Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 3
O Prisioneiro Zero


Notas iniciais do capítulo

1º: Feliz dia da pizza!
2º: Adorei os comentários do capítulo anterior. É sempre gratificante!
3º: O episódio The Eleventh Hour é um dos melhores, mas sempre fico triste quando lembro que Amelia ficou esperando pelo Doutor por 12 anos :'(
Este capítulo é quando o Doutor e Rose retornam. Yey!



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Woooorp woooorp woooorp woooorp...

A TARDIS pousou no mesmo lugar que estava antes apenas alguns minutos atrás. Os dois saem da nave seguidos por muita fumaça. O casal olha em volta tossindo muito. Aquele era definitivamente o mesmo lugar, mas já era de manhã?

“Talvez eu tenha ajustado para pousar algumas horas depois...” Disse o Doutor.

“Não me surpreendo mais.” Rose disse e seguiu o caminho do jardim para a casa da garotinha. “Amelia tem que sair da casa agora! Você disse que o Prisioneiro Zero está lá dentro.”

Ao chegar na porta, Rose descobre que está trancada. O Doutor se aproxima para usar a chave de fenda sônica. No entanto, a chave de fenda sônica apresenta problemas, mas ele consegue abrir a porta. Eles entram na casa.

“Amelia? Você está aí? Amelia?” Gritou Rose. “Doutor, você lembra qual era a porta?”

“Era essa daqui.” O Doutor usou a chave de fenda sônica. “É definitivamente essa porta. O Prisioneiro Zero está aí dentro. Algum sinal da Amelia?” O Doutor perguntou e esperava a resposta enquanto examinava a porta. “Rose? Eu perguntei se...”

Não houve tempo para terminar a frase. Quando o Doutor se virou, ele foi atingindo na cabeça por algo que não conseguiu identificar e caiu no chão. Teve uma visão da Rose desmaiada antes de tudo ficar preto.

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“...Caucasiana, loira, mais ou menos vinte anos e o homem é caucasiano também, vinte e poucos anos. Prendi os dois por invasão. Mande reforços.” Uma mulher falava num radinho de polícia quando o Doutor começou a recuperar a consciência. Ele piscou várias vezes para focar sua visão. Rose ao seu lado se recuperava também.

“Você está bem?” Ele perguntou.

“Estou... Mas, minha mão está presa com algemas.” Rose respondeu.

“Vocês ficam aí quietos.” Disse a mulher com um uniforme de policial bem apertado.

“Um taco de críquete. Me bateram com um taco de críquete. Pior! Bateram em minha esposa com um taco de críquete!”

“Eu não bati nela!” A mulher protestou.

“Oh, então você usou uma daquelas drogas para fazê-la desmaiar, o que não melhora a situação.”

“E vocês estavam invadindo! A situação não é boa para vocês.” A policial falou firme.

“Nós não invadimos. Conhecemos a garotinha que mora aqui.” Rose explicou a ela.

A policial apenas a encarou.

“Espere! Você é uma policial!” Disse o Doutor. “Onde está Amelia? Você tem que ajudá-la.”

“Amelia Pond?” Perguntou a policial.

“Sim, Amelia. A escocesa, onde ela está? Prometemos voltar em 5 minutos.”

“Está mais para horas...” Bufou Rose.

“Rose, não é hora para lembrar os erros do passado... E-e-e a TARDIS estava em chamas... não consegui me concentrar direito.”

“Quer calar a boca? Os reforços estão chegando.” Avisou a policial.

Agora foi a vez de o Doutor bufar.

“Você viu Amelia?” Rose perguntou preocupada com a garota deixada sozinha.

A policial hesitou, mas respondeu. “Amelia Pond já não vive aqui faz bastante tempo.”

Ambos, o Doutor e Rose, não acreditaram no que acabaram de ouvir. “Há quanto tempo?” Perguntaram juntos.

“Seis meses.”

“Não, não, não! Não posso estar seis meses atrasado!” O Doutor gritou indignado.

Rose o fitou. “Para o seu bem, eu não vou comentar isso.”

Ele a olhou de volta. “Obrigado.”

A policial se afastou para falar no rádio de novo.

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Minutos se passaram e o casal ainda estava esperando os reforços chegarem. Mas eles não queriam desistir logo.

