Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 11
Os Pestinhas de Alabasta e a Princesa dos Piratas


Notas iniciais do capítulo

RENASCI!!! *Desvia de pedras, tomates podres e tudo o mais que esses leitores furiosos tiverem à mão* Hehe, desculpem pela demora, gente, mais de um mês foi maldade minha. Porém, ensino médio não é moleza e nesse último mês eu tive três trabalhos, um simulado e a prova geral do Etapa. Só arranjei tempo mesmo de escrever uma pequena one que vou pôr o link nas notas finais pra quem estiver interessado.
Enfim, espero que me perdoem por esse vácuo com vocês. Obrigada ao Pedro, à Konata, à Lina-chan e à Crazy4Ever (minha imo-chan *-*) por comentarem no último capítulo. E um agradecimento também ao Somos Todos Cumplices por favoritar a fic.


Eu gostei desse capítulo e espero que agrade a vocês também. Boa leitura :-)



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Luna acordou naquela manhã graças à luz do sol que batia em seu rosto. Ela sentou-se, esfregando os olhos para se livrar tanto do incomodo da luz quanto do resto de sono.

Porém, quando enfim conseguiu olhar ao redor, estranhou ver paredes brancas ao invés de coloridas. Sua cama também estava diferente, onde estavam suas cordas? E a cama de Ohana do outro lado? Sem falar que o quarto era enorme! Sobrando muito espaço livre mesmo com a mobília que parecia bem cara e refinada - como havia no quarto de seus pais. Luna poderia estar em qualquer lugar do mundo, menos em seu quarto no Sunny.

— Onde estou? - Perguntou-se, já que era a única ali, embora algumas camas desarrumadas indicassem que o quarto já tivera mais gente e não fora há muito tempo.

Pegou seu chapéu, que estava na cabeceira da cama, e desceu da mesma, revelando um vestidinho verde e refrescante. Foi até a janela por onde entravam finos raios de sol e abriu-a. Deparando-se com a visão de um pátio digno de um palácio! E mais ao longe, dunas de areia, como em um deserto.

Espera aí. Deserto... Palácio... A mente de Luna clareou por completo, enfim lembrando-se de onde estava. Abrindo seu clássico sorriso, ela ajeitou rapidamente seus cabelos nas costumeiras marias-chiquinhas e correu para fora do quarto. Passava pelos corredores do palácio (que era realmente um palácio) notando alguns empregados indo e vindo. Mas ela estava mais concentrada mesmo era no cheiro da comida. Sua barriga estava uma escola de samba de tanto que reclamava alto.

Adentrou uma das salas, onde o cheiro do rango só não era mais forte que na cozinha, e viu todos da tripulação ali, além de mais umas pessoas. Seus pais, seus tios, Ichigo, Ohana; todos já estavam na mesa.

— Bom dia! – Exclamou para atrair a atenção dos presentes.

E conseguiu. Bem... Até demais.

— LUNA-CHAN!!

Duas vozes exclamaram, ambas de crianças. E os donos delas eram dois garotos, aparentando os nove anos e surpreendentemente parecidos, tanto por terem o mesmo cabelo amarelo-queimado, como a areia do deserto, quanto pelos traços do rosto. Mas o mais surpreendente não era a aparência deles e sim o modo como ambos olhavam para a pestinha dos Chapéus de Palha: Com os maiores sorrisos e corações no lugar dos olhos.

— Até que enfim, heim, baixinha? – Franky brincou com ela.

— Bom dia, Luna. – Luffy e Nami cumprimentaram.

— Nee-chan! – Ichigo exclamou acenando para a irmã e apontando para um lugar ao seu lado. – Senta aqui!

— Hai. – Luna concordou e sentou-se entre o irmão e Ohana. E bem de frente para os dois garotos que ainda a miravam apaixonadamente.

— Na, Luna-chan, você dormiu bem? – Perguntou um deles.

— O quarto de hospedes estava bom? Não faltou nada? Você recebeu as flores que eu mandei? – O outro questionava sem parar.

— Você mandou flores?! – O primeiro garoto berrou, finalmente tirando os olhos de Luna para olhar o outro com raiva. – Maldito! Isso é jogo sujo!

— Se você não pensou nisso eu não posso fazer nada, baka! – O segundo garoto retrucou.

