E a Vida Continua escrita por CorujinhaGreyy


Capítulo 14
Irmãs


Notas iniciais do capítulo

Capítulo para todas as garotas que tem suas irmãzinhas ou irmãzonas, sei lá... Bem, eu não tenho nenhuma irmã então considerem isso uma bad pela minha vontade de ter uma "mais que amiga". Desculpa se não é assim que vocês são, mas eu realmente não sei, só imagino.



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POV - Percy
Luce se curva para pegar uma das coisinhas pequenas que estão no chão. A puxo bruscamente nos meus braços, com medo de que alguma dessas aranhinhas a pique.
–Ei! - Luce solta um arfar surpreso. - O que foi? - Ela está nos meus braços examinando uma dessas pequenas praguinhas que choveram em nós.
–Solta isso agora, ela pode te machucar! - Tomo da mão dela e quando estou pronto para jogá-la longe, Luce grita.
–Não! Me dá, eu gostei dela. Você é cego, Percy? É de borracha!
Examino melhor a coisinha feia e é realmente feita de borracha, apesar de ser idêntica a uma aranha verdadeira.
–Mas o que...? - Olho no rosto de Luce e ela bufa.
–Não sei porque estão todos gritando e assustados, é só borracha! É pequeno, mas mesmo assim um pouco grande demais para ser uma viúva negra de verdade. Você parecem todos cegos. - Ela balança a cabeça e estica a mão direita. - Devolve? - Dou a coisinha para ela. Todos ainda estão gritando, não percebendo a brincadeira. Preciso acabar com isso. Annabeth é inteligente, mas com o medo acho que ela não vai perceber que é tudo uma grande farsa e surtará.
Começo a ir em direção ao palco para que eu anuncie a brincadeira de mal gosto e acabe com a gritaria e os surtos. Um garoto passa correndo e gritando, quase batendo em mim e em Luce, ele se lança no mar.
–Mais rápido? - Luce sugere e eu assinto.
Solto Luce quando chegamos ao palco e corro para pegar um microfone. Mariana e Will estão vermelhos como pimentões de tanto rir. Tento puxar o microfone da mão de Mariana.
–Ei! - Ela reclama se esquivando.
–Me dá isso aqui! - Tento pegar dela novamente. - Juro que não vou ligar se você é minha irmã ou uma menina e vou te bater pra pegar isso! - A advirto.
–Não! - ela se esquiva. - Você vai acabar com a brincadeira e com a nossa vingança, Percy! - Sim, eu vou bater nela, passou dos limites dessa vez.
–Vingança? Sério? Você passou dos limites dessa vez, olhe em volta! Se for para uma ou duas pessoas apenas, deveria ter pensado melhor. Todos eles tem medo de aranhas e estão quase se matando! Me dê! - Tento puxar dela novamente.
–Vocês esqueceram de mim? - Luce chama como um anjo. Mariana e eu paramos para ver.
Luce se aproxima devagar e se aproveitando da nossa pausa para olhá-la, com um movimento rápido ela chuta a perna de Mariana, fazendo com que ela se curve e coloque uma mão na perna machucada. Mais rápida ainda, ela agarra o microfone e empurra Mariana, fazendo ela cair sentada.
Deuses, o que foi isso? Um demônio se passando por anjo? Ela pode ter a cara fofa, mas sabe lutar bem. Mais manipuladora do que eu pensava.
Meu queixo, assim como o de Mariana, estão no chão pela surpresa.
–Grata. -Ela dá um sorrisinho para Mariana, como se a agradecendo por ajuda-la com algo. Ajeita uma mecha do cabelo atrás da orelha e vira-se para mim. - Pense rápido. - Ela joga o microfone.
Lara Croft? Taylor Swift em Bad Blood? - Cada segundo que se passa essa criança me surpreende.
Peguei o microfone pouco antes que ele encontrasse o chão.
–O que foi? - Luce pergunta, minha cara de idiota deve estar estampando surpresa.
–Nada... - Onde ela aprendeu a fazer isso? Me viro em direção aos semideuses para acabar com a gritaria. - Galera! Meios-sangues! - Eu chamo, mas eles não dão a menor atenção. - As aranhas são de borracha! Ouviram?
