E a Vida Continua escrita por CorujinhaGreyy


Capítulo 12
Princesas e Caveiras


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, sei que demorei muito, muito tempo mesmo! Me perdoem ok? Perguntem para as amiguinhas: não tenho entrado nas redes socias também. Antes de tudo, agradeçam/matem a minha prima que fez o favor de contar do que aprontei para os meus pais, sou humana e adolescente eu tinha o direito. Enfim, após uma semana e meia eu voltei!



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POV – Luce

Fome! Totalmente perfeito para descrever o que sinto. Meu estômago está roncando e apertado, queimando na verdade.

Todos estão me encarando de olhos abertos e queixos caídos, parece até que viram um fantasma. Procuro com olhar rostos conhecidos e a primeira pessoa que vejo é aquele garoto loiro, acho que se chama Jason, ele está meio paralisado. Olho mais á frente e então encontro Thomas, ele está piscando muito e com a boca um pouquinho aberta. Em uma mesa com só mais duas pessoas está Percy, com surpresa totalmente evidente no rosto.

Meu estômago ronca alto dessa vez. Pra quê todo esse silêncio?!

–Por favor alguém pode me responder ao invés de me encarar? Olha, se não tem pizza tudo bem, mas eu ainda estou morrendo de fome. – Desta vez encontro Annabeth e Elena, elas estão na mesma mesa. Olho nos olhos de Elena procurando ajuda. Ela abafa um soluço com a mão e percebo que começa a chorar. Sério, o que deu em todo mundo?

Thomas e Elena saem correndo de suas mesas ao mesmo tempo e então estão em mim. Thomas me levanta – porque todo mundo vive me pegando como se fosse um bebê?! Tenho pernas, ok!– então estou sendo beijada por ele e Elena nas bochechas ao mesmo tempo.

–Oi minha Smurfette. – Thomas me diz me apertando. Eu achava que ele não se lembrava mais do apelido que me deu quando soube que minha cor preferida era azul e que eu adorava os Smurfs.

Elena me tira dos braços de Thomas e me deixa nos seus. Parem de me tratar como um bebê!

–Me desculpe por não estar lá para te proteger... oh meu bebê... – Momento constrangedor número 57, anota aí. Elena tem essa terrível mania de me chamar de bebê desde que eu brinquei uma vez com ela e com Thomas de que eles estavam se tratando como namorados. Thomas disse que se fossem, eu poderia muito bem ser a filha. Mais um ponto para minha estupides, anote...

Dá pra parar? Porque isso?

Elena e Thomas riem da minha cara de espanto e das minhas tentativas de empurrar para descer. Estou nos braços de Thomas novamente a essa altura.

– Xiu, estamos apenas sentindo falta de você Smurf, dá pra respeitar? – Thomas e Elena me atacam com beijos.

– Sintam menos, estão me assustando! Ainda estou com fome!

Todos não estão mais em silêncio e me encarando, mas estão rindo e soltando vários oooh. Ótimo! Me recorde: porque eu vim pra cá mesmo? Como se não bastasse estarem rindo de mim agora me acham fofa.

Thomas finalmente me põe no chão. Amém! Ouço um gritinho de êxtase. Coço meus olhos para terminar de espantar o sono e novamente não estou no chão. Qual é?!

Oi gatinhaaaaa! – Esse ser vivo que me pega morde de leve minha bochecha. Abro os olhos e é o mesmo menino do episódio da água por toda parte. Acho que é meu irmão...- Espero que você entenda que a parte de te mimar está só começando.

Hey irmãzinha! – Aquela garota meio maluca que foi responsável por toda aquela água espalhada diz, me pegando agora e beijando de uma maneira exagerada minha bochecha. Novamente mudo de mãos. Sério que vão me passar de mão em mão?

Mesmo ainda não tendo visto o rosto dessa nova pessoa, posso reconhecer esses braços calorosos e cuidadosos, o cheiro de brisa do mar...

–Você me assustou. – Percy me diz olhando em meus olhos, com um pequeno sorriso tímido e ressentido. – Eu devia ter te protegido, a culpa é toda minha. Será que pode um dia me perdoar?

