E a Vida Continua escrita por CorujinhaGreyy


Capítulo 11
Três dias e Três noites


Notas iniciais do capítulo

Falando sério agora, vou tacar meu computador e meu notebook na parede. Que raiva! Acho que vou deixar meu número no meu perfil mesmo (pode isso produção?), e quem quiser me chamar me chama. Fico até horas conversando assim (dano spoilers de planos malevolos também). Beijinhos e boa leitura ^-^



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POV – Luce

Tudo bem agora. Posso ir. Posso dormir. Meu pescoço dói e meu peito queima. Tudo dói. Percy me encontrou. Sim, meu irmão me achou e está tudo bem. Tento não fechar meus olhos pois quero vê-lo, mas não consigo. Não resisto. Sou fraca. Sim, nunca pude me proteger de mamãe ou de Cam, o que me fez achar que poderia me proteger daquela mulher?

Enquanto me prendia, a mulher de asas escuras me disse que eu era uma forte ameaça. Senti uma leve vontade de rir. Imagine se uma coisa tão pequena e inútil como eu pode ameaçar alguém.

Ela ainda me disse que nem as parcas me tem, nada pode me tocar. Não sei o que são as parcas. Penso por um momento que podem tocar sim, já tocaram. Sou fraca, não ameaço nada e muitas coisas ruins podem me tocar. A mulher de asas deve ter me confundido com outra pessoa, pois sou o contrário de tudo que ela disse e mamãe me batia, Cam também.

Estou muito longe dos meus limites de cansaço e dor, dói muito, dói tudo.

Estou consciente de que fui tirada do chão, agora estou quente, segura em braços confortáveis. Os braços de Percy, de meu irmão. Sei que ele tentou me proteger, ele não conseguiu mas tentou. Sinto enorme carinho por ele, igual ao meu amor por Elena e Thomas. Já o amo? Mesmo com tão pouco tempo? Eu não sei.

Fique acordada, por favor... Luce, por favor...

Oh Percy ,eu bem que tentei, eu bem que queria...

Sei que ele agora vai tentar de tudo para me fazer acordar. Sinto. Mas será que conseguirá? Meu corpo não me obedece. Não sinto mais nada.

–----~-----

Acorde, me obedeça, força... – tento fazer com que meu corpo obedeça meus comandos, quero acordar.

Ela está indo... não quero que vá. Me ajude.

É Percy. Ele está chorando? Eu quero acordar! Abra os olhos corpo estúpido!

Me deixe vê-lo, por favor... deixe-me ao menos lhe dizer para não chorar... deixe-me acalmá-lo! – se eu pudesse chorar, acho que choraria. Meu peito está com um grande buraco. Buraco de impotência, de tristeza, de medo.

Água... – Annabeth está aqui também?

Eu não fico acordada tempo suficiente para descobrir, meu mundo escurece novamente.

–----~-----

Três noites, contando dessa, e três dias. – é uma voz calmante de menina, mas não sei quem é.

Três noites e três dias? – Reflito sobre o que isso pode significar para mim

não sei mais o que acontece no mundo exterior, mas agora, ao invés de cair na escuridão, eu sonho.

–----~-----

Estou em um campo, o céu é azul e limpo. O cheiro de rosas e peônias é inebriante, muito fresco e calmo.

Olho para meu corpo e estou vestida com um simples vestido branco de algodão, pode ser simples mas nunca vi um tão lindo. Estou descalça e posso sentir a grama em meus dedos.

Posso ver uma bela macieira, com jabuticabeiras e laranjeiras próximas. Um pomar. É simplesmente perfeito e as frutas me parecem muito apetitosas.

A minha esquerda há um pequeno lago. Chego até ele é me ajoelho na borda, estou com sede. Suas águas são cristalinas e há algumas carpas de cores muito interessantes e vivas no fundo. Assim que bebo, olho meu reflexo pela primeira vez. Meus cabelos negros estão soltos e desembaraçados, adornados por uma graciosa tiara de flores. Minha boca, pela primeira vez, não está cortada e possui um vermelho natural muito bonito. Uau! Essa sou eu mesma?