Parabéns! Você é o novo prefeito de Sodoma e Gomorra!
Não surte efeito algum, mas eu tentei...
Quíron sobe no palco e eu passo o microfone para ele. Me viro para ver minhas irmãs.
–... Pelas costas como uma víbora! - Mariana grita com Luce.
–Com a pequena diferença de que não foi nas costas, mas sim na perna. E na frente! - Luce retribuí os gritos. - Elena tem medo de aranhas, ela vai ter um trauma. Você é louca? - Ela pergunta com os pequenos braços cruzados no peito. Me diga: onde eu consegui arrumar garotas tão mandonas como Luce e Annie?
–Tudo bem , não pensamos direito que poderíamos traumatizar o chalé 6 inteiro, mas pra que me chutar? - Inversão de papéis... Mariana está sendo a criança fazendo pirraça e Luce a adulta tentando por juízo.
–Por que você não estava soltando o microfone! - Decido que é melhor acabar de uma vez essa briga das duas, antes que se matem.
–Meninas parem! - tento intervir na discussão das duas.
–CALA A BOCA! - As duas gritam em uníssono para mim e continuam a discussão. Uou, isso me deu medo.
Vai ser sempre assim?
Decido ver o progresso de Quíron para acalmar o acampamento. Parece que ele conseguiu acabar com a gritaria e instalar um pouco de paz, se é que é possível. No entanto, muitos filhos de Atena estão sentados no chão chorando ou se balançando como se tivessem tido um surto, recebendo tapinhas nas costas dos amigos para serem confortados.
Onde está Annabeth?
Preciso encontra-la e ver se está tudo bem.
–Luce, vamos procurar Annie e Elena. - Ofereço.
–Não mesmo! - Ela se vira para mim, seus olhos brilham. Volta a discussão.
O que eu vou fazer? - Pense Percy, use a sua cabeça...
–Pode ir, eu cuido dela se você quiser. - Uma voz de menina me diz, estou de costas para ela.
Eu ainda me lembro dessa voz, mesmo após alguns anos. Não mudou em nada...
Me viro para encontrar Calipso me observando. Ela me dá um sorriso tímido.
–Oi. - Digo hesitante. - Preciso encontrar minha namorada, ela detesta aranhas. Tenho que levar Luce, no entanto... Aponto para a Terceira Guerra Mundial que está acontecendo.
–Irmãs? - ela sorri. - Ainda me lembro das minhas... - seu olhar por um breve momento se entristece, mas logo volta á luz. - Será assim em alguns momentos, não posso te dizer que sempre vai ficar tudo bem. É assim que as irmãs trabalham. - Ela dá de ombros. - Só não interfira se elas ainda não estiverem se pegando, senão você apanha das duas.
Eu rio.
–Obrigado pela dica.
–Como eu disse, se você quiser eu fico vigiando a pequena para que você possa ir. Garanto que não deixarei uma bater na outra e cuidarei para que a menor fique segura e não desapareça. - Olhamos para minhas irmãs.
–... Porque você não tem neurônios! - Luce estala.
–E você acha que tem muitos, não é anãzinha? - Mariana provoca.
–Olha aqui... - Luce recomeça, mas me volto a Calipso.
–Sério que você está disposta a ficar no meio disso? - Eu pergunto para ela. Ela assente com um sorriso.
– Logo elas param e eu e Leo levamos ela para você. Leo está tentando explicar a Quíron que ele não tem nada a ver com isso tudo, parece que é herança do comportamento dele. - Ela balança a cabeça. - Me cheira a magia.
–Não sei como te agradecer por esse favor. - Fico um pouco envergonhado.
–Não precisa, agora vá. - Ela me diz.
–Ei Luce. - Eu chamo ela. Luce e Mariana me fuzilam com o olhar.
–O que você quer? - Ela revira seus olhos verdes.
–Depois que vocês decidirem que essa briga não vai levar vocês a lugar algum, quero que você vá com ela - Aponto para Calipso.- e com Leo, entendido? - Ela balança a cabeça positivamente e volta á discussão. Agradeço Calipso novamente, meio desajeitado, e desço do palco para ir à procura de Annie.