– Me protegido?

– Não se lembra do que aconteceu?

–Claro que me lembro, mas você não tem culpa. Por que deveria te perdoar? – Estou confusa. Ele não tem culpa de nada disso, certo?

–Não te protegi como devia ter feito. – ele está um pouco triste.

– Que eu me recorde você me protegeu sim, matou aquela feiosa...

–Mas não impedi que ela te levasse e machucasse.

– Eram três e estavam machucando você e Annabeth também, pelo que eu vi. Você teve de se livrar das duas para me achar, eu não acho que tenha sido fácil. – Ele baixa o olhar. Coloco as mãos em seu rosto para que ele olhe para mim. – Me salvou e protegeu sim. – Lhe dou um sorriso sincero e grande. Não tinha percebido que a roda que se formou ao nosso redor está em silêncio. Ganho um beijo na testa. É Annabeth.

– Obrigada. Está melhor?

–Uhum. Sabia que eu sei soletrar? – Digo inocentemente para ela. Thomas balança a cabeça tentando reprimir seu riso pois já deve desconfiar do que virá.

– Oh, uma mocinha esperta. Quero ver, vamos lá.

– F-O-M-E. Fome! – Eles riem. – Também sei soletrar comida, quer ver? Ah, também tem pizza, então suco de morango, chocolate...

–Ok gordinha, já percebemos. – Percy se alegra e me ajeita no seu colo. - Pizza, não é? Que sabor?

– Tradicional? – sugiro.

–Sempre.

–Portuguesa?

–Tudo que você quiser.

Oh, isso é sério? Tudo que eu quiser parece perfeito.

– Devagar aí mocinha. – Quem é esse mesmo? Acho que se chama Quíron. Nem percebi ele aqui– Primeiro umas perguntas. Como saiu da enfermaria?

–Andando ué. – Tem outro jeito?

– Deixei um filho de Apolo lá, não te viu sair?

–Não vi ninguém.

– Como se orientou até aqui?

–Pelo barulho. – ele fica quieto- Pode ser minha vez agora? O que era aquela coisa no meu nariz? Aquilo fazia cócegas.

–Uma cânula, estava te ajudando a respirar. Por curiosidade, onde a deixou?

–Na cama. Posso comer agora?

Ele mede minha pergunta por um tempo, então se decide.

–Pouco e não muito pesado, já que faz três dias que não come.

–Posso comer com todos eles? – digo apontando para Annabeth, Thomas e Elena e meus irmãos.

– Com seus irmãos você deve, com os demais não.

–Por favor, só hoje... – digo fazendo carinha de cachorrinho abandonado que sei que convence.

– Não acho que...

–Por favorzinho... – Caía na minha cara de santa, por favor...

– Se eu deixar todos irão querer e...

– Só hoje, juro que não peço mais. – Imploro.

Quíron inspira e expira desistindo e sei que o convenci. Yes!

– Tudo bem, ok, tira essa carinha por favor. Só hoje. – me adverte apontando com o dedo indicador. – Crianças! – ele chama a atenção de todos. – Essa noite permitirei que transitem entre as mesas! – muitos vivas e palmas são dadas e breve a maioria das pessoas estão trocando de mesas e conversando muito mais animadamente. Quíron sorri para nós e vai para a grande mesa do centro, se sentando entre uma garota ruiva e uma com uma longa trança.

Novamente sou trocada de braços e estou com um garoto loiro de óculos bem bonito. O reconheço como aquele garoto que acho se chamar Jason.

–Boa noite Bela-Adormecida. – Ele sorri para mim.

Uma garota entre os 16 e 17 anos está na nossa frente, está sem maquiagem mas ela é simplesmente linda.

– Parece que temos uma não filha de Afrodite que consegue lançar charme. – Ela diz brincando, algo na voz dela me chama atenção. – Sou Piper, namorada de Jason.

Não posso evitar de sorrir para ela.

–Sou Luce. O que é charme? – Pergunto curiosa.