“Precisamos falar com quem mora nesta casaagora.” Declarou o Doutor.

“Eu vivo aqui.”

“Mas você é policial.”

“Sim, é onde eu vivo! Tem algum problema com isso?”

A policial estava visivelmente perdendo a paciência. Então o Doutor decidiu ir direto ao assunto. “Quantos cômodos tem nesse andar da casa?”

A policial não entendeu a perguntou. Achou que fosse uma piada até ver a seriedade nos rostos dos dois. “Cinco cômodos.” Ela respondeu hesitantemente apontando para cada um deles.

“São seis.”

“Seis?”

“É só olhar. Olhe atrás de você, no canto do seu olho. Olhe para onde não quer olhar.”

A policial obedeceu e devagar ela virou a cabeça até ficar de costas pro Doutor. Surpreendentemente, ela notou uma porta de um cômodo que não estava ali antes. Ou será que estava?

“Tem um filtro de percepção naquela porta.” Deduziu Rose.

“Isso, Rose, você o sentiu da última vez que estivemos aqui, mas é algo novo para você. Só que eu deveria ter percebido se não estivesse nas primeiras horas do ciclo de regeneração.” Ele explicou. “Oie, não vá para essa porta! Volte! Você precisa nos soltar!” Ele gritou para a policial.

“Não tenho a chave. Eu perdi.” Disse a policial distraidamente enquanto caminhava em direção a porta.

“Como assim perdeu?!?”

“Esqueça as chaves, você tem a chave de fenda sônica!” Disse Rose para o Doutor.

“Isso! Deve estar no meu bolso.” Ele enfiou a mão no bolso direito e depois no esquerdo e não a encontrou. “Eu a perdi.”

“Tudo bem, agora vou entrar em pânico porque estamos presos por algemas que não têm chave e aquela policial passou por aquela porta que tem sabe-se-lá-o-quê dentro.”

“Rose, calma! Talvez aconteça nada de errado.” Ele puxou a mão esquerda, mas as algemas o impediam de fazer outro movimento. “SAIA DAÍ! SAIA AGORA!”

Não houve resposta. Porém, pouco tempo depois, eles ouviram um grito e a policial saiu do quarto fechando a porta atrás de si. “Encontrei essa varinha em cima da mesa.” Disse ela indo ao encontro do Doutor.

“Não é uma varinha, é minha chave de fenda sônica. Me dê isso.” Pegando a chave de fenda, ele rapidamente trancou a porta e tentou abrir as algemas. “Oh, não. O que aquele alienígena malvado fez com você?”

Rose rolou os olhos. Olhando para frente ela percebeu algo. “Doutor, está acontecendo algo. Tem uma luz por baixo da porta.”

“Não se preocupe, reforços estão chegando. Você pode ir policial.”

“Não há reforços!” Disse a policial desesperada.

“Você pediu reforços pelo rádio!”

“É um rádio falso!”

“Posso entrar em pânico agora?” Perguntou Rose.

“Não! Ninguém vai entrar em pânico! Espere, se você é policial por que tem um rádio falso?”

“Não sou policial! Eu trabalho com beijogramas.” Nesse momento, ela tirou o chapéu que estava usando e seu cabelo ruivo caiu sobre os ombros.

“O que isso significa?” Perguntou o Doutor confuso.

“Significa que ela se fantasia, vai às festas e distribui beijos.” Explicou Rose.

O Doutor não teve muito tempo para refletir, pois sabe-se-lá-o-quê derrubou a porta e se mostrou para eles. Só que não era uma criatura qualquer, era um homem com um cãoao lado.

“Vejam, é uma só criatura disfarçada de dois. Que multiforme esperto!”

“Então aquela luz era ele se transformando...” Entendeu Rose.

O homem latiu (isso mesmo, latiu!) e não o cachorro, mostrando confusão com as vozes. Depois o homem abriu a enorme boca mostrando dentes muito, muito afiados. As garotas ficaram apreensivas.

O Doutor tinha que tomar controle da situação. “Escute-me, nós estamos a salvo e sabe por quê?” Ele disse à criatura e, logo em seguida, apontou para a ruiva. “Ela pediu reforços.”

“Eu não pedi nenhum reforço!” Ela respondeu.

“Eu sei, mas uma mentira pode salvar vidas.”

