Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 25
Passando o Tempo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Vocês estão tristes com a notícia da saída de Capaldi após a 10ª temporada? Eu estou. :(

Espero que esse capítulo anime a todos, pelo menos um pouco.
Aproveitem.



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O Doutor estava tomando banho e cantando bem alto. O que é mais humanamente divertido que isso? Pensamentos em Rose e pensamentos em que eles poderiam fazer mais coisas humanas (talvez Rose sinta falta disso) fizeram com que o Senhor do Tempo não notasse que Craig chamou na porta e tarde demais que percebeu que ele subiu as escadas.

“Craig?” O Doutor chamou, mas não ouve resposta. “Não, não, não. Não lá em cima!” Desengonçadamente, ele saiu do chuveiro, tropeçou e água com espuma parou em seus olhos tampando parte da visão. Ele pegou a primeira coisa que sentiu nas mãos quando se levantou.

Craig já estava descendo as escadas quando viu o Doutor. “O que está acontecendo?” O inquilino perguntou.

“Esta é minha escova de dente?” Perguntou Craig.

“Correto.” O Doutor respondeu quando finalmente viu seu erro. “Pensei que estivesse com problemas.”

Craig riu. “Obrigado.” Ele disse. “E se eu estiver, você pode me salvar com minha escova de dente.” Ele adicionou sarcasticamente. O telefone tocou e Craig foi atender na sala.

O Doutor sentiu a necessidade de investigar mais, mas uma voz de mulher chamou sua atenção.

“Olá.” Ela disse envergonhada.

“Olá. Sou o Doutor.” O Doutor segurou mais firme a toalha. “Você deve ser Sophie.”

“E você deve ser o novo colega de quarto do Craig.” Ela disse.

O Doutor acenou enquanto Craig reapareceu. “Escuta, nós temos uma partida hoje, Liga do Bar. Estamos com um faltando, se quiser entrar...”

“Liga do Bar... Uma competição de bebidas?”

“Não. Futebol. Você joga?”

“Futebol? Sim, sou bom em futebol, eu acho.”

Craig sorriu, pois completou seu time. Ele viu Sophie entrando no flat. “Oi, Sophie.”

O Doutor viu os olhares que os dois compartilhavam. Preciso juntar os dois, ele pensou. Ficou um silêncio engraçado entre os três.

“Melhor eu me vestir.” O Doutor anunciou. Mas antes, ele não pôde evitar de perguntar. “Como destrancou a porta? Aquelas são as suas chaves.” Ele apontou para o chaveiro rosa.

“Eu tenho outras.”

“Você tem dois jogos de chaves da casa de outra pessoa?” Ele perguntou.

“Sim.”

“Eu entendo. Deve gostar daqui também.” Ele disse finalmente se trancando no banheiro.

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O Doutor ouviu batidas na porta enquanto vestia sua camisa do time. Craig naturalmente abriu a porta apenas para encontrar uma jovem loira do outro lado à espera.

“Oi.” Ela disse cordialmente. “Você deve ser o Craig. Eu sou Rose.”

“Sim. Hããã... Eu te conheço?”

Rose pensou em responder ‘não’ quando o Doutor apareceu já vestido em uma camisa azul e um grande número 11 atrás. Ele paralisou, mas Rose imaginou que fosse por causa da surpresa.

“Você a conhece?” Perguntou Craig fazendo o Doutor voltar à realidade.

“Sim, err...” O Doutor sorriu foi para o lado dela. “Essa é Rose. Ela é a minha...”

“Namorada.” Completou Rose rapidamente. “Pelo jeito, vocês estão saindo. Posso ir junto?”

Craig quase ficou sem palavras. “Namorada? Não brinca. Você é namorada dele? Quer dizer, claro que você pode ir! Vamos jogar futebol e você pode torcer pela gente, quem sabe?” Craig pareceu desconfortável. “Eu vou, hãã, pegar a bola lá dentro.”

Craig sumiu no interior da casa.

“Namorada? Como assim namorada?” O Doutor perguntou em voz baixa.

“Desculpe, mas você ia dizer ‘esposa’, porque é o que somos: marido e mulher.”

“Sim.”

“E isso causaria estranheza. Pois, se somos casados por que você está em um flat de solteiro? Por que não moramos juntos?”

“Você está certa! Isso geraria perguntas e preciso passar mais tempo aqui.” Ele aproveitou o tempo a sós e a beijou nos lábios. Como ele sentiu falta de tocá-la assim. Tudo bem que foram só dois ou três dias separados, mas ele já sente falta.

“Quer saber como cheguei aqui?” Rose perguntou depois que terminaram o beijo. Ele acenou que sim. “Eu encontrei este manipulador de Vórtex guardado em um velho baú, mas por algum motivo ele não funciona pra viajar no tempo.”

O Doutor olhou bem para o dito manipulador de Vórtex. “Este é um velho modelo de um protótipo. Surpreendo-me que tenha funcionado.”

