Recapitulando

Sem ao menos pensar nos atos, Freddie puxa a loura para um abraço apertado. Ele envolve o corpo gélido de Sam no seu que queimava em brasas. No inicio o corpo de Sam estava tenso, mas o moreno não a soltou, pelo contrario, a apertou ainda mais contra seu corpo, até que Sam o respondesse.

Freddie desfez o abraço, mas ainda estava próximo a loura, suas testas coladas. Os olhos azuis de Sam brilhavam. Freddie mergulhou naquele oceano azul, que eram os olhos da loura.

Freddie roçou seus lábios nos de Sam. De inicio foi apenas um singelo selinho, que se aprofundou até um beijo. A sincronia de suas bocas era inegável, Freddie sentia o hálito de lasanha e tinha vontade de aprofundar ainda mais, ele pediu espaço para língua e Sam cedeu, a língua do moreno explorava cada canto daquela boca, sentindo os diversos sabores. As línguas dançavam em uma perfeita sincronia, o ar estava escasso, mas nenhum dos dois se importava com esse “detalhe”. O beijo se intensificava cada vez, mas, seriam acusados de atentado ao pudor se não parassem, mas eles não pararam!

Freddie colou o corpo de Sam ainda mais ao seu, a puxando cada vez mais pela cintura. Sam bagunçava os cabelos do moreno empurrando sua nuca para ainda mais próximo.

Mas o ar se fez extremamente necessário. Os dois se soltaram, ainda se encarando.

De inicio, Sam não sabia o que dizer, mas assim que recuperou a consciência fuzilou Freddie com o olhar.

– Sam... Eu posso explicar

Ponto de Vista da SAM:

– Nerd... Eu vou te quebrar ao meio – falei serrando os punhos – isso que você fez foi toque improprio – disse berrando.

– Toque improprio? – ele diz cheio de sarcasmo – então por que você correspondeu? – não respondo – Hein Sam? Por quê? – falou subindo o tom de voz.

Essa pergunta me pegou de jeito. Afinal... Por que eu correspondi ao beijo do babaca nerd?

“Talvez porque você desejava isso” – fala uma voz na minha mente.

É oficial; eu estou perdendo a cabeça. Estou surtando de vez.

Eu? Desejando um beijo de Freddie Benson? Nem morta!

– Porque você queria isso tanto quanto eu – diz o Nerd com um sorriso bobo nos lábios.

“Lábios tão doces” – essa vozinha na minha mente tá dando vontade de me enforcar!

– Só nos seus sonhos, Nerd – dou de ombros – vamos esquecer isso. Se contar a alguém sobre o beijo, já sabe o que acontece, eu vou quebrar seu braço.

– Como eu disse no nosso primeiro beijo? – fala rindo

– Tchau Freddie. Se manca e vê se me esquece. Já tenho muitos problemas e não preciso de mais um – falo pegando a bolsa espalhafatosa que Carly tinha me emprestado.

Droga!

Mais essa para completar meu dia. Tinha esquecido a minha “briga” com a Carlynha

Caminhei até a porta do restaurante (Carly já tinha pagado a conta), mas fui retida por Freddie, que agarrou meu braço.

– Quando você vai parar com essa mania idiota de agarrar meu braço, mané? – digo bufando.

– Nunca – fala travesso – Sam, quando vamos parar de correr um do outro e começar a nos entender?

– Eu não estou correndo de ninguém. Não sou frouxa como você

– Para de agir feito criança e deixa-me falar – Freddie diz irritado – Juro que se você me ouvir eu nunca mais te incomodo e esqueço o beijo.

– Fala de uma vez

– Mas não pode aqui

– Por quê?

– Primeiro porque já é meia noite, o restaurante já está fechando, e segundo porque eu quero um local mais reservado.

Olho para o relógio de parede que marcava 12h01min. Maldita hora

– Pra que? Por acaso quer me agarrar de novo? – falo irônica e ele revira os olhos.

– Para o seu azar não. – Ele se abaixa até a altura da minha orelha e sussurra – Só vou te beijar se você me pedir.

– Então vai morrer esperando.

– Vamos? – fala me estendendo a mão.

– Quanto mais cedo formos mais cedo me livro de você – a contra gosto pego sua mão e ele sorri bobo – anda logo antes que eu desista.

