar. – Agora, o que deu em você para pular lá da carranca do navio, mocinha? – Questionou para a pequena, batendo o pé impaciente.

— Só queria chegar aqui mais rápido. – Ela deu de ombros.

— E pra isso me usou de amortecedor de novo. – Luffy resmungou, passando a mão pela nuca. – Rapaz, isso podia ter deslocado meu pescoço. Se algum dia você aprender Haki, eu tô ferrado.

A reunião entre os três continuou, parecendo que eles nem notavam a multidão que os encarava. A maioria das mulheres olhava para a cena em confusão, se perguntando quem era aquela menina. Em especial Hancock, que não gostou nada de ver aqueles três interagindo tão bem. Pareciam até... uma família.

— Luffy. – Chamou-o, ainda com uma sobrancelha arqueada. – Essa laranja eu já sei quem é. – Olhou feio para Nami, que devolveu o olhar. – Mas e essa pequena?

— Ah, era ela que eu estava dizendo que você precisava conhecer! – Luffy exclamou, pondo a menina bem a sua frente para que a imperatriz pudesse vê-la. – Hancock, essa é a minha filha, Luna.

O Mundo de Hancock desabou. “... minha filha... minha filha...”, aquelas duas palavras ecoavam em sua mente, quebrando todas as suas fantasias a cada eco. Mirou a pequena que Luffy lhe apresentava com tanto orgulho. De primeiro momento desejou mata-la, mas lembrou-se de que ela era uma parte de Luffy, então se conteve. Porém, uma dúvida ainda lhe atormentava: Quem fora a responsável pela outra parte daquela menina?

— S-sua filha... com... com quem? – Conseguiu perguntar, embora seu choque e raiva ainda dominassem.

— Vai dizer que não dá pra notar? – Nami estava se deliciando com a expressão chocada da ex-shichibukai. Se colocou ao lado de Luffy, pousando uma mão no ombro da garotinha. – Sempre dizem que ela é a minha cara.

E era verdade. Hancock finalmente reparou na aparência da menina, notando os longos cabelos alaranjados que ela possuía, além dos traços do rosto. TUDO era daquela maldita navegadora. Nem para se parecer com seu Luffy aquele inseto inoportuno servia!

Um tornado de emoções acontecia em seu interior. Ela queria gritar, arrancar os próprios cabelos, matar tanto à Nami quanto àquela garota. Sua raiva e tristeza eram tantas que, se o choque não travasse tudo, com certeza Amazon Lily já teria ido por água a baixo. O tornado foi tão forte que nem mesmo ela aguentou, acabando por desmaiar.

— Ane-sama!

— Hebihime-sama!

— Oe, Hancock!!

Esses gritos foram a última coisa que ouviu.

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— Não se preocupem, foi só um choque. Logo ela acordará bem como sempre. – Nyon garantiu, após examinar a imperatriz. Haviam-na levado de volta para os seus aposentos no palácio, onde estavam agora apenas Hancock, suas irmãs, Nyon, e Luffy.

— Ufa. – Marigold e Sandersonia suspiraram aliviadas.

— Rei dos Piratas Monkey D. Luffy. – A velha senhora se virou para o moreno. – Acho que Hebihime vai exigir algumas explicações quando acordar e só você poderá respondê-la, então deixaremos vocês a sós agora.

— Tá bem. – Luffy concordou um pouco sério. – Caramba, a Nami me avisou que a reação dela não seria muito boa, mas eu não pensei que chegaria a esse ponto.

— E esperava o que? Você a trocou. – Sonia acusou-o.

— Eu não troquei ela. Já tinha dito pra Hancock que não ia me casar.

— Mas isso deu a entender que não ia casar com ninguém e deixou a Ane-sama pensar que ainda tinha uma chance! – A esverdeada continuou a acusar.

— Parem vocês dois! – Nyon pôs um ponto final naquela discussão sem sentido. – Mesmo não podendo ficar com quem amavam, nunca aconteceu das últimas imperatrizes serem trocadas.

— Já disse que não a troquei! – Luffy estava cansando daquela acusação.

— Sendo assim – Mas a velha continuou como se não a tivessem interrompido. -, não há como saber o que irá acontecer com a Hebihime. O que irá determinar isso é a conversa de vocês, Monkey D. Luffy.

— Já entendi. – Luffy falou, voltando os olhos para Hancock, ainda desmaiada na cama. – Só espero que ela também consiga entender.

Mal ele terminou a frase, Hancock começou a dar sinais de que estava despertando.

— Vamos indo, meninas. – Nyon conduziu Mari e Sônia para fora dos aposentos.

— Veja lá como vai falar com ela. – Advertiu a menor das irmãs, enquanto a do meio apenas deu um olhar severo para o pirata.

