Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 10
Ilha das Memórias


Notas iniciais do capítulo

VOOOOOLTEEEEEEEII, meu povo!!!!!!!!!!
Quem aí sentiu saudades de mim? Quem aí já tava achando que eu abandonei a fic?? Quem tá querendo me matar por ter demorado tanto???
Eu sei, faz um mês que eu não posto, mas é que realmente as cisas tavam complicadas pra mim. Além da escola, eu também tive um grande bloqueio sobre como continuar a história.
Mas enfim, eu voltei!! E com um capítulo bem especial! Que vai dedicado a todos que o lerem, mas em especial à Crazy4Ever, por ter acertado que teríamos um capítulo assim.



Aproveitem e boa leitura ^-^



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— Sete conchinhas brancas. Quatro conchinhas escuras. Três conchi... Wah! Uma rosa! – Luna parou de contar as conchas que já tinha em mão e correu até a meio soterrada na areia.

Mas quando se aproximou, houve um problema: Suas mãos já estavam completamente cheias. Como faria para pegar mais uma sem derrubar as outras? Não iria coloca-las na areia, a maré as levaria embora.

— Hm... Ohana. – Chamou pela amiga.

A Roronoa também estava na praia, próxima à ruivinha aliás, mas ela estava mais concentrada em seu treinamento agora, acertando uma árvore já bem marcada. É, um ano de treino e começava a dar resultado.

— Há! Já disse que- Há-há! Não posso te ajudar agora, Luna- HYA! – E com esse golpe, parou. – Já brincamos o dia todo, mas eu tenho que treinar também. - Com a respiração ofegante e a testa suada, Ohana virou-se para Luna para ver sua situação. – Por que não bota tudo no seu chapéu?

Ao ouvir a ideia da amiga, Luna emburrou a cara. Parecendo se esquecer completamente das conchas, deixou que todas elas caíssem, pondo as mãos na aba do chapéu em sua cabeça e apertando com força.

— De jeito nenhum.

— Tá bem, calma. – Ohana ergueu as mãos, como que se rendendo. – Foi só uma ideia.

— Luna! – A ruivinha reconheceu a voz de sua mãe.

— Ohana! – A esverdeada também reconheceu o chamado de Robin.

— Já vamos! – Ambas responderam.

Com uma curta corrida, as meninas logo alcançaram o local de acampamento que seus pais haviam armado. O Sunny Go também estava atracado em um ninho de pedras que havia ali. Alguns, como Sanji, Chopper, Zoro e Luffy tinham adentrado mais a ilha, na densa mata, para explorá-la enquanto os outros montavam acampamento.

Ao avistarem as filhas se aproximando, Nami e Robin ficaram mais aliviadas. A tarde já estava quase se acabando, logo anoiteceria e não era bom para as meninas ficarem longe da vista das mães.

— Mamãe! Mamãe! – Luna correu até Nami, seu sorriso brilhando como sempre. – Eu peguei um monte de conchinhas!

— Que bom. – Nami devolveu o sorriso. Não podia evitar, era contagiada pela alegria de Luna. – E cadê elas?

— Ah... – A garota pensou... pensou... pensou... até que se tocou. – Me esqueci delas. Vou lá buscar!

— Melhor não. – Nami advertiu, impedindo a filha de voltar para o ponto das conchas. – Já está ficando tarde. Nós chamamos vocês duas exatamente para ficarem aqui perto agora.

— Isso mesmo. – Robin concordou. – Não queremos que vocês se percam na mata e sejam devoradas por algum animal, ou então levadas por uma onda quando a maré subir.

— Bom, contanto que tenha algo para eu usar de alvo. – Ohana deu de ombros, já acostuma ao pessimismo da mãe. Voltou-se para uma árvore qualquer e sacou sua espada de treino.

Enquanto isso, Luna foi até Ichigo, que brincava com a areia da praia e se juntou a ele. Depois de um tempo, toda a tripulação se reuniu no acampamento.