Freddie me leva para uma cafeteria 24horas no fim da rua. O lugar estava praticamente vazio, havia apenas um casal se beijando em uma mesa do lado de fora.

Por conta do frio (e não querer ficar de vela) sentamos em uma mesa dentro da cafeteria. Freddie pediu um cappuccino e eu chocolate quente dobrado, que foi gente? Quem tá pagando a conta é o nerd bobão.

Nossos pedidos não demoram a chegar. A garçonete logo chega com a bandeja com o cappuccino e o chocolate quente com chantili e um morango em cima.

– Obrigada – Freddie fala à garçonete, que sorri em resposta.

– Então Freddie, pra que você me chamou aqui? Fala de uma vez.

Ele suspira auto e me olha com um sorriso de canto

– Para dizer que nunca te esqueci. Sam eu te amo – ele fala e eu quase cuspo o chocolate, mas engulo engasgando.

– Nerd... Fala de novo que eu to com os ouvidos entupidos. To escutando asneiras. – digo tentando acreditar que eu realmente estou ouvindo mal.

– Só me escuta loura

– Ei, só quem me chama de loura é o J... – tento protestar, mas Freddie põe o dedo em meus lábios.

– Cala a boca e me ouve – ele fala baixinho

“Sabe Sam, desde o dia que você foi embora eu não paro de pensar em você. Você não tem ideia de como eu me senti quando eu cheguei ao apartamento da Carly e Spencer disse que você tinha partido. Eu não quis acreditar que aquilo era verdade, pensei que era mais uma das suas pegadinhas bobas e sem noção, mas com o passar dos dias você não aparecia mais. Todo dia Sam, todo santo dia eu ia até a sua casa – uma lagrima escorre pelo seu rosto – perguntava por você a sua mãe, mas ela sempre estava ocupada com um namorado novo – ri fraco – foi aí que eu me desesperei de verdade. Procurei você pelos quatro cantos do mundo, mas eu nunca te achei. Minha mãe falava pra mim te esquecer, que se você foi embora foi porque não queria nada comigo, mas minha mente não trabalhava junto com o coração, um não era compativo com o outro. Eu passava o dia todo trancado dentro do meu quarto, muitas vezes chorava pensando em você... Foi ai que a Dona Marissa me apresentou uma grande fã do iCarly, Hannah, ela estava importunando minha mãe a dias, estava atrás de um autografo meu, era baixinha, usava óculos, tinha algumas espinhas no rosto, e duas tranças louras, uma de cada lado da cabeça, mas algo nela me chamava atenção, algo além da sua aparência, sua personalidade era tão doce e determinada. Aos poucos eu e Hannah começamos a ser amigos e nos dois crescemos juntos, mas eu ainda pensava em você Sam, e estava decidido a te tirar da cabeça. Pedi Hannah em namoro. Com o passar dos anos ela ficou muito bonita, pintou os fios de preto e se tornou uma formosa mulher. Tudo estava tão cor de cosa até ela ser convidada para ser modelo. Hannah se tornou uma pessoa arrogante e antipática, terminamos varias vezes e eu voltava a pensar em você. “Estava namorando?” “Era feliz?” “Pensava em mim?”. Perguntas sem resposta era tudo o que eu tinha. Mais anos se passaram e eu e Hannah fomos morar juntos, noivamos... ela passou a ser mais bem humorada o que deixou nossa relação um pouco mais sustentável. Algum tempo depois, não sei como, Carly passou a ser nossa vizinha e deixou meu dia mais alegre, ela e Hannah passaram a ser amigas e a convivência das duas fez bem para ambas, principalmente a Hannah que começou a ser mais gentil e mudou da agua para o vinho, se tornando quem é atualmente. Pedi ela em casamento, mas por conta do trabalho ainda nem começamos a organizar os preparativos”

Ele para e respira fundo. Ah lagrimas em seus olhos, e as minhas teimam em cair.

“Em um dia chuvoso e do nada você reaparece na minha vida. Não consigo parar de pensar em você desde então. Eu te amo Samantha Puckett, mais que mim mesmo, e esse amor se manteve vivo e aceso por mais de doze anos, e nada nem ninguém o abalou. Hannah foi apenas uma tentativa frustrada de te esquecer. Então eu te peço Sam, por favor, volta para mim”.

