Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 12
A Coruja das Neves, Sofia. Fifi é melhor!


Notas iniciais do capítulo

"Você recebeu uma notificação!"
Vocês não tem a noção do quanto é chato, doloroso e assustador receber essa mensagem quando entra no seu perfil!!! E eu recebi ela graças ao cap. aviso que mandei -.- Bom, pelo menos já aprendi e não faço isso nunca mais!
Mas vamos ao que interessa: Como vai, gente?? Espero que bem ^-^ Sei que disse que esse iria demorar, mas acabei fazendo as modificações que precisava mais rápido do que pensei (para vê-las, releiam os capítulos 4 e 9).
Esse capítulo ficou beeeem grande, mas era essa a minha intenção! Ele tem muita importância pra história.


Aproveitem e boa leitura :-)



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É estranho como as coisas podem mudar tanto de repente, não é? Num dia, o Thousand Sunny navegava com o clima temperado, talvez até um pouco quente demais, e de repente, durante a noite, aparecem até blocos de gelo flutuando na água!

Desde que a Grand Line e a Red Line, juntamente com o Calm Belt, foram destruídas, muitas anomalias que aconteciam nesses lugares sumiram. Mas se tinha uma coisa que não passou foi o fato de cada ilha ter um clima, cultura ou fauna e flora diferente. E era isso que ainda tornava a viajem dos Chapéus de palha tão divertida.

Embora o frio estivesse de rachar na parte ao ar livre do navio, foi impossível para qualquer um da tripulação manter as pestinhas na parte aquecida. Afinal, que criança consegue ser controlada quando vê:

– Neve!! – Luna repetia de segundo em segundo, rindo e correndo pelo convés, entre os flocos brancos que não paravam de cair.

– Ei, baixinha! Quando a neve acumular bastante, eu faço um SUUUPER forte pra você!

– Yey! – A empolgação da pequena apenas aumentava. Franky sabia mesmo como agradar uma criança imperativa.

– Luna! Pelo menos ponha o casaco! – Nami alertou a menina, mostrando um casaco que só poderia ser dela.

Era um agasalho marrom e com detalhes peludos nas mangas e ao redor do pescoço, a touca com orelhas de ursinho pendurada. Mesmo que ela já estivesse vestindo uma calça taktel e uma blusa de moletom (além do chapéu que nunca podia faltar), era sempre bom prevenir, principalmente quando se tratava da saúde de sua filha.

Enquanto a ruivinha ia até a mãe pegar a vestimenta (já que não era doida de desobedece-la), Ohana apenas estava parada no meio do convés, vestindo seu agasalho preto com detalhes verdes e um protetor de orelhas também verde. Ela olhava de um lado para o outro, verificando se alguém a observava, e quando constatou que não, fechou os olhos e pôs a língua para fora da boca. Não demorou nem um segundo para que o que queria, acontecesse: um pequeno floco de neve caiu em sua língua.

“Nyah~! Que geladinho.” – Pensou a Roronoa, sorrindo e aproveitando a sensação do floco derretendo.

Aquilo era uma atitude infantil? Era. Mesmo para uma criança de sete anos? Sim. Mas gostava de fazer? Outro sim. Alguém sabia que ela fazia isso? Não... quer dizer, talvez só Robin porque da morena nada escapa. Ela pretendia contar? N-U-N-C-A!

– Ohana? – A voz de Zoro a fez congelar, tirando aquele sorrisinho bobo da cara (provavelmente o motivo para ele olha-la com a sobrancelha arqueada). – O que está fazendo?

– Tsk. – A expressão da menina logo se tornou uma carranca, como as que o homem a sua frente costumava fazer. - Nada de mais. – E com uma jogada de cabelo, saiu dali antes que Zoro conseguisse perceber suas bochechas vermelhas.

– OE, MINNA! – O grito de Usopp, que descia do posto de observação naquele momento, chamou a atenção de todos. – Estamos chegando perto de uma ilha!!

– O que?! – Nami arregalou os olhos com aquela declaração.

– Ele disse que estamos-

– Eu entendi, Luffy! – A navegadora interrompeu-o, correndo até a sala de cartografia. Os que estavam prestando atenção e interessados naquilo (ou seja, Robin, Luffy e Franky), seguiram-na. Assim que entrou na sala, abriu o primeiro livro em sua escrivaninha, o que continha as informações daqueles mares. – Não era para ter uma ilha na nossa direção, não tão cedo pelo menos!

– Tem certeza, Nami? – Indagou Robin.

– Absoluta. Foi justamente para ter certeza do nosso destino que eu passei a noite com a cara nesses livros, nem cheguei a ir pra cama.

– Disso eu já sei. – Luffy grunhiu baixinho, fazendo um bico de criança abandonada.

