Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 24
O Inquilino


Notas iniciais do capítulo

Olá! Que tal prosseguirmos com a fic com o episódio The Lodger? É um dos meus favoritos da quinta temporada e Rose ficaria muito bem nele. Vamos ver?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/624775/chapter/24

A TARDIS se materializou no gramado. Havia casas e carros por perto, mas ninguém para prestar atenção.

O Doutor abriu a porta e analisou o lugar confuso. “Não, Rose, aqui não é a Quinta Lua de Sinda Callista. As coordenadas estão erradas!”

“Mas eu coloquei as coordenadas que você disse!” Rose gritou frustrada porque não tinha como ela ter errado dessa vez. Não dessa vez.

“Vai ver o Doutor é um péssimo professor!” Amy também gritou de dentro da nave.

Antes que ele pudesse ficar ofendido, o Doutor sentiu seu corpo sendo jogado para fora da nave como se estivesse sendo expulso.

“Rose! Amy!” Sua primeira reação foi chamar por elas. O Doutor não pôde traduzir a emoção que sentiu na hora, incapaz de se levantar enquanto via a TARDIS se desmaterializar na sua frente sem saber para onde ia e por quê.

Rose! Amy!

Elas se foram e ele não sabia o que fazer agora.

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Não entre em pânico! Por que entrar em pânico? Ele já ficou preso na Terra antes, como se fosse uma pessoa normal.

Ele já ficou preso nos anos 60... Mas ele tinha a Martha Jones!

Ele já ficou preso em 1913... Mas ele era um humano e humanos sabem como viver como humanos!

Ele já ficou preso no Universo Paralelo... MAS ELE TINHA A ROSE!

Ok, agora o Doutor está em pânico! Ele não tem ninguém!

Ele precisa pensar em um plano... Na verdade, ele já tem 28 planos formados na cabeça, mas nenhum deles vai funcionar sem a TARDIS.

Depois de 30 minutos caminhando, finalmente o Doutor decide parar e se sentar em uma das mesas de um restaurante qualquer. Sentou-se à mesa mais distante, porém, mais próxima da rua onde ele podia observar o movimento. Cansado até para pensar, o Doutor baixou a cabeça, apoiando-a sobre as mãos em cima da mesa. Passaram-se uns 5 minutos quando ele se levantou.

“Quer saber? Vou continuar andando e procurando informações. Deve haver algum motivo para a TARDIS agir assim.”

Ao levantar, o Doutor percebeu algo em cima da mesa no lado oposto. Ele esticou o braço e pegou o envelope. Olhou para os lados e não viu ninguém suspeito. Estava claro que era para ele.

Ele abriu o envelope e encontrou dois papeis. O primeiro era um bilhete que ele reconheceu a caligrafia. A caligrafia de Amy.

79A, Aickman Road.

Amy. xx

Um endereço. O outro papel era uma página de jornal que continha um anúncio de um apartamento.

Quarto mobiliado disponível, cozinha e banheiro divididos com homem de 27 anos, não fumante. 400 libras por mês. Prefiro jovens profissionais.

O mais estranho é que a data do jornal é do dia seguinte. Sim, ele verificou a data atual quando passou por um jornaleiro. Isso significa que veio do futuro.

Se isso não era um sinal, então o Doutor não sabia o que era.

O chato é que ele teria que esperar por mais um dia.

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

No dia seguinte...

“Você não se importa não é?”

“Não, não! Você pode ir!” Disse o homem suspirando profundamente e visivelmente chateado, embora não queira demonstrar. “Eu... te vejo mais tarde.”

“Sim.” A loira se dirigiu à porta.

“Me liga pra dizer que está tudo bem.”

“Obrigada e me desculpe.” Ela se despediu e saiu pela porta.

Craig suspirou mais uma vez. Dando passos pelo pequeno cômodo que era sua sala, ele pensou profundamente nas palavras que queria dizer à Sophie, mas não teve coragem.

“Diga pra ela. Diga pra ela: eu amo você!” Craig disse enquanto olhava uma fotografia pregada na porta da geladeira com os dois juntos. Eles pareciam tão felizes!

A campainha tocou e Craig logo lançou os olhos nas chaves esquecidas de Sophie.

“Toda vez...”

Ele pegou as chaves com o chaveiro rosa e voltou a repetir como um mantra. “Eu amo você! Eu amo você! Eu amo você!” Craig seguiu firme e abriu a porta. “Eu amo você!...”

“Bem, isso é bom! Porque eu sou seu novo inquilino.”

Craig olhou para a figura na frente. Não era quem ele esperava.

“Sabe... Vai ser mais fácil do que eu esperava!” O desconhecido disse pegando as chaves da mão de Craig.

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Mas eu coloquei o meu anúncio hoje e não pus o meu endereço!” Argumentou Craig.

