POV Felicity Smoak

Uma semana se passou desde minha briga com Oliver, eu não havia ido a cave e estava aproveitando o tempo para organizar minha saída da cidade. Como Bruce estava na cidade, fizemos algumas aparições públicas apenas para manter nosso disfarce.

Hoje seria o dia que eu ia me despedir da equipe, pedi para Sara e Ray para garantirem que Oliver ficasse fora da cave por bastante tempo. Quando o time chega, eu estou sentada na minha cadeira, fazendo os últimos ajustes para que eles pudessem se virar sem mim. No último mês, desde que eu contei a verdade a Thea, sempre que tínhamos tempo, eu sempre lhe ensinava um pouco de como mexer nos programas, é claro que não deu para lhe mostrar como todos os programas trabalham, mas deixei o contato de Barbara, caso ela precise de alguma ajuda.

—Olha só quem resolveu aparecer por aqui. _O tom ácido na voz de Laurel era um claro indicio que ela não estava muito feliz com a minha presença.

—Oi Laurel, eu só estava dando um tempo para pensar em algumas coisas. _Eu não me deixei abalar pela sua atitude.

—Você sabia que ele não estaria aqui, não é mesmo? Só por isso que veio. _Roy se sentia traído, ele tinha tomado as dores de Oliver.

—Estaria mentido se dissesse que não. Oliver não quer me ver e eu o entendo. _Laurel revirou os olhos, mas eu ignorei. –Mas eu precisava falar com vocês. Independente do que houve entre Oliver e eu, e apesar de achar que isso só desrespeita a nós dois. _Olhei diretamente para Roy e Laurel.- Eu entendo que é impossível vocês não tomarem partido. E devido ao modo como elas ocorreram também entendo vocês se manterem fiel ao Oliver, pois a única errada nessa história sou eu. _John ia dizer alguma coisa, mas eu fiz um sinal de mão pedindo para ele esperar um pouco. – Então por isso eu tomei a decisão de deixar a equipe. _Isso pegou todos de surpresa, Thea já havia me falado que Oliver já tinha conversado com a equipe e garantiu que as coisas continuariam as mesmas por ali.

—Felicity você não precisa ir. _Diggle foi quem se pronunciou e meio a contragosto Laurel e Roy concordaram.

—Desculpe Digg, mas realmente não há como eu ficar. Não irei conseguir olhar Oliver todos os dias sabendo o que fiz. _Já sentia as lágrimas se formando.

—A gente não é nada sem você Felicity, não sei nem como sobrevivemos essa semana sem você. _Digg ainda tentava me convencer a mudar de ideia, enquanto Laurel e Roy pareciam debater internamente se insistiam para eu ficar ou me deixavam ir.

—Ela ainda vai estar por aqui para ajudar quando for necessário, então talvez a gente consiga se virar. _Laurel tentou fazer parecer como se não fosse nada, mas estava claramente mexida.

—Na verdade eu também vou embora da cidade. Sinto que Star City não é mais minha casa. _Deixo uma única lágrima cair pelo meu rosto.

—E para onde vai? Já tem algum lugar em mente? _É Thea quem pergunta, mesmo ela já sabendo o meu itinerário.

—Vou visitar minha mãe em Gotham, depois... Eu ainda não decidi o que irei fazer. _Vejo que a menção a minha mãe despertou a atenção de Roy que imediatamente me encara.

—Vai ver sua mãe ou vai para cama do Wayne? _Roy cuspe as palavras com desgosto.

—Eu irei para casa da nossa mãe, e pense duas vezes antes de falar assim novamente Roy. Eu não ligo que tenha tomado as dores do Oliver, eu ainda não admitirei que me falte com o respeito. _Sou dura na minha resposta, e ele dá dois passos para trás e abaixa a cabeça claramente envergonhado. –Eu vim até aqui hoje me despedir de vocês. Eu não sei quando irei voltar a Star City ou se iriei voltar, mas eu preciso que vocês saibam que vocês são a família que eu nunca tive, e que eu amo muito todos vocês. _Agora eu já deixava as lágrimas caírem sem cerimônias. – Thea você foi como uma irmã para mim, e eu nunca poderia agradecer tudo o que fez por mim. _Eu lhe dei um longo abraço.

—Você ajudou a salvar a minha vida, literalmente, era o mínimo que eu podia fazer._ “Eu sempre estarei com você”, foi o que ela sussurrou no meu ouvido durante o abraço.

—Roy você é o irmão que eu acabei de ganhar, e não pense por um segundo que eu estou te abandonando, porque eu não seria capaz de fazer isso, não agora que eu te achei, só que eu realmente preciso ir, mas eu e você sempre estaremos ligados, e é um laço mais profundo que o de sangue. _O abraço e ele após algum tempo retribui.