Estou completamente paralisada. É muita informação de uma vez só. Então Freddie me ama? Ele sempre me amou? As respostas estavam em minha frente, mas eu não consigo acreditar que seja verdade.

Mas... E eu? Eu o amo? O amo verdadeiramente?

– Freddie... Eu sou casada.

– Eu sei – fala com um sorriso inabalável – mas você não o ama – ele coloca a sua mão sobre a minha e eu rapidamente a puxo.

– Ficou maluco? De onde tirou isso? Só porque você diz me amar eu não sou obrigada a te amar – digo seca

Aquilo deve ter doido até a alma dele, seu “sorriso inabalável” dar lugar a uma expressão de dor, como se alguém o envenenasse aos poucos.

– Se o amasse de verdade não teria correspondido ao beijo – seu sorriso retorna.

– Você diz me amar mais que a se mesmo, mas vive beijando a Hannah por aí! Eu amo o meu marido – dei ênfase na palavra marido – mas assim como você corresponde os beijos da tagarela sem ama-la, eu correspondi ao seu mesmo sem te amar.

– Você está mentindo. Tem algo errado com você Sam, eu te conheço o suficiente para saber que não está falando a verdade. Uma mentirosa nata. Engana a muitos, mas não a mim.

Realmente conhece, mas eu negaria isso para o resto da vida.

– Acredite no que quiser. Era só isso? – não dou tempo para que responda – Então já estou de saída – me levanto – Mas saiba que eu mudei muito, Freddie. Passar bem – falo já caminhando até a porta.

– Sam – ouço a voz de Freddie e apresso os passos – me espera Sam.

– O que você quer? Já não falou tudo o que tinha para me dizer? Então se manca – viro para trás para poder encara-lo.

– Só te peço uma chance

– Nem meia. Freddie eu não te amo – falo o encarando. Eu estava sendo sincera. Eu não amava o Freddie.

Talvez (com certeza) sentisse atração por ele. Mas de fato eu não o amo. Não quero iludir o nerd.

– Sério que eu vou passar por isso de novo? Amar alguém e não ser correspondido?! Por favor, Sam, apenas uma chance.

– Benson, você diz saber quando eu estou mentindo, então sabe que eu to falando a mais pura e límpida verdade, eu não te amo. Além disso, tenho uma filha e um casamento feliz – mordo a língua no final.

– Tudo bem. Não está mentindo Sam, mas sei que sente algo por mim, e vou te conquistar... – o interrompo

– Veremos então. Boa sorte, você vai precisar – viro para direção da porta.

– Eu ainda não terminei. Algo dentro de mim me diz que seu casamento não é tão feliz, porque estaria aqui sem ele? Ao contrário de você, se eu tivesse uma esposa eu não a trairia, nem que fosse somente um beijo. Porque só me casaria com alguém que eu amo de verdade. Eu beijei você, mas não amo Hannah. Você pode não me amar, Sam, mas também não ama seu marido.

Bufo e saiu da cafeteria, “Le Petique”, esse era o nome, quando entrei aqui estava tão afobada que nem percebi.

Era inútil argumentar com a verdade. Nem casada eu sou. Casamento fracassado já estava bom demais para o nerd pensar.

E aquela declaração? Freddie tinha passado esses anos todos pensando em mim, ou estava mentindo?

“Sua idiota, para que ele iria mentir sobre isso” – vozinha eu vou dar um tiro na minha cabeça só para não ter que escutar.

Mas a voz tinha razão, Freddie não teria motivo algum para mentir para mim.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebi quando um carro veio em minha direção e...

Minha visão foi ficando desfocada e tudo aos poucos foi escurecendo.

“Precisamos dela viva, o chefe quer ela viva”.

“Quando a seguimos ela estava com um cara moreno, temos que pega-lo”

“Freddie, seu idiota, o nome é Freddie”.

“Que seja, vamos atrás dele então”.

“Antes disso, coloca a Sam no carro junto com os outros dois”.

“Eu coloco, e você vai atrás do moreninho, Freddie, seja lá como é o nome do paspalho”.

– Freddie – murmuro antes de ver tudo escuro

(...)

Bejinhos da Annie para vocês

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