Tudo aqui é perfeito, o melhor sonho que já tive...

–Não chamaria de sonho.

Me viro e há uma menina com olhos luminosos e vestido verde olhando para mim. Ela tem a mesma voz da garota que disse sobre as três noites e os três dias.

–Esse lugar é perfeito – lhe digo com um enorme sorriso, que ela retribuí.

– Sim, de fato é.

–Um sonho?

–Quase. É um lugar para o qual você poderá refletir.

–Refletir? – estou confusa.

–Sim.

–Sobre o quê?

– Sobre tudo. Você teria problemas no seu cérebro pela má oxigenação, então eu te puis para, digamos, dormir...? – ela soa como se estivesse me sugerindo essa expressão.

–Dormir?

–Sim, você precisava de tempo para descansar. Seu corpo precisava. Te dei três noites e três dias, depois fica a critério seu se você volta ou fica aqui.

–Poderia ficar aqui?

– Poderia. Mas tudo tem um porém, você viveria aqui sozinha, para seus amigos seria como se você estivesse morta.

–Morta?

–Pense bem sobre suas escolhas, anjo. – com isso ela desaparece.

Mas o que foi tudo isso?

POV – Percy

–Porque ela não acorda? – Ainda estamos meio ajoelhados meio sentados dentro do riacho. Minhas lágrimas estão queimando para o regresso.

Annabeth e Quíron estão me olhando com piedade. Piper está cabisbaixa.

–Porque o charme também não funcionou?

– O problema não é o que fizemos, ela ainda não está pronta apenas. – Quíron nos diz brandamente. – Vamos todos sair daqui, não quero ninguém resfriado. Precisamos levar Luce para a enfermaria, se ela piorar não teremos equipamentos e teremos de a levar para um hospital mortal.

Ainda estou estagnado olhando para Luce. Por que você não acorda? Porque não importa o que Quíron Piper e eu fazemos, porque você não acorda? Não vou conseguir sair daqui.

Piper e Quíron já estão fora do riacho. Annabeth permanece ao meu lado.

–Percy, precisamos tirá-la daqui, Quíron está certo. Luce está estabilizada mas ainda doente. Pelo menos o pior já passou. – Annabeth se levanta.

O peso de Luce de repente me é aliviado, olho para cima e Jason a está levantando com cuidado.

–Vamos cara, não podemos dormir aqui. – ele saí da água carregando minha pequena, fico mais um tempo ajoelhado no mesmo local. Piper e Annie cuidadosamente tiram as roupas molhadas de Luce para por as secas que Leo tirou do cinto de utilidades, logo em seguida a enrolam em uma pequena manta.

Decido sair da água para ajuda-los. Foi a noite mais conturbada que já tive. Nada mal para o primeiro dia desse longo verão.

POV – Luce

A quanto tempo estou aqui? Esse lugar tá ficando chato.

Tenho três dias para pensar sobre o que quero fazer. Tudo aqui é perfeito e calmo e sei que não tem perigo, mas também não tem ninguém. Reflito que se eu voltasse teria muitas coisas perigosas e ruins, mas eu sempre teria Elena e Thomas comigo. Estou sentindo a falta deles.

Ontem quando vim parar aqui estava tão cansada que logo adormeci no prado mesmo. Hoje achei uma pequena gruta com cama confortável e vestidos do meu tamanho, mas todos são brancos, queria que tivesse pelo menos um azul. Descobri que aqui tem alguns seres invisíveis que arrumam minha bagunça e fazem uma comida deliciosa para mim. Mas aqui não tem nenhum bicho com o qual eu possa brincar ou outra pessoa.

Já é fim de tarde e estou vendo o Sol baixar atrás da pequena colina. Sinto falta de muitas coisas aqui, quero voltar.

POV – Percy

Fiquei o fim da primeira noite ao lado da cama de Luce na enfermaria. Acordei pela manhã com gritos.

–Onde. Ela. Está?! – era a voz de Elena.

–Porque não nos chamaram na noite passada? – Thomas, posso ouvir.