–----~-----
Já faz mais ou menos cinco minutos que estou á procura de Annabeth, quando a avisto em um banco de areia mais separado da área principal. Ela está bebendo algo e sentada ao lado de Elena, que parece beber a mesma coisa. Thomas e Nico as observam.
Vou até elas. Nico e Thomas me lançam olhares que estampam as palavras boa sorte e cuidado.
–Vocês estão bem, meninas? - Pergunto cautelosamente.
–O que você acha? - Annabeth rosna para mim, sem olhar nos meus olhos, dando outra bebericada na bebida. Realmente vou precisar de sorte... - Bem Percy, me diga do que você tem medo para quem saiba eu possa lança-lo em cima de você.
– Sua irmã e o amigo dela são dois idiotas. - Elena diz baixinho, também sem olhar para ninguém.
–Elena, calma. - Thomas pede para ela.
Ela levanta o olhar e sinto que ela está com vontade de queima-lo vivo como uma bruxa.
–Calma o cassete, você sabe que eu detesto aquela coisa asquerosa. Quem saiba eu faça você engolir um copo inteiro delas para calar a boca. - Agradeço por Annabeth não estar me xingando tanto assim.
–Desculpa. - Ele diz rapidamente e vira o rosto, baixando o olhar como um submisso. Talvez eles acabem namorando... Meu subconsciente avalia a cena.
–Percy, se você acha que meus irmãos não estão tramando nesse exato momento algo doloroso para a morte de Mariana e Will, eu garanto que estão. - Annabeth diz para mim e depois olha para Nico. - Deixe Will saber e ficar esperto, Nico. Eu não planejo nada contra minha cunhada nem contra seu namorado, eu garanto, mas eu não posso segurar meus irmãos. - Todos nós três garotos engolimos, um pouco assustados. Elena está normal. Porque elas estão tão sombrias?
–Claro, Annie. - A voz de Nico saí um pouco mais esganiçada. - Que tal beber mais um pouco? - Nico oferece mais da jarra que está segurando para as irmãs do mal. Penso que se elas fossem formar uma dupla, poderiam ser duas garotas loiras bonitas de roupas pretas coladas e maquiagem escura que saem pela noite matando vampiros. Seria no mínimo sexy.
–O que é isso que você está dando para elas? - Pergunto baixo para Nico, com esperança de que seja Absolut para que elas fiquem mais alegres e menos como um demônio com um plano.
–Água com açúcar. - Ele me responde. Claro, não podemos dar bebidas para menores... infelizmente.
– Onde está Luce, Percy? - Annabeth me pergunta sem olhar para mim novamente, e Elena me olha como se a bruxa que merece ser queimada agora seja eu.
–Ela... - Começo.
– Por que ela não está com você?! - Elena grita comigo e se levanta. Annabeth também se levanta. Ok, agora tenho motivos para ter medo...
–Ela... - Começo de novo, mas quem me corta é Annabeth.
–Eu não acredito que você perdeu ela!
–Poss... - Não, eu não posso falar!
–Ai meu Deus, e se outra coisa tiver atacado ela seu inútil?! - Elena joga dramaticamente a cabeça para trás e põe as mãos na base do pescoço. Acho que não precisava jogar na cara a última vez...
– Mas ela... - Posso ao menos me explicar?!
– CALA A BOCA! - As duas gritam em uníssono, assim como Luce e Mariana. Todas as irmãs são assim?
–Meninas, vocês deveriam ao menos... - Thomas começa, mas também é cortado.
–Cala a boca Thomas, ou eu vou enfiar minhas unhas na sua jugular e depois puxá-la para fora como se fosse um pedaço de fio solto numa blusa! - Eu estou assustado e olha que Elena não está falando nem comigo.
–Que tal vocês beberem mais um pou... - Nico começa a sugerir e Annabeth derruba a jarra de suas mãos.
–Me diga para beber mais um pouco e eu vou fazer você engolir a jarra e os copos. -SOCORRO!!! Meu subconsciente está correndo na velocidade da luz para longe delas.
–Luce está com Leo e Calipso, ok?! - Eu grito um pouco mais de longe e com as mãos levantadas em rendição, para o caso de elas resolverem arrancar minhas tripas. - Ela ficou brigando com Mariana sobre como ela teria feito vocês ficarem traumatizadas pelas aranhas, então Calipso ficou de olhá-la para mim para que eu pudesse achar vocês duas.