“Então vamos voltar para a TARDIS. É só irmos juntos.”

“Não vai dar. Este modelo é individual e mais ultrapassado que o do Capitão Jack.” Ele a viu se decepcionar, pois sua ideia não ia dar certo. “Mesmo assim...” Ele continuou. “Quero ficar por perto e descobrir que segredos o morador de cima esconde.”

“Aqui está!” Craig reapareceu com a bola. “Desculpe a demora. Estava seca e tive que enchê-la. Vamos?”

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Craig, o Doutor, Rose e Sophie caminharam por alguns minutos até chegarem ao campo onde jogarão bola. O Doutor e Craig andavam um pouco mais à frente enquanto as garotas iam atrás.

“Como você se chama, afinal? Qual seu nome correto?” Perguntou Craig.

“Só me chame de Doutor.”

“Não posso simplesmente andar por aí e dizer: ‘Esse é meu novo inquilino, o Doutor.’ É estranho! Como sua namorada te chama?”

“Oh, às vezes ela chama de ‘querido’, ‘amor’, ‘benzinho’...”

“Ok, pode parar! Eu definitivamente não vou te chamar dessas coisas!” Craig disse. “Olha o pessoal, aí.”

“Craig, Sophie!” Disse um dos rapazes a espera deles.

Craig o cumprimentou com aperto de mão.

“Olá! Estou morando com o Craig.” O Doutor o cumprimentou fazendo o movimento de beijar as bochechas na qual o rapaz teve a decência de se afastar. “Eu me chamo Doutor.”

“Certo, Doutor... Eu sou Sean.” Sean olhou para trás do Doutor. “E quem é essa?”

“Essa é minha namorada, Rose.” O Doutor a apresentou e ela acenou.

“Não brinca.” Sean disse rindo, mas viu todos sérios. “Quer dizer, onde você é mais forte, Doutor?”

“Nos braços.” O Doutor respondeu sem cerimônia.

“Não, ele quis saber em qual posição no campo.” Rose explicou. “É futebol, você joga com os pés.”

“Ah, sim. Não tenho certeza. Na frente? Lateral? Atrás?”

Sean ficou confuso. “Você é bom, ou não?”

“Vamos descobrir!” O Doutor pegou a bola e adentrou no campo. Rose já estava começando a duvidar se era uma boa ideia essa partida de futebol.

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Acabou que foi uma boa ideia essa partida de futebol. O Doutor recebeu a bola e desviou de vários oponentes. Deu um ‘olé’ nos outros jogadores e não perdeu a bola nem por um segundo. Até Sophie torcia por ele.

Ele era muito bom em futebol e o melhor: ele estava se divertindo.

O Doutor fez um gol e o dedicou à Rose. Fez outro gol e o dedicou à Sophie, que torcia mais pra ele do que pro Craig (Rose notou, mas lembrou que eles são do  mesmo time). Quando Craig foi escalado para fazer o pênalti, o Doutor correu na frente e fez o gol por ele.

Craig não pôde negar que se incomodou com a pequena plateia gritando o nome do Doutor e quando o oficializaram dentro da equipe.

“Próxima semana, Crown e Anchor. Vamos aniquilá-los.” Anunciou Sean a comemoração pós-jogo.

“Aniquilar?” O Doutor disse. “Sem violência, certo? Enquanto eu estiver aqui.”

“Doutor, ele se referiu ao jogo. Vem cá.” Rose o puxou para um abraço. “Você foi muito bem!”

“Ah, legal! Que horas esse jogo?”

A resposta nunca veio porque nesse momento, Craig abriu uma lata de refrigerante que espumou em sua cara e todos riram. De repente, a mesma cena se repetiu, e de novo, de novo, de novo...

O Doutor saiu do meio da galera puxando Rose consigo.

“Eles estão parecendo um disco arranhado.” Comentou Rose.

“Está acontecendo de novo. Um loop temporal. Vou ligar pra Amy.” Ele ativou o comunicador e pôs em seu ouvido. “Amy? Consegue me ouvir?”

“Sim, Doutor. Está acontecendo de novo.” Ela respondeu.

“Eu sei. O que diz o scanner?”

“Um monte de noves! É bom que sejam noves?”

“Sim, sim, é bom. Mapeador zigzag, Amy.” O Doutor disse e ouviu ela apertar alguns botões e, em seguida, ela gritou. “Amy? Está aí?”

“Eu posso me teletransportar de volta à TARDIS com o manipulador de Vórtex.” Rose sugeriu. “Ou melhor ainda, você se teletransporta.

“Não tenho tenta cert...”

“Olá! Eu estou bem!”

“Amy! Ufa, eu pensei que a TARDIS tinha sido jogada no Vórtex com você dentro, perdida para sempre.”

