Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 19
Cwmtaff, 2020 D.C.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Por favor, não atirem pedras em mim. Eu ainda estou continuando essa fic. hehehe
Bom, neste capítulo não tem muito Rose e Amy (só até a metade ou menos), mas veremos elas novamente no próximo, eu espero.
Aproveitem bem este aqui. Allons-y... quero dizer, Gerônimo!



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“Contemplem, o Rio de Janeiro!” Gritou o Doutor de dentro da TARDIS.

Amy e Rory foram os primeiros a saírem da TARDIS, muito empolgados com a ideia de estarem de férias em uma bela praia. A empolgação logo morreu quando se depararam com um... cemitério.

“Não estou captando aqui a vibração e o calor do Carnaval.” Disse Rory chateado.

“Isto é estranho. Será que você pôs as coordenadas certas, Doutor?” Perguntou Rose ao sair da TARDIS. O Doutor foi o último.

O Doutor não respondeu, porque, quando ele pôs os pés fora da TARDIS, seus sentidos de Senhor do Tempo se ativaram e ele ficou logo alerta.

“Sentiram isso? Algo estranho?” O Doutor disse e em seguida deu alguns pulos no mesmo lugar. “O chão parece estranho... ou sou eu?”

Rose rolou os olhos. “Pare de nos distrair! Estamos no lugar errado!”

Amy concordou, sentiu um vento frio e lembrou que ela estava apenas vestida para estar no Rio de Janeiro.

O Doutor puxou um pouco de grama do cemitério e analisou. “Terra, 2020, dez anos no futuro. Continente errado, eu admito, mas não foi um erro total.” Ele explicou.

“Por que aquelas pessoas estão acenando para a gente?” Disse Amy olhando à frente. Rory viu duas pessoas acenando de longe e acenou de volta.

“Acho que são vocês!” O Doutor exclamou e tirou um binóculo do terno de tweed. “Sim, são vocês dois!” Ele confirmou.

Amy arregalou os olhos. “Então, ainda estamos juntos em dez anos?” Ela disse para Rory.

Apesar da empolgação, o Doutor os proibiu de verem a si mesmos do futuro. Em vez disso, eles foram visitar uma empresa de mineração que o Doutor viu por perto.

Eles caminharam por um caminho que dava para a mineração, mas pararam quando encontraram um imenso portão de metal.

“Onde está Rory?” O Doutor perguntou.

“Ficou para trás para guardar uma coisa na TARDIS. Ele nos alcança depois.”

“Certo.” O Doutor se virou para Rose. “Você está muito quieta.”

“Não sei se deveríamos estar aqui.” Ela respondeu, mas não estava certa se era um pressentimento ou só uma sensação ruim.

“Você também está sentindo?”

“O quê?”

“A terra. A gravidade. Tem algo errado.”

“Não. É algo mais...” Rose pareceu se perder em seus pensamentos por um tempo. O Doutor esperou pacientemente. “Deve ser porque eu esperava estar em outro lugar agora, provavelmente.” Ela finalmente disse.

“Sim. Provavelmente.” O Doutor disse enquanto usava a chave de fenda sônica para abrir o portão e entraram.

Adentraram a mineradora. O Doutor continuou relembrando que o chão estava diferente e ainda segurava uma amostra da grama.

“São uns 10 anos no futuro, talvez esse chão seja do jeito que deve ser.” Amy sugeriu.

“Bem pensado, mas não é. Ouviram? A broca começou a funcionar. Ondas de choques de mudanças sismológicas recentes e grama azul.” O Senhor do Tempo pegou sua amostra de grama e pôs na língua. Aparentemente o gosto era ruim, já que ele cuspiu fora quase que imediatamente.

“Oh, por favor! Você é sempre assim tão nojento?” Perguntou Amy.

“Não, isso é recente.” Ele disse incerto.

“Na verdade, ele sempre foi nojento assim.” Rose falou.

“Eu acredito na Rose.”

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Eles andaram mais um pouco até que, finalmente, encontraram alguém.

“Olá!” O Doutor cumprimentou primeiro.

A mulher, concentrada em seu trabalho no computador, levou um susto. “Quem são vocês?” Ela perguntou e olhou para os três desconhecidos. “O que estão fazendo aqui? E o que estão usando?”

“Estamos vestidas para irmos ao Rio!” Disse Amy.

A mulher olhou as mulheres de novo que usavam shorts em uma época de frio.

“Sabia que deveríamos ter trocado de roupas antes de virmos para cá.” Rose murmurou para Amy.