Até que o dia tinha sido bom e sem complicações. Chegaram naquela ilha, que descobriram ser desabitada, lá pelo meio dia. E se mantiveram em alerta desde então. Geralmente, ilhas pacíficas à primeira vista, viriam a ser as mais perigosas e surpreendentes. Mas a única surpresa que aquela ilhota mostrara até agora, era não ter surpresa nenhuma.

— Nami-swan, Robin-chwan! – Sanji chamou por suas damas, preparando a fogueira. – Vou preparar o jantar. Tem algum pedido?

— Carne ao molho de laranja! – Quem exclamou foi Luna, com a boca já salivando ao pensar em seu prato preferido.

— Um belo yakisoba ia bem. – Ohana respondeu.

— É, pode ser isso, sim. – Nami respondeu para Sanji, rindo junto de Robin pelo jeito das meninas.

— Yosh! – O loiro assentiu. – A variedade dessa ilha é surpreendente, vou poder usar vários legumes no yakisoba, e tem até carne de Rei dos Mares fresquinha pra você, Luna-chan.

— Eba! – A ruivinha comemorou.

— Oe, Sanji! E pra mim? – Reclamou Luffy.

— Pra você tem carne requintada. E não me venha com bico! – O cozinheiro advertiu, vendo o capitão fazer exatamente um bico emburrado. – Por incrível que pareça, não aconteceu nada hoje. A ilha é completamente deserta, fora por alguns animais. Então você não precisa repor energias!

— Isso é muito estranho. – Nami pôs a mão no queixo, pensativa. – Mesmo existindo ilhas mais calmas no Novo Mundo, nunca encontramos uma como essa. Parece até que é uma simples ilha desabitada do East Blue.

— Do que vocês estão reclamando? É raro termos um descanso desses, aproveitem! – Usopp se intrometeu na conversa.

E com aquele comentário do atirador, todos deixaram o assunto de lado e foram comer, para depois dormirem.

—0-0-0-0-0-0-0-0-0-

Já era noite. Os únicos sons que se ouviam, eram os dos animais noturnos, como os piares das corujas e o cricrilar dos grilos. A Luz da lua iluminava a praia; porém, nada que atrapalhasse o sono dos chapéus de palha.

Todos estavam em pleno sono, e parecia que assim continuariam, até que um leve movimento começou entre eles. Uma das pestinhas acordou, sentando-se cambaleante.

— Banheiro... – Murmurou Luna, ainda sonolenta; mas o chamado da natureza era mais forte.

A pequena ruiva levantou-se, revelando deu pijaminha azul com desenhos de estrelas, e fez o máximo possível para não acordar ninguém. Passou por seu pai, sua mãe, Ichigo, Chopper... só faltavam mais uns passos para alcançar a mata, quando tropeçou. E pior, foi em alguém.

— Hm... – Ohana, que já tinha o sono leve por meios hereditários, acordou de vez ao sentir algo esbarrar em seus pés. Sentou-se, esfregando os olhos, até que sua visão focasse. E ela conseguiu ver muito bem sua melhor amiga, caída em sua frente e com cara de quem tinha aprontado. – Luna...? O que está fazendo?

— Preciso ir ao banheiro.

— Ah, tá. – Bêbada de sono como estava, aquilo foi tudo que Ohana respondeu. Coçou a cabeça, bagunçando ainda mais os cabelos verdes, antes de se deitar novamente. – Bom banheiro, então. – Não, ela nem notou que disse algo assim. Pessoas com sono ficam estranhas...

— Obrigada. – Luna agradeceu de todo modo. Levantou-se novamente, bateu a areia de seu pijama e rumou para seu objetivo.

Porém, antes que voltasse para o mundo dos sonhos, Ohana abriu os olhos mais uma vez. E viu sua amiga indo direto para a floresta da ilha. Aquilo fez sua mente despertar por completo e ela se sentou novamente, agora com os olhos arregalados.