– É um tipo de sedução que os filhos de Afrodite podem lançar para convencer outra pessoa a fazer algo. Quíron não costuma arredar com as regras nem pelo charme mais forte, mas você conseguiu. Toca aqui. – Ela levanta a mão para um highfive. Piper é realmente muito legal, eu penso.

– Ok, ok. Me devolvam a criança, estou com fome. – Christian, acho que é isso, me toma de Jason e me joga para o alto. Por um momento penso que ele não conseguirá me pegar, mas me pega. Me joga novamente e dessa vez estou mais preparada. Ele me pega ainda no alto dessa vez e faz cócegas na minha barriga, não posso evitar de gargalhar.

–Para! – estou rindo como uma louca.

– Sou um ogro criancinha! Vou te devorar no meu jantar!

–Chega Christian. – Percy diz, acho que ele está rindo também. – Vamos me dê, deixe ela comer em paz.

–Não! – Ele me põe no chão e atrás de si. – Terá de resgatar sua princesa de mim primeiro! – estou adorando essa brincadeira, acho que nunca brinquei assim antes. Apesar de que com mamãe sequer brincava... o pensamento amarga meu sorriso.

– Ah é, vamos ver então. Venha princesa! – Percy me chama e tento ir, mas Mariana me agarra.

– Que tal fazermos assim: Eu e Christian somos ogros terríveis que sequestraram Luce, que por sinal é uma princesa. Você e Annabeth são rei e rainha. – Ela diz a Percy, que abre um grande sorriso.

– Annie e eu somos casados? Gostei. – Percy diz pegando Annabeth pela cintura e lhe dando um beijo. – Pegaram nossa filha, mulher!

–Me solta cabeça de alga! – Annabeth diz rindo.

–Também queremos brincar, não é justo! – Jason reclama fazendo biquinho, ele está abraçado com Piper.

– Tudo bem. – diz Mariana rindo. – Thomas, você e Elena estão brincando? – Os dois se entreolham e assentem, com grandes sorrisos. – Ótimo! Piper e Elena aqui, vocês são minhas ajudantes. Thomas e Jason são guardas do rei.

–Posso também? – um garoto de jeito latino pergunta, nunca o vi antes.

–Claro Leo, mocinho ou malvado?

–Hmmm, ferreiro do rei? – ele sugere e Percy assente. Acho que pelos olhares que trocaram estão tramando algo.

Uau, nem sinto mais fome, agora só quero brincar. Percebo que tenho uma família de verdade aqui. Tenho carinho e acho que amor, e isso para mim seria tudo. Tudo que desejo, que sonho, tudo no mundo. Agora sei que fiz a escolha certa de não ficar naquele lugar potencialmente perfeito. Tudo poderia ser perfeito lá, mas eu não teria uma família, eu não teria todo esse calor. Seria apenas... vazio.

–Espera! – Annabeth diz. – Temos de alimentar minha filha primeiro. Está com fome, não? – ela está sorrindo abertamente para mim. Nego com a cabeça, rindo. – Ok, então.

–Depois te consigo doces na fogueira, que tal? – Christian cochicha para mim, e eu balanço minha cabeça afirmativamente, extremamente animada. – Minhas ogrinhas, acho que poderia devorar essa criança com batatas coradas e quem sabe, talvez até mesmo com pão! Cozinhem para mim! – Elena e Piper riem, Mariana reclama de o quanto ele está sendo mandão.

– Tire suas patas da minha princesa seu ridículo! – Percy grita brandindo uma colher. – Guardas! – Jason e Thomas avançam, urrando como os soldados de um filme de guerra.

Todos estão rindo e nos fitando, mas eu não ligo.

–Parem já com isso! – Oh ou... Quíron. – O que vocês estão fazendo? – ele soa horrorizado.

– Meu caro Quíron, acho que se chama brincando, que deriva do verbo brincar e... – Christian diz sorrindo.

–No refeitório?! Até você, Annabeth?! – meio bravo... acho que é pouco.

– Tudo bem, tudo bem... – Christian levanta as mãos se rendendo. – Lá fora? – ele sugere.

–Com toda certeza!

Todos estamos gargalhando e obedecemos.

