Fique Comigo escrita por naanyfaria


Capítulo 8
Lembranças




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Era domingo de manhã. Fernanda e Roger saíram como haviam me avisado que fariam. Eles não queriam me deixar sozinha, mas não tinha como, uma hora ou outra eu ficaria sozinha, nem que fosse por poucas horas. Estava sozinha. E sem nada para fazer.

- Merda. – resmunguei ao sentar na cama. – O que eu vou fazer¿

Comecei a pensar e planejar algo bom para fazer sozinha ou em grupo. Kimi já havia passado o final de semana inteiro comigo. Nick era uma possibilidade que eu queria ignorar, pois ainda estava super envergonhada pelo acontecido na quarta, dia em que cheguei, e também não o via desde o mesmo. A única que sobraria era a Gi.

Resolvi passar o dia sozinha mesmo, já encheria os meus amigos na segunda-feira, para que avançar as coisas¿ Levantei de supetão da cama e fui para o banheiro.

Quando acabei de me arrumar; estava indo para a cozinha e levei um susto. Alguém me esperava na sala.

- Quem é você¿ - perguntei educadamente, mas ainda assustada.

Uma mulher levantou-se do sofá e virou-se pra mim. Ela era de uma cor pálida, seus olhos azuis se destacavam em seu rosto, enquanto os seus cabelos castanhos, na altura de seus ombros, balançavam soltos. Ela estava séria assim como a sua roupa; uma camisa clara por baixo do terno feminino e uma calça social.

- Sou Fabiana Steban. – ao ouvir o sobrenome de Roy meu corpo congelou. – Irmã do Roy Steban. – eles tinham muitas semelhanças.

- Ah. – fiquei sem palavras.

- Deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui. Bem, lógico, vim falar dele mesmo.

- Ele está bem¿ - perguntei.

- Pode sentar-se para conversamos melhor¿ - Fabiana perguntou olhando de cima a baixo para mim. Fiquei sem graça e me sentei. – Queria especialmente conversar com sua mãe ou seu pai, pelo simples fato de você ainda ser uma criança, mas como só tenho agora para fazer isso, conversarei com você mesmo. Ah, e a diarista me deixou entrar. – disse ela rudemente.

Fiquei nervosa mentalmente com a Holanda, nossa diarista. Ela era legal e também era a única que aceitava vir de domingos, mas como ela pôde deixar uma estranha entrar¿

- Claro. Pode falar. – eu sorri tentando melhorar o clima, mas não adiantou.

- Não quero você perto do Roy. – ela disse ainda no tom extremamente rude. Isso me magoou.

- E-ele acordou¿ - perguntei supondo que por ela pedir isso ele tivesse acordado.

- Sinta-se culpada por ele estar onde está hoje. – pude sentir lágrimas se acumularem em meus olhos. Fabiana não notou, ou fingiu não notar. – Quero que quando ele acordar, e tenho fé que irá ser logo, você não o procure mais, nem se quer apareça na sua frente. Está me entendendo garota¿

- Senhora eu não fiz nada... – agora eu chorava contra minha vontade.

- Ah. Não mesmo¿ Foi só a desgraçada da Claudia aparecer e te apresentar a Roy que esse pesadelo começou. Foi com você, por sua culpa, que ele sofreu o acidente, você e outro idiota com quem você estava. Meu Deus. Meu irmão... Não quero saber o que Pedro ou qualquer outra pessoa pensa, o meu irmão perto de você não fica mais. Nunca mais. – ela destacou a palavra nunca, fazendo-me cair em prantos. Eu não queria chorar na sua frente, por orgulho talvez, então tentei me acalmar.

- E-e-eu... – gaguejava ao tentar me defender.

- Não adianta. Eu já te avisei, e não vou mudar de cidade nem nada parecido, pois seria demais, mas, por favor, se afaste dele. Até nunca mais. – Fabiana se virou saindo porta a fora.

Minha respiração estava descontrolada, e eu me sentia totalmente quente, nervosa, a ponto de explodir. Aquela idiota não sabia o quanto eu queria que tudo isso não acontecesse, o quanto eu queria não ter conhecido o Roy para isso não acontecer, mesmo que no fundo minha alma gritasse o quão impossível seria eu não me lamentar por não o conhecer. Ela não sabia o quanto eu o adorava. Na verdade nem eu sabia, mas podia sentir a intensidade fluir em mim.