— Psst! – Chamou com um sibilo, que por sorte Luna ouviu e atendeu. Quando o olhar da menina voltou-se para ela, questionou sussurrando: - Onde pensa que vai??

— Já disse, ao banheiro.

— E por que está indo para a floresta?

— Porque eu não vou fazer xixi no mar. – Luna respondeu como se fosse óbvio. E Ohana deu um tapa na própria testa. Será que algum dia se acostumaria plenamente com aquele jeito da Monkey?

— Mas você não pode entrar lá agora, Luna. E ainda por cima sozinha.

— Então vem comigo.

A Roronoa a olhou como se ela tivesse perdido o juízo de vez.

— Ficou maluca? Não é bom para nenhuma de nós entrar lá agora.

— Humm... – Luna resmungou, apertando a barra de seu pijama e fazendo uma expressão desconfortável. – Mas eu tô apertada! – E sem esperar o retruque da amiga, correu para a mata.

— Oe, Luna! – Ohana ainda tentou chama-la, a voz sussurrando, mas a ruiva já havia adentrado a floresta. Ela olhou para o amontoado de árvores e plantas e depois para a tripulação ainda adormecida. Tudo bem que era perigoso entrar na floresta sozinha, mas era ainda mais perigoso algo acontecer com Luna. – Argh... Espera por mim!

Por sorte, a Roronoa alcançou a amiga facilmente. Elas haviam adentrado a mata um pouco mais que o necessário, graças ao desespero da ruiva, mas ainda conseguiam ver a praia então estava tudo bem.

— Me espera aqui? – A menor das duas pediu, e com um aceno de cabeça de Ohana, foi para trás de um monte de folhas.

Ohana recostou-se em uma árvore, sem se importar em sujar sua camisola amarelada. Com evidente tédio, e o sono que voltava a bater, ela levantou os olhos e ficou a observar o pouco céu por entre as copas das árvores.

Estava tudo normal, até que a lua começou a parecer mais embasada. A esverdeada coçou os olhos, achando que fosse algum problema de sua visão, mas não. Olhou em volta e reparou que não era só o céu. Na verdade, o céu nem se comparava ao embasado ao redor!

— Névoa? – Ohana estranhou, franzindo o cenho. De onde surgira aquilo? Até um segundo atrás estava tudo limpo.

Porém, o mais estranho foi um fraco brilho que começou a surgir de trás de umas árvores. A Roronoa, instintivamente, apertou o cabo de sua espada. Sim, se Luna podia levar seu chapéu para ir ao banheiro, ela também podia levar sua espada, tá?

— Tem alguém aí? – Se atreveu a perguntar, correndo o risco de fazer papel de boba, caso não fosse nada.

O brilho começou a aumentar, até que sua fonte apareceu. De trás das árvores, o que surgiu foi uma... menina? Agora que Ohana não estava entendendo nada mesmo. Por causa da névoa, a garota de uns onze anos estava um pouco trêmula à vista, mas ainda se conseguiam perceber os cabelos e olhos escuros, sem falar do sorriso em seu rosto. Usava também um vestido preto, como se estivesse indo a um funeral.

— Quem é você? – Ohana questionou, sem esperar um segundo a mais para erguer sua espada.

— Relaxe, não sou uma inimiga. – Disse a outra com a voz tranquila.

— Não foi isso que eu perguntei. – Mas a esverdeada não baixou sua guarda.

Aquela atitude só fez com que a desconhecida soltasse uma risada, parecendo se perder em lembranças por um momento.

— Nervozinha, heim? Você é mesmo filha do Zoro.

— ... Tou-san? – Ohana estava entendendo cada vez menos a situação, mas ao ouvir falar de seu pai, finalmente baixou a espada.

