E a Vida Continua escrita por CorujinhaGreyy


Capítulo 10
Três dias e Três noites - 1


Notas iniciais do capítulo

Eu sou muito lerda e não consigo responder vocês nos comentários, e eu quero muito responder vocês. Se importam se for no privado? Desculpem por não ter postado ontem e deixado o suspense, só que não fiquei em casa. Boa leitura



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POV –Percy

–Luce... por favor...Luce... acorde! – Me sinto tão idiota, impotente, furioso, com dor...

Sim! Isso dói, está me cortando. Só experimentei dessa dor uma vez antes, quando em meu primeiro ano no acampamento achei que tivesse perdido minha mãe para sempre. Mas não doeu tanto... definitivamente não.

Fiquei um tempo desacordado e alheio, talvez isso tivesse me acalmado um pouco. Talvez também por na época eu ainda não ter visto tantas pessoas queridas morrerem, tantos amigos irem. No fim também, minha mãe voltou. Eu sabia que voltaria.

Com Luce não tenho tanta certeza...

Isso dói mais do que tudo que já vivi.

Minha irmã está em meus braços, com os olhos fechados pálida e quieta. Sem aquele sorrisinho inocente e meigo. Está morrendo, sei que está. Não! Não! Não deixarei que isso aconteça!

Estou chorando e correndo, Luce está pendurada em meus braços. Acorde, por favor, por favor fique comigo...

Estou na metade do caminho para fora da floresta. Nesse momento prezaria muito ser filho de Belona, para que pudesse dar um pouco de minhas forças para minha irmã. Me dar inteiro, até o meu próprio fim se isso fosse salvá-la.

Annabeth está vindo em minha direção, também correndo. Desacelero para que não bata nela. Ela faz o mesmo.

–Percy, o quê...? – nesse momento é que ela nota minhas lágrimas, baixa o olhar para meus braços. Seu rosto perde um pouco da cor e sua boca se entreabre. Uma lágrima solitária rola por sua bochecha.

–Me ajude... – estou soluçando para ela.

Caramba Percy, um recém-nascido chora menos que isso. – meu subconsciente me avalia. Nesse momento apenas desejo que ele vá se foder.

Annabeth volta seu olhar para mim e seu rosto está molhado. Solta um pequeno soluço que ela rapidamente abafa com uma das mãos. Do jeito que estou não posso nem distinguir direita de esquerda.

–Percy... oh meu Zeus... – empurra o cabelo de Luce de seu rosto, a face de minha pequena á meia-luz está excessivamente branca. Cada segundo que passa vejo a vida de Luce escorregar entre meus dedos.

– O que eu faço, Annie? Ela está indo... não quero que vá. Me ajude. – choro para Annabeth, seu rosto caí. De repente seu olhar se perde e sei que ela está pensando em algo.

Mais rápido! Ande com isso, por favor! – meu subconsciente clama.

Água... Percy! Água! Filhos de Poseidon ficam mais fortes e podem se curar na água, não?

Claro! – me acalmo de meu choro, um fio de esperança aparece em mim.

Merda Perseu, você é extremamente inútil e imbecil! Por que essa sua cabeça cheia de minhocas não pensou nisso antes?!

Água... é nessa mesma floresta que fazemos a caça às bandeiras. Se não me engano, e que os deuses me ajudem para não, deve haver um pequeno riacho correndo por aqui.

– Annie, o riacho que utilizamos na caça às bandeiras. Preciso levá-la para lá. Sei que está mais longe que a água que corre no auditório, mas acho que Mariana acabou com tudo.

Annabeth balança a cabeça afirmativamente. Ela entende que eu não quero arriscar ir longe e não ter o que preciso, creio que ela também não se arriscaria. Seu olhar se acende.

–Leve-a e torça para que dê certo. Irei buscar Quíron e um pouco de néctar ou ambrosia. – deposita um beijo casto em meus lábios e alisa o rosto de Luce com as costas de sua mão direita. – Fique bem, minha criança.

Com isso e Annabeth já está correndo em direção a saída do bosque.

Giro em meus calcanhares, para retomar o caminho. Preciso chegar o mais depressa possível ao riacho.

Recomeço a por meus pés em funcionamento e breve estou correndo novamente. Minha esperança agora com uma nova faísca para ser reacendida.

Você acordará, Luce. Eu vou te fazer acordar.

POV- Annabeth

Após um tempo que Percy entrou na floresta não resisti e fui atrás. Esperava encontrar tudo, menos Luce desfalecendo nos braços de seu irmão. A pequena tinha um corte no pescoço ao que percebi. Espero que seja só isso mesmo, por que ela estava coberta com o casaco de Percy então não poderia ver muito mais. Percy estava com o peito totalmente descoberto por sua camisa estar precariamente estancando o sangue no pescoço de Luce. Penso que ele estaria sexy se não fosse por seu tórax ter respingos do sangue de sua irmã.

Saio da floresta e me deparo com alguns dos semideuses que vieram ver o ocorrido com as fúrias.

Leo ainda está próximo de Alecto, conversando com ela. Me pergunto o que seria. Me pergunto também porque raios ele ainda não a matou.

Posso ver Piper, que está com os cabelos soltos e bagunçados. Jason está ao lado dela com uma mão protetoramente em seu ombro.

Ganho alguns olhares questionadores. Bom, não estou com a menor paciência para isso.

–Annabeth, onde está Percy? – Leo me pergunta franzindo a testa – achei que você tivesse entrado apenas para procura-lo.