— Flores? – Luna repetiu, enquanto servia-se de um pedaço de pão e tentava lembrar-se de algo assim. E somente sua fala foi capaz de atrair a atenção dos dois meninos novamente, evitando assim uma briga.

— Eram azuis, pequenas e algumas tinham pingos amarelos? – Supôs Ohana.

— Isso mesmo. – O garoto afirmou, porém sem tirar os olhos de Luna.

— Viu só, pai? As flores eram para a Luna, não para a mamãe. – A esverdeada falou com Zoro, que bebia seu saquê matinal despreocupadamente. – Você não precisava ter feito elas em pedacinhos.

— O que?! – O garoto que se disse responsável pelas flores gritou, decepcionado por seu presente não ter chegado, enquanto o outro ria dele.

— Rick, Alex, já chega. – Nefertadi Vivi interveio na atitude dos filhos.

Acho que a essa altura do campeonato vocês já juntaram tudo, não? Palácio; deserto; Vivi... Sim, é o que vocês estão pensando, senhoras e senhores: a tripulação dos Chapéus de palha estava de volta a Alabasta! Agora, a antiga companheira deles já havia assumido o trono do país e liderava seu povo com amor e sabedoria, assim como seu pai fizera anteriormente. E claro, ao seu lado estava sempre seu marido, melhor amigo e pai de seus dois filhos: Koza.

— Nee, minna. – Ela se voltou para os antigos companheiros ao checar que os gêmeos realmente ficariam quietos. – Temos muito tempo antes da festa de hoje à noite, o que vocês querem fazer? Alabasta é um país enorme com vários pontos para se visitar e aproveitar.

— Seria mesmo bom poder andar por aí tranquilamente. – Nami comentou para si mesma, lembrando-se que, da última vez que estiveram ali, aproveitar foi a última coisa que puderam fazer. – Que tal irmos de novo para a cidade portuária? - Sugeriu.

— Grande ideia! – Vivi concordou, sorrindo para a ruiva que correspondeu o gesto. Era ótimo ter sua amiga por perto.

— Nee, okaa-sama. – Rick chamou pela mãe. – Tudo bem se nós ficarmos? Eu e o Alex já tínhamos planejado de levar a Ohana-san e a Luna-chan para as dunas nos limites da capital.

— Oh, sim. – A rainha deu uma leve risada. – Vocês queriam que elas o conhecessem, não é? Bom, desde que os pais delas deixem, não tem problema.

— Claro que pode. – Respondeu Nami, e Robin concordou com um aceno de cabeça.

A arqueóloga estava mais calada que o normal. Talvez ainda se sentisse estranha sendo tão bem tratada naquele palácio. O palácio do país que ela ajudou a entrar numa guerra civil.

— Ele? – Repetiu Ohana, ganhando com isso a atenção de Zoro. Se envolvia sua filha e garotos, ele sempre estaria alerta.

— O que tem nas dunas? – A curiosidade de Luna era evidente.

Os gêmeos sorriram um para o outro, antes de responderem animadamente:

— Nosso bicho de estimação!

— Sério?! SUGE! – Os olhos da ruivinha viraram estrelas com aquela declaração, e os irmãos só fizeram sorrir feito bobos pela atenção dela. – Deve ser legal ter um bichinho de estimação!

— Mas vocês não tem um guaxinim? – Alex apontou para Chopper.

— O Chopper não é um guaxinim e nem bichinho. – Ohana corrigiu, antes que o próprio médico o fizesse. – Ele é uma rena e nosso médico.

— Tá, mas mesmo assim-

— Ele não é um bichinho. – Luna interrompeu qualquer argumento do outro gêmeo, com o semblante meio irritadiço. Não gostava que rebaixassem as pessoas pela aparência e Chopper nunca havia sido uma mascote do bando, logo não havia sentido em chama-lo assim.

— Eh?! Luna-chan está brava conosco? – Alex choramingou.

— Como assim “conosco”? Quem falou da rena ser um bichinho foi você! – Rick exclamou, tentando ficar fora do alvo de irritação da ruiva.

— Ora, seu! Você também ia falar alguma coisa!

— Mas não falei!

Bem! — Vivi começou num tom alto para calar os filhos. Ainda sorrindo docemente, ela se levantou e disse: - Já que terminamos com o café, podemos ir aproveitar o dia?

— Claro. – Todos concordaram.

— Se bem que eu já estou aproveitando aqui. – Luffy completou de boca cheia. – Terracota-san continua uma cozinheira de mão cheia.

