Carte Mystique escrita por Starlight


Capítulo 4
Três: Forasteiro


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões por atrasar os caps que prometi. Tive que viajar de última hora e acabei ficando sem tempo e internet para postar, mas aqui estou! Boa leitura



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Três: Forasteiro

– Que diabos de lugar é esse que fui parar? – Henry martelou-se em pensamentos, confuso com aquele magnífico lugar que burlava todas as leis da física.

O mesmo, após ter aterrissado na grama daquele vasto horizonte frente a si, ergueu-se, tomando uma caminha rumo ao reino que avistou anteriormente.

– Este lugar é incrível. – Henry murmurava para si mesmo enquanto via a flora ao seu redor: Árvores de uma tonalidade azulada com suas folhas cintilantes vagavam perante aquele vasto campo, suspensas no ar, fora as demais árvores presas ao solo como árvores comuns, entretanto, de colorações das mais variadas, emitindo suaves sons de suas estruturas enquanto uma melodia natural percorria o ar.

Mais a frente, a fauna do local aparecia aos poucos: Esquilos de duas caudas, alces com o dobro do tamanho de um normal e até mesmo, grandes humanóides morenos apareciam no local.

– Gigantes?! – Henry se assustava, dando um pequeno salto para trás.

O gigante não parecia se incomodar com o hesito de Henry perante ele. Com um semblante sereno, expressou um sorriso simpático ao garoto que relaxava instantes após.

– Está bem, você não parece ser malvado. – Henry sorriu, estendendo o palmo destro até o gigante, sendo correspondido. Seus palmos se uniram, passando um ao outro um sinal de segurança e confiança.

Entretanto, um gigantesco urro cortava a harmonia daquele local que por medo faria todos os seres, tanto fauna quanto flora, recuarem, deixando apenas Henry ao meio do campo de grama, enquanto o silêncio tornou-se mútuo ao fim do urro.

– O que foi isso? – Henry girava ao próprio eixo, olhando para todos os cantos, procurando o causador desse urro que afastou todos à sua volta.

Instantes depois, algo grande esbarrava em suas costas, o levando ao solo. Após se recompor, voltou olhares ao que havia te derrubado, se espantando com o que via em sua frente.

Era um grande felino com um par de chifres curvados, como os de um carneiro, tinha um exoesqueleto que ocupava suas costas, cauda e patas com eixos dos ossos pontiagudos, na região da cauda esse osso fazia a forma de um ferrão. O felino era preto com listras lineares laranjas, media cerca de uns dois metros de altura, oitenta centímetros de largura e 1,70 metros de comprimento.

Henry por hora só possuía pânico em seu semblante enquanto o felino, sem intervalos, tomava corrida rente o jovem.

– Ah! – Gritou, saltando para a direita enquanto o animal passava rente, derrapando em um giro para reposicionar-se na direção de Henry.

A fauna que se encontrava um pouco distante olhava com um semblante triste para Henry, uma vez que não gostavam da alma bondosa que conheceram em pleno perigo.

– Preciso pensar em como eu posso fugir desse gato gigante. – Henry martelou-se em pensamentos, olhou para a geografia ao redor mas de nada adiantava, afinal, ele estava em um campo grande sem qualquer outro elemento ali presente além da grama baixa e o felino gigantesco.

No momento em que Henry cessou movimentos para pensar, o felino tomou uma arrancada rente o garoto que por um instante distraído não demonstro prévia de alguma evasiva do movimento animal. Entretanto, após o felino aproximar-se e tomar o início de um salto, uma sombra mediana, aparentemente do tamanho de um humano surgiu ali, revelando um corpo que, com os membros inferiores, golpeava o felino pela cara, o derrubando contra a grama que o levava a rolar alguns metros distante.

– O que? – Henry não havia entendido o que tinha acontecido, contudo, o jovem já não estava mais em perigo. Uma silhueta de alguém adulto estaria frente à fera, cobrindo Henry.

– Você está bem? – Uma voz rouca viria da silhueta. – Eu o vi caindo do céu por aquele portal, ainda bem que eu desconfiei que você iria atrair alguns animais.

– Estou bem. – Henry caía sentado na grama após o susto que passou, olhando a pessoa em sua frente. – Quem é você?

O felino, ainda desnorteado, tentava se recompuser aos poucos. Enquanto isso o homem se manteve em silêncio para a pergunta de Henry, fechou os olhos, um brilho intenso surgiu de seu bolso direito e dele saía aos poucos, era uma Carte Mystique.

– Carte Mystique, Yanux! – Carte Mystique era pronunciado, banhando o corpo à frente de Henry.

Após o grande brilho cessar, toda sua aparência era modificada. Seu cabelo tomava uma coloração negra e o mesmo era caído sobre o esquerdo dos olhos prateados que agora possuía e na nuca tinha seu cabelo solto e arrepiado que ia até a altura dos ombros. Usava vestes superiores longas com exceção do braço direito cujo qual tinha a manga rasgada, mostrando o braço direito coberto por símbolos geométricos que se juntavam no decorrer do caminho do ombro ao pulso, sua roupa era toda branca com um cordão ao centro que interligava-se ao pano, mantendo a veste fechada e justa no corpo. Já as vestes das pernas eram curtas á altura do joelho com bocas rasgadas, tendo uma coloração azul com uma grande fita enrolada na cintura da mesma cor que descia até o fim das vestes inferiores. Usava sapatos rasos de couro que contornavam exatamente a silhueta do pé da pessoa.