–Continuando... Guardas! – Percy grita.

Tento correr para Annabeth que está mais próxima de mim, mas Elena me pega.

–Roar, vou te preparar para o jantar!

–Aaah!! – eu grito.

Percy está travando uma pequena luta de colheres com Christian, Jason está perseguindo Piper. Leo e Thomas estão juntos em um canto fazendo algo que não posso ver.

–Solte minha filha, sua horrenda! – Annabeth grita, rindo, e avança em nós.

Elena e Annabeth estão gargalhando e fingindo jogar feitiços com as mãos. Corro para longe delas.

Piper avança em mim e me pega.

–Não mesmo! Solte a criança de meu senhor sua sem coração! – Jason grita para ela.

–Não! Irei assá-la com legumes e servirei em uma bandeja!

–Desde quando você sabe cozinhar, Pipes? – Jason para, encarando Piper. Ela arqueia uma sobrancelha.

–Você está perdido comigo, seu idiota! – ela me solta e avança para bater nele. Bem, dessa vez é ele quem está sendo perseguido... e ela não está rindo. Boa sorte.

Isso está sendo extremamente divertido. Estou livre no momento, preciso correr para alguém do time de Percy, no entanto...

–Te peguei! – sou levantada do chão e solto um gritinho com a surpresa. – Bem Smurfette, acho que devo devolvê-la a seu reino e ser condecorado como herói. – Thomas está divertido como nunca o vi antes.

–Pare de me chamar de Smurfette. Aí!– ele me joga no ombro.

–Princesa?

–Também não.

–Do quê, então? – ele me pergunta e posso ouvir a felicidade em sua voz.

– Não sei. – dou risada. – Tem grama nas suas costas.

–Digamos que caí para salvar uma bela donzela.

–Uuuh. – De repente mudo de braços.

–Grato por salvar minha criança, cavalheiro. – Percy diz me apertando.

–Por nada senhor. – Thomas faz uma mesura.

– Mandarei que façam uma cerimônia para nosso mais novo herói. Mulher! Nossa filha está de volta! Mande preparar um banquete! – Grita para Annabeth.

–Pare de ser irritante, Perseu! – ele me põe no chão. – Venham até mim, família! – Ela ri e Percy segura em minha mão, juntos corremos até Annabeth, nos juntando num grande abraço.

Olho para ver o que aconteceu aos demais e... Caramba!

–Ahn... Percy?

–Sim?

–Porque as pessoas do time oponente estão amarradas?

Mariana e Christian estão amarrados juntos de costas um para o outro, gritando algo sobre matar. Piper está enrolada dos ombros até os calcanhares, deitada na grama e gritando para Jason que vai querer a cabeça dele empalhada com serragem. Elena está com as mãos amarradas nas costas e os pés juntos, sua boca está coberta com uma mordaça mas sei que ela está para lá de raivosa.

Isso é sério? Quem fez isso?

– Ah isso. - ele ri.

–Eles vão nos matar...

–Vão matar Leo, agradeça a ele.

–Oh, vocês levam as brincadeiras a sério aqui...

Estou com frio, essa camisola não esquentaria em nada. As folhas das árvores estão farfalhando e quando olho, a escuridão parece ficar mais densa. Tenho um mal presságio de que algo ruim possa sair das árvores a qualquer instante e nos atacar, foi meio assim da última vez. Os galhos dão uma leve mexida e algo salta do bosque.

Grito alto e me escondo atrás de Percy. O que apareceu também gritou com a surpresa pelo meu grito.

–Merda! Que susto caramba! O que é isso?! Por que estão amarrados?!

Olho de soslaio para ver quem é. É um garoto magro de cabelos escuros, está usando jaqueta estilo aviador que está aberta, por baixo uma blusa negra. Em um de seus dedos, um grande anel prateado de caveira me amedronta. Não sei quem ele é, mas me parece tenebroso e assustador.


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Notas finais do capítulo

Previsões para o próximo post: provavelmente na segunda. Amanhã tenho o dia para ser feita de escrava e babá (me desejem sorte com as minhas 7 pestes). Beijinhos ;)



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