— Quanto a sua pergunta, só digo que sou uma velha conhecida do seu pai. – Falou misteriosa, mas não parecia estar mentindo. – Nós dois fizemos uma promessa há muito tempo e, olha, ele conseguiu mesmo se tornar o melhor espadachim do mundo. – Deu mais um riso. Seu olhar, que caía diretamente em Ohana, se tornou destemido. – Mas eu conto com você para superá-lo, heim? Mostre ao mundo todo o poder feminino.

— Ahm... – A Roronoa ainda estava confusa com tanta informação, mas como não era de deixar passar um desafio, cruzou os braços e deu seu sorriso debochado: - Pode contar comigo. Eu nunca serei derrotada, principalmente por algum homem!

— É dessa atitude que eu gosto. – A desconhecida deu mais um sorriso. – Eu tenho que ir agora, tem mais gente que quer te ver. – E começou a andar pra longe. - Foi bom te conhecer, Ohana.

— Ei, espera! – A esverdeada tentou pará-la. – Como sabe meu nome? - Mas já era tarde, a desconhecida tinha se afastado demais.

Porém, mal o brilho da outra sumiu de vista, outra luz voltou a se aproximar. A mente de Ohana estava tão embaralhada, que nem seus instintos agiram para levantar a espada. Mas também não sentia que era necessário. Não quando viu aquela mulher de cabelos brancos se aproximar, com um sorriso doce e olhar corajoso. Por algum motivo, ela lembrou-lhe sua mãe.

— Quem é você? – Ohana perguntou novamente. Quem sabe ela, sim, lhe respondesse.

O sorriso da mulher se abriu um pouco mais, antes de respondê-la com a voz terna.

— Sou Olvia.

— Olvia... – Ohana repetiu. – Que nome bonito.

— Não tanto quanto o seu. – Olvia se aproximou um pouco mais, ficando frente a frente com a menina. Tão perto que quase podia tocá-la. – Ohana, não é?

— Como sabe? - Questionou a esverdeada.

A mulher apenas riu de leve.

— Você sabe por que tem esse nome?

Embora não gostasse de ficar sem respostas, Ohana ficou pensativa com aquela pergunta. Pensou por uns segundos, procurando na memória uma conversa com sua mãe, onde ela lhe contou o significado de seu nome.

— É uma variação para o nome da ilha onde minha mãe cresceu. – Explicou o que se lembrava. - Ohara, se não me engano. Mas ela não existe mais.

— Robin fez uma bela homenagem. – Outra voz falou de repente.

E os olhos de Ohana quase saltaram das orbitas ao ver aquele gigante, literalmente um gigante!, surgindo ali e brilhando também. O que Luna estava fazendo que demorava tanto e não parecia ouvir nada?!

— Ohara foi uma terra honrada, foi a terra que lutou contra o mundo. Acho que Robin lhe deu esse nome esperando que você tivesse essa mesma coragem. – O gigante se calou por um momento, olhando bem para Ohana de cima a baixo - E você se parece tanto com ela, algumas semelhanças são incríveis! Dereshishishi!

— Dereshi? – Ohana arqueou uma sobrancelha em desentendimento, mas acabou por sorrir também. – Que jeito estranho de dar risada.

— Não estou falando? Igualzinha à mãe. Dereshishishishi! – Saulo continuou a rir.

— É mesmo. – Olvia concordou; os olhos não saíam de Ohana por um momento que fosse. – Tão linda quanto, tão inteligente também... –Seus orbes azuis começaram a encher de água e suas mãos tremiam, como se quisessem tocar a menina, mas não pudesse.

— Olvia... – Saulo parou de rir ao ver o estado da... amiga.

— A névoa está se dissipando. – Ela tentou mostrar força, limpando as lágrimas antes que essas caíssem. A Roronoa olhou em volta e notou que, realmente, o ambiente estava voltando a ficar claro à visão.

— Foi muito bom te conhecer. – Falou Saulo para a menina. – Mesmo que rápido assim.

— Ohana. – Olvia chamou-a, parecendo um pouco menos abalada. – Você disse que Ohara não existia mais. – A pequena assentiu. – Bom, a ilha pode ter sido destruída, sim, mas Ohara não morreu.