– Franky, me diga. – Nami virou-se para o ciborgue, sua cara nada boa já evidenciando o que aconteceria caso respondesse errado. – Você ou qualquer outra pessoa alterou o curso do navio sem me avisar?

– Claro que não, onee-chan, estamos no mesmo curso que ontem! – Levantou um braço em sinal de juramento. – Eu juro!

Ainda um pouco desconfiada, Nami foi checar sua bússola, mas ela ainda indicava a mesma direção da noite anterior, quando a navegadora rendeu-se ao sono ali mesmo sobre a escrivaninha.

Será então que aquela era uma ilha não mapeada? Era bem provável, muitas dessas estavam sendo descobertas recentemente, no território do antigo Novo Mundo, já que não era mais necessário o alcance dos log pose’s para chegarem ao local.

– Então é uma ilha nova? Suge!! – Luffy exclamou, os olhos brilhando de empolgação, após Nami encerrar as explicações para toda a tripulação. – Nós vamos pra lá!

– Bom, - Suspirou a navegadora. - não valeria mesmo a pena contornarmos a ilha agora.

– Yosh! – Luffy concordou, esticando-se até o seu lugar na cabeça do Sunny. – Ilha misteriosa, aí vamos nós!!

– O que você acha que vamos encontrar lá? – Luna perguntou para Ohana, que assim como ela estava o mais próximo permitido da beirada do Sunny, observando um sombreado no horizonte. A ilha não estava mesmo muito distante.

– Não sei, nada me surpreende mais. – A Roronoa deu de ombros.

– Pois eu quero muito chegar logo, faz tanto tempo que não vejo uma ilha cheia de neve. – Chopper se fez presente na conversa. Ele não estava muito longe das meninas, mas ao invés de mirar a curvatura da ilha, seus olhos estavam fechados, como se divagasse em boas sensações.

– É mesmo! – Luna lembrou-se de algo. - Você veio de uma ilha de inverno, não foi, Chopper?

– Aham. – A rena confirmou simplesmente, ainda aproveitando a brisa gelada.

– Mas não foi daquela que nem o tio Usopp quer falar, não é?

Chopper saiu de seu transe, virando para as meninas com o cenho franzido. Que história era aquela? Usopp nunca deixava de se vangloriar por uma antiga aventura dos Mugiwara, antes do Abalo do Mundo acontecer, principalmente para as duas pestinhas.

– Não, isso foi depois. – Foi Ohana quem respondeu a pergunta da amiga. – Já até tinha sido a Guerra dos Melhores, lembra?

– Ah, é.

– De que ilha vocês estão falando? – O médico se intrometeu.

– Hm... Não lembro direito. – Luna forçou seus neurônios. - Acho que o nome era Funk... Rock...

– É Punk Hazard, Luna. – Ohana corrigiu.

– Isso! É essa aí! Você sabe de alguma coisa sobre ela, Chopper? – Perguntou ela.

Porém, a resposta não veio. O médico estava simplesmente congelado, pensando nos mil e um motivos que levaram Usopp e qualquer outro a não falarem desse assunto perto de Luna e Ohana. Tudo bem que em suas outras aventuras também aconteceram coisas horríveis, pessoas sofrendo, se ferindo gravemente ou até morrendo, mas Punk Hazard ultrapassou qualquer limite. Não daria para falar dos experimentos desumanos realizados pelo cientista louco Ceasar Clown, não sem dar pesadelos para qualquer criança que escutasse.

Crianças...

– Chopper? – O chamado de Luna conseguiu traze-lo de volta a realidade.

Ainda com a face séria, ele levantou o olhar para a ruivinha, que lhe sorria. Aquele sorriso... Aquele sorriso típico de criança, tão puro, tão inocente... Rangeu os dentes. Ele nunca aguentaria se lembrar das crianças que resgataram sem ficar com raiva. Aquelas pobres crianças que, no ápice de sua inocência, foram sequestradas, presas e drogadas!

Uma pontada de medo atingiu-lhe de repente. Os olhos assustados fincaram nas duas meninas a sua frente. E se aquilo chegasse a acontecer com elas?!

– Ohana. Luna. – Sua voz saiu séria como em poucas vezes acontecia. E as meninas perceberam isso. – Me prometam uma coisa. – Esperou elas assentirem para continuar: - Se qualquer pessoa estranha, qualquer um mesmo, oferecer algo para vocês, não aceitem. E se alguém disser que vocês estão dentes, não vão com eles, venham até mim imediatamente! Entenderam?

– Claro que não vamos seguir um estranho. Não somos mais bebês, sabia? – Ohana respondeu após alguns segundos de silêncio, colocando as mãos na cintura. Detestava que a tratassem como se não soubesse se defender.

Apesar de já conhecer o jeito da Roronoa, Chopper surpreendeu-se com aquela resposta. Sim, elas não eram mais bebês, mas ainda eram crianças que precisavam de cuidados e proteção. Não é?