— Humm... Quem está aí...? Luffy? – Hancock sentou-se na cama, ainda meio tonta.

— Sim, sou eu. Você está melhor? – Luffy perguntou aproximando-se.

— LUFFY!! – Mas não deveria tê-lo feito, pois mesmo sem respondê-lo, a imperatriz jogou-se em seus braços. – Ah, que sonho mais horrível eu tive! Você estava casado com outra e tinha com ela uma... – Nem conseguiu dizer a palavra, agarrando-se ainda mais à camisa de Luffy. – Ora, esqueça! O bom é que foi só um pesadelo e agora nós podemos nos cas-

— Não foi sonho.

Hancock arregalou os olhos. Desencostou o rosto do peito de Luffy e ergueu a cabeça para olha-lo, completamente confusa.

— O que...?

— Não foi um sonho. – Luffy repetiu, sentindo os braços da morena afrouxarem ao seu redor. - Você desmaiou depois que eu te apresentei a Luna, daí suas irmãs te trouxeram pra cá e eu vim junto. A Nami, a minha esposa – Não usava muito esse termo para definir a ruiva, mas no momento era necessário, para que Hancock aceitasse a realidade. -, está pela ilha com minha filha agora mesmo.

Hancock sentou-se ereta e encarou-o alguns segundos, processando tudo. Então aquela visão que teve não foi um sonho, não passou da realidade? As perguntas e emoções voltaram a girar em sua mente, mas dessa vez ela sabia o que queria questionar primeiro:

— Por que ela?

— Heim? – Luffy realmente não tinha entendido, de tão baixo que ela falou.

— POR QUE ELA?! - Tudo bem, agora a ilha inteira conseguiu ouvir. – Por que você escolheu àquela... Laranja podre ao invés de mim?! Não pode ter sido pela aparência ou pela força, já que eu mato aquela sonsa com um estralar de dedos, então por quê?! O que ela tem que eu não tenho?!

— E-eu não sei! – O moreno chegou a suar frio, Hancock estava mesmo furiosa.

— Como pode não saber?! Se você me trocou por ela deve ser porque ela te deu algo que eu não dei!!

— Eu não te troquei, caramba!

— Me diga Luffy, o que aquela mulherzinha tem de mais?! – A imperatriz parecia prestes a chorar. – Seja lá o que for, eu prometo que tentarei ser igual, faço qualquer coisa para agradar você! Só... – As lágrimas finalmente vieram, fazendo com que Hancock diminuísse o tom de voz, tentando limpá-las. – Me diga, por que ela?

— Porque eu a amo. – Foi a resposta de Luffy. Simples e rápida na tentativa de ser indolor, mas Hancock teve a certeza de ouvir seu coração quebrando em milhões de pedaço com aquela declaração. – Desculpa, não é nada com você. É só que... a Nami... - Ele de repente parou, abrindo um sorriso, todavia aquele era diferente dos de costume, era claramente o sorriso bobo de uma pessoa apaixonada.

Em sua mente, vinham lembranças de vários momentos que poderiam tê-lo feito amar a sua navegadora. Todos os momentos divertidos ou perigosos que já passaram junto, até os beijos tão cheios de paixão que trocavam e o deixavam louco por ela. Mas principalmente, ela era a pessoa que ele desejava ter por perto, em qualquer situação, e se não tivesse, a saudade lhe assolava como um vírus. Simplesmente não podia e nem queria ficar sem ela, em todos os sentidos.

— A Nami é a pessoa por quem eu me apaixonei. – Declarou por fim.

Hancock ainda chorava um pouco, os olhos arregalados olhando para Luffy e soluçando de leve. Ficou assim por alguns segundos, mordendo o lábio inferior e processando tudo o que o moreno havia dito, até que se sentiu pronta para perguntar:

— Você tem certeza disso? Ela... é realmente o que você quer?

— Com toda a certeza que tenho aqui. – Luffy pôs a mão no peito, sobre o coração, finalmente abrindo seu costumeiro sorriso para a morena. Isso deu forças a ela para sorrir também e acabar rindo daquela situação.

— Você realmente foi o único homem que não caiu aos meus encantos. – Comentou com um sorriso, mas uma última lágrima escorreu por sua face.

Ela de certo tinha perdido o seu amado, o único homem que já conseguira um espaço em seu coração. Todavia, era por amá-lo tanto que ela conseguia sorrir pela felicidade dele.

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"Como será que estão as coisas lá dentro?” – Nami perguntava-se em pensamentos, olhando para o palácio de Hancock com o cenho franzido.