“Ok, não tem reforço nenhum! Por isso estamos salvos. Nós não somos ameaça para você! Se tivéssemos reforços, teria que nos matar!” Disse o Doutor por fim.

“Atenção, Prisioneiro Zero! A residência humana está cercada! Atenção, Prisioneiro Zero!”

“Isso é o que eu estou pensando?” Perguntou Rose.

“Sim, são os reforços. Ok, mais uma vez! Nós temos reforços e por isso estamossalvos!...”

“Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

“Ou mais ou menos salvos! Sabe como é, incineração.”

A voz que vinha do lado de fora continuou repetindo o mesmo aviso para o Prisioneiro Zero. Este, por sua vez, até a janela para verificar a área. De quem quer que fosse essa voz devia estar lá fora esperando pelo seu fugitivo.

“Doutor, me dê a chave de fenda sônica.” Pediu Rose. Ele a entregou e ela começou a batê-la no chão. O Doutor deu um olhar estreito para ela. Ele não gostava que fizessem isso com sua chave de fenda sônica. Mas parece que deu certo e Rose conseguiu libertá-los das algemas.

Eles correram, tentando não chamar atenção do fugitivo, e trancaram a porta ao saírem da casa. Ao chegarem até a TARDIS, a ruiva queria uma explicação do que estava acontecendo.

O Doutor inspirou fundo. “Um prisioneiro alienígena está escondido em sua casa disfarçado de homem e cão e outros estão para incinerar a sua casa! Mais perguntas?”

“Sim. Quem são vocês?”

“Rose vai te responder essa! Onde está a chave?” O Doutor pegou a chave da TARDIS para abri-la.

“Tudo bem, lá vai... Eu sou Rose Tyler e este é o Doutor. Nós somos casados e viajamos pelo tempo e espaço e tivemos um problema com o nosso transporte, que é essa caixa azul.” Explicou Rose.

“Foi o que pensei...” A ruiva comentou.

Rose mal processou o que ela disse quando o Doutor pareceu enraivecido. “Não, não! Ainda está em reconstrução! Não vai nos deixar entrar!”

“Você disse que iria levar só alguns minutos!”

“Às vezes demora mais tempo que isso.”

“Ok, hora do plano B!” Disse Rose e ela puxou o Doutor pela mão. “Vamos correr!”

“Espera! Eu conheço aquela casinha de madeira!” Ele a puxou para o lado da casinha e examinou. “Você lembra que a destruímos com a TARDIS, Rose? Parece ter uns 10 anos... Não, 12 anos!”

“Por que ele tem que lamber as coisas?” Resmungou Rose, mas o Doutor tinha razão, eles destruíram essa casinha na primeira aterrissagem.

“Tem 12 anos e você disse 6 meses! Por que disse 6 meses?” Ele perguntou à ruiva.

“Temos que ir! Vamos seguir o plano da Rose e correr!”

“Isso é importante! Por que você disse 6 meses?”

“E por que você disse 5 minutos?” A ruiva gritou.

Então ele percebeu. Rose percebeu. Aquela ruiva é a mesma garotinha que conheceram, só que 12 anos mais velha. E agora ela estava determinada a correr, fugir do perigo que aquele alienígena poderia causar. O casal a seguiu na correria, deixando a casa – e a TARDIS – para trás.

“Você é Amelia?!”

“Sou Amelia e vocês estão atrasados!”

“O que aconteceu?”

“12 anos!”

“Me bateu com um taco!”

“12 anos!”

“Um taco de críquete!”

O Doutor e Amelia foram discutindo durante o caminho, mas Rose estava mais concentrada em outro som que começou a ouvir. “Shhhh, vocês dois!”

“Foram 12 anos e 4 psiquiatras.”

“Shhh, silêncio! Não estão ouvindo?” Rose pediu silêncio e pôde ouvir melhor.

“Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

“Estamos sendo seguidos?” Perguntou Amelia.

“Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

O Doutor procurou a origem do som e descobriu que vinha do carrinho de sorvete ali próximo. Correu até ele. De fato, o som vinha do rádio. Olhando ao redor. Constatou que o som também saía de telefones ou qualquer coisa que tinha alto-falantes.

“Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

“Repito! Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

“Repito! Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”

Estavam por toda parte.