– E o achei. Onde está Quíron? Preciso dele com urgência. – tarde demais percebo que soei um pouco assustada. Merda Chase, você é uma das mais velhas e sérias, deveria passar confiança e calma!

Novamente ganho olhares de o-quê-você-tem, isso-não-deve-ser-bom e o-que-raios-aconteceu.

–Annabeth o que aconteceu? Você está pálida. – Sim, idiota. Deve ser porque minhas pernas estão como gelatina; ou por que eu vi meu namorado segurar a irmã dele, que por acaso é um fofura, parcialmente morta e jorrando sangue.

– Preciso de Quíron. – minha voz oscila um pouco - Todos para seus chalés, exceto Piper Jason e Leo. A propósito Leo, mate Alecto logo porque a culpa do que aconteceu é toda dela. – bem, ser campista mais velha e respeitada tem seu lado bom.

Os olhares para mim dessa vez são de desagrado. Mesmo assim todos me obedecem.

Posso ver que Quíron está começando a vir em nossa direção enquanto os semideuses retornam para seus chalés.

–Leo, você pode puxar um pouco de néctar ou talvez ambrosia?

–Sim. – retira de seu cinto de utilidades um pequeno frasco com néctar. – porque Annie?

–Vamos precisar. – Quíron chega até nós, sua testa formando um pequeno V ao avaliar o néctar.

–O que houve? Alguém está ferido? Onde estão Percy e Luce? – ok, será agora...

–Quíron, as fúrias nos atacaram...

– Todas as três? – Me corta. Fico tentada a revirar os olhos.

–Sim as três...

– Como passaram as barreiras? – Saco! Dessa vez reviro os olhos. Pare de me cortar no meio da explicação merda!

Quíron me deixe falar, por favor! As três queriam Luce! Megera a levou para a floresta e Percy foi atrás, mas chegou tarde demais. Entrei na floresta para procura-lo e me deparei com ele descontrolado e em pranto. Luce estava em seu colo, com um belo rasgo no pescoço. Ela. Estava. Morrendo! – Caramba, estou gritando.

Ao menos ganhei a atenção deles. Quatro olhares esbugalhados e expressões descrentes e assustadas me observam.

– Ele ficou de levar Luce para o riacho em que fazemos a captura da bandeira. Preciso de você e de néctar. Agora!

Antes que perceba Quíron já está trotando para a floresta seguido de Jason, Piper e leo.

Não me escutam e não me esperam também!

POV – Percy

O pio de uma solitária coruja, farfalhar de folhas, grilos... posso listar muitos sons dessa floresta agora, mas o que me está chamando mais atenção mesmo sendo baixo e um pouco afogado é a respiração de Luce. Ao menos respira, afogada e com dificuldade, baixo demais até. Mas respira.

Sua respiração me é um alivio, mas a cada vez temo que seja a última.

Estou cansado e já tropecei umas quatro vezes.

Sento-me um pouco para descansar.

Por favor papai, se estiver me escutando não deixe as parcas cortarem o fio de Luce. Não deixe que ela se vá.

Estou arfando e cansado, mas não posso parar. Preciso salvá-la.

A culpa disso é minha, eu devia tê-la protegido.

–Percy? – me viro e Juníper está me fitando.

–Olá.

–Olá. – ela tem um fio de desconfiança. – uma criança?

–Sim, minha irmã.

–Oh, está ferida. Pobrezinha. Vejo bem. Percy?

–Sim.

– Três noites, contando dessa, e três dias. – Juníper acaricia a testa de Luce, e após um pequeno e tímido sorriso ela some.

O que foi isso?!

De repente, como se por mágica, minhas forças para continuar estão renovadas e posso ouvir o som da água correndo e batendo em pequenas rochas.

Novamente estou em movimento e em pouco tempo vejo o riacho.

Rapidamente coloco Luce na água.

Acorde minha pequena, acorde...

Tiro minha camisa de seu pescoço. A ferida ainda está aberta.

Olho para seu peito, o corte já se foi e agora está com uma pequena cicatriz apenas.

O rasgo em seu pescoço começa a se fechar. Finalmente!

Posso ouvir vozes e correria, também um poderoso trote. Oro para que breve Quíron esteja aqui.

O corte do peito de Luce já desapareceu e o rasgo em seu pescoço está formando uma pequena cicatriz.

Ouço o esguicho da água e quando olho para cima Annabeth, Quíron, Jason, Leo e Piper estão a meu lado. Essa cena dos cinco a meu lado amparando e cuidando de Luce me dá seria vontade de chorar.

Quíron está colocando um pouco de néctar na boca de Luce e murmurando algo. Piper está usando charme pedindo para que ela acorde. Annabeth segura forte minha mão e está sentada dentro da água a minha esquerda com Luce no seu colo. Leo está tirando pequenas roupas femininas quentes e secas de seu cinto de utensílios. Jason está concentrado no céu espantando as poucas nuvens para que a Lua cheia nos ilumine melhor.

Sei que eles são minha família, mas agora posso ver que se tornaram de Luce também.

Luce solta um pequeno arfar enquanto suas bochechas ganham um pouco mais de cor. Suspiro com o alivio.

Seu pescoço tem uma pequena cicatriz que sei que a água não arrumará. Não ligo, só ligo para que acorde.

Mas Luce não acorda. Após o que acho serem uns quinze minutos, Quíron diz que devemos voltar e levar Luce para a enfermaria.

Ela ainda não acordou. Porque não acorda? Piper está usando charme fortemente, mas mesmo assim... Por que não acorda?!


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Notas finais do capítulo

Até minhas amigas me ameaçam de morte... calma ae gatas, a putaria aqui tá só começando!