“Ministério de Perfurações, Solo e Ciência.” O Doutor se adiantou mostrando o papel psíquico. “Ministério recém-criado. Temos muito que cuidar. O que está fazendo?”

“Não é da sua conta!” A mulher o ignorou, mas o Doutor se aproximou mais e espiou o computador.

Ele achou muito estranho. “De onde está captando essas leituras?”

“Do chão.” Ela respondeu.

“A broca está operacional e funcionando de novo.” Um homem, provavelmente funcionário,  entrou na sala perguntando. “Quem são eles?”

“Eu sou Rose, esses são o Doutor e Amy.”

“Eu sou Nasreen Chaudhry.” A mulher se apresentou.

“Todos vocês têm que sair daqui e rápido!” Anunciou o Doutor.

“Mas por quê?” Perguntou Nasreen.

Amy notou algo no pequeno buraco no chão que, segundo Nasreen, não existia no dia anterior. Amy se agachou enquanto todos os outros estavam discutindo.

“Doutor?” Amy chamou. “Esta fumaça... é algo bom?”

O Doutor desviou o olhar da tela e observou o buraco.

“Acho que não. Está mudando e não deveria estar fazendo isso.”

Todos lançaram olhares de dúvida. Quando alguém ia fazer perguntas, a terra começou a tremer.

“É um terremoto?” Perguntou Rose tentando se equilibrar em pé.

“Só está acontecendo nesta sala!” Gritou o Doutor.

De repente, mais dois buracos iguais ao primeiro apareceram e, em seguida, mais dois.

“Sabem que estamos aqui! O chão está nos atacando!”

“Isso não faz sentido, Doutor!” Exclamou Rose.

“Rose, você sabe o que significa!” Ele disse. “Corram!”

Eles correram até a saída (ou tentaram), mas o homem identificado como Tony ficou preso em um dos buracos, como se a terra realmente o estivesse puxando.

Amy, com sua teimosia, foi ajudá-lo e Rose, claro, foi ajudar Amy.

“O que estão fazendo? Saiam daí!” Gritou o Doutor já há meio caminho da saída.

“Está tudo bem!” Disse Amy para confortar Tony.

Ao ajudar o homem a sair do buraco, Amy também se encontrou em um. Rose não iria deixar.

“Está puxando minhas pernas!” Gritou Amy já desesperada.

“Não vou deixar você cair, Amy. Aguente firme!” Tentou Rose, mas o buraco aumentou e a puxou também.

O Doutor desviou dos outros buracos. Ele lutou para ajudar as duas garotas que já estavam metade ‘enterradas’.

“Fiquem calmas! Se tentar subirem, vai ser pior!” O Doutor pediu calma, não sabendo se era para elas ou para ele mesmo. Ele estendeu seus braços e cada uma delas se agarrou em um.

Tony e Nasreen desligaram a broca, talvez isso ajudasse a evitar que a terra tremesse. Porém, para Amy já era tarde demais. Ela não conseguiu se segurar firme e foi puxada completamente.

“Amyyyy!” Gritou o Doutor. Ele se concentrou em Rose.

“O que está me puxando? O que tem lá embaixo?” Ela perguntou.

“Você tinha razão.” Ele admitiu. “Não deveríamos estar aqui. Nós deveríamos ter voltado quando você pressentiu algo de ruim. Eu e minha curiosidade boba...”

“Não é culpa sua. Nada isso é culpa sua.”

“Você está desistindo? Não desista!”

Rose, com lágrimas nos olhos, respirou fundo. “Eu sei que você vai nos encontrar. Eu acredito em você.”

“Você não vai ser levada! Você é minha esposa!”

O chão a puxou com mais força, mais do que o Doutor podia aguentar e Rose escorregou de suas mãos.

“Não, não, não!”

O Doutor gritou ‘Não!’ várias vezes, não querendo acreditar que seus olhos viram sua amada sendo puxada pela terra porque ele não tinha força suficiente para salvá-la. E Amy... ela só tentou ajudar e sofreu as consequências. O que ele dirá ao Rory?

O Doutor ficou pensando em suas falhas no salvamento das duas enquanto dava passos de um lado pro outro. Por mais que ele quisesse, ele tentou não culpar a si mesmo. Era o último pedido de Rose.

“Foi o que aconteceu com Mo? Eles estão mortos?” Perguntou Tony.

“Mo? Quem é Mo?” Perguntou o Doutor inquieto.