– Nossa. – Henry se impressionava tendo em mente que não era apenas Chehuz e seu pai que se transformavam de uma maneira estranha.

Então finalmente o felino se recuperava e se posicionava contra a pessoa á frente de Henry. Seu exoesqueleto se abria, intensificando pontas por toda a região que cobria o felino como um sinal de ataque o deixando aparentemente maior. Com isso, o mesmo disparava em direção ao estranho, com suas garras expostas.

– Você chegou na hora certa, Henry. – A pessoa a frente estendia o palmo destro rente ao felino que viria em sua direção. – Temos muito que conversar.

Do palmo destro deste uma energia azulada ali proliferada, formulando um elipse cintilante ao redor do membro, se expandindo como um escudo a partir do centro do palmo, cobrindo toda a sua frente e rebatendo o felino para trás em poucos metros.

Após a expansão, a energia ali presente se estabilizou, unificando-se ao palmo e prolongando-se para frente formando uma lâmina azul brilhante com uma curvatura semelhante a uma foice em seu fim.

– Morra pela espada de Yanux. – Um vulto partira contra o felino que tinha se recomposto, abrindo um corte grave ao mesmo com filetes azulados de energia conforme o caminho que a lâmina percorrera o corpo da criatura, derrubando-a.

Henry não entendeu como aquilo tudo ocorreu tão rápido, seus movimentos e os feixes azulados que abraçavam o felino e o derrubavam em óbito depois. Se ergueu, andando até o estranho á sua frente que por fim cessava a sua transformação, se virando para Henry.

– Pronto, agora podemos conversar. – Sorriu. Era um homem, cabelo arrepiado, casaco comprido, calças justas e lã e sapatos beges, encarava Henry como seus olhos castanhos enquanto guardava sua Carte novamente em seu bolso.

– Obrigado por me salvar mas ainda não me disse qual é o seu nome. – Henry batia os palmos nas vestes, limpando o gramíneo que havia ficado preso.

– Meu nome é Sygnus Volhurr, sou o seu conselheiro a partir de agora. – Sygnus sorriu, enfiando as mãos no bolso.

– Meu conselheiro?

– Sim. Você é o Henry Vulturio, não? Filho de Thomas Vulturio.

– Como sabe o nome do meu pai?

– Eu estudei com ele quando tinha a sua idade, ele freqüentou aqui e fui a primeira pessoa que ele viu quando pisou nessas terras. E novamente, a tradição passa para o filho.

– Ele já veio para cá? Faz sentido, ele que me instruiu a abrir uma porta para esse lugar. Afinal, que lugar é esse?

– É igualzinho ao pai, sempre com mais perguntas que respostas. – Sygnus sorriu, se espreguiçando de leve. – Você está em Etheryus, o mundo de Carte Mystique.

– Eu quero explicações do por que ele está fazendo tudo isso! – Henry demonstrou impaciência e raiva quanto a situação em que Thomas o colocou, não entendendo nada.

– Vou tentar resumir para você. Um tal de Chehuz tentou te matar, não foi? Então... Ele é um dos sete guardiões obscuros que existem para proteger o reencarnado.

– Quem é o reencarnado?

– O ser mais qualificado para pôr todos nós de joelhos e nos domesticar igual um cão.

– E o que eu tenho a ver com isso?

– Você é o escolhido para derrotá-lo, Henry. Por isso que o seu pai fez tudo isso às pressas sem tempo algum de lhe explicar.

– Continuo sem entender a posição dele, seja mais claro.

– Bem, vamos do início. Desde o começo das trevas em Etheryus, são escolhidas cinco pessoas para formarem o quinteto escolhido que iriam unir forças para combater o mal que residia na era e vencê-lo, afinal, apenas eles possuem a capacidade disso sem sacrifícios grotescos. Entretanto, sua era teve um imprevisto gigantesco, afinal, dizem que o grande mal desta era é a reencarnação de um grande lorde do passado e que comparado às antigas eras o seu poder é muito superior.

– Certo, após eu ver o meu pai enfrentar um careca com poderes mágicos, árvores que flutuam e um gato gigante com ossos para fora, abro a opção de cogitar tudo isso. – Henry se sentava na grama, cruzando as pernas.

Por seguida, Sygnus imitava Henry e posteriormente se sentava, cruzando as pernas. Inclusive, após isso, a fauna passiva do local se aproximava dos dois, se acomodando após o perigo ter ido embora.

– Continuando... Este indivíduo foi bem precavido, conseguiu matar quatro dos cinco escolhidos, sobrando apenas você. – Prosseguiu Sygnus.

– E como eu vou detê-lo sozinho? – Indagou Henry.

– Ainda não tenho a resposta disso mas creio que você irá encontrar uma. Sinto muito lhe decepcionar mas eu só posso contar até aqui, agora deve vir comigo.

– Para onde iremos?

– Para o reino Soutur, irei lhe matricular na Academia de lá e te darei um teto, Etheryus agora será a sua nova casa, não há mais segurança no seu mundo.

– Não moverei um dedo. – Henry permaneceu inerte com um semblante fechado.

– Certo. Lembre-se que ainda é um forasteiro, qualquer um que te encontrar irá lhe atacar. – Sygnus sorriu, se levantando e tomando uma caminhada lenta rumo ao reino que era visível no vasto horizonte.

– E-Espera aí! – Gaguejou enquanto se levantava todo desajeitado tentando correr em seguida, se locomovendo por cambaleios.

Assim, ambos tomavam uma caminhada devagar rumo ao reino Soutur para que Henry iniciasse uma vida nova que ainda possuía mais perguntas do que respostas.


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