Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 7
A Criatura Abaixo


Notas iniciais do capítulo

Eu queria muito estar assistindo Doctor Who na Tv Cultura, mas tenho aula à noite e muitos, muitos trabalhos.. :'( Ainda bem q sou multi-tarefas hehehe
Última parte de The Beast Below.. tem uma briga entre Doutor e Rose, mas não temas! Bom, falei demais.
Aproveitem ;)



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Os três caíram do piso em um túnel escuro sem saber onde iriam parar. Eles estavam indo para baixo.

Deslizando pelo túnel, eles caíram em fileira em algo lamacento e de cheiro desagradável. Primeiro o Doutor seguido de Rose e Amy.

Aah, canhão de ar comprimido. Péssimo jeito de viajar. Disse o Doutor se levantando e já utilizando a chave de fenda sônica.

Gah, que nojo! Onde nós estamos? Perguntou Rose, ajudando Amy a se levantar.

No coração da nave e eu diria que é... O Doutor inspirou o ar. Lancashire. Isso é uma caverna? O que acha, Rose?

Parece mais um lixão.

Concordo com a Rose. Um lixão só de restos de comida. Disse Amy enojada.

E o chão é mole. É como borracha e... Rose foi interrompida por um barulho estranho, muito estranho. Quase como se fosse um...

Não é um chão! É uma... O Doutor hesitou. Vocês duas... hãn, não se desesperem, fiquem calmas, ok? A próxima palavra é meio assustadora.

Apenas diga, Doutor.

Éumalíngua.

Desculpe, eu não entendi direito. Você entendeu, Amy?

Não. Ele falou muito rápido.

Repita, Doutor. Só que devagar. Solicitou Rose.

O Doutor suspirou. É. Uma. Língua.

Uma língua? As duas perguntaram em uníssono.

Uma grande língua!

UMA LÍNGUA? Rose olhou nos olhos dele quase que ameaçadoramente. Desculpe, mas por que é tão excitante?

Imagine só estar em uma boca!

Rose inspirou fundo. Eu não preciso imaginar estar em uma boca, pois nós JÁ ESTAMOS EM UMA BOCA!

Mas pense pelo lado bom... É aconchegante.

Amy decidiu ir direto ao assunto. Como nós sairemos daqui?

Bem, está sendo alimentada por tubos cirurgicamente implantados, então a entrada normal está... fechada para negócios. Ele respondeu analisando o local. Na frente deles dava para ver enormes dentes da criatura.

Mas podemos tentar. Amy andou um pouco.

Não, pare! Não se mova! Tarde demais! Começou o reflexo de engolir. O Doutor disse quando o chão/língua começou a tremer. Eu posso reverter o processo.

Como assim? Perguntou Rose, mas o Doutor estava ocupado usando a chave de fenda sônica para... Oh, entendi.

Certo, então. Isso não vai ser nada bom para a dignidade! Ele segurou a mão delas, uma de cada lado. Gerônimoooo!

Uma onda de vômito os jogou para fora da enorme boca.

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Rose, acorde.

Rose recuperou a consciência e tossiu devido ao mau cheiro. Ela não sabe por quanto tempo permaneceu inconsciente.

Só alguns minutos inconsciente e ninguém está ferido. Amy já está se levantando. Disse o Doutor.

Onde estamos? Ela perguntou.

Cano de expurgo, imagino. Ele a ajudou a se levantar. Uma porta, um botão, uma condição: esquecermos tudo o que vimos. Um botão branco com a palavra Esquecer apareceu na única porta de saída. Parece familiar?

Esses bonecos na cabine parecem familiar também. Amy comentou e apontou para o lado oposto à porta.

Legal! Vamos perguntar a eles. O Doutor foi caminhando em direção aos bonecos. Há uma criatura vivendo no coração desta nave. O que ela faz aqui?

Em vez de responderem, os bonecos viraram a cabeça revelando rostos com raiva. Isso não vai funcionar comigo. É assim que acontece? Quando as pessoas escolhem protestar elas vão para na garganta da criatura? Os bonecos viraram a cabeça de novo, dessa vez apareceram rostos furiosos. Parem. Eu não vou embora e não vou esquecer.

Rose agarrou um dos braços do Doutor, meio apreensiva. Você não tem medo deles, mas eles assustam.