— Tá muito bom mesmo. – Concordou Luna.

— Aham! - Até mesmo o pequeno Ichigo concordou veemente, com a boca toda lambuzada com recheio de sonho.

— Diria que até melhor que a do tio Sanji.

— Ehh?! – Aquele comentário de Ohana, mesmo soando desinteressado, acertou o loiro em cheio.

— Se gostaram do café, esperem para ver os pratos de hoje à noite. – Vivi sorriu.

E com Luffy ainda catando uns “lanchinhos para a viagem” do que sobrou na mesa, todos deixaram o enorme salão de jantar. Enquanto os adultos iriam pegar um meio de transporte para ir até outra região, Ohana e Luna seguiram com Rick e Alex até os limites da cidade.

— Ai, que calor! Falta muito? – Luna, até a pouco a mais animada com aquele passeio, já quase se arrastava devido ao clima. Nem mesmo seu inseparável chapéu ajudava, mais parecia que sua cabeça era um forno já que o calor entrava, mas não saía. – Estou com cede!

— Já estamos chegando, Luna-chan, são somente mais dois quarteirões. – Alex respondeu, sorrindo de orelha a orelha para seu cantil d’água.

Embora pudesse parecer meio insensível, o gêmeo mais novo não conseguia deixar de gostar da fragilidade que a ruiva estava mostrando. Desde que a conhecera no dia anterior, ela parecia ser do tipo brincalhona e forte, o que de fato o encantou, mas era bom saber que a Monkey também podia ser tão frágil quanto uma flor do deserto. Em sua mente, ele só precisava oferecer sua água para ela e ganharia na hora afeição total da menina. Era o plano perfeito!

— Aqui está, Luna-chan.

Correção: teria sido o plano perfeito se Rick não tivesse agido primeiro e entregado seu cantil à Luna, que agora o mirava com um sorriso e os orbes negros agradecidos.

— Obrigada! – Ela pegou o objeto e despejou o líquido refrescante goela a baixo.

— Não há de quê. - O mais velho respondeu educadamente, seu sorriso se transformando de apaixonado para atrevido quando voltou-se para o irmão, falando apenas com os lábios “Essa é pelas flores”.

Alex rosnou com aquela atitude, quase quebrando o cantil em sua mão de tanto que o apertava. Sempre teve uma rivalidade com o irmão, competiam o tempo todo e em tudo, e parecia que o universo gostava dessas disputas, pois o destino fez com que a primeira paixão dos dois fosse a mesma: A pequena Monkey D. Luna.

E vocês sabem como é, vale tudo no amor e na guerra.

— Ohana, não quer um pouco de água também? – Luna ofereceu para a amiga, que apenas estava em seu silêncio, sorrindo de modo misterioso.

A Roronoa estava se divertindo demais com toda aquela situação, não sabia o que era mais engraçado: a disputa entre os gêmeos ou o fato de Luna não reparar que os dois só faltavam sair no braço por ela. Bem que sua tia Nami dizia que Luna era tão distraída para romances quanto Luffy.

— Não, valeu, mas eu gostaria de chegar nas dunas logo. – Essa última parte saiu umas oitavas mais altas, para chamar a atenção dos príncipes de Alabasta de volta, o que por sorte funcionou.

— Ah, claro, Ohana-san! – Os dois meninos responderam ao mesmo tempo.

Rick pegou de volta seu cantil e o guardou, antes de voltarem a seguir caminho. Como Alex havia dito, só faltavam mais dois quarteirões antes que eles finalmente atingissem as dunas; e andaram por mais cinco minutos até que os gêmeos, repentinamente, pararam.

— ...E agora? – Indagou Luna.

Alex e Rick deram um passo à frente, tomaram bastante fôlego e juntos, gritaram:

— SHIRI!!

Por alguns segundos, nada aconteceu. O silêncio reinou e Luna e Ohana já se entreolhavam em estranhamento quando, mais uma vez de surpresa, Rick e Alex anunciaram:

— Ali! – Ambos apontavam para um ponto na areia.

Um ponto que ia virando uma linha, seguindo meio em zigue-zague até eles, até parar em frente aos pés dos gêmeos. E dali, submergiu um caranguejo de tamanho médio e tom alaranjado.

— Luna-chan, Ohana-san, esse é o Shiri. – Rick começou.