– Mesmo se alguém disser que eu estou doente, - Luna começou, atraindo a atenção do médico. – Eu não acreditaria nele. Você sempre diz quando tem algo de errado conosco, seja o que for, então se você não disse nada, é porque estamos bem. – Encerrou abrindo seu sorriso característico.

– E se essa pessoa tentar insistir, eu chuto a cara dele. – Completou Ohana.

Chopper não disse nada, apenas ficou a encarar aquelas meninas, que ele próprio tinha ajudado a trazer ao mundo e cuidar havia sete anos. E mesmo conhecendo-as tanto, ainda sim foi pego de surpresa.

Na verdade, ele já sabia, ou deveria saber, que Ohana, Luna e Ichigo não eram crianças normais. Eles foram criados em um ambiente distinto e ao redor de pessoas nada convencionais, tinham mais malícia por crescerem em condições diferentes. E mesmo que a Monkey fosse um poço de inocência, ela não era burra.

Por fim, a rena riu. Deveria ter mais confiança nas meninas que ajudava a criar.

– Certo, certo, me desculpem. – Pediu, ainda sorrindo. - Eu lembrei de umas coisas... Nada demais, esqueçam.

Luna e Ohana se entreolharam, meio desconfiadas, mas não tiveram tempo de questionar do que o médico falara, pois o navio de repente deu um solavanco.

– Chegamos!! – Luna gritou, com os olhinhos brilhando de empolgação, apesar de a ilha ser evidentemente pequena.

A ancora já tinha sido abaixada, só restava agora decidir o mesmo de sempre:

– Quem vai e quem fica? – Indagou Usopp para todos os companheiros.

– Eu vou! – A primeira a se pronunciar foi Luna, erguendo o braço. E erguendo o de Ohana, ao seu lado, logo depois. – Quer dizer, nós vamos!

– Eu também quero ir! – Exclamou Chopper.

– E eu!! – Luffy gritou.

– Acho que vou junto dessa vez. – Robin foi a única a falar calmamente.

– Yohohoho! Também irei acompanha-los, minna-san. – Declarou Brook.

– Hm... Acho que vou ficar aqui. – Sanji deu uma tragada em seu cigarro, pensativo. - Não temos necessidade de suprimentos, e mesmo se tivéssemos, não acho que encontraria muito nessa ilha.

– Também passo essa. – Disse Franky, olhando para a neve que começava a acumular no convés do Sunny. As baixinhas terão uma bela surpresa quando voltarem.

– Eu vou ficar treinando. – Declarou Zoro.

– Nee, já que vão ficar, podem olhar o Ichigo? – Nami pediu, olhando para o filho que se distraía com a neve. Se não fossem pelos cabelos negros do menino, ele se camuflaria com aquele casaco branco.

– Pode deixar ele comigo, Nami. Também vou ficar aqui. – Falou Ussop.

– Certo! Então-

– Vamos lá, pessoal!! – Luna cortou a fala do pai, já correndo para fora do navio com Ohana logo atrás.

Nami apenas riu do bico que Luffy fez, antes de pega-lo pela mão e também descerem do Sunny. Porém, ao pisarem na ilha, Luffy estancou.

– Luffy? – Chamou a navegadora, estranhando aquela parada repentina. O moreno olhava em direção à floresta, o cenho franzido. – Algum problema?

– Tive uma impressão... – Balançou a cabeça, tentando se livrar daquela sensação. – Deixa. Não foi nada.

– ... Então tá. – Nami deu de ombros

Foi uma questão de cinco passos para adentrarem a parte arborizada da ilha, e de lá já foi possível avistar algumas cabanas, que pareciam ficar bem no centro. Aquele lugar era realmente pequeno.

“Será que... alguém conseguiria se manter aqui?” – Pensava Nami, olhando ao redor. As camadas de neve no chão eram muito espessas, não daria para cultivar nada, e também não havia espaço para criar rebanhos. Talvez eles vivessem da pesca?

– Vamos, Ohana! – Luna corria na frente, chamando pela amiga. – Eu vou chegar primeiro!

– Até parece que eu vou deixar!

As duas meninas corriam, davam voltas e riam. Nada fora do habitual. Até que:

– Itai! – Luna reclamou ao cair de cara sobre a neve. Olhou para trás e viu o que foi responsável por sua queda: uma raiz de árvore levantada.

– Tudo bem aí? – Ohana perguntou, parando perto da amiga.

– Tudo. – A ruivinha sentou-se, olhando mais uma vez para a raiz e soltando um bufo. – Quem botou essa raiz aí?

Ohana arqueou a sobrancelha, desdenhosa.