Annabeth e Elena olham para mim, com seus olhos cinza e azuis brilhando... o que? Acho que raiva, alívio, ameaça de morte, que estou com sorte... Realmente não sei, e não tenho interesse em saber.
Por favor forças superiores, que eu nunca fique perto delas em um dia de TPM.
As duas se acalmam mais um pouco.
–A-acho que eu... eu vou pro meu chalé. - Thomas diz e começa a sair de perto de ré, sem tirar os olhos das duas.
–Pois é, garotas, Percy. Viajar pelas sombras me cansa muito, preciso dormir um pouco para as atividades de amanhã. Boa noite. - Nico acena e corre para voltar, junto de Thomas. Dois traidores!
–Vai embora também, Percy? - Annabeth me desafia quando começo a sair de fininho.
–Preciso encontrar Christian, levar Luce para a cama e descobrir em que encrenca Mariana se meteu...
–Sei. - Aprendam: essa é a calma mais assustadora que existe.
–Sé-sério. - Eu gaguejo - Luce tem apenas cinco anos, deve estar morrendo de sono.
–Luce não sente sono, a menos que esteja esgotada ou que se deite. - Elena diz.
– Mas mesmo assim eu preciso busca-la. - Me viro e saio correndo de perto delas.

POV - Luce
Depois de minha pequena briga com Mariana, que realmente não teve sentido, Quíron está passando o sermão e o castigo dela e de Will.
–Espero que vocês entendam que as crianças de Atena irão querer matar vocês e eu não vou poder fazer nada. - Quíron diz. - Pois bem, amanhã pela manhã vocês irão pedir desculpas formalmente ao chalé 6. Duas semanas arrumando o chalé.
–O que, mas Quíron... - Mariana começa a falar e Will a corta, continuando a frase por ela.
–Eles vão nos esquartejar enquanto estivermos lá dentro! - Ele afirma.
–Sem reclamações, isso é só o começo do castigo de vocês. - Quíron adverte e os dois se calam. - Uma semana lavando a louça do jantar e limpando o refeitório. - Mariana está encarando seu castigo fixamente, com as duas mãos atrás das costas. Will está olhando para o chão. - O verão todo sem que vocês comandem a cantoria da fogueira. - Ah cara, Mariana vai morrer com isso. Ela pisca repetidas vezes, como se estivesse assimilando tudo.
–Não Quíron, eu arrumo todos os chalés o verão todo, mas isso não por favor... - Mariana começa a chorar, realmente chorando. Eu percebi nesta noite o quanto cantar e tocar é importante para ela, e sei que está sendo como várias facadas repetidas no coração, sua expressão também entrega.
–Querida, você deveria ter pensado melhor antes de agir. Eu sei que é importante para você e que vai ser difícil, mas...
–Não, você não sabe! - Ela diz e saí correndo, tentando limpar as lágrimas.
–Mari! - Eu a chamo antes que ela saía, mas ela me ignora.
–Quíron, seja só um pouco mais justo com nós dois... - Will tenta, mas Quíron o corta.
–Não, eu lamento mas é o justo para vocês dois.
–Não, não é. - Will também se afasta.
Chega! Me cansei disso! Quíron diz ser justo, mas eu sei que não é. Não para Mariana.
–Escuta aqui, senhor Quíron, o senhor diz ser justo mas isso não é nada justo. Você não sabe nem a ponta do iceberg de quanto isso é importante para minha irmã e o quanto ela gosta. Eu poderia muito bem entender uma semana, que acho ser o tempo máximo que ela suportaria, mas todo o verão não! - Caramba, não vi que estava nervosa e me excedendo. - Pense sobre o que você acha ser justo e reveja seus conceitos. Pense em algo que você amava muito e foi tirado de você, algo que você tinha amor em fazer, mas então algum ser nefasto matou esse seu amor. Pense em como dói e no quanto você acabou de machuca-los. Pense ao menos se no seu peito tem um coração que entende o que significa amar.- Me viro para sair de perto dele e enquanto estou descendo, aquela garota que Percy me mostrou, e o garoto que se chama Leo, me param.