Ok, confesso que esse rosto, ele apontou para um dos bonecos, é mais assustador do que o anterior, mas eles são bonecos e estão presos nessas cabines. O que eles farão? Mostrar as línguas?

Isso foi um erro. Um grande erro. Tão breve quanto o Doutor parou de falar, as cabines se abriram e os bonecos ficaram de pé. Mas era o dia de sorte deles e foram salvos pela mulher misteriosa chamada Liz 10, que chegou e atirou nos inimigos com sua arma. Como ela chegou misteriosamente só para salvá-los, o Doutor não tinha do que reclamar.

Olha só quem é! Você parece bem melhor sem a máscara. Disse o Doutor.

A mulher sorriu e estendeu a mão. Você deve ser Amy. Sou Liz, Liz 10.

Olá.

Ugh. Lindo cabelo, Amy. Pena que tem vômito.

Como você nos encontrou? Perguntou o Doutor à Liz.

Coloquei meu dispositivo em você. Ou foi na Rose... não lembro mais. E estive ouvindo. Bela atitude na escapada do vômito. Então, o que descobriu?

Que seja o que for, você escolheu esquecer como todos os outros. Respondeu o Doutor.

Não. Eu nunca esqueci porque eu nunca votei. Não sou súdita britânica.

Como assim? Então, quem é você? Perguntou Rose intrigada.

Bem, é difícil esquecer uma das maiores inteligências alienígenas, de acordo com as histórias. O cabelo de um idio... Ela se interrompeu quando o Doutor levantou um dedo em sinal para ela parar de dizer o que estava dizendo. Minha família inteira crescia ouvindo as histórias.

Sua família?

Liz não pôde explicar mais, pois os bonecos estavam se consertando e logo os atacariam de novo. Foram guiados pela Liz até um local que consideravam seguro e se juntaram à Mandy.

Liz estava contando sobre as histórias do Doutor em encontros com alguns dos reis e rainhas que já existiram. Em algumas dessas histórias Rose estava presente, principalmente com Elizabeth I, mas eles não conheceram Liz 1 ainda...

Espere! Liz 10?!? Indagou o Doutor.

Sim! Isso! Eu sou a droga da Rainha! Basicamente, sou eu que mando.

Oh, meu Deus! Estamos na presença da Rainha! Amy exclamou. Rose também parecia animada.

Mas não temos muito tempo a perder. Tenho que mostrar uma coisa pra vocês.

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Liz 10 continuou guiando-os pelos corredores e quando chegaram ao local indicado, eles logo viram coisas estranhas. Estranhas porque eram enormes garras de... não, não eram parecidas com garras, eram parecidas com cauda de escorpião.

E-eu já vi um desses lá em cima. Havia um buraco no caminho, como se saísse feito uma raiz. Amy revelou a todos.

Exatamente como uma raiz. É tudo uma criatura só. Deve estar crescendo através dos mecanismos da nave. Explicou o Doutor.

Com esta explicação, Liz 10 ficou furiosa, pois alguém estava ajudando esta infestação e a alimentando com pessoas. Ela saiu falando algumas maldições para quem quer que fosse o responsável.

O Doutor ficou para trás, ainda assistindo essas partes da criatura. Rose o conhecia bem para saber que ele precisava de algum consolo. Ela se aproximou dele e o tocou no braço para chamar atenção, apenas para ouvi-lo dizer, Queria nunca ter vindo aqui.

Amy os observou e logo se lembrou do vídeo gravado por ela na sala de votação. Ela gravou um vídeo como mensagem para ela mesma, mas ela se esqueceu de ter feito isso quando apertou o botão Esquecer. Contudo, ela se lembra da mensagem que assistiu. Não deixe que ele investigue. Detenha-o! Custe o que custar. Só, por favor, tire o Doutor desta nave!

Amy ficou na dúvida do que fazer.

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Os três continuaram seguindo Liz 10 até os níveis mais baixos da nave. Chegaram ao lugar onde a Rainha descansa com pensamentos de que seu próprio Governo está tramando algo. Eles ficaram lá por apenas alguns minutos, observando vários copos com água dispostos no chão e aprendendo um pouco mais sobre a Rainha quando uns homens de manto preto chegaram, revelando eles mesmos serem metade boneco, metade humano. Sendo autoridade soberana ou não, até Liz 10 foi forçada a segui-los para a Torre, onde eles podem chamar de calabouço. Entretanto, era lá onde é mantido o maior segredo da Nave Estelar UK.