– Agora você ser estabanada é culpa da... – Ela não completou seu comentário. Os olhos da garota repentinamente se arregalaram e ela pareceu ficar pálida, olhando fixamente para um ponto atrás de Luna.

– Ohana? – A Monkey chamou, estranhando o silêncio da amiga.

– Luna... – A Roronoa começou, um tom assustado na voz. – Não... olha pra trás.

Fazendo exatamente o oposto, Luna girou a cabeça na mesma hora. E viu o porquê da reação de Ohana.

Bem na sua frente, meio soterrado na neve, mas ainda sim “olhando” para ela, estava um esqueleto.

Luna soltou um grito na mesma hora.

– Mamãe! Papai! – Ela correu assustada na direção dos pais, escondendo o rosto no peito de Luffy assim que ele a pegou no colo. Os adultos estavam um pouco mais atrás, mas também conseguiram ver o motivo do susto da menina.

– É assim que eles cuidam dos mortos? – Chopper estava indignado, aquilo era uma falta de respeito.

– Ohana. – Robin olhou para a filha, que ainda estava petrificada. – Venha para cá. Tem mais dois atrás de você.

Ao ouvir aquilo, Ohana virou-se e só teve tempo de confirmar a frase da mãe, antes de correr até ela e agarrar-se na barra de seu casaco. Tudo bem que ela e Luna cresceram na companhia de um esqueleto, mas Brook pelo menos estava vivo, limpo e inteiro. Não era como aqueles, que estavam todos sujos, e com os ossos espalhados e quebrados.

– O que será que aconteceu aqui? – Nami olhava ao redor, percebendo outros esqueletos espalhados. Estavam por toda a parte. – Tem até no vilarejo!

De fato, era preciso apertar um pouco a visão para notar do ponto em que estavam, mas podiam-se ver ossos até por perto das casas.

– Ok, agora isso está ridículo! – Exclamou Chopper. – Quem aguentaria viver com um corpo se decompondo na porta de casa?

– Ninguém. Nem mesmo animais carnívoros deixam restos de comida perto deles. – Robin explicava com a maior calma do mundo. - Por isso cheguei a pensar que essa ilha era inabitada, mas não é. Estou certa, Luffy?

– Sim. – Luffy finalmente se pronunciou, colocando Luna no chão assim que notou que ela se acalmara. – Eu consigo sentir pelo Haki de observação, tem outros seres vivos nessa ilha.

– Seres vivos? – Nami estranhou aquelas palavras saindo da boca do capitão. – Não quer dizer outros humanos?

– Com certeza não são humanos. – Luffy ergueu a cabeça, fixando o olhar nas árvores. – Porque estiveram voando sobre nós esse tempo todo.

Foi questão de o moreno completar a frase, algo cortou os céus e planou sobre eles, tão rápido que nem deu para ver o que era.

– Vão embora! – Uma voz guinchou, antes de outra coisa voar sobre eles e também repetir:

– Vão embora!

E isso continuou. Veio mais um, mais dois, mais cinco! Todos passavam sobre as cabeças dos Chapéus de Palha e repetiam a mesma coisa: “Vão embora!”.

– O que são? – Ohana perguntou, tentando acompanhar os vultos, mas era impossível.

– Seriam... fantasmas?! – Brook já tremia devido a seus pavores.

Luna, porém, não prestava atenção nas perguntas. Na verdade, ela estava mais curiosa sobre um ponto no meio das árvores. Várias vezes ouviu os gritos daquela direção, porém esses eram mais esganiçados que os outros e nada surgia dali.

– Vão embora! – A ruivinha conseguia ouvir. – Vão embora! Vão embo- Ai!

Repentinamente, os gritos sessaram. Não apenas Luna, mas agora todos olhavam para os galhos da árvore, que balançavam um abaixo do ouro. Até que algo branco caiu dali e rolou um pouco, parando na frente da ruiva.

Agora se sabia o que eram aquelas coisas: Corujas brancas da neve. Se bem que aquela parecia ser só um filhote. O pequeno ser de penas brancas chacoalhou a cabeça, parecendo meio aturdido com a queda, até finalmente levantar o olhar. E deparar-se com uma garota de cabelos ruivos que a encarava.

E ficou assim, as orbes negras da Monkey encarando o negrume completo que eram os olhos daquela ave. Ambas apenas se encaravam, atônitas, sem reação. Até que:

– Kya! – A corujinha de repente gritou, recuando até dar de costas com a árvore de que caíra.

– Suge!! – Os olhos de Luna brilharam. – Uma pomba falante!

– Pomba uma pinóia!! – Brigou a corujinha, apontando sua asa de forma brava para a menina. – Eu sou uma coruja, sua... sua... humana!

– Argh, mas que droga! – Uma voz falou de cima das árvores. Todos olharam para cima e viram várias corujas brancas, muitas mesmo. Não havia mais porque se esconder.

