Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 16
Truques Venezianos


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente maravilhosa! Rory está de volta! Eu gosto muito dele e é divertido cenas com ele! Quero que se divirtam também ;)



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Quando Amy acordou, ela ainda estava na biblioteca, mas estava agasalhada. Logo, ela deduziu que foi o Doutor que a cobriu com um cobertor para mantê-la aquecida. Ela também deduziu que ele já estava no console preparando a TARDIS para a próxima aventura.

Enquanto ela ia caminhando pelo corredor, ela ouviu as vozes do casal, ficando mais audíveis a cada passo que dava.

“Eu não acho que seja uma boa ideia.” Dizia Rose.

“Besteira.” O Doutor disse. “O que poderia dar errado?”

“Você tinha que falar isso?”

Amy riu deles. Eles eram simplesmente adoráveis. Ela tentou ouvir mais um pouco.

“Certo, esqueça essa parte. Nós poderíamos ir disfarçados.” O Doutor sugeriu.

“Disfarçados?”

“Sim, dentro do bolo. É só nos escondermos lá dentro.”

“Nós não vamos nos esconder no bolo do Rory.” Rose pontuou firmemente.

Bolo do Rory? Amy não poderia ter se esquecido de seu noivo, poderia? Ela achou que tinha sido um sonho quando levou o Doutor e Rose para verem seu vestido – e o anel.

“Você está certa.” O Doutor disse pensativamente. “Eu não quero que alguém pense que você é o entretenimento da noite. Eu irei só.”

Amy entrou na sala de console. “Como você sabe que vai ter um bolo?” Ela perguntou.

“Estávamos... hããn, investigando.” Respondeu o Doutor.

“Você quer dizer ‘espionando’?”

“Amy, estamos bolando um plano para entrar na festa de Rory o mais rápido possível.” Explicou Rose. “Mas parece que o local é bem privado.”

“Só Rory e os amigos dele que podem entrar.” Disse Amy.

“Ooh, Rose.” O Doutor disse alegre chamando a atenção para a tela que mostrava imagens de fora. “O bolo chegou!”

“Hora da ação! Quero só ver!” Rose exclamação.

Rose e Amy assistiram em descrença quando o Doutor convenceu a garota do bolo a deixá-lo entrar no bolo no lugar dela. Elas até viram a garota ir embora em um táxi.

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A festa estava muito animada. Todos os amigos de Rory gritavam e jogavam alguns jogos, tipo sinuca. Rory estava no final da mensagem que ele estava falando para Amy no telefone quando o bolo chegou.

“Eu tenho que ir. Te vejo amanhã.” Rory desligou o telefone e foi de encontro ao enorme bolo cor-de-rosa deixado no meio do bar. Seus amigos gritavam ‘FORA! FORA! FORA!’, pois sabiam o que tinha dentro do bolo. Gritavam animados e sempre pedindo para a garota do bolo sair e fazer uma apresentação.

Quando o bolo se abriu, a gritaria silenciou e vários olhos arregalados olhavam a criatura que se mostrou. Todos ficaram espantados ao verem não uma bela garota, mas sim... um homem!

Rory balançava a cabeça, já envergonhado. O homem que apareceu do bolo olhou ao redor e, ao notar Rory atrás, se virou rapidamente.

“Rory! Que alívio!” O homem misterioso, que Rory imediatamente reconheceu ao vê-lo, disse. “Lucy, a garota de biquíni, que a propósito não sei como ela não sente frio, foi gentil suficiente para me deixar ficar no lugar dela.” Ele bateu as mãos uma vez e alinhou a gravata borboleta. “Mas precisamos falar sobre sua noiva.”

Ao ouvir isso, Rory olhou para sua própria camisa orgulhoso – na camisa estava estampada a foto dele e de Amy juntos dentro de um coração flechado – e esperou por um discurso sobre o amor de sua noiva por ele, o que não veio.

“Ela tentou fugir comigo.” Suspiros de surpresa foram ouvidos por todo o bar. “E com minha esposa, você sabe, a Rose. Nós três estávamos muito, muito longe daqui.”

O Doutor observou todos em volta, alguns dos convidados usando camisas iguais ao de Rory. O ambiente ficou quieto demais para o gosto do Doutor. Significava que ele disse algo errado. “É engraçado como certas coisas soam melhor em sua mente.”

Encabulado, o Doutor imaginou que se Rose estivesse ali ele tinha certeza que ela estaria batendo sua mão na testa e revirando os olhos.