- Droga! – gritei, batendo e jogando ao chão a luminária que estava na mesinha ao lado do sofá. Não me arrependi de ter feito, mesmo vendo a luminária espatifada e em cacos no chão. Pensaria nisso mais tarde.

Naquele momento eu estava nervosa com o pedido absurdo da irmã do Roy, e nervosa também por estar novamente chorando. Alguém entrou pela porta:

- Katy... – Nick disse já vindo em minha direção.

- Não Nick. Preciso de um tempo. – falei, fazendo “pare” com a mão, o impedindo.

- O que está havendo¿ - ele me perguntou unindo a sobrancelhas.

- Nada. Não está havendo nada. – eu hesitei – Não quero que sofra de novo a me ver chorar, não quero ser um peso de novo...

- Que absurdos são esses¿ Você nunca foi e nem será um peso pra mim Katy... – Nick tentou se aproximar.

- Já disse que não... Meu Deus! Era pra outras pessoas estarem aqui me consolando. Você...

- Sou bem mais seu amigo do que qualquer outra pessoa, você sabe disso. Não preciso ser menina para poder te entender, pelo menos na maioria das coisas. Sou seu amigo, poxa, só isso. – me senti arrependida ao ouvir suas palavras, que agora soavam tristes. – Agora, que somos mais amigos que nunca, surge esse defeito horroroso da adolescência; essa vergonha tola e desnecessária¿ Qual é Katylin, eu te amo muito, um tanto suficiente para te escutar, dar conselhos e qualquer outra coisa.

Lágrimas pularam dos meus olhos, correndo pelo meu rosto.

- D-d-es... – tentei começar.

- Não precisa Kay, vou te escutar nem que isso seja a coisa mais sensível pra se escutar ou mais boba, não interessa, você precisa de mim e não vou te negar isso. – ele sorriu, se sentindo o importante – Vou estar sempre aqui para te apoiar e você vai ter sempre que aceitar isso. Nunca vou me encher ou reclamar disso...

Nick abriu os braços, se aproximando de mim. Aquilo era terrível, pois me deixava muito constrangida ter que me abrir com Nick, mesmo eu o considerando tanto. Lutei contra minha própria vontade e me joguei nos braços dele, tentando de uma vez por todas colocar em minha cabeça que Nick era meu amigo, meu melhor amigo. E eu o amava o suficiente para me abrir com ele, mesmo sendo difícil, eu tinha que conseguir; para aceitar o seu apoio; para deixar aquela sensação de proteção, que eu sentia toda vez que estava do seu lado, percorrer meu corpo e me convencer de que era ele o meu protetor, o meu Nick.

Depois de uns segundos ele me puxou para o sofá.

- Quer contar o que houve¿ - perguntou suavemente.

- O Roy... A irmã dele me proibiu de vê-lo... – o choro começou a cessar.

- Ele acordou¿ - Nick perguntou preocupado.

- Não... – a palavra raspou minha garganta.

- Eu sinto muito Katy... – ele disse ao beijar os meus cabelos.

Ela não tem esse direito não é Nick¿ - perguntei parecendo mais uma criança.

- Não. Ela não tem. Você não tem culpa de nada. – ele engoliu em seco – Eu podia...

- Não! – gritei interrompendo-o. – Não. Você não podia nada. Nós não temos culpa. Já combinamos isso...

- Shiii. Tudo bem. – ele beijou minha testa agora, e depois me abraçou forte.

- Obrigada por tudo meu loirinho. – sorri ao lhe dar o seu novo apelido.

- Eu te amo pequena. – Nick sorriu também.

Ficamos sentados abraços por um tempo, depois ele começou a arrumar a sala que eu havia bagunçado. Tentei impedi-lo, mas ele era bem mais forte que eu. Nick propôs que eu fosse tomar café-da-manhã enquanto limpava, para depois sairmos para outro lugar, ele queria a qualquer custo me deixar feliz. Eu aceitei o convite.

- Aonde vamos¿ - perguntei quando saímos da minha casa.

- Surpresa. – ele fez uma careta.