– Tinha que ser a Sofia. – Comentou outro. – Eu falei que ela não devia ter vindo.

– Não diga isso. – Outro partiu em defesa. – Ela é só uma criança.

– Por isso mesmo não devia ter vindo! – Falou mais um.

A corujinha perto de Luna, denominada agora como Sofia, abaixou a cabeça. Ela tinha estragado tudo.

– De qualquer modo. – O maior entre as corujas, e consequentemente o líder, suspirou, antes de olhar para a tripulação seriamente. – Saiam da nossa ilha, humanos.

– Espere aí. – Nami interrompeu. – Como assim “sua” ilha? E mesmo que fosse, vocês não permitem humanos?

– E como sabem falar? Isso é tãaao legal! – Luffy estava eufórico.

– Mas também é impossível! – Chopper se intrometeu. – Só existe uma Akuma no Mi capaz de dar a um animal características humanas e eu já comi essa!

– Akuma no Mi? – Uma das corujas riu debochada. – Não insulte nossa inteligência achando que precisamos de uma fruta amaldiçoada para entender o que humanos dizem.

– Nós aprendemos a falar, pois convivíamos diariamente com os humanos que viviam nessa ilha. – Explicou outra delas. – Eles queriam fazer dessa ilha um arsenal para livros, uma base de inteligência, e nós os acompanhávamos nos estudos.

– Por isso somos muito inteligentes. – A pequena Sofia estufou o peito, orgulhosa.

– Mas então vocês convivem com humanos. – Apontou Nami. – Qual o problema de nós estarmos aqui?

– Nami, eles disseram que conviviam com humanos. – Robin olhou para baixo, para os esqueletos. – Desconfio que eram esses.

– Os humanos acharam essa ilha por acaso. Ela era pequena demais para ser detectada pelo que vocês chamam de log pose. – O líder continuou a explicar. – Quando chegaram, eles desejavam apenas aprender. Mas com o tempo, foi necessário eles partirem para buscar comida, já que apenas nossos esquilos e lebres não eram o suficiente para eles. Quatro partiram, mas nunca mais retornaram. Não conseguiram achar a ilha. – Ele pausou por um momento, suspirando. Parecia afogado em más lembranças

– E aí? – Perguntou Chopper.

– A comida foi ficando cada vez mais escassa, à medida que o desespero aumentava. Os humanos, nossos amigos antes tão civilizados e inteligentes, passaram a se comportar como animais piores do que nós. Eles não ligavam mais em quem precisavam bater, enganar ou até matar por comida. – Ele olhou ao redor. - O resultado vocês mesmos podem ver.

– Não sobrou nenhum. - Constatou Robin.

– Que desgraça. - Brook estava desestabilizado. Ver uma cena desse tipo novamente não lhe era nada agradável.

– Nee, Nee! Você é mesmo tão inteligente assim? – Luna perguntava para Sofia, sem prestar atenção na história contada. – Então você sabe falar alguma outra língua? Você consegue falar com outros animais??

– Preste atenção quando o Mestre estiver falando, humana! – A corujinha brigou. – E aquele ali está dormido! – Ela apontou irritada para Luffy, que, de fato, estava dormindo em pé ali mesmo. – Vocês não tem o mínimo de educação, humana?

– Para de ficar me chamando de humana. – A ruivinha pediu, cruzando os braços. – O meu nome é Luna. Monkey D. Luna. E o seu?

– ... Sofia. – Apesar de meio hesitante, ela respondeu.

Luna ficou olhando para ao coruja por alguns segundos, até que sorriu.

– Nome legal, Fifi.

A ave pendeu a cabeça para o lado, estranhando. Ela por acaso não tinha entendido?

– Eu disse que meu nome é Sofia.

– Mas Fifi é melhor.

– Não decida isso sozinha!

– Fifi, Fifi, Fifi! – A ruivinha repetia sem parar. Nada mais que a corujinha dissesse, a faria desistir daquele apelido.

– Agora que sabem nossos motivos, - Continuou o líder. – Podem fazer o favor de sair da nossa ilha?

– Isso quem decide é o tio Luffy. – Ohana se pronunciou.

Automaticamente, todos os olhares se voltaram para o capitão, que continuava a dormir em pé.

– Luffy, acorda!! – Isso até Nami lhe acertar um belo soco na cabeça, fazendo-o despertar na mesma hora.

– Heim? O que...? Ué, cadê a minha carne? – Luffy olhou para as próprias mãos, procurando o alimento.

– Se concentra!! – A navegadora gritou novamente, puxando a bochecha do moreno pra ver se ele acordava direito. – Já deu pra ver que não tem nada nessa ilha e os únicos “habitantes” já nos pediram pra sair! Vamos ou não?