— Nosso bichinho de estimação e melhor amigo. – Completou Alex.

— Um caranguejo no deserto? – Ohana estranhou em muito aquilo, mas de certo modo também ficou curiosa.

— Que legal! – Luna se abaixou na altura do animal para vê-lo melhor. – E ele é tão kawaii!

Do melhor jeito que lhe era possível, o caranguejo sorriu, parecendo ficar levemente sem graça com o elogio. E Rick e Alex não gostaram nada daquilo.

— Cai fora, já tem gente demais nessa competição! – Gritaram ambos para a pobre mascote, que se encolheu de susto.

— Competição? – Luna não estava entendendo.

E aquela pergunta da ruiva foi o que faltou para Ohana soltar uma boa gargalhada. Realmente, aquele prometia ser um dia muito bom.

—*-*-*-*-*-*-*-*-

Enquanto as crianças aproveitavam as dunas nos limites da cidade, os adultos haviam ido para a capital. Luffy e Sanji seguiram para restaurantes, o moreno para comer e o loiro para conhecer um pouco mais sobre os ingredientes e a culinária local; Zoro foi dar uma volta com Robin; e Nami e Vivi estavam ansiosíssimas para começarem logo sua sessão de compras.

Mas antes, precisavam resolver um problema:

— Vamos, Ichigo. Olha quantas crianças no parquinho. – Nami tentava persuadir o filho com toda a gentileza que possuía, apontando para um parquinho com balanços, escorregadores e gangorras onde várias crianças brincavam.

— Não! – O moreninho apenas repetiu a mesma reposta, agarrando-se ainda mais à perna da mãe.

Vivi, por mais que quisesse curtir junto de sua amiga, não pôde evitar um leve sorriso com a cena.

— Ele é mesmo bem apegado a você. – Comentou.

— Nem me fale. – Nami suspirou cansada. Mas um sorriso surgiu em seus lábios de repente. – Pelo menos um tinha que se apegar a mim, né? Porque a Luna é um grude com o Luffy que pelamor de Deus.

A rainha de Alabasta riu daquele comentário.

— Ah, mas eu duvido que você e a Luna-chan não se deem bem.

— Claro que nos damos. – A alegria da navegadora apenas por mencionar os filhos era evidente, ela até já estava levemente esquecida das compras. – Tudo bem que no jeito ela puxou mais ao pai, mas se eu não soubesse lidar com o gênio não teria nem ficado com o Luffy para começar. – Seu sorriso se alargou um pouco mais. - Sem falar que, apesar de tudo, a Luna tem umas coisas minhas. O talento para desenhar, por exemplo. – Sua mente se encheu imagens da filha lhe mostrando suas obras de arte, muito boas por sinal, levando em consideração a idade da menina. – É divertido quando ela fica lá na sala de cartografia comigo, eu fazendo meus mapas e ela desenhando. E é reconfortante também, afinal, na idade da Luna, mães e filhas costumam ser amigas.

Vivi apenas sorriu, tentando não demonstrar a mínima pontada de inveja que sentia da amiga. Tudo bem que Rick e Alex tinham coisas suas também, mas ela não tinha muito tempo para aproveitá-las com eles.

— Eu bem que queria ter uma menininha também. - Comentou divagante, quase nem reparando no que dizia.

— Desde que você aguente três crianças, ainda pode ter. – Nami declarou como se aquilo não fosse nada, deixando Vivi vermelha de vergonha. - Ué, estou falando mentiras? Ou você e o Koza estão com algum problema? Porque, se for algo assim, não dá mesmo.

— Não, não, está tudo muito bem. – A azulada fez questão de deixar aquilo claro. – Quero dizer, eu e ele andamos mais ocupados que o de costume ultimamente, mas nada que seja mesmo incomodo. – Ela sorriu um pouco, perdida em lembranças. – Tempo sempre foi e sempre será algo apertado nas nossas vidas.

— Pois é, né? – Nami riu, entendendo a comparação da amiga.

Realmente, com a bomba de Crocodille prestes a explodir numa praça onde ocorria uma guerra, cada segundo era extremamente precioso. Passar por uma experiência assim te ensina a valorizar a importância do tempo.

— Foi por isso que eu e Koza nos casamos no ano seguinte, assim que ele "pagou" tudo o que ele dizia dever por ter sido o líder dos rebeldes, não queríamos perder mais tempo. E um ano depois, vieram os gêmeos. – O olhar de Vivi se tornou nostálgico, ao pensar em seus meninos como aqueles bebês carequinhas outra vez.