“Quer dizer que isso pode acontecer?” Se o Doutor queria assustar Amy, ele conseguiu.

“Como estão os números?”

“Vários cincos.”

“Ei, veja!” Chamou Rose. “Voltaram ao normal.”

“A situação está melhorando, mas ainda é perigosa. Preciso fazer algumas reflexões. Tchau, Amy.”

Amy protestou, mas o Doutor desligou mesmo assim.

“Preciso que volte à TARDIS.” O Doutor pediu à Rose. “Com certeza a estabilidade da nave foi danificada e você sabe lidar melhor que Amy. Ela precisa de você.”

“A TARDIS ou Amy?” Rose perguntou e pelo olhar dele, ela soube que ele quer dizer as duas. “Você vai me avisar se precisar de ajuda?”

Ele acenou que sim. “Vou ficar e construir um scanner sem tecnologia, portanto, indetectável.”

“Fique seguro. Eu amo você.” Rose ficou na ponta dos pés para beijá-lo. Este novo Doutor não é tão alto quanto à regeneração anterior, mas ainda é mais alto que ela.

“Eu também amo você.”

Rose também foi se despedir dos novos amigos e virou a esquina fingindo ir para casa, deixando apenas um raio de luz azul.

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Craig bateu na porta do quarto do Doutor.

“Olá, colega de quarto.” Respondeu o Doutor.

“Oi! Ouça, Sophie vem aqui essa noite e eu estava pensando se poderia nos dar espaço? Quem sabe se você for passar a noite na casa de sua namorada e talvez...”

“Não se preocupe! Nem vai notar que estou aqui!”

Eles ouviram um barulho no andar de cima e o Doutor fechou a porta.

“Que sujeito maluco.” Murmurou Craig voltando pra sala.

O Doutor passou meia-hora sozinho montando seu projeto, até que ficou entediado. Ele saiu do quarto e foi até a sala de estar, esperando não ser um incômodo, mas o tédio é grande e ele precisa conversar com alguém.

O Doutor espreitou o sofá.

“OLÁ!!!” O Doutor exclamou tirando Craig e Sophie de um momento profundo. “Não se preocupem, eu não estava ouvindo. Oi, Sophie!”

“Oi, você vai ficar?”

“Não, não dê a ideia a ele.” Craig suplicou.

“Ficar? Que ótima ideia! Assim podemos conversar.” Disse o Doutor, se sentando na poltrona em frente ao sofá onde estavam Craig e Sophie.

Craig se sentiu contrariado e Sophie cortou o silêncio que se seguiu. “Então, como você e Rose se conheceram?”

“Oh, foi há muito tempo atrás.” Respondeu o Doutor relembrando sua nona encarnação. “Nos conhecemos em uma loja de Londres.”

“Que legal! E estão juntos desde então?”

“Na verdade, erámos apenas amigos por um tempo, até ela...” Ele pensou em algo pra dizer por que não podia simplesmente dizer ‘Ela foi transportada para o Universo Paralelo momentos antes de ser lançada no vácuo para sempre e depois retornou como uma heroína’. O Doutor decidiu contar a história curta. “Até ela ser mandada para longe. Alguns anos depois, ela retornou e eu decidi criar coragem e expor meus sentimentos.”

“Uau, que fofo!”

Sophie parecia mesmo interessada no assunto, mas o Doutor queria evitar falar sobre ele e Rose, senão teria que inventar muita coisa. “E quanto a você, Sophie? O que quer fazer no futuro?”

“Não ria.” Ela avisou ao Craig. “Eu quero trabalhar cuidando de animais. Talvez no exterior? Eu vi um santuário de orangotangos na TV.”

“O que impede você?” O Doutor perguntou casualmente.

“Ela não pode. Precisa de um monte de qualificações.” Craig interveio.

“É verdade. E é assustador.” Ela admitiu. “Todos que eu conheço vivem aqui. Como o Craig que recebeu uma oferta de emprego em Londres pagando mais, mas não foi.”

“Talvez vocês tenham que ficar aqui mesmo, seguros e um pouco decepcionados até caírem mortos.” O Doutor desabafou. “Melhor que tentar e falhar, não é?”

“Acha que eu falharia?” Sophie perguntou, soando chateada.

“Todos têm sonhos, Sophie. Poucos vão realizá-los, então por que fingir?” O Doutor soou grosseiro de propósito. “Talvez o Call Center deva ser o lugar que deveria estar.”

“Por que está dizendo isso? É horrível!”

“É verdade?” O Doutor desafiou.

“Claro que não é verdade! Posso fazer tudo o que eu quiser!” Ela disse furiosa enquanto o Doutor sorria pra ela. “Oh, você...” Sophie sorriu feliz. “Você viu o que ele fez? Foi brilhante!”

“Você está aqui para nos fazer mudar de ideia?” Perguntou Craig chateado.

“Não, não. Estou só passando o tempo.”

Continua...


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