– Hm... – Luffy inclinou a cabeça e arqueou uma sobrancelha, sua típica expressão quando pensava (o que não era muito, vamos combinar). Ele olhou mais ao longe.

Eles já estavam na estrada para o vilarejo que, parando pra notar, eram só cinco ou seis cabanas, e passando delas já dava para ver o mar de novo. Realmente, não tinha nada naquela ilha, era somente o lar daquelas corujas. Não havia nenhuma aventura ali.

– Tá certo, vamos embora. – Luffy respondeu rapidamente, já girando os calcanhares para voltar pelo caminho que veio.

Todos da tripulação se entreolharam, meio surpresos com a aceitação fácil e rápida do capitão, mas decidiram simplesmente não contestar e o seguiram.

– Luna. – Ohana chamou pela amiga, que continuava entretida com Sofia. - Vem logo.

– Ah, tá! – Luna respondeu, se virando rapidamente para a corujinha. – Foi um prazer, Fifi. – Foi sua despedida antes de correr atrás dos outros.

– Espere aí. – Sofia parecia confusa. Tomando um impulso, ela levantou voo até alcançar o grupo. – Vocês vão embora mesmo? – Perguntou para Luna.

– Claro. – Ela respondeu como se fosse óbvio. - Se vocês pediram e meu pai não viu problema, nós vamos.

– Por que vocês obedecem a ele? – Sofia estava inquieta quanto àquele assunto. Aos seus olhos, Luffy não era o humano mais impressionante que já vira, apesar de não ter visto muitos. – Ele é o líder ou coisa parecida?

– Pode-se dizer que sim, já que ele é o capitão do Sunny, o nosso navio. – Quem respondeu foi Ohana, que desacelerou o passo para ficar ao lado das duas, que estavam mais atrás.

– Então você é filha do capitão? – A corujinha crispou os olhos, olhando para Luna com certo desprezo de repente.

– É... – A ruivinha respondeu de má vontade, quase fazendo uma careta. – Mas não gosto de pensar assim. Pra mim, ele é só o meu pai.

– Hump! Tá que eu acredito nisso. – A ave debochou, surpreendendo um pouco as meninas. O que ela queria dizer? – Vocês, humanos, só se importam consigo mesmos. E quer que eu acredite que você não liga de ter um pai poderoso?

– Ei, olha como fala! – Ohana exclamou, parando bruscamente de andar. Luna fez o mesmo e as duas encararam Sofia, que pousara num galho à frente delas. – Ninguém no Sunny recebe tratamento especial!

– Isso mesmo, todos trabalhamos juntos!

– Jura? – Novamente, a corujinha usou do sarcasmo. - Pois no meu bando, nós também. E mesmo assim temos gente que quer comer sem trabalhar. Vocês são piratas, não são? Também são um bando, então claro que acontece a mesma coisa!

– Não acontece, não!! – Luna gritou dessa vez, olhando enraivecida para Sofia. Agora ela estava brava. – Isso não acontece porque não somos só um bando, somos uma família!

A avezinha perdeu sua expressão sarcástica, ficando surpresa com as palavras da menina, que pareciam tão cheias de convicção e seriedade. Ela estava mesmo falando a verdade?

– E se você não entende isso, nós não vamos perder tempo aqui tentando explicar. – Ohana completou, marchando a passos pesados de volta para o Sunny, que já estava visível.

Luna ainda olhava para a coruja. Aos poucos, ia perdendo sua expressão raivosa, mas ainda não estava plenamente calma.

– Continuo dizendo que foi um prazer, Fifi. – Falou Luna, antes de virar as costas para Sofia. – Mas nunca mais fale mal da minha família de novo. – E saiu dali, correndo em direção ao navio.

Sofia ainda ficou olhando a menina alcançar seu destino, porém pensava no que ela havia falando. E como ela chamara o bando. Família. A corujinha já lera sobre esse termo antes, mas nunca viu uma família de verdade, não sabia como era.

E ela de repente teve muita vontade de descobrir.

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– Suge!! – Foi a primeiro coisa que Luna disse ao pisar no Sunny.

E vocês querem saber o porquê, caros leitores? Porque bem a frente dela e de Ohana estava um castelo/fortaleza todinho feito de neve! Com duas torres de observação, uma torre típica de princesa e um muro com uma entrada em forma oval para tudo isso! Franky realmente tinha se superado dessa vez.

– AU! Eu disse que ia fazer um forte pra vocês, não disse baixinha?

– Arigato, tio Franky. – Ambas as meninas agradeceram, antes de correr para dentro do forte de neve, onde o major Ichigo já esperava as princesas que iria protegem (no início, porque até parece que Luna e Ohana bancariam as donzelas indefesas a brincadeira toda).