Um fiel súdito da Rainha, chamado Hawthorne, os cumprimentou na chegada.

Você tem algumas explicações para dar, Hawthorne. Exigiu a Rainha, mas o Doutor tinha outra observação a fazer.

Há crianças aqui. O que é tudo isso?

Manifestantes e cidadãos de pouco valor são alimentos da criatura, ao qual a chamamos de Besta. Mas, por alguma razão, ela não devora crianças. Vocês são os primeiros adultos a serem poupados. Têm sorte.

Mas, se lembro bem, estamos na câmara de tortura da Torre de Londres. Isso é sorte, Hawthorne? Disse Rose.

Porém, aqui não parece uma câmara de tortura. Exceto por aquilo ali. Dependendo do seu ângulo. O Doutor disse apontando para um aparelho acoplado com duas armas que emitiam descargas elétricas muito potentes. Todos ficaram curiosos em saber o que é aquilo para qual as armas estão apontando. Como eu disse: depende do ângulo. Ou é o cérebro da criatura que foi tortura por séculos...

Ou...?!? A Rainha quis que ele continuasse.

Ou é o pedal. O acelerador. Botão de velocidade da Nave Estelar UK.

Eu não entendo.

Ah, não? Tente. O Doutor encheu os pulmões para explicar tudo o que sabia. Uma nave que nunca poderia voar, sem vibração no deque. Esta criatura, esta pobre, presa e apavorada criatura... ela não está infestando vocês, não está invadindo. Ela é o que vocês têm no lugar de um motor! E esse lugar aqui é onde vocês a torturam, só para mantê-la em movimento! Era visível a fúria do Doutor.

Agora fazia sentido. A nave em movimento, mas sem motores; o Governo coagindo as pessoas a esquecer da verdade e conspiradores da Rainha para manter tudo isso em segredo.

Rose observou o calabouço e viu um computador muitíssimo parecido com os da Sala de Votação. Ela foi até o computador e notou que a única diferença é que um dos botões tinha escrito Abdicar.

Doutor! Venha aqui! Ela chamou por ele. Atrás dele veio Liz 10 e Amy. Hawthorne já sabia do que se tratava.

Parece a sala de votação, mas exclusivamente para você, Majestade. Disse o Doutor.

Hawthorne mostrou o vídeo com uma gravação. Nesse vídeo, os segredos foram revelados. A Rainha tinha quase 300 anos e Nave Estelar UK foi construída em cima da criatura, a Baleia Estelar, a última da espécie. É de partir o coração.

Oh, meu Deus! Eu votei pra isso? Disse Amy muito triste. Por que eu faria isso?

Porque você sabia que se ficássemos aqui, estaríamos diante de uma escolha impossível. A humanidade ou um alienígena. Você tomou a decisão de me poupar disso. E isso foi errado. Você nunca deve decidir o que eu preciso saber ou não. O Doutor acusou.

Espere, Doutor! Ela nem se lembra de ter feito isso! Rose defendeu Amy.

Mas ela fez e errou.

Ela pode ter se arrependido depois...

Eu não ligo!

Pois deveria! Ela não fez por mal.

Não vou perder meu tempo ligando para o que ela sente! Ela vai pra casa quando acabarmos aqui.

Ela é jovem e essa é sua primeira viagem. Você realmente a culpa por não querer pôr um fardo nas suas costas.

Ela... ela... Isso não é...

Ah, é sim! Agora, ao invés de culpá-la, você poderia pensar em algo para parar a agonia dessa pobre criatura?

O Doutor pensou profundamente e suspirou alto. Há uma opção. Mas estou avisando que daqui pra frente eu vou mudar meu nome e não serei mais o Doutor.

Amy estava agradecida por Rose tê-la defendido, mas se sentiu mal por causar uma briga entre o casal. Seus olhos vagaram para onde Mandy e um grupo de crianças (que chegaram recentemente) estavam brincando com o tentáculo exposto. Amy começou a pensar.