— Como assim?

— A essência de Ohara eram seus arqueólogos, pessoas que dedicavam sua vida a estudar e entender a história do mundo. – A névoa se dissipava cada vez mais rápido e Olvia viu que precisava se apressar. – Robin, sua mãe, era uma desses arqueólogos. Ela conseguiu escapar. O sangue e a essência de Ohara sobreviveram com ela. E continuam vivos até hoje, em você.

— E-essa não. – Saulo praguejou de repente. Quanto mais a névoa se dissipava, mais era difícil para ele se manter ali, sendo grande como era. Sua cabeça já estava desaparecendo e seu brilho também ficava cada vez mais fraco. – Adeus, Ohana. Dê um Oi à sua mãe por mim. Diga a ela que foi o Saulo quem mandou. – E dizendo isso, desapareceu.

Olvia se abaixou na altura da menina, que tinha o queixo levemente caído em surpresa. Ela a olhava como se quisesse se lembrar de cada detalhe daquele rosto, mesmo que os olhos lacrimejando atrapalhassem um pouco.

— Estou tão feliz por ter te conhecido, minha neta. – Falou, enquanto também sumia aos poucos. – Fique viva, Ohana. – E desapareceu, como se alguém simplesmente a tivesse apagado.

Ohana não se moveu, ainda tinha o queixo caído e os orbes meio arregalados em surpresa. Sua mente custava a processar o que tinha acontecido. Até que, de repente, a ficha caiu:

— FANTASMA!! – Gritou com toda a força de seus pulmões, correndo dali o mais rápido que pôde.

Esquecendo-se completamente de certa ruivinha, que saiu de trás da moita naquele exato momento. Luna olhou ao redor, procurando pela amiga.

— Ohana? – Chamou, já ficando temerosa por não avistar a Roronoa. Tinha ficado sozinha ali?

Luna passou a se encolher, próxima a árvore onde antes Ohana se recostara. A floresta já era meio assustadora durante o dia, durante a noite então... Mas o desespero da Monkey veio quando uma maldita nuvem cobriu a lua, sua única fonte de luz, deixando-a em total escuridão. Luna não pode aguentar mais e, como a criança de cinco anos que era, começou a chorar.

— Ohana! – Ela chamou em desespero. – Mamãe, papai! Alguém!

Fechou os olhos, o que não impediu que as lágrimas continuassem a cair. O que faria agora? Tinha medo de voltar sozinha. Sem falar que, naquele breu, com certeza se perderia.

Estava assustada e sem saída.

— Oe, oe, não precisa de choro.

Luna abriu os olhos novamente ao ouvir uma voz, com certeza de um homem, falar. A lua tinha voltado a emitir sua luz e, embora a vista da menina, já embasada pelas lágrimas, piorasse com aquela névoa, ela pôde distinguir duas formas a sua frente. Eram um homem de cabelos negros, sem camisa e usando um chapéu laranja; e uma mulher de calças jeans, camisa verde e cabelo rosa. Ambos sorriam para ela.

A pequena ficou confusa por três motivos: O que aquelas pessoas estavam fazendo ali? Por que sorriam para ela? E, talvez o que mais lhe encucava, porque brilhavam?!

— Francamente. – Começou o homem. – Você parece seu pai quando era criança fazendo assim. Uma bebê chorona.

— Não seja tão duro. – Repreendeu a mulher, mas logo voltou-se para a menina, com um sorriso encorajador. - Você é valente, Luna. Não precisa chorar só porque está no escuro, porque sempre vai encontrar uma luz. Certo?

— Hai! – Luna não soube o porquê, mas respondeu, limpando rapidamente suas lágrimas. – Demo... Como sabem meu nome? E quem são vocês? E por que estão brilhando? – Eu disse que ela ficou interessada nesse brilho.

— Eh? Fala sério que não se lembra? – Indagou o homem. – Seus pais com certeza já te falaram sobre nós.

