E a Vida Continua escrita por CorujinhaGreyy


Capítulo 15
Irmãs - II


Notas iniciais do capítulo

Um mês longe, não? Desculpa, juro que não sumo mais! Paciência e leiam as notas finais (contém spoiler)



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POV –Mariana
Porque...? não é justo! Eu amo a fogueira, eu amo cantar, eu amo... Quíron está sendo tão injusto! Sei que errei feio dessa vez, mas eu faria qualquer coisa para não ter que passar por isso.
–Mari... – É Percy, mas não quero ver ninguém. Desejo apenas que ele suma.
–Vá embora! – Grito para que ele saía, esperando que não tenha soado tão birrenta.
–Por favor, saí daí pra gente conversar. – Eu vou matar ele!
–Saí daqui!
Tudo fica quieto por um tempo e acho que ele já tenha saído. Ainda bem. Que me deixe sozinha.
–Mariana. – Ah não, não, não. É a traidora número um que está chamando.- Olha eu sei que você está querendo me matar e não gosta mais de mim, e também que eu disse muitas coisas ruins para você e que você considera como se eu tivesse agido como uma víbora,... – Agora que ela percebeu?! – ... mas posso conversar com você? Só me deixe entrar por favor. Só tive Elena para ser minha amiga nesses últimos meses, mas agora eu tenho uma irmã e gostaria de ser amiga dela. De poder conversar com você, de ter alguém especial, alguém pra confiar, poder dar a mesma coisa, sermos como cúmplices sabe, é tudo que eu sempre sonhei quando eu não tinha ninguém, nem mesmo uma... – Percebo que ela hesita e que sua vozinha falha, como se a ponto das lágrimas. – Abre pra mim?
Eu serei tão má? Não, eu não posso. Apesar de nossa briga eu não conseguiria trata-la mal.
Abro a porta para ela.
Luce entra e logo em seguida eu bato a porta fechada.
–Já abri, o que tem pra me dizer? – me encosto na pia e olho para ela, limpando com as costas da mão de forma grosseira uma lágrima solitária que rolou em minha bochecha.
Luce me olha e baixa a cabeça.
–Eu sei o quanto é importante para você cantar. – ela começa, baixinho. – Eu sei que a parte mais difícil do castigo será abandonar a fogueira. – ela para.
–Só isso? – Pergunto sarcasticamente, com um meio sorriso. Sei que estou soando irritada ou até mesmo nervosa, mas não posso evitar.
–Não. Me sinto mal por ter brigado com você. Você vai me desculpar um dia? – Luce faz a última pergunta e vejo um lágrima escorrer do canto de seu olho até seu queixo, pingando na camisola suja. O que eu fiz?
–Ei, não chora por favor. – Saio da pia e vou até ela, que está a uns quatro passos de mim. Abraço minha pequena e beijo o topo de sua cabeça. – Desculpa, eu não gosto de brigar com você. Geralmente é mais fácil com o imbecil do Christian. – nós rimos curtamente. – Acho que o nervosismo e o sarcasmo são formas de camuflar minha idiotice. Já te desculpei, você pode me desculpar também? – Ela balança a cabeça animadamente e abre um sorriso com covinhas contagiante.
–Não está mais brava comigo? – ela pergunta.
–Como vou ficar brava com esses olhinhos brilhantes e essa cara de santa- do- pau- oco? Na verdade, foi um bom chute aquele. – Nós rimos. – Onde aprendeu a agir daquela maneira?
–Às vezes é muito fácil conseguir o que quero só fazendo cara de cachorrinho abandonado. Thomas e Elena me ensinaram que cada um luta com as armas que tem. Se for forte, use a força. Se for inteligente, use a inteligência. Se consegue fazer uma carinha que convence... Após um tempo que estava com Thomas e Elena, eles descobriram que eu podia muito bem persuadir e criar distração.
–Entendi. – Digo para ela com um grande sorriso.
–Mas você manipula a água, pareceu tão legal! – ela se anima.- Gostaria de poder fazer aquilo que você fez na arena.
–Você vai, um dia. Todos nós podemos com o tempo. Percy usa a água muito melhor que eu e Christian.
–Eles também podem? – seus olhos faíscam. – Será que um dia Percy me ensina?
–Claro. Apesar de que eu também poderia. – tento soar ofendida. Luce esfrega os olhos e boceja. – Sono? – Pergunto e ela assente, acho que seja no máximo onze da noite mas as crianças costumam dormir cedo. – Vamos sair daqui.
–Aleluia! – Christian grita assim que cruzamos a porta e nos atropela para entrar no banheiro. Percy sorri.