–Calma ai, mocinha. Tenho de te levar para o seu irmão sã e salva. Você não quer me ver sem cabeça, não é? - Leo me pergunta, quando me pega no colo. Preciso acrescentar novamente que detesto isso?
A garota oferece um olhar de amor e repreensão para ele, que ele retribuí com um grande sorriso. Ela me parece doce e sei que os dois se amam.
–Foi muito bonito o que você disse para defender sua irmã. - Ela me diz, com um sorriso caloroso. Ela me passa amor e calma, decido que gostei dela.
– Acho que você deu algo para Quíron pensar. - Leo me diz. - Você perdeu a cara dele enquanto você saía. Para onde vamos, Calipso? - Ele pergunta para a garota. Acabo de descobrir seu nome então.
– Não marquei um lugar certo com Percy... - Calipso diz, mas consigo ver Percy.
–Ele está vindo para cá. - Aponto.
Alguns segundos mais tarde, Percy está em nós e agradece por eles terem cuidado de mim.
–----~-----
Estou andando ao lado de Percy, em direção ao nosso chalé. Só encontramos poucos semideuses pelo caminho, julgo que a maioria das pessoas já deveriam estar dormindo.
–Então - Percy me pergunta quebrando o silêncio. - qual foi o castigo de Mariana?
–Pedir desculpas para o chalé 6 formalmente, limpar o chalé por duas semanas, uma semana limpando toda a sujeira do jantar... - Não termino, mas Percy me interrompe.
–Tudo isso? - Ele me pergunta um pouco surpreso.
–Não, o pior não foi tudo isso. Mas o pior foi que ele proibiu Will e Mariana de regerem a cantoria da fogueira pelo resto do verão. - Percy para abruptamente e me encara.
–Ele fez o que? Não acredito que Quíron tenha sido tão duro dessa vez. A fogueira é a vida de Mariana, ela deve estar arrasada.
–Ela saiu chorando.
Nos pomos em movimento novamente. Chegamos á uma área com várias casinhas dispostas em U. eu não tinha vindo aqui antes, já que passei os três últimos dias apagada.
Entramos em uma com um grande tridente sob a porta que cheira a mar, é bem calmante. Christian está jogado na cama de uma das beliches, com o braço em cima dos olhos.
–Onde está Mariana? - Percy pergunta.
–Trancada no banheiro. Estou deitado aqui, ecoando um mantra para segurar minha bexiga que está prestes a estourar. Por favor, se você tirar ela de lá eu te dou um enorme beijo de agradecimento. - Ele diz devagar ainda com o braço sobre os olhos.
Percy vai até uma porta e bate nela.
–Mari... - ele chama devagar.
–Vá embora! - Uma voz chorosa e abafada responde.
Percy se encosta na porta e fecha os olhos.
–Por favor, saí daí pra gente conversar. - ele tenta de novo.
–Saí daqui! - ela grita.
Me aproximo da porta.
–Posso tentar, Percy? - pergunto para ele baixo e ele me dá passagem. Bato hesitante na porta. - Mariana. - Chamo. - Olha, eu sei que você está querendo me matar e não gosta mais de mim, e também que eu disse muitas coisas ruins para você e que você considera como se eu te tivesse agido como uma víbora, mas posso conversar com você? Só me deixa entrar por favor. Só tive Elena para ser minha amiga nesses últimos meses, mas agora eu tenho uma irmã e gostaria de ser amiga dela. De poder conversar com você, de ter alguém especial, alguém para confiar, poder dar a mesma coisa, sermos como cúmplices sabe, é tudo que eu sempre sonhei quando eu não tinha ninguém, nem mesmo uma... - Mãe. Penso em dizer mas não digo. Sinto uma súbita vontade de chorar ao me relembrar disso. - Abre pra mim? -pergunto sabendo que é a verdade, com os olhos um pouco marejados e a voz um pouco mais chorosa.
A porta se abre para me dar passagem, me surpreendendo. Posso não saber de muita coisa, mas sei que ao entrar ali, eu terei mais que uma amiga.


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Notas finais do capítulo

Sim, dois capítulos hoje porque não tenho previsões para o próximo. Sinceramente, estou quase desistindo dessa fic.



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