— Pense bem, Luna. – Falou a mulher, apontando para o próprio rosto. – Sua mãe tem uma foto minha com ela, de quando era pequena.

Luna começou a pensar, forçando ao máximo seus neurônios. Aquela mulher tinha razão, ela se lembrava de já ter visto o rosto deles antes, mas onde? O homem... tinha a impressão que já ouvira seu pai falar de alguém que usava um chapéu laranja. E a mulher... por alguma razão, ela se lembrava das laranjas de sua mãe quando a via.

Os pensamentos começaram a martelar em sua cabeça e por um momento os adultos se assustaram quando viram o rosto da menina ficar vermelho. Até que ela, de repente, os encarou, os olhos arregalados em surpresa, parecendo não acreditar no que via.

— Tio Ace? - Murmurou, ainda sem acreditar, recebendo um aceno afirmativo do moreno. – Vovó Bellemere? – A rosada também acenou com a cabeça, indicando que ela havia acertado. – Mas... como?

— É uma característica especial dessa ilha. – Bellemere começou a explicar. – Durante a noite, graças à névoa que se forma na floresta, os espíritos podem... – Botou a mão no queixo, tentando achar um bom modo de falar. - Como eu digo?

— Zanzar por aí e serem vistos pelos vivos. – Ace encurtou a história.

— Entendi! – Luna enfim voltou a sorrir. – Então essa é a coisa estranha da ilha que o papai e a mamãe estavam procurando.

— Só entendeu isso? – Bellemere ficou surpresa com o jeito da menina.

Já Ace, começou a rir daquela atitude.

— É, você com toda certeza é filha do Luffy.

— Mas se parece muito com a Nami. – A rosada voltou a sorrir, com um olhar nostálgico para Luna. – E esse chapéu de palha fica uma gracinha em você.

— Eu também gosto muito dele. – A pequena deu uma risada. Mas de repente, pareceu lembrar-se de algo: - Ah, é! Tio Ace, vovó Bellemere. - Chamou pelos dois, dando seu típico sorriso caloroso e doce. – Obrigada por protegerem a mamãe e o papai. – Os adultos se surpreenderam com aquela declaração, mas não interromperam. Luna continuou: - Eles já me contaram sobre o Arlong e Marineford. Eu... não entendi muito sobre essas histórias, mas vocês protegeram eles, não foi? Por isso, obrigada.

Ace e Bellemere continuavam atônitos, olhando para a menina sem saber o que responder. Até que ambos começaram a rir.

— Oh, meu Deus, Nami, como você me dá uma netinha tão fofa?

— Você é realmente incrível, Luna. – Ace ainda ria, deixando a menina vermelha pelo elogio.

— Mas agora você tem que voltar. – Bellemere falou, um pouco séria. – A névoa daqui a pouco vai sumir, então, se quiser companhia para voltar, tem que ser agora.

Os olhos de Luna brilharam.

— Vocês vêm comigo?

— Claro. – Quem respondeu foi Ace.

A ruivinha só fez sorrir mais, dando uma gostosa risada. E, juntamente com seu tio e sua avó, rumou de volta para o acampamento.

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Enquanto Luna conversava:

— FANTASMA!! – Ohana continuou a gritar e correr, na direção do acampamento.

Assim que ela pôs os pés na praia, seus gritos trataram de acordar a todos ali.

— Ohana, o que aconteceu? – Questionou Robin, sentando-se. A filha correu em sua direção e se atirou em seus braços.

— Tinham fantasmas! – Ohana repetia, abraçada à mãe. - Eu vi, eu vi! Juro que vi!

— Fantasmas? – Zoro repetiu, sem entender nada que a filha dizia.

— Onde?! – Usopp já olhava assustado para todos os lados, com Chopper encolhido ao seu lado.

— Fantasmas? Que medo! – Brook era outro que tremia até os ossos.