“Então não é sorte eu ter vindo? Mais sorte do que pensa! Não sou bem um jovem profissional. Estou mais para um velho amador. Mas francamente, eu sou um sonho.”

Craig concordou com o estranho: isso está mais fácil do que parece. Por isso, ele estava desconfiado.

“Espere aí, amigo. Eu não sei se quero que fique. E devolva as chaves!” Craig as pegou de volta.

“Certo, tudo bem! Aqui está o aluguel.” O homem lhe deu uma sacola com várias cédulas. Muitas cédulas. “Provavelmente é muito, não é? Parece muito dinheiro. Eu nunca sei.”

O homem foi entrando na casa. Craig fechou a porta e seguiu com a situação. Afinal, o homem pagou adiantado.

“Não gaste tudo em doces, ok? Eu sou o Doutor. Bem, todos me chamam assim. Não sei o porquê. Também me chamo de Doutor. Ainda não sei porquê.”

“Craig Owens. O Doutor?”

“Sim. Quem vive lá em cima?”

“É só um sujeito.”

“Como ele se parece?”

“Eu não sei. É bem quieto.” Um barulho vindo de cima interrompeu a conversa. “Geralmente.” Craig viu o Doutor entrando no apartamento. “Desculpe, quem é você mesmo? Com licença!”

“Ah, eu suponho que isso seja uma podridão seca?” O Doutor disse observando a ‘infiltração’ no canto superior da parede.

“Ou molhada, ou bolor.”

“Ou nenhuma das opções.” Completou o Doutor. “Deixa que eu conserto isso. Sou bom em consertar coisas. Este é o apartamento mais bonito que eu já vi. Você é obviamente um homem de gosto impecável. Posso ficar, Craig? Diga que posso.”

“Nem viu o quarto!”

“O quarto?”

“O seu quarto.”

“Oh, o meu quarto!” O Doutor sorriu. Ele tinha se esquecido que veio pelo quarto. “Mostre-me o meu quarto.”

Craig mostrou o quarto extra para o Doutor notando, claro, o extremo interesse desse estranho em querer morar ali.

O Doutor ficou olhando para Craig esperando alguma reação. “E agora? O que eu faço pra ficar com o quarto? Ah, sim! Minhas credenciais!”

O Doutor pegou o papel psíquico e mostrou ao senhorio. “Aqui está minha identidade.” Ele recolheu o papel o psíquico, o trocou de mãos discretamente e o mostrou de novo. “E aqui o número da minha certidão de nascimento.” Ele trocou de mãos e mostrou de novo. “Minhas referências.”

“São referências do Arcebispo de Canterbury?” Craig perguntou surpreso.

“Sou protegido dele.” Disse o Doutor. “Está com fome? Eu estou.”

Sem demora, o Doutor se dirigiu à cozinha para preparar uma omelete, mesmo Craig tendo clamado que não tinha ingredientes.

Enquanto o Doutor ia cozinhando com ingredientes próprios, ele perguntou sobre a garota da foto na geladeira. “É sua namorada?”

“Não, é só minha amiga, Sophie.”

“isso é muito normal. Não posso dizer se funciona comigo.” O Doutor disse.

“Nos conhecemos há um ano no Call Center.” Craig mencionou.

“Sério? Troca de informações? Isso deve ser útil.”

“A empresa está falindo. Os chefes estão perdidos. Eu sei o que fazer. Tenho um plano pra salvar tudo. Mas sou só um atendente. Por que estou te contando isso?”

“Sou daqueles tipos para os quais as pessoas contam seus planos.” Craig não sabia, mas o Doutor disse é muito verdadeiro.

“Certo, onde estão suas coisas?”

“Não se preocupe. Elas vão se materializar. Eu espero...”

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Amy, ative o estabilizador!!!” Gritou Rose.

“Qual desses???” Amy perguntou tentando se equilibrar na TARDIS instável.

“Estou indo, Amy!” Rose se apressou mexendo em vários botões e alavancas. “Por que não aterrissa?”

“O que você acha que houve?”

“Não sei, mas a TARDIS está sendo impedida de aterrissar. Eu sinto algo errado.”

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Isso foi incrível!” Disse Craig no sofá descansando o estômago estufado. “Onde aprendeu a cozinhar?”

“Paris, século 18. Não, espere... século 17. Ou foi século 20? Não costumo fazer isso na ordem certa.” O Doutor notou que Craig ainda segurava as chaves. “Você parece apegado a essas chaves.”

“O quê? Oh, só estou segurando.” Craig se levantou e pegou outras chaves. “Estas são as suas chaves. Você é estranho e cozinha. Já basta pra mim.”

O Doutor pegou as chaves, feliz por ter conseguido a confiança de Craig.

Craig fez uma cara séria. “Olha, eu e Mark, o antigo dono do quarto, tínhamos um acordo aqui e... se quiser que eu caia fora, é só gritar.”