Franky deu uma boa olhada nas crianças e em sua obra, antes de soltar um suspiro desapontado. Pena que logo derreteria. Mas deixaria os pequenos curtindo enquanto podiam. Sendo assim, foi para cozinha, onde todos os outros estavam.

– Essa não, um dlagão telífel! – Gritou o pequeno Ichigo, olhando para os céus em meio à brincadeira. – Pra trais, princesas, eu vou lutar com ele! – E avançou contra o monstro imaginário.

Luna e Ohana apenas riram, não ligando muito do menino tomar a iniciativa. Suas bonecas, magicamente (ou graças a umas mãozinhas de Robin), tinham aparecido ali. Sim, mesmo elas sendo filhas de piratas famosos e procurados e de Ohana treinar com espadas, elas ainda eram meninas de sete e cinco anos, então estavam no direito de terem bonecas, tá?

– Você viu a tempestade que fez ontem? – A Roronoa falou através de sua bonequinha de pano, mexendo-a e afinando a voz.

– Pois é. – Luna fez o mesmo. – Ventou tão forte. Meu chapéu voou longe.

– É... Por falar nisso, Luna. – Ohana interrompeu a brincadeira, apontando para a cabeça da amiga. – Onde está o seu chapéu?

Um ponto de interrogação surgiu sobre a cabeça da ruivinha, que automaticamente pôs a mão ali, procurando o objeto de palha. Afinal, onde mais estaria o seu...? Luna congelou. Os olhos arregalaram. E dava para ver que o desespero crescia dentro dela à medida que tateava seus cabelos e NÃO ENCONTRAVA SEU CHAPÉU!

– MEU CHAPÉU!! – Mal acabou de gritar e saiu correndo a procura de seu pertence.

– Luna! – Ohana foi atrás da amiga. Saiu do forte e viu-a indo de um lado pro outro, enfiando a cara em todos os cantos possíveis para achar o objeto de palha, mas parecia não estar tendo sucesso.

A monkey estava desesperada. Onde poderia estar o chapéu que ela nunca tirava da cabeça?! Somente acontecia de ele cair às vezes, normalmente quando ela também caí... Ah, não. A hora em que ela tropeçou na raiz da árvore! Luna estancou no lugar, olhando bem para a ilha das corujas, que começava a ficar distante. Longe demais para voltarem agora.

– Essa não. – Ohana seguiu o olhar da amiga e entendeu tudo. Por isso não ficou surpresa quando, ao olhar para Luna, viu-a com os olhos lacrimejando.

– Eu... Perdi... – Só conseguia praguejar, a voz falhando entre os soluços.

Mesmo se quisesse impedir, Luna não poderia segurar as lágrimas que começaram a rolar por seu rosto, até por fim caírem no chão do navio. Ela chorava baixo, apertando a barra do casaco (substituto das abas do chapéu) e com os olhos serrados. Não era um choro de manha, nem por um medinho infantil. Luna estava triste de verdade.

– E-ei, não fica assim. Talvez a tia Nami possa fazer outro pra você. – Ohana tentava animá-la, mas não obteve efeito nenhum. Ela não ficou muito surpresa. Sabia que poderia dar qualquer outra coisa no mundo, mas para Luna nada nunca substituiria aquele chapéu.

A Roronoa estava sem ideias do que fazer e já considerava deixar a amiga sozinha até que ela se acalmasse. Foi quando, repentinamente, algo surgiu no horizonte, vindo da direção da ilha. Ela focou um pouco os olhos para ver o que era e quando conseguiu distinguir, sorriu.

E ficou apenas a observar enquanto o serzinho de penas brancas pousava sobre a cabeça de Luna, depositando ali também o chapéu de palha esquecido pela ruiva.

– Ahn? – Luna abriu os olhos ainda marejados quando sentiu algo pousar em sua cabeça. Levou as mãos à mesma e seu sorriso foi instantâneo ao sentir a textura da palha. – Meu chapéu!! – Ela agarrou as abas, como se, se as soltasse, ele fosse desaparecer. Sentia o coração aos pulos de alívio por ter recuperado seu tesouro.

– De nada, humana.

A Monkey finalmente olhou para o lado, onde a pequena coruja Sofia pairava.

– Obrigada, Fifi! – Ela nem se importou em ser chamada de “humana” dessa vez, apenas queria agradecer. – Obrigada, muito obrigada mesmo!

– Não precisa me agradecer. – A corujinha fingia indiferença. – Eu só não queria que isso fosse mais um pertence dos humanos a apodrecer na minha ilha.

– Mesmo assim, obrigada. – Luna continuava segurando as abas do chapéu, fazendo uma nota mental para colá-lo com super-bonder mais tarde.

– Hump! – Sofia virou o rosto. – Bem, agora acho que já vou, já que não tenho mais nada a fazer aqui e... Ora, que infortuno. – Ela olhou na direção da ilha. – Já estamos longe demais.