— Tenho que dizer que te admiro por ter conseguido. – A rainha de Alabasta pendeu levemente a cabeça para o lado, sem entender. A navegadora então explicou: - Ter dado à luz os dois de uma vez! Eu tive um intervalo de três anos entre um e outro e mesmo assim quase que morro!

Dessa vez quem riu foi Vivi, uma gostosa gargalhada deixando sua garganta.

— Mas vale a pena, não é? – Perguntou, recebendo apenas uma aceno afirmativo de Nami. – Não sei o que seria de mim sem meus dois príncipes. E quanto a tripulação de vocês... Digo, não sei se é porque agora tem mais gente, mas vocês me pareceram mais felizes do que já eram.

— Ah, bom... Desde que a Ohana nasceu, as coisas pareceram ficar mais alegres mesmo. – Nami admitiu, divagando levemente. – E então veio a Luna, quando o Luffy quase virou o navio de cabeça pra baixo de vez; e por fim o Ichigo, há dois anos. – De repente, seu sorriso nostálgico converteu-se para uma expressão irritadiça. – E chega! De mim não vai sair mais nada!

— Tudo bem, se é assim que você quer. – Vivi deu de ombros. – Mas eu realmente não me importaria nada em ter mais um filho. O que você acharia de ter um novo amiguinho, Ichigo-kun? – Perguntou ela ao pequeno, porém a resposta não veio. – Ichigo-kun? – Chamou de novo, dessa vez baixando o olha para onde o moreninho estava da última vez (agarrado às pernas de Nami), mas não o viu!

— Ichigo?! – Nami já olhava com desespero ao redor.

E só se tranquilizou quando avistou o filho nas balanças, sendo empurrado por uma garotinha talvez um ano mais velha que ele. O pequeno ria e parecia se divertir ali, com as amizades que conquistou por conta própria. Sozinho. Sem mais precisar da sua ajuda...

— Olha, quem diria, ele se enturmou sozinho. – Comentou Vivi. – Que tal irmos às compras agora, Nami-san?

— Ahn. Bem... – A ruiva vacilou por um momento.

Tudo bem que o próprio plano inicial era deixar Ichigo no parquinho, mas na verdade ela nunca tinha deixado seu bebê sozinho antes, sem alguém supervisionando... e isso a preocupou. Porém não tinha escolha, agora era tarde para arrancar Ichigo dos novos amigos, seria muita injustiça com o menino.

Aquele impasse teria continuado, tenham certeza disso, se uma breve imagem de Ichigo se esforçando para empurrar a garota que há pouco fazia o mesmo com ele, não tivesse lembrado Nami de um detalhe muito importante: Ichigo era um Monkey D.. Ele iria ficar bem, era resistente e corajoso de certa forma, além de possuir inteligência suficiente herdada dela para saber quando se deve recuar.

É, não tinha com o que se preocupar.

Finalmente voltou-se para Vivi e, com um sorriso, respondeu:

— Vamos, claro.

—8-8-8-8-8-8-8-8-8-

E o dia passou assim. Já no final da tarde, quase início da noite, todos estavam reunidos no palácio novamente, onde uma festa com comes e bebes se iniciava.

— Um brinde, pessoal!! – Gritou um Luffy animadíssimo, chamando a atenção de todos e erguendo um caneco de bebida. – Ao reencontro de velhos companheiros. – Olhou para Vivi e Koza. – E a formação de novas amizades. – Mirou Luna, Ohana e Ichigo ao lado dos príncipes gêmeos.

— KAMPAI!! –Todos os adultos presentes brindaram com os canecos.

— KAMPAI! – Mas as crianças não ficaram para trás e também ergueram seus copinhos com suco de uva.

— Yohohoho! Minna-san, o que acham de uma música? – Perguntou Brook, já levantando com seu violino.

Preparou-se e logo uma animada melodia começou a ecoar. Somando isso ao clima de alegria que já rondava o local, foram poucos os que permaneceram sentados.

— Me acompanha nessa dança? – Luffy fez uma exagerada reverência, oferecendo um sorriso brincalhão e uma mão à sua navegadora.

— Bobo. – Nami apenas riu de leve antes de aceitar.