“Por que eu ia querer isso?” O Doutor perguntou genuinamente confuso.

“Caso traga alguém pra cá! Uma namorada ou... um namorado.” Craig explicou.

“Aaaah, eu vou sim! Eu grito se isso acontecer. Algo como: EU NÃO TAVA ESPERANDO ISSO!” O Doutor demonstrou o grito, o que fez Craig piscar várias vezes com a estranheza. “E sobre a podridão: tenho um pressentimento de que não deve tocá-la.” O Doutor avisou.

Craig também teve um pressentimento de que deveria seguir o conselho, mas ele não sabe por que.

—-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Parece que a TARDIS nunca vai parar!” Disse Amy.

“Não até descobrirmos o problema.” Disse Rose.

“Será que conseguiremos sem o Doutor aqui?”

Rose não sabia a resposta.

“Alô? Alguém? Terra para o Lobo e Pond! Terra para o Lobo e Pond!”

“É a voz do Doutor!” Disse Rose se animando. “Amy, você está mais perto do comunicador. Atenda, por favor.”

“Pode deixar!” Amy pegou o comunicador. “Doutoooor!” O Doutor gritou de dor no ouvido. “Desculpe.”

“Por favor, não quebre meu novo comunicador, Pond!”

“Eu disse ‘desculpe’.”

“Rose está aí? Ela está bem?”

“Estou aqui!” Amy passou o comunicador para Rose. “Doutor? Onde você está? Não está encrencado, está?”

“Não, não. Surpreendentemente não. Estou em um flat na Aickman Road. Craig é o nome do senhorio.”

Rose suspirou aliviada.

“Como a TARDIS está lidando com isso?”

“Ela não se materializa. Como se estivesse presa em...”

“Em um loop de materialização.” O Doutor completou. “Acho que tem algo a ver com alguém nesse flat. Desconfio do vizinho de cima.”

“Sério? Alguém pode impedir a TARDIS de pousar?” Perguntou Amy curiosa.

“Se algo pode, então deve ser grande! Assustadoramente grande!”

“Espera, você está com medo?” Perguntou Rose.

“Não vou subir até saber com o que estamos lidando. Não posso usar chave de fenda sônica, nem outra tecnologia. Apenas este fone porque está em frequência segura. Para outros que estiverem escutando nossa conversa, só estão ouvindo bobagens. E só tenho que me passar por um ser humano comum.”

Ao ouvir a última frase, Rose não se aguentou e gargalhou. Amy gargalhou junto com ela e o Doutor teve a sensação de que não acreditavam nele.

“É simples, certo? Posso fazer coisas normais.”

Rose continuou dando risadas até parar aos poucos. “Queria ver de perto.”

A TARDIS começou a chacoalhar de novo.

“Rose? Amy?” O Doutor olhou para os lados e viu os relógios com seus ponteiros rodando loucamente. “Distorção temporal. O que estiver acontecendo lá em cima ainda a afeta.”

“Doutor! Parou, mas não parece legal.” Disse Rose.

“É só manter no máximo o mapeador zigzag. Isso deve proteger vocês.”

O Doutor passou as instruções para elas e anunciou que iria buscar alguns itens. Após as despedidas, Rose foi atrás de um baú velho.

Encontrando, ela o abriu.

“O que tem aí?” Perguntou Amy.

“Não sei, mas espero encontrar algo útil. O Doutor sempre guarda várias bugigangas que podem ser úteis.” Rose vasculhou por dentro. “A-háá!” Rose retirou do baú uma pequena com o nome ‘Manipulador de Vórtex: protótipo 42’. Ela abriu a caixa.

“O que é isso? Um relógio?” Perguntou Amy.

“Não. É um manipulador de Vórtex. Com isso, posso viajar para qualquer lugar no tempo e espaço. O Capitão Jack tem um.”

“Quem?”

“Esquece, é só um velho amigo. Esse protótipo deve ser um dos poucos que funciona. Se não, o Doutor não teria guardado.”

Rose digitou as coordenadas em que a TARDIS não conseguiu pousar e digitou a data. O manipulador demonstrou defeito na função do tempo.

“Hum, não vai dar certo meu plano de voltar no tempo e avisar o Doutor.”

“O que vamos fazer agora? Não podemos sair daqui sem o Doutor.” Disse Amy.

“Como eu o conheço bem, sei que ele não vai embora sem descobrir o que está acontecendo. E eu preciso ajudá-lo de alguma forma.” Rose disse enquanto olhava o manipulador de Vórtex em suas mãos. Não é possível viajar no tempo, mas posso ir à Terra, pensou Rose.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Próximo capítulo tem mais participação da Rose. Fiquem de olho!

Eita, que tá perto do Especial de Natal 2016! Mal posso esperar por The Return of Doctor Mysterio! Quem aí tá ansiosa(o) também?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.