“Um funcionário noturno. Ele desapareceu misteriosamente, deixando apenas um buraco no chão.” Respondeu Nasreen.

“Elas não afundaram, foram puxadas. O chão as queria.” O Doutor começou a raciocinar.

“O chão as queria?” Nasreen duvidou.

“A broca estava parada hoje de manhã, como vocês falaram. Mas quando religou a broca, o chão reagiu.”

“Então o quê?” Nasreen ficou curiosa. “O chão quer parar nossa perfuração? Doutor, isso é ridículo.”

Ele não ligou para o que ela disse. Com a chave de fenda sônica, o Doutor escaneou o chão que havia os atacado.

“Mas é claro!” Ele exclamou. “Bio-programação! Esperto!”

“O quê?” Questionou Nasreen. Tony continuava calado, apenas observando as reações do Doutor.

“Você usa biossinais para ressonar a estrutura molecular de objetos naturais. É usada em engenharia e construção em planetas selvas, mas lá no futuro. O que isso faz aqui?” O Doutor tentou explicar.

“Desculpe, mas... você disse ‘planetas selvas’?” Perguntou Nasreen.

“Não está sendo coerente, homem!” Disse Tony.

“Perdoe-me, mas estou sendo bem coerente, vocês só não estão acompanhando.” Declarou o Doutor.

Os dois mineradores se sentiram insultados.

“O chão sob nossos pés foi bio-programado para atacar.” O Doutor continuou explicando. “Se acharmos quem fez, acharemos Rose e Amy.”

“Doutor...” Nasreen ia falar, mas foi interrompida pelo próprio Doutor.

“Silêncio! Silêncio absoluto! Vocês pararam a broca, certo?” O Doutor perguntou e eles acenaram que sim. “Se vocês pararam, como eu ainda ouço perfurar?”

Os mineradores apuraram os ouvidos, mas não conseguiam ouvir o que o Doutor ouvia. O Senhor do Tempo não esperou por eles e decidiu verificar o sistema.

“Parece que enquanto vocês perfuravam para baixo... alguém estava perfurando para cima. A grama azul era apenas um aviso para se afastarem.” Explicou o Doutor.

“O que é aquele sinal vindo de baixo?” Perguntou Nasreen apontando para o computador.

“Sinais de calor.” Disse o Doutor. “Oh, faz todo o sentido! Aquele barulho não é uma broca. É um transporte. Três deles, 30 km abaixo, velocidade em média de 150 km/h. Devem chegar aqui em 12 minutos. Peguem o equipamento e me sigam. Agora!”

O Doutor pegou mala do computador portátil e saiu da mineradora. Os outros dois fizeram o mesmo. Eles estavam seguindo o caminho e pararam quando notaram o céu vermelho, como se estivesse formando um escudo.

“Não, não, não.” O Doutor reclamou. “Barreira energética invisível a olho nu.”

“E por que estamos vendo?” Perguntou Nasreen.

“Eles a ativaram agora. Quando a barreira estiver completa em poucos segundos, estaremos presos.”

“Doutor! Doutor! Você não vai acreditar no que aconteceu!” Rory chegou gritando pelo Doutor quando o viu em frente à igreja. Ele estava acompanhado de uma mulher e um garoto. “Espere, você falou algo sobre estarmos presos?”

“Estamos cercados por uma barreira energética, então sim, estamos presos.”

“E onde está Amy? E Rose?”

O Doutor apenas o encarou com cara de culpado. Rory sabia que ele estava escondendo algo e não queria falar. Ele ia insistir, mas o Doutor falou primeiro.

“Coloquem todos dentro da igreja!” O Doutor ordenou e os mineradores se moveram.

“Espere! Onde está Mo? Vocês o encontraram?” Perguntou a mulher.

“Ambrose, acredito que ele tenha sido puxado para dentro da terra, assim como foram puxadas as amigas do Doutor.” Disse Tony.

Antes de prosseguir para a igreja, Nasreen fez as apresentações. “Doutor, esta é Ambrose e seu filho Elliot. Ambrose é filha de Tony.”

“Prazer em conhecê-los, mas façam o que eu disse. Vão para a igreja!”

O Doutor se aproximou de Rory guiando-o para a igreja também. “Rory, eu vou trazê-la de volta.”

“Como assim trazê-la de volta? Para onde ela foi?”

“Ela foi levada para dentro da terra. Rose também foi levada.”

“Por que não impediu?”

“Eu tentei, eu juro...”