A porta abre com um grande estouro e Thomas e Elena irrompem no quarto. Thomas se ajoelha ao lado da cama segurando a mão direita de Luce, ele tem lágrimas discretas e curtas nos olhos. Elena está em uma grande guerra para acalmar os soluços.

–Vocês disseram que era seguro. Annabeth me disse que você cuidaria bem dela e que eu não tinha nada para temer. – Oh, Elena está gritando comigo. Gostaria de poder lhe dizer que a culpa não é minha, mas é. – Luce... me perdoe por não te proteger. – os soluços dela retornam e trazem os meus de volta. Era eu que deveria ter protegido minha irmã, era minha responsabilidade.

–Acalme-se Elena, de que adianta culpar todo mundo agora que já aconteceu? – Thomas limpa o rosto com as costas de sua mão. – Ela vai ficar bem, eu sei que vai.

Thomas levanta-se e abraça Elena. Decido que é melhor sair daqui.

–----~-----

Naquela noite o acampamento teve captura da bandeira. Thomas, Elena, e todo o chalé 3 não participaram. Mariana levou para si parte da culpa do que aconteceu e quis ficar com Luce na enfermaria. Christian foi para a enfermaria dizendo que a culpa também era dele e que não se sentia bem para os jogos.

–----~----

Três dias com a tortura de Luce desacordada. Estou brincando com meu jantar, já que não estou com a menor fome e pensando em minha irmã. Todas as mesas estão conversando, menos o meu chalé que está em total silêncio brincando com a comida. Mariana está misturando lenta e desanimadamente suas ervilhas no purê de batatas, estranho já que ela detesta ervilhas. Christian está cutucando com o garfo sua carne. Eu estou brincando com o que quer que esteja no meu prato, já que nem prestei atenção a isso.

– É como se estivesse faltando algo. – Christian diz após um tempo.

– E está, na verdade. – Mariana responde no jeito automático, largando da comida e brincando agora com uma mecha de cabelo.

Christian bufa com desanimo.

– É possível que em apenas algumas horinhas ela tenha nos encantado?

– O pior é que sim. – digo quando os dois me encaram. – Como ela estava hoje? Passei a tarde dando lições de esgrima.

– Na mesma, ainda está pálida e dormindo. Ela parece um anjo na verdade. Quíron tirou o IV do braço dela mas manteve a cânula. – Mariana me responde voltando a sua mistura de purê e ervilhas. – Nunca nem jantamos com ela e ficamos assim por ela não estar presente. – acrescenta baixinho para si mesma.

– É nossa irmã. Não estamos acostumados a receber, muito menos perder ninguém. – Christian diz e isso me faz estourar como uma panela de pressão.

–Não a perdemos! Ela só não está pronta para acordar! Pare de ser pessimista, ela não está morta!

Locutor: E o prêmio Nobel de semideus mais estourado por pouca causa vai para.... (rufar de tambores) Perseu Jackson! (Acrescente palmas e assovios, com minha mãe e Annabeth na primeira fileira de vestidos longos chorando de orgulho).

Ah, ótimo! Todos os semideuses agora me encaram. Annabeth está de boca aberta e percebo um pequeno sorrisinho de Clarisse, que chegou ontem.

–Calma, eu não disse que ela estava morta.

–Para um bom entendedor meia palavra basta. – ladro para ele. Meu subconsciente estala a língua em desaprovação.

–Meninos acalmem-se! Chega desse assunto agora, ok? – Mariana está perdendo a calma com nós dois.

De repente escuto pequenos arfares de exclamação e olhares totalmente descrentes para a entrada do refeitório.

Me viro para ver o que é e me deparo com uma garotinha de camisola verde água. Seus cabelos negros e olhos verdes fazem totalmente minha alegria e meu espanto.

Ela esfrega os olhos bocejando e logo em seguida se espreguiça.

– Estou com uma fome... tem pizza? – Ela diz para ninguém em particular. Oh. Meu. Zeus. Luce!


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Notas finais do capítulo

Gordices para comer pizza, né? Portuguesa pra mim por favor) 0/



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