Uma velha criatura... Última da espécie... Só porque tem uma garotinha chorando?... Ela não devora crianças... A última das Baleias Estelares...

É isso! Amy percebeu o que realmente estava acontecendo e sem esperar por mais nada, ela agarrou a mão de Liz 10 e a fez pressionar o botão Abdicar.

Amy!! O Doutor e Rose gritaram. Todo mundo ficou tenso quando a nave tremeu e quase jogou todos no chão. A velocidade aumentou.

Eu não entendo! Disse Liz 10.

A Baleia Estelar não foi um milagre que surgiu. Ela se voluntariou. Não precisavam prendê-la ou torturá-la. Foi por causa de vocês. Ela veio porque não suportou ver suas crianças chorando. Amy explicou ansiosamente e então olhou para o Doutor. E se você fosse muito velho, bondoso e o último de sua espécie? O que você faria? Você não ficaria parado enquanto há crianças chorando.

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Enquanto a Rainha dava ordens ao seu pessoal para consertar os erros e fazer pronunciamentos públicos sobre o que aconteceu, o Doutor ficou observando o espaço no deque de observação com sua mente vagando por aí, sem realmente se concentrar em algo.

Amy e Rose estavam em uma sala ao lado. Rose sabia que seria bom dar um tempo ao Doutor depois do que aconteceu.

Eu fiz bem? Amy perguntou.

Sim, fez muito bem. Respondeu Rose.

Obrigada por me defender naquela hora, mas não queria que vocês dois tivessem brigado.

Não se sinta culpada por isso. Alguém tem que lembrá-lo de que ele não pode controlar tudo.

Será que posso ir falar com ele agora?

Pode sim. Rose deu um sorriso encorajador para Amy.

Amy foi ao encontro do Doutor, que ainda estava encarando as enormes janelas do deque.

Quando Amy chegou ao seu lado, o Doutor deu um sorriso triste. Amy, você poderia ter matado todos nessa nave.

Você poderia ter matado a Baleia Estelar.

E você a salvou. Eu sei, eu sei.

Desculpe se eu te comparei com uma baleia.

Você utilizou o pouco de conhecimento que tem sobre mim para salvar a Baleia Estelar. O Doutor a abraçou como forma de demonstrar que sente muito. Ele nunca foi bom com assuntos emocionais.

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O Doutor estava com pressa de voltar à TARDIS. Eles não se despediram ou ficaram para o jantar.

Não importa. Amanhã é o grande dia! O Doutor disse.

Amy congelou e ficou alguns passos para trás. O Doutor não percebeu, apenas foi até a TARDIS com a chave na mão.

Temos uma máquina do tempo, podemos pular o amanhã. Disse Rose sorrindo. O Doutor retribuiu o sorriso e se virou para abrir a TARDIS. Amy, o que foi?

Lembra quando eu pedi para me levar de volta no outro dia de manhã? Amy perguntou e Rose acenou. Você já fugiu de algo porque estava assustada ou não estava pronta?

Sim, uma vez.

O que aconteceu?

O Doutor me pediu para viajar com ele e eu neguei. Neguei porque estava assustada e não estava pronta para outra aventura como a que tivemos.

Oh, e depois?

Ele retornou em 5 segundos e eu aceitei dessa vez.

Wow, mudou de ideia em 5 segundos? Disse Amy impressionada.

Não. Eu larguei tudo para encarar uma vida totalmente diferente em 5 segundos e deixei o medo.

Amy pareceu satisfeita e as duas entraram na TARDIS onde o Doutor já estava aguardando. Surpreendentemente, ele estava falando ao telefone.

Eu não sabia que esse telefone funcionava. Disse Amy.

Deve ser alguém com uma capacidade intelectual muito grande para conseguir ligar para a TARDIS.

Ou alguém que tem o número. Disse o Doutor pondo o telefone de volta no gancho.

Quem era?

Oh, você vai saber. Ele acionou uma alavanca e pôs as coordenadas para o Vórtex. Mas só amanhã. Acho que todos nós precisamos de um descanso.

Essa foi a deixa para cada um ir para seu quarto. Bem, o Doutor e Rose compartilhavam o mesmo quarto e ela duvidou honestamente que ele estivesse mesmo cansado. Ela estava certa e ele queria fazer as pazes.


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Notas finais do capítulo

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