—Só tão azarado que perco a irmã que acabei de ganhar. _Ele tenta fazer piada, mas sinto suas lágrimas molhando minha camisa. –Eu irei de ver assim que o possível. _Ele limpa rapidamente o rosto assim que a gente se separa.

—John você, você nesses últimos três anos foi tudo o que eu precisava que você fosse. Já agiu como meu pai, meu irmão mais velho, meu melhor amigo, resumindo você é para quem eu sempre corri quando algo dava errado, mas dessa vez nem você pode arrumar nossa bagunça. Mas você tem um lugar especial na minha vida e que ninguém pode ocupar, esse lugar é só seu. E você pode reivindicá-lo a hora que você quiser. _Eu abracei Diggle que me prendeu em um abraço de urso.

—Eu vou sentir saudades Loira, e sei que você também irá sentir saudades disso aqui. Eu não sei como irei explicar para a pequena Sara porque você não está mais por perto, vou precisar de proteção para contar a Lyla. Mas não importa para onde for, por quanto tempo, nada disso importa, porque quando você precisar voltar, quando você quiser voltar, a porta sempre estará aberta para você. —”Eu ainda não sei porque você fez o que fez, mas eu te garanto que irei descobrir”, John sussurrou e eu já deveria saber que ele ia notar que tinha algo errado naquela história. -Quando decidir para onde vai ou se estabelecer em algum lugar, deixe nós saber para irmos te visitar. _Ele finalmente me libera de seu abraço, a tempo de um dos meus computadores começar a apitar.

—Roubo na avenida central com a Perks, 4 caras, dois deles armados. _Eu passo a descrição para a equipe, sabendo que aquela provavelmente seria a última vez que faria aquilo.

Roy, Thea e Diggle vão se trocar para ir até lá, já que Oliver está em algum lugar com Sara e Ray.

Após 10 minutos, restam somente eu e Laurel na caverna.

—Laurel eu sei que eu não sou sua pessoa favorita no momento, mas eu te considero uma grande amiga, e realmente espero que nossa amizade possa sobreviver a isso, aos poucos você se tornou parte da família, e esse com certeza é o seu lugar. _Queria que ela soubesse que eu aprovava a permanência dela na equipe, mesmo com o retorno de Sara. – Ele vai precisar de você Laurel, e eu peço que em nome da nossa amizade você esteja lá por ele, da forma que eu não poderei estar. _Eu abaixo minha cabeça, e sou pega de surpresa quando ela me puxa para um abraço.

—Eu só preciso que me responda uma pergunta, e também peço que em nome da nossa amizade você seja sincera comigo. _Eu me afasto um pouco dela e assinto com a cabeça. –Você o ama? Você realmente ama o Oliver? _Eu esperava um milhão de outras perguntas, menos essa, mesmo sendo essa a única pergunta que eu realmente tinha uma resposta.

—Eu o amo. Eu amo Oliver mais que tudo Laurel. Ele é minha luz, meu farol. Sem ele eu fico perdida. _Assim que vejo que ela irá retrucar, eu me adianto. –E é por isso que eu tenho que deixa-lo ir. _Laurel parece ficar confusa com o que eu digo. –É complicado, e é melhor você não saber. A única coisa que realmente importa é que eu o amo, e tenho a certeza que será impossível para mim deixar de amá-lo algum dia. _Nosso momento é interrompido pelo meu telefone tocando.

Após Sara me avisar que Oliver já estava voltando para a Cave eu tratei logo de sair de lá. Me despedi novamente de Laurel e de meus bebês, e fui embora sem olhar para trás, apenas para assegurar que eu não iria desistir do meu plano e voltar para cave e contar a todos a verdade.

Quando chego ao meu apartamento, encontro Bruce, Sara e Ray, aparentemente brincando quem mata o outro através do olhar, claramente a batalha era entre Sara e Bruce, Ray estava ali sobrando.

—Tudo certo, partimos amanhã. _Isso foi uma deixa para me deixem em paz por hora, que Bruce e Sara entenderam de cara.

—Você está bem? _Aparetemente Ray não entendeu o real significado da minha frase, mas após uma cotovelada de Sara ele parece ter se tocado.

Na madrugada do dia seguinte, pouco antes do sol nascer, eu estou colocando minha última mala no porta-malas. E pouco antes de fechar a porta do carro para iniciar minha viagem, eu olho para um ponto fixo encima de um dos prédios próximos, onde eu sei que um homem sob um capuz me observa. Dou uma última olhada antes de dar um longo suspiro e entrar no carro. Hora de começar a viagem.