Ela havia entrado num bar e sentou-se em uma mesa na varanda desse, onde tinha uma visão perfeita do palácio. O lugar onde seu marido estava sozinho com a única mulher no mundo que considerava uma ameaça. Não que não confiasse em Luffy, mas a Imperatriz Pirata era imprevisível.

A jarra de bebida entregue a ela há vinte minutos continuava intocada. Não tinha vontade de beber, por incrível que pareça. Sentia-se um tanto desconfortável ali, já tinha imaginado várias vezes como seriam as mulheres que Luffy lhe falara tão detalhadamente sobre o que queriam fazer com ele, mas nada se comparava a estar no país delas, cara a cara com essas mulheres.

— Você deve ser a navegadora. Nami, acertei? - A ruiva se virou para a pessoa que falara, deparando-se com uma mulher loira que lhe sorria.

— Sim, acertou.

— É um prazer enfim te conhecer. – A loira estendeu-lhe uma mão. – Eu sou Margareth.

— Ah, então você é a famosa Margareth. – Nami apertou a mão que lhe era estendida, dando um sorriso verdadeiro. Finalmente começava a relaxar. – Não quer se sentar?

— Oh, sim. Obrigada. – Margareth agradeceu, sentando na cadeira de frente para a ruiva. – Estou muito feliz que vocês finalmente puderam vir. Luffy me falou muito de vocês na última vez, principalmente de você. – Deu um risinho ao ver as bochechas da navegadora enrubescerem de leve.

— O Luffy também comentou bastante de você. – Nami contou, tentando disfarçar seu embaraço. - Falando nisso, obrigada por ter defendido ele.

— Não foi nada, eu que sou grata a ele por ter salvado a mim e minhas amigas.

— É, isso é mesmo a cara dele. – Apesar do tom meio repreendedor (pois ela sabia como Luffy as havia salvado), a ruiva não pôde conter um sorriso apaixonado.

E Margareth notou aquilo. Conheceu Luffy o suficiente para saber que ele não casaria com alguém que não amasse realmente e ver agora Nami sorrir apenas em mencioná-lo deixou claro que os sentimentos naquela relação eram fortes e recíprocos.

— Fico feliz por vocês dois. – Comentou a loira de repente, deixando sua mente divagar um pouco. – Deve ser ótimo se apaixonar, casar e formar uma família. – Ao dizer isso, olhou em volta, parecendo lembrar-se de algo. – Falando em família, onde está a menininha que estava com você?

— Quer dizer a Luna? – Chutou Nami. – Ah, aquela ali já deve estar dando a terceira volta na ilha, não para quieta de jeito nenhum. – Novamente o tom da ruiva não condizia com a expressão dela. Sua voz soou desinteressada enquanto seu olhar era claramente o de uma mãe preocupada.

— Não tem porque se preocupar. – Margareth garantiu. - A ilha é muito segura e acredite quando digo que ninguém ousaria machucar a filha do Luffy. – Riu repentinamente com mais uma lembrança. – Elas não fizeram nada nem com os seus amigos mais... acho que a palavra é “pervertidos”.

— Você viu o Sanji-kun e o Brook?

— Vi. O esqueleto estava num restaurante pedindo para ver as calcinhas das garotas e o cozinheiro levava uma surra por ter tentado espiar as fontes de banho.

Nami deu um tapa na própria testa.

— Me desculpe por isso.

— Não tem porquê, é divertido. – A loira ainda sorria. – Tirando o cozinheiro, todos os outros estavam bem e não penso que vá haver algum problema. Acho que nem a Hebihime-sama tentaria fazer algo de mal para a Luna-chan.

Com a menção da imperatriz, Nami olhou novamente para o palácio. Será que somente ela notara o olhar assassino que Hancock direcionara para Luna antes de desmaiar? Ela não conhecia muito bem a ex-shichibukai, mas sabia que uma mulher de coração partido era perigosa. Suspirou fortemente. Estava nas mãos de Luffy acalmá-la e assim impedir que um desastre irreparável acontecesse.

— Espero que você esteja certa.

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— V-você não precisa vir junto comigo, Luffy. – Hancock declarou, enquanto ela e o moreno andavam pela vila. Estavam a caminho de onde, foram informados, Luna estava brincando com algumas meninas da ilha.

— Está tudo bem, eu quis vir. – O tom sério do homem a feriu.

Será que ele não confiava nela perto de Luna? Bom, se assim fosse, não poderia culpa-lo em tudo, ela teve mesmo vontade de matar a menina quando a viu pela primeira vez.

— Juro que não vou machucar a sua filha. - Ela estava sendo sincera.

Hancock se recusava a machucar Luffy ou qualquer pessoa importante para ele, e aquela garotinha não era só importante para ele como também uma parte dele. Resumindo: ela não faria mal a nem um fio do horrendo cabelo laranja de Luna.