- Eu te amo tanto... – sussurrei esperando que ele não fosse escutar.

- É. Eu sei. – ele riu. Não pude deixar de notar o quanto ele estava lindo. Seus olhos brilhavam e isso me fez lembrar os olhos sempre brilhantes e tão penetrantes de Roy.

Na minha cabeça nossas únicas e tão poucas lembranças rodavam repetitivas. Lembrei-me do dia na cachoeira, do dia no quarto, da nossa primeira conversa, dos nossos olhares e dos nossos constrangimentos, do seu sorriso e daquilo que mais me fascinava; o seu olhar, os seus olhos azuis céu.

- Katy¿ - Nick acordou-me das minhas lembranças.

- Oi. – disse desorientada.

- Você está chorando de novo, Kay... – ele disse ao limpar uma lágrima que rolava em meu rosto. – O que houve¿

- Lembranças – eu ri – Na verdade, boas, eu nem percebi que chorava.

- Falando em lembranças... Lembra desse lugar¿ - ele mudou de assunto, olhei em volta. Era uma praça abandonada, eu nem havia percebido que andamos tanto. Ela estava totalmente vazia, os brinquedos que formariam um parquinho estavam velhos e acabados. Senti uma sensação de djavu, mas não me lembrava daquele lugar. – Lembra¿

- Não. Quer dizer, - estava confusa – lembro, eu acho, não lembro muita coisa. É a praça atrás de casa¿ A gente vinha aqui quando pequenos¿ - perguntei receosa.

- Isso. Lembra de mais alguma coisa...¿ - ele hesitou.

- Era pra me lembrar¿

- Quando seu avô morreu... Eu te trouxe aqui, você chorava feito uma louca... E eu enxuguei suas lágrimas, a gente tinha 4 anos... – Nick abaixou a cabeça, sorrindo.

- Eu... Faz tanto tempo, eu acho, e não me lembro de ter vindo aqui com você... – eu me senti envergonhada por não me lembrar disso e ver que ele sim.

- Katy, quando a sua mãe recebeu o telefonema e te contou, porque achou que iria entender, você saiu correndo pra cá, na verdade sem rumo, até chegar aqui. A gente nem conversava muito ainda, mas já brincávamos juntos, então te segui só para garantir... Quando cheguei aqui, você estava sentada na areia úmida atrás de uma árvore que antes tinha aqui. Éramos crianças inocentes naquela época. – Nick olhou em volta depois continuou – Cheguei mais perto e você sem dizer nada me abraçou. Me assustei, mas sustentei o seu abraço, você precisava de mim... E então, ficamos aqui por horas; você chorando e eu te dando apoio... Estávamos sumidos, até que os seus pais e os meus nos encontraram e viram a cena, segundos eles, emocionados. Hoje, eu tenho tudo isso anotado, para não esquecer, é difícil ter em mente as lembranças de tantos anos atrás.  – ele suspirou.

- Obrigada. – disse ainda envergonhada para ele.

- Não tem o que agradecer, só queria fazer você lembrar que desde aquele dia somos um só; que somos amigos verdadeiros e que você não pode sofrer sem que eu sofra junto. Dentro desses dez anos de amizade houve brigas e tudo mais, só que o amor prevaleceu, até nesse mais recente momento difícil. – ele se aproximou.

- Nick, eu estou sem palavras. - confessei sem graça.

- Só diga que me ama, de novo, e me aceita como seu amigo... – ele propôs.

- Eu te amo. – me joguei em seus braços, pegando-o desprevenido.

- Ah. Eu te amo. – rimos juntos.

- Pra sempre haverá o nós. Promete¿ - o beijei no rosto.

- Prometo. Sempre haverá o nós.

Rimos outra vez. Nick me pegou pela cintura e pelo braço, depois me colocou em suas costas.

- Cavalinho. Não acredito que está fazendo isso Nickey! – bufei.

- Só não abusa vai. – ele pediu.

- Nick lembra quando seus pais pensaram em mudar de cidade...¿ - perguntei e o silêncio entre nós pairou naquele instante. Ouviam-se somente os passos de Nick no asfalto quente e de fundo a nossa respiração.

- Eu sofri muito. – ele quebrou o silêncio.

- Também sofri muito, a gente se... – eu hesitei ficando sem graça.