O Doutor correu de novo, mas dessa vez foi em direção a uma das casas próximas, onde ele entrou.

“Acho que ele quer ser preso, está invadindo outra casa!” Disse Rose.

“Hey, é a casa da Sra. Angelo! Não se preocupe, eu a conheço. Vamos lá!”

Elas encontraram a porta aberta (o Doutor a tinha deixado aberta) e entraram na sala de estar. Lá estava o Senhor do Tempo conversando com a senhorinha.

“Eu te conheço, não é?” Perguntou a Sra. Angelo ao Doutor. “Eu o vi em algum lugar.”

“Não é possível. Tenho um rosto novinho em folha.” Ele fez uma careta pra ela.

Rose viu aquele grande olho azul de novo, só que pela TV repetindo a mesma mensagem. “Prisioneiro Zero deve sair da residência humana ou ela será incinerada!”Sua atenção foi desviada para Sra. Angelo quando esta falou. “Amy, você não era enfermeira?”

Hãn? Quem é Amy?

“Sim, eu também sou policial.” Disse Amelia envergonhada. “Erm... Eu tenho dois empregos.”

“Amy?!? Por que ‘Amy’? O que aconteceu com ‘Amelia Pond’?” Perguntou o Doutor.

“Sou chamada de Amy Pond agora.” Disse Amy feliz por ter mudado de assunto.

“Amelia Pond soava muito melhor.” O Doutor continuou insistindo.

“É um nome de contos de fadas.”

“Mas você era uma garotinha 5 minutos atrás.”

“Você é pior do que minha tia!”

“Eu sou o Doutor, sou pior que a tia de todo mundo!”

“Mas sempre apanha das mães...” Disse Rose por fim. O Doutor olhou direto para ela e inclinou a cabeça para um lado. Decidiu se concentrar no rádio que estava segurando. Afinal, ela tinha razão e ele não podia esquecer-se da Jackie Tyler, Francine Jones e Sylvia Noble.

Ligando o rádio, ouviram a voz do alienígena da prisão em diversas línguas, sempre chamando pelo fugitivo.

“Ok, está transmitindo para o mundo inteiro.” Constatou o Doutor.

Então Rose percebeu. “Então isso significa... Oh, meu Deus! Eu estou entendendo. A residência humana não é a casa da Amy... é o planeta Terra!”

“Um planeta desse tamanho com dois polos e com um núcleo derretido. Só vão precisar de uma rajada de fissão de 40%, mas vão ter que carregar antes. Se for uma nave média, então vai levar 20 minutos.” Um rapaz entrou na casa e o Doutor foi ao encontro dele ficando na ponta dos pés – para ficar na mesma altura que o rapaz, já que o Doutor é mais baixo – encarando-o, como se estivesse desafiando, mas preferiu voltar ao seu pensamento anterior. “O que acham? 20 minutos? Isso, nós temos só 20 minutos.”

“Você entende o que ele fala?” Amy sussurrou para Rose.

“Sim, a maior parte. Mas ele quer dizer que temos 20 minutos até incinerarem a Terra.”

Amy engoliu em seco. Alienígenas estão prestes a incinerar o planeta.

“Ei, você não é o Doutor?” O rapaz que Amy chamou de Jeff apontou o Senhor do Tempo, que ficou surpreso. Rose ficou tão surpresa quanto ele.

“Ele é, não é? Ele é o Doutor! O Doutor maltrapilho!” Disse Sra. Angelo alegre. “Igualzinho aos desenhos que Amy fez quando criança. O Doutor maltrapilho e sua esposa dourada. E ela é mais bonita pessoalmente... Tão loira!”

“Desenhos? Somos desenhos?” Disse o Doutor enquanto sentava no sofá. Realmente ele não ligava para os desenhos, pois ele tinha pensar em uma forma de evitar que incinerassem o planeta inteiro entregando o Prisioneiro Zero, mas ainda tinha que encontrar o Prisioneiro Zero e só tinham 20 minutos.

Rose sentou ao seu lado no sofá. “20 minutos para o fim do mundo!”

Continua...


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Notas finais do capítulo

Alguém aí assiste DW na TV Cultura? O que vcs acham da dublagem?

Eu acho a dublagem muito boa, mas sinto falta do sotaque...