“Mas você não veio voando a mesma distância pra cá?” – Ohana questionou mentalmente, porém não disse nada. Estava claro o porquê de Sofia ter ido atrás deles, ela era péssima atriz.

– Parece que não tenho escolha, vou ter que seguir viagem com vocês. – Decretou a corujinha, pousando no parapeito à frente das meninas. E assim que o fez, perdeu sua pose, falando envergonhada. – Isso é, se não tiver problema.

Luna e Ohana se entreolharam por uns segundos, parecendo pensar naquilo, até por fim sorrirem e concordarem com a cabeça.

– Problema nenhum. – Respondeu a ruivinha. – Mas tem uma condição.

Sofia pareceu ficar surpresa – e um pouco amedrontada – com aquela declaração. Até a Roronoa não estava entendendo nada. Que raio de condição era aquela?

– Qu-qual? – Perguntou a avezinha.

O sorriso de Luna se alargou ainda mais antes de declarar fortemente:

– Você vai ter de se tornar minha companheira!

– ... Companheira? – Sofia ficou atônita. Ela imaginava que a mandariam caçar ratos ou coisas assim, algum castigo que a fizesse desejar nunca ter saído da ilha. Mas ser companheira não era um castigo, era?

– Isso. – Afirmou Luna. - Se você for minha companheira, vai entrar para a família. E só assim para conseguir entrar, heim? – E estendeu sua mão para a coruja. – O que me diz? É pegar ou largar.

Sofia ficou olhando para a mão da Monkey, meio incerta, analisando os prós e os contras. Por um lado, ela vivenciaria a experiência de uma família e poderia ficar ao lado daquela ruiva que tanto tinha atraído sua curiosidade. Por outro... não poderia se arrepender depois.

– Está bem. – Ela esticou a asa, apertando as “mãos” com a menina. – Eu aceito ser sua companheira... Luna.

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O que fazemos quando um novo integrante se junta aos chapéus de palha?! Exatamente: FESTEJAMOS!! Assim que souberam sobre Sofia, Luffy decidiu que eles precisavam fazer uma festa de boas vindas e ninguém foi contra. Agora todos se divertiam, conversando e rindo juntos. Até a própria Sofia estava se sentindo estranhamente confortável naquele ambiente, pousada no ombro de Luna o tempo todo.

– É isso aí, gente, uma nova fase começa hoje!! – Luffy gritou para todos ouvirem. – Temos muito que comemorar, a Luna achou sua primeira companheira!!

– Parabéns, baixinha!

– Vocês vão formar uma boa dupla. – Comentou Robin.

– O animal é o melhor amigo do homem. – Disse Chopper.

– Mas duas pequenininhas assim podem se machucar. Quer que eu faça alguma coisa pra você ficar mais forte, tipo uma armadura? Vi isso num filme uma vez. – Sugeriu Usopp para Sofia.

– Não precisa. – A corujinha estendeu sua asa e a visão surpreendeu ao atirador: as penas dela pareciam lâminas! Eram lâminas! – Eu comi a Supa Supa no Mi, posso me defender muito bem e proteger a Luna se for necessário.

– Obrigada mesmo pelo apoio, pessoal. – Luna falou para todos. Porém, diferente do esperado, ela não sorria. – Mas a Fifi não é minha primeira companheira.

Aquilo pegou a tripulação de surpresa e todos, sem exceção, olharam para ela querendo respostas.

– Como assim? – Luffy foi primeiro a se pronunciar, completamente perdido.

– É, minha primeira companheira é a Ohana. – Apontou para a amiga, que estava ao seu lado com a cara fechada (o que Luna sabia ser um leve ciúme).

– Até que enfim se lembrou da minha existência, heim? – A Roronoa revirou os olhos.

– Nós sabemos que vocês tem um relacionamento de amigas/irmãs/companheiras. – Nami tentou explicar. – Mas a Sofia é-

– A Fifi é a segunda a entrar no meu bando.

Ok, agora sim não teve um par de olhos ali que não se arregalou (A: Exceto pelo Brook, porque ele não tem olhos, yohohoho!). Luffy, principalmente, estava petrificado, um sorrindo nascendo em seu rosto pouco a pouco. Luna estava dizendo o que ele imaginava?!

– B-bando...? – Sanji foi o primeiro a ter alguma reação dessa vez. - Luna-chan, você está dizendo que...?

– É isso aí. - Finalmente o sorriso voltou à face de Luna. Um sorriso grande, determinado e radiante. – Algum dia, eu também serei uma pirata e terei minha própria tripulação!


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Notas finais do capítulo

Momento propaganda:
https://fanfiction.com.br/historia/644038/OsPiratasdeEsperanca/ (Fanfic minha com meu amigo e parceiro Pedro)