 - É verdade. Nos amávamos.

- Não vai me deixar não é¿ Nunca...

- Nunca Kay. – Nick afirmou. Eu fiquei aliviada.

- Lembra também da época que a gente pegou catapora¿ - eu ri mudando um pouco o rumo da conversa.

- Você me passou catapora. – ele disse nervoso.

- Quem mandou você ficar perto. – rimos alto.

Chegamos a um brinquedo quase no final da praça da nossa pequena cidade. Em Búzios havia sempre muitas pessoas nos lugares, era uma cidade linda e litorânea. Cheia de praças. Hoje, porém, não havia tantas pessoas assim e eu estranhei.

- Está com poucas pessoas, não é¿ - comentei me sentando na beirada do balanço.

- Talvez seja pelo tempo. – ele disse olhando fixamente para o céu, que estava totalmente negro e escuro. Eu nem havia percebido isso. A minutos atrás estava ensolarado.

- Nossa. Vai cair um temporal. – suspirei.

- Você está bem¿ Está melhor¿

- Sim. Obrigada.

- Shiii. Para de me agradecer. Isso me irrita. – Nick sorriu e sentou-se ao meu lado, no outro balanço.

Eu e Nick nos olhamos em silêncio, por um momento o meu primeiro e único beijo com ele passou pela minha cabeça. Aquele dia foi tão mágico pra mim, assim como ele havia dito que fora pra ele. Seus olhos, agora fixos e penetrantes nos meus, me fizeram mergulhar no momento relembrado.

 

‘... Nick se sentou ao meu lado e eu fiquei imóvel. Minha respiração falhava e meu coração batia irregularmente. Eu me sentia nas nuvens só de chegar perto dele. “Estúpida” pensei comigo mesma; eu não poderia estragar minha amizade com Nick, ele era o único que me entendia, ele era o meu melhor amigo. Mas, estávamos na parte isolada do rancho, somente nós dois e meu desejo de beijá-lo ficava cada vez mais incontrolável. “Tenho idade pra isso¿ Mamãe vai me bater será¿” me perguntava a todo instante. Alguém estava olhando¿

            Ele se aproximou mais, porém, dessa vez, me olhando nos olhos e logo depois não sei explicar exatamente o que acontecia; podia sentir a respiração de Nick bater na minha bochecha, que agora estava vermelha, e podia também, sentir a minha respiração bater em seu rosto e quem sabe até voltar e bater no meu. Tentei encontrar seus olhos e entender o que Nick fazia, mas, quando me virei para procurá-los meus lábios pousaram nos lábios do Nick. Eu me senti leve e aquilo pra mim foi a melhor coisa que poderia me acontecer, eu desejava muito aquilo. O nosso beijo foi suave o bastante para me fazer sonhar acordada. Afinal, eu estava beijando o meu príncipe encantado. ’


Sorri ao relembrar o momento mais lindo que eu tive com Nick.

- O que foi¿ - ele perguntou curioso – Em que você está pensando¿

- Nosso... – eu hesitei, ficando sem graça de novo. Já fazia quatro anos, mas aquilo era constrangedor, levando em consideração que agora eu e Nick éramos apenas amigos. – Primeiro beijo... Nosso primeiro beijo.

Ele me olhou por um tempo, depois desviou o olhar, fitando o nada.

- Éramos crianças. – falei, quebrando o silêncio. – Mas, foi tão forte...

- Que bom que não levou como brincadeira. – ele disse rudemente, eu não entendi o por que.

- O que houve Nick¿ - perguntei tentando encontrar seu olhar. Meu telefone tocou. Peguei o celular e continuei olhando para Nick. – Alô¿

- Katy... Venha pra casa, tenho noticias. - reconheci a voz da Fernanda.

- O que houve mãe¿ - perguntei calma.

- Só venha para casa é... – ela hesitou – Sobre o Roy...

- Q-que¿ - eu gaguejei – Roy¿ Eu já estou indo.

Desliguei o telefone. Meu coração batia irregularmente pensando em todas as noticias prováveis sobre Roy. Boas ou ruins.

- Ele acordou¿ - Nick perguntou de cabeça baixa.