“Devia ter tentado mais!” Dessa vez, Rory gritou. Sua primeira reação à perda da Amy é a raiva.

“Eu prometo que vou encontrá-la. Vou encontrar Amy e Rose. Sua noiva e minha esposa. Por favor, preciso de você ao meu lado.”

Rory não respondeu e o Doutor se apressou para entrar na igreja. Ele tinha que pensar em algo bem rápido.

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Bem, o Doutor tinha um plano. Claro, sua cabeça não parava de pensar em um só instante. Ele pediu a todos que pegassem todos os equipamentos eletrônicos que estivessem por perto. Câmeras e sensores irão dizer quando o ‘que-quer-que-esteja-subindo’ chegasse e, depois que chegasse, ele irá usar a chave de fenda sônica para dar um pulso sônico na rede de dispositivos que incapacita por um tempo quase tudo no Universo.

“Entendeu o plano, Elliot?” Perguntou o Doutor.

“Legal. Isso vai trazer o meu pai de volta?”

“Sim. Depois de eu descobrir com o que estamos lidando, eu resgatarei seu pai. E obrigado pelo mapa que você desenhou. Dislexia não parou o Da Vinci ou Einstein e nem parou você.”

“De nada. Eu deixei meus fones de ouvido em casa.” Com um aceno do Doutor, Elliot saiu da igreja e foi buscar seus fones.

Faltando 1 minuto para os desconhecidos chegarem à superfície, o Doutor saiu para fazer uma última checagem e se encontrou com Rory.

“Está ficando mais escuro. Como pode estar escurecendo tão rápido?” Questionou Rory.

“Desligando a luz da barricada. Tentando nos prender no escuro, o que significa...” A escuridão chegou em segundos. “Estão aqui.”

O Doutor, Rory e Ambrose tentaram voltar para a igreja, mas a porta ficou emperrada e não abria.

Rory ficou parado. “Você não pode só ‘sonificar’?”

“Não funciona em madeira!” Respondeu o Doutor.

“Que droga!”

“Oie! Não desrespeite a chave de fenda sônica! Venha nos ajudar.”

Rory os ajudou e a porta abriu. A terra tremeu como havia tremido antes na mineradora. Todo o equipamento elétrico queimou.

Todos ficaram olhando uns para os outros.

“Está todo mundo bem? Alguém está machucado?” Perguntou Rory a todos, mas todos estavam bem. Então um tremor aconteceu de novo. “O que é isso?”

“É como os buracos da estação.” Disse Tony.

O tremor parou.

Ambrose olhou de um lado para o outro, percebendo que esqueceu de algo, ou melhor, de alguém. “Onde está Elliot? Alguém o viu entrando? Quem com ele? Quem o viu pela última vez?”

“Eu vi.” O Doutor respondeu sentindo o peso da responsabilidade que era dele.

“E onde ele está?” A mãe perguntou.

“Ele disse que ia buscar os fones de ouvido.” Em quê ele estava pensando quando ele deixou um garoto sair sozinho em uma situação dessas? Bem, ele estava pensando em Rose, em Amy e ainda tinha esse tal de Mo para salvar. Expondo Elliot ao perigo poderia fazer com que tivesse que acrescentar o garoto a essa lista.

“E você deixou? Ele está lá fora sozinho!”

O Doutor abriu a boca para falar, mas nada saiu. A culpa era dele. Ele foi salvo de ter que dizer alguma coisa quando ouviu um barulho na porta. Era Elliot tentando entrar.

“Deixe-me entrar!” Elliot gritou do outro lado.

Ambrose apressadamente tentou abrir a porta e os outros foram ajudar. De repente, não se ouvia mais barulho do lado de fora e o coração de Ambrose ficou mais apertado e desesperado.

Quando (finalmente) conseguiram abrir a porta, Elliot não estava mais lá. Ninguém estava lá.

“Elliot!” Ambrose saiu correndo em busca de seu filho.

“Ambrose, não saia correndo!” O Doutor avisou.

O pai dela, Tony, foi atrás.

“Por que ‘seja-o-que-for-que-esteja-subindo’ deixou tudo escuro?” Perguntou Rory.

“Porque é um ambiente favorável para eles. Desconfio que eles enxerguem bem no escuro.” Respondeu o Doutor.

Rory queria fazer mais perguntas. Afinal, ele queria saber com o que estava lidando, mas foi interrompido por um grito.

“Nãããããão!”

Era Ambrose. Eles tinham que correr.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Espero ver as meninas de novo no próximo capítulo. O que você acha?



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