–Papo de meninas sempre dá certo, não? – ele vem até nós. – Também armaram planos para me matar como Annabeth e Elena? Ou estavam falando de garotos?
–Não. – Luce dá uma risada fraca e boceja. Estou pronta para pegá-la no colo e depositá-la em uma cama, quando Percy a levanta.
–Com sono, meu bebê? – Ele pergunta beijando sua testa.
–Uhum... – Ela apoia a cabeça no ombro dele, com os olhos fechados. – Dormir... – Ela boceja. – ...é vida. Mas estou tããão suja, e com taaanto calor. – Ela prolonga o tão e o tanto e ergue a cabeça, olhando nos olhos de Percy. – Possibilidades de um banho? – Luce pergunta docemente e volta a deitar a cabeça no ombro de Percy.
–Mari? – Ele pergunta para mim, me passando a bola. Mas não ligo. Ouço a descarga e um suspiro de alívio. Acho que Christian deveria estar realmente apertado.
–Não temos roupas limpas. – Dou de ombros e alguém bate na porta do chalé. Christian saí do banheiro assoviando.
–Alguém a essa hora? – ele franze a testa e olha para o relógio de parede em formato de peixe que eu trouxe este verão para o chalé, já que não sou nenhuma filha de Apolo, caçadora de Ártemis, ou filha de Atena para ficar aproximando os horários pela posição do Sol ou da Lua. – O toque de recolher é em quinze minutos. – Percy vai atender a porta com Luce nos braços, sem se preocupar em coloca-la no chão ou passa-la para alguém.
Ele volta acompanhado de Piper e Jason.
–Oi. – os dois nos cumprimentam e nós retribuímos.
– Percy, Quíron pediu para eu vir ver como estava Luce, já que ela não voltou para a enfermaria. – Piper diz.
–Era para tê-la levado para lá? – eu pergunto.
–Sim, mas como ela estava bem o suficiente até para brigar com ele, ele não julgou sábio vir busca-la e pediu para que trouxéssemos uma muda de roupas para a noite e para amanhã. Ele pediu para que alguém fosse com Luce até a casa grande às nove. Acho que ele enviará Luce e mais alguém na van até o shopping para comprar algumas coisas, não entendi muito bem. – Piper conclui e Jason passa a bolsa que estava segurando para Christian. Muito estranho como as coisas magicamente acontecem nesse acampamento.
–Valeu. – Percy diz, ajeitando Luce no colo.
–Ei cara, você não deixa a menina nem dormir em paz. Coloque ela em uma cama. – Jason afasta os cabelos de Luce do rosto e fala para Percy, evidentemente brincando.
–Não vou arriscar depois do que aconteceu, nem um segundo.
–Você sabe, isso é loucura compulsiva. – Christian diz enquanto ajeita sua cama.
–Não é loucura, - Piper repreende. – é simplesmente amor misturado a medo da perda. E está bem na cara que Percy faria qualquer coisa por ela.
–Alguém concorda comigo. – Percy diz mais alto, mandando uma leve indireta a Christian.
–Filhas de Afrodite adoram falar de amor. – Christian rebate, se lançando na cama. – Para mim isso ainda é psicótico. Você está monitorando até a respiração dela.
Jason e Piper, e para não ser injusta, eu, não podemos deixar de rir.
–Agora nós temos de ir. – Jason abraça a cintura de Piper.
–Boa noite. – Piper acena e saí com seu namorado, fechando a porta atrás de si.
–Já parou para pensar como as coisas magicamente aparecem por aqui? – Pergunto para Percy, vendo a ironia da situação.
–Realmente é estranho. – ele balança a cabeça e se vira para Christian que está lendo uma revistinha. – Onde você pois as roupas?
–Em cima da cama de um certo compulsivo. – Ele diz, sem perder a atenção da leitura.
–Acordamos ela? – Percy me pergunta.
–Não vejo como ela tomaria banho dormindo. – digo lhe dando as costas, para ver as roupas que foram trazidas.
Dentro da bolsa há um macaquinho azul marinho e uma blusa pequena do acampamento, que eu julgo que mesmo assim ficará grande em Luce. Roupas intimas... E um quente pijama de algodão de coelhinhos rosas.
–Hmm. – gemo baixinho.
–O que foi? – parece que não foi tão baixinho, já que Percy me escutou.
–O pijama é de frio, é quente. Se ela fosse uma recém-nascida seria apropriado, mas a noite está um pouco abafada e ela reclamou de calor. – olho para Luce, que solta pequenos suspiros dormindo, ainda com a cabeça no ombro de Percy. Talvez tenha de concordar com Christian e com Jason de que Percy esteja sendo um pouquinho coruja demais.