— Shishishi. Eu sei disso! – Luffy teve que rir da ideia de Hancock. – Eu só estou indo junto pra apresentar vocês duas direito, sem desmaios dessa vez.

Apesar de ter aceitado, de certa forma, que tinha perdido seu amado, a imperatriz não conseguiu deixar de corar com a visão daquele sorriso. Acho que nunca conseguiria. Aceitando ou não, ela amaria Luffy para sempre e sempre teria essas reações quando estivesse perto dele.

Ambos pararam quando ouviram risadas infantis num pátio atrás de um prédio. Foram até lá e, como lhes foi dito, lá estavam Luna e mais umas meninas.

— Foi ótimo que vocês vieram pra cá, Luna-chan. – Uma das garotas falou.

— Pois é, foi declarado feriado no país inteiro! Assim nós conseguimos escapar do treino. – Acrescentou outra.

— Verdadeiras guerreiras nunca reclamam do treinamento. – Todas as garotas sentiram um arrepio de medo ao ouvirem aquela voz.

— Hebihime-sama! – Exclamaram ao mesmo tempo, reverenciando a imperatriz.

A única que sequer levantou-se do ponto onde estava foi, é claro, a pequena Monkey D. Luna. E foi justamente para ela que Hancock olhou, engolindo em seco.

— Oh, é você, a tia das cobras! – Luna exclamou ao reconhecer a morena, fazendo o queixo das garotas nativas despencarem com aquela falta de modos. Mas a ruivinha nem se importou com isso, levantando-se e indo até Hancock. – Você melhorou?

Ao notar o tom preocupado na voz da pequena, Hancock corou, sentindo-se envergonhada por querer fazer algum mal a uma criatura tão pura.

— Sim, eu já estou bem. – Sorriu para a menina. – E você pode me chamar de Hancock.

— Hancock...? – Luna repetiu, parecendo reconhecer aquele nome de algum lugar. E após revirar suas memórias por um longo minuto, uma luz surgiu em sua mente. – Ah! Meu pai já falou de você! Foi você quem ajudou ele a ir pra Marineford resgatar o tio Ace, né?

— Isso mesmo, Luna. – Luffy afirmou as suspeitas da filha.

Hancock não conseguia falar, estava surpresa demais com o que acabara de ouvir. Luffy falava dela? Para sua filha?? E falava bem?! A felicidade que assolou-a era sem tamanho.

— Arigato. Demo... – Luna pôs as mãos no estômago, que começava a roncar, enquanto um pouco de baba escorria de sua boca. – Ele também disse que você faz uma comida deliciosa. Posso provar dela? Eu tô com fooome!

A ex-shichibukai ergueu uma sobrancelha, pensando ter ouvido errado. Ela conhecia aquele jeito de falar...

— Oe, Luna, você vai acabar perdendo se deixar em qualquer lugar assim. – Luffy alertou para a filha, apontando para onde ela estava sentada antes.

— Ah, é! – A pequena correu para o lugar onde o pai apontava, pegando o objeto que já quase esquecia lá e depositando-o em sua cabeça.

Hancock quase soltou uma exclamação ao reconhecer o objeto feito de palha, tão idêntico ao que Luffy levava sobre os cabelos negros. A menina parou em sua frente novamente, mirando-a com seus olhos, não castanhos como os de Nami, mas negros como os de Luffy! E abriu um grande sorriso, que Hancock reconheceu também como cópia fiel ao de seu amado.

Suas pernas ficaram bambas; seus olhos não conseguiam desviar daquela criaturinha de seis anos. Apesar da aparência física ter sido herdada da mãe, Luna teve a sorte de pegar o melhor de Luffy: A personalidade. Ela não pôde conter um sorriso. Tirando aquele cabelo laranja horroroso, Luna era uma verdadeira joia, do tipo que ela sempre sonhou quando fantasiava uma família com Luffy. E mesmo não sendo sua, já amava aquela menina tanto quanto amava o pai dela.

Só faltava um pequeno detalhe para ela ficar perfeita:

— Luna. – Chamou-a, abaixando-se um pouco para ver melhor a pequena. – Me diga, você já pensou em pintar o cabelo de preto?


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Notas finais do capítulo

E é isso aí, meus amigo. Como deu pra reparar bem, esse cap. é bem diferente dos outros, tão completamente focado na Luna que nem a Ohana ou o Ichigo são citados em algum momento. Bom, era pra ser assim mesmo, algo simples apenas para mostrar como seria se a Hancock conhecesse a Luna (se eu já não tivesse outros planos pra isso) e tendo algumas pitadas do casal LuNami para os fãs do casal =^-^=



Espero as opiniões nos comentários e até semana que vem! :)