- Não sei. Só que minha mãe disse que tem noticia e me quer em casa. – eu sorri, já tendo esperanças.

- O que você sente pelo Roy¿ - fiquei surpresa com a pergunta dele.

- Ah. – eu não sabia como explicar. Podia sentir o rubor das minhas bochechas. – Somente sei que, desde quando o vi pela primeira vez seus olhos me prenderam e meu coração se entregou... Sei lá...

Nick permaneceu em silêncio e eu comecei a ficar sem graça ao vê-lo sem resposta.

- Lindas palavras. – ele sussurrou.

- Estou confusa ainda. – fitei-o.

- Com o que¿

- Pelo o que eu sinto pelo Roy. Sei lá, é diferente. Me sinto presa a ele. Como se meu amor por ele fosse de anos, e que eu nunca poderia deixar de amá-lo.

- Você está confusa se ama ou não ele de verdade. – ele afirmou – Não sabe dizer se foi apenas desejo ou se gosta dele de verdade...

- É por aí. Como...¿

- Eu não sei, apenas deduzi e acertei. Com amor não se brinca... – Nick estava sério. – Você me amou de verdade¿ Ou ficou confusa também¿

- O que¿ - perguntei indignada. – Éramos novos...

- Claro. Esquece. – ele se levantou e saiu.

- O que houve Nick¿ - corri atrás dele.

- Nada Katylin, vai chover é melhor nós irmos embora. – eu automaticamente olhei para o céu que estava cada vez mais escuro.

- Hey, o que houve Nick¿ - insisti – Me fala. É porque não respondi sua pergunta¿

- Eu também estou confuso. – ele se virou pra mim. Agora pingos pesados de chuva batiam em minha pele. – Estou muito confuso. E isso está acabando comigo.

- Com o que¿ Eu posso te ajudar.

- Você me amou de verdade¿ - ele repetiu a pergunta e prendeu meu olhar. Eu estremeci ao sentir frio, ele não percebeu. – Não. O que eu estou fazendo...¿ – ele disse mais para si mesmo do que para mim.

- Nick, eu te amo de verdade. – respondi sem pensar.

Ele se aproximou. A chuva estava mais forte e já estávamos encharcados.

- Não como eu te amo de verdade. – suas palavras fizeram eco na minha cabeça, me deixando mais confusa. Nick me amava¿ Não como amiga¿ - Katylin, não posso entender o que você sente por ele... Não é normal.

- Como assim¿

- Não existe amor a primeira vista. – ele hesitou – Não pela segunda vez...

- O que¿ - eu não entendia mais nada.

- Caramba Katylin... – ele balançou a cabeça em decepção.

- Fala Nick. – gritei sem perceber. Ele me olhou assustado. – Quero te entender.

- Não é necessário. Esquece tudo isso... – Nick voltou a andar.

-Não! – gritei de novo, o seguindo.

- E-eu... – Nick se virou e ficamos de frente, seu hálito atravessava minhas narinas e eu não compreendia meu coração, ao se sentir abalado com sua proximidade. – Não agüento mais. Não posso ficar perto de você, cada vez que você chora pelo Roy, seu jeito de falar dele...

- Se cansou de mim¿ - perguntei já em lágrimas e me afastando – Eu sabia...

- Não é isso. – Nick parecia sem paciência.

- É sim. Eu já esperava... Mas, você disse que não...

- Não, cala a boca Katylin. Não é isso. – ele gritou rudemente.

- Nick... – eu tremi com o seu jeito.

- Me perdoe, vá ver o que sua mãe tem sobre o Roy. Vai! - ele chorava junto comigo, seus olhos cor de mel sendo molhados por várias lágrimas, que se misturam com as gotas da chuva em seu rosto, e sua voz agora era suave e dolorosa. – Me perdoe e me prometa uma coisa. Pode ser¿

- Claro. – eu respondi sufocada e ainda tremendo.

- Amanhã, finja que nada disso aconteceu. Não me pergunte nada, por favor. Não quero ter que explicar... Eu lhe imploro...

- Pensei que confiasse em mim. – gritei ao vê-lo sumir da minha vista, correndo.

 


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Notas finais do capítulo

REWIEWS ? por favor, gente, ajuda aí pra fic ter mais leitores e mais rewiews! Bejunds