Mas um grito de Nami interrompeu o alvoroço, também chamando a atenção de todos. A navegadora estava com Ichigo no colo, que há pouco chorava pelo susto, agora olhando apavorada para o saco de dormir vazio.

— Cadê a Luna?!

Com aquele questionamento da tia, Ohana começou a suar frio. Não... Ela não tinha deixado Luna sozinha na floresta. Não podia ter sido tão tonta a esse ponto! Porém, antes que convencesse a si mesma de que tinha cometido aquela burrada, passos foram ouvidos da floresta, se aproximando.

Zoro se posicionou a frente de Robin e Ohana, e Luffy fez o mesmo com Nami e Ichigo. Os outros também ficaram em alerta, prontos para se defenderem a qualquer sinal de perigo. Mas o que surgiu de trás das árvores não foi um monstro, um animal feroz, nem mesmo uma pessoa de expressões assassinas. E sim a própria Luna, que vinha saltitando e cantarolando na direção do bando.

— Nee-chan! – Ichigo foi o primeiro a se pronunciar, sorrindo ao ver a irmã.

— Ei, gente, o que estão fazendo acordados? – Perguntou a ruivinha enquanto se aproximava

— O que você estava fazendo na floresta? – Nami foi logo questionando.

— Precisei ir ao banheiro. – Explicou simplesmente. – A Ohana foi comigo, mas não sei porquê ela me deixou lá. – Automaticamente, todos os olhares se voltaram para a Roronoa, que voltou a suar frio. Porém, antes que alguém se pronunciasse para lhe dar uma bronca, Luna continuou: - Mas tudo bem, o tio Ace e a vovó Bellemere me ajudaram a voltar.

Ao ouvirem aqueles nomes, Luffy e Nami simplesmente travaram. As lembranças voltaram com força em suas mentes e, embora já houvessem superado, ainda era doloroso lembrar.

— Luna, o que você está dizendo? – A navegadora perguntou, embora sua voz saísse num sussurro. – Isso não tem graça.

— Não é brincadeira, mamãe! É sério! Eles estavam na floresta comigo!

— Eu não estou vendo nada. – Falou Zoro, olhando para a floresta. – Francamente, vocês duas tem muita imaginação.

— Mas eles estavam lá mesmo! – Luna continuou a insistir.

— É verdade, pai! – Ohana apoiou a amiga. – Mãe... Tio Luffy, tia Nami... Nós nunca brincaríamos com algo assim!

— Já chega! – Luffy finalmente se pronunciou. Sua voz estava grossa, o que queria dizer que seu humor estava em zero. E até mesmo Luna sabia que, quando o pai ficava assim, era melhor não contestar. – Chega desse assunto. Só vamos todos voltar a dormir.

Com aquela ordem, que ninguém ousou questionar, cada um rumou de volta para seu canto. Luna e Ohana foram as últimas, ainda estavam meio relutantes com tudo aquilo. Em um último ato, ambas olhara para a floresta Elas não podiam apenas ter imaginado, podiam?

Não, não podiam. E para comprovar isso, cinco pessoas surgiram repentinamente da névoa, sorrindo para elas e dando um aceno de tchau, antes de desaparecerem novamente. Foi rápido, mas o suficiente para que Luna e Ohana tivessem certeza de que não estavam ficando loucas, embora seus pais achassem que sim.

Por que ninguém nunca acreditava nas crianças?


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Notas finais do capítulo

Entãaaaao?? Valeu a pena esperar? Espero que sim. Me digam nos reviews, sim?
Agora, um desabafo meu.
#Alerta Spoile se vc ainda n leu o cap. 799#
Eu já sabia que apareceriam mais nakamas, isso eu não tinha dúvidas, e já estava meio preocupada em como iria acrescentam mais um personagem à história de repente. Então agora eu quero saber... COMO EU VOU INCLUIR 5.600 PERSONAGENS?!?! Sério, Oda, tu tá querendo me matar?! Onde eu vou enfiar tanto personagem, meu bom Jesus?!