–Pegue uma das minhas camisas, vão ficar grandes nela. – Christian fala de um jeito morto, ainda sem tirar os olhos da revistinha. Sério, está me dando nos nervos! Talvez eu faça ele engolir algumas páginas de Batman...
No entanto, como no momento não preciso de mais um castigo, tudo que faço é revirar os olhos e pegar uma camisa limpa de Christian. As do acampamento são as maiores dele, então tem de servir.
–Acorde ela, Percy. – Digo para ele enquanto vou ao banheiro ajustar a temperatura da água e facilitar as roupas e uma toalha. Quando volto Luce ainda está dormindo. – Você está surdo ou o que?
Ele bufa.
–Ela está tão quietinha dormindo... – Percy lamenta. Urgh, garotos!
Reviro os olhos e a chamo.
–Luce, acorde. – Digo enquanto tiro o cabelo de seu rosto. – Luce... – ela vira a cabeça inquieta. – Vamos, Percy. Contribua. – nós dois a chamamos, eu passando a mão em seus cabelos e Percy beijando sua testa.
–O que foi? – ela pergunta, sonolenta.
–Vamos tomar banho para que você possa dormir. – digo calmamente estendendo os braços para ela, que se vira para mim e vem parar em meu colo. Percebo a relutância em Percy de soltá-la.
Entramos no banheiro e então coloco Luce no chão, fazendo-a terminar de despertar.
–Eu posso tomar banho sozinha. – diz entre os bocejos.
–Não precisa de ajuda? – pergunto. A maioria das crianças de cinco anos mal podem tirar a roupa sozinhas...
–Não.
–Nenhuma ajudinha? – ela balança a cabeça negativamente. – Posso ficar aqui? – ela pesa a pergunta por um tempo e dá de ombros.
Luce entra no box para tirar as roupas lá dentro. Estranho, as crianças não são assim. Vejo o quanto Luce pode ser diferente e não sei se isso é bom ou ruim.
–Mari? – ela me chama cinco minutos mais tarde.
–Sim? – pergunto com um fio de esperança de que Luce seja enfim como as outras crianças.
–Tem shampoo? – ou não.
–Claro. – digo passando para ela os potes de shampoo e condicionador por uma fresta do box que ela abriu, de onde só saí sua pequena mãozinha.
Após mais cinco minutos o chuveiro é desligado e tudo que ela me pediu para fazer foi passar shampoo, condicionador, toalha e roupas. Definitivamente uma criança de cinco anos mais do que alto suficiente.
–----~-----
Christian ainda está lendo aquela maldita revistinha. Percy está deitado rolando os dedos. Sério que ele vai ficar assim? Como se eu fosse matar Luce afogada! Claro, se ela conseguisse se afogar; ou se ela me deixasse ajudar em algo.
–Senta aqui. – digo puxando uma cadeira para ela. Me ajoelho em frente à minha cama e começo a tatear o chão. Onde está...? Achei!
O fio do secador está completamente embaraçado. Merda.
Christian levanta os olhos da revistinha.
–Ah, não. Você não vai ligar essa porcaria barulhenta, vai? – lanço meu melhor olhar de vá se foder para ele.
–Vou sim. – Digo e Christian geme.
Ligo o secador e em menos de vinte minutos o cabelo de Luce está seco. Já que é fino não precisei nem mesmo de uma escova e no fim não tinha nós.
–Prontinho. – Digo ao desligar o secador, admirando meu ótimo trabalho. Mas obviamente foi fácil já que o cabelo dela é perfeito e ajuda. Sempre achei linda essa combinação de cabelos escuros e olhos verdes ou azuis. Mas tudo que ganhei foi esse cabelo castanho médio sem graça, que devo admitir: não combina em nada com olhos verdes claros. Às vezes penso no porquê de meus três irmãos terem olhos verdes intensos e cabelos que combinam, foi certamente injusto me excluir. Christian é loiro, mas mesmo assim...
–Bem melhor, obrigada. – Luce me tira de meu devaneio e levanta se espreguiçando .
–Vem, vou arrumar sua cama. – Bem que precisamos mesmo dormir.


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Notas finais do capítulo

Eu achei que não escreveria mais, que era só mais uma coisa que eu abandonaria mais cedo ou mais tarde, mas descobri que EU estava querendo saber o final (principalmente quando pensei num enredo melhor...). Enfim, eu não vou mais sumir assim, vou levar isso mais a sério, não vou sequer pensar em abandonar a fic (porque meus planos não permitem). Eu sei, esse capítulo não está dos melhores, mas os próximos estão até que bons. E aí, o que vocês acham de umm novo vilão? Se preparem: nos próximos capítulos Rachel E. Dare nos dará uma nova profecia.



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