Koza e Vivi seguiram o exemplo dos amigos e também foram dançar juntos. Franky nem precisava de música normalmente então claro que ele não ficou de fora, e Chopper e Usopp se reuniram à festa.

— Luna-chan, você gostaria de dançar? – Rick convidou-a de modo cortes, como fora ensinado.

— Não, dance comigo! Ele vai pisar no seu pé, Luna-chan! – Alex acusou o irmão, tentando ter uma chance com a menina.

— Vou nada! Eu danço até melhor que você, pateta!

— Mentira!

— Verdade! E a Luna-chan vai confirmar isso depois da nossa dança!

— Eu que vou dançar com ela!!

E enquanto a discussão rolava solta, Luna apenas olhava para os meninos sem entender nada.

— Mas... Não podemos dançar todos juntos? – Perguntou-se a ruivinha, lembrando-se da rodinha que ela, Ohana e Ichigo faziam de mãos dadas para dançarem no navio. O único estilo de dança que sabia.

— Puxa, eu nunca vi eles discutirem tanto. – Comentou Koza; ainda dançando com a esposa, mas olhando na direção dos filhos.

— Pois é, foi assim o dia todo. – Vivi revirou os olhos, embora sorrisse. – Mas o que o amor não faz, não é?

— Isso não te incomoda, Luffy? – Zoro se atreveu a perguntar, entre uma golada e outra de seu saquê. O espadachim realmente não entendia como o capitão podia ficar tão bem com dois garotos arrastando asa para a ruivinha, ele não suportava nem que garotos sem intenções ficassem perto de Ohana.

— Na verdade não, desde que eles cuidem bem da Luna. – Luffy deu de ombros, desinteressado.

— Jura? – Nami ergueu uma sobrancelha, provocativa. – Então você não ligaria se a Luna arrumasse um namorado?

— Não. – Respondeu simplesmente.

Realmente, não lhe fazia diferença com quem Luna se relacionaria ou não, a vida era dela e ela mesma determinaria essas coisas. Ele nunca foi de prender a filha, sempre dando suporte para ela correr atrás de seus sonhos; claro que a menina era seu tesouro mais precioso, mas se ela algum dia quisesse ter um namorado, não seria ele a se intrometer. Menos se o garoto em questão a fizesse chorar, porque aí nem os céus poderiam proteger o maldito de sua ira!

— E casar? Você aprovaria se ela quisesse se casar? – A navegadora provocou-o mais um pouquinho.

Dessa vez o semblante de Luffy mudou, para um pensativo e inclinando ao incomodado. Ele até tentou, juro que tentou, mas não conseguia ver Luna adulta, num vestido branco e segurando um buquê, enquanto esperava por um homem que a teria para sempre a partir dali. Em especial a parte do “para sempre” o deixou um pouco bravo. Aquela imagem sempre se convertia para a menininha de cinco anos com marias-chiquinhas e vestidinho colorido, entregando para ele um buquezinho de flores que ela mesma colhera. Essa ideia era bem mais agradável.

— É muito cedo pra pensar nisso ainda. – Declarou ele, tentando desconversar daquele assunto, embora sua face emburrada já respondia, e bem demais, à pergunta de Nami.

— Mas ainda assim é meio satírico pensar nisso. – Ohana comentou de repente, com um sorriso curioso brincando em sua face, o que atraiu a atenção dos mais velhos. – Quero dizer, os dois príncipes de Alabasta estão apaixonados pela princesa dos piratas. Só eu acho que isso não vai prestar?

— Princesa...? – Vivi estranhou de primeiro momento.

Porém, pensando melhor, viu que o que a pequena Roronoa disse fazia sentido. Afinal, Luffy era o Rei dos Piratas, então Luna, como sua filha, ficaria com o título de Princesa dos Piratas!

— Só não fala pra ela que eu a chamei assim, tudo bem? – Ohana se dirigiu à azulada. – A Luna odeia quando eu faço isso, diz que não quer ser princesa só porque o pai dela é rei.

Vivi somente concordou com um aceno de cabeça, voltando o olhar para onde os filhos e a pequena Monkey estavam. Então Luna não gostava de levar fama pelos feitos de seu pai? Uma atitude admirável, sem dúvida. E totalmente algo que o próprio Luffy faria.

Luna podia até não gostar de ser chamada de Princesa dos Piratas, mas ela com certeza merecia o título de Filha de Monkey D. Luffy.


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Notas finais do capítulo

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