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Amy estava roendo as unhas. Ela estava também pensando em algo para dizer ao Rory e quebrar o gelo. Bem, não quebrar o gelo na nave porque o Doutor falava sem parar sobre ver coisas impossíveis, mas quebrar o gelo entre ela e seu noivo.

“Vou levá-los a um lugar especial. Para vocês visitarem juntos.” O Doutor disse se referindo a Amy e Rory. E olhou para Rose e disse: “É claro que podemos aproveitar também.” Rose sorriu.

“Tipo um encontro?” Amy perguntou.

“Eu acho uma boa ideia.” Rose respondeu e foi para o lado de Rory que ainda estava olhando ao redor surpreso. “Sei que parece fantástico. Mas vou tentar explicar em poucas palavras. Basicamente, o interior da TARDIS...”

“É outra dimensão.” Completou Rory.

“...é como outra dimen...” Rose se interrompeu quando ouviu Rory e o encarou.

O Doutor também pareceu muito interessado nele.

“O quê? Depois do Prisioneiro Zero, li muito sobre teorias científicas e Universos Paralelos.”

“Gosto mais quando dizem: é maior no interior!” Disse o Doutor.

O Doutor pareceu gostar mais dele.

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A TARDIS se materializou e o Doutor foi o primeiro a sair. Ele prometeu algum lugar romântico, então Rose esperava não ter que correr pela vida desta vez. Mas, claro que ela descartou essa possibilidade porque... Bem, se tratava do Doutor e viagem no tempo.

“Veneza! La Sereníssima!” O Doutor exclamou animado. “Uma cidade impossível! Uma cidade ilógica! Fundada por refugiados que fugiam de Átila, o Huno. Era só um grupo de cabanas de madeira em um pântano...”

Enquanto o Doutor tagarelava, o casal Pond e Rose olhavam em volta, observando os moradores e os comércios admirados. Eles andaram um pouco entre a feira, enquanto o Doutor ainda falava da cidade. Em algum ponto, Rose e Doutor já estavam de braços dados quando um oficial os interceptou exigindo documentação.

“Aqui está, camarada.” O Doutor mostrou o papel psíquico a ele.

O oficial segurou o papel psíquico e o leu. “Sinto muitíssimo, sua Santidade! Eu não sabia.”

“Tudo bem, só estava fazendo seu trabalho. Desculpe, mas qual é exatamente o seu trabalho?” Perguntou o Doutor.

“Verificar estrangeiros. Se algum visitante de terras distantes esteja trazendo a praga com ele.” Ele explicou.

“Que amável! Você nos trouxe até a praga!” Reclamou Amy.

“Não se preocupe, Viscondessa.” O oficial disse e fez uma reverência. “Estamos sob quarentena. Ninguém entra ou sai. E tudo graças à Signora Rosanna Calvierri.”

Rory não parava de se admirar ainda mais. Com um simples pedaço de papel, o Doutor o fez acreditar que eram pessoas importantes. De acordo com o papel psíquico, o Doutor era o Papa, Rose era uma Duquesa, Amy era uma Viscondessa e ele era...

“Um eunuco? Aqui diz que eu sou um eunuco!” Disse Rory.

“Sim, eu explico mais tarde.”

Amy e Rory foram ver as gôndolas no rio, mas Rose queria caminhar mais um pouco pela cidade.

“Então...” Rose queria puxar assunto enquanto caminhada ainda de braços dados com ele.

“Então...” O Doutor disse também. “Ainda bem que é 145 anos antes de Casanova existir.”

“Você conheceu Casanova?”

“Sim, e até perdi uma aposta com ele.”

Rose riu. “Não acredito que perdeu uma aposta com Casanova!”

“Ainda devo uma galinha a ele.” O Doutor suspirou. “Estou feliz que ele não esteja aqui, ou ele iria nos interromper.”

“ISABELLA!” Um grito vindo do outro lado do rio ecoou.

“Parece que outra coisa nos interrompeu.” Constatou Rose. Os dois foram ver de perto o que estava acontecendo, mas a cena era do outro lado do rio, então não puderam se aproximar mais.

A cena era de um homem procurando por uma Isabella. Ele a procurava no meio de um grupo de garotas que usavam longos vestidos – assim como qualquer outra moradora veneziana – e véus que cobriam suas cabeças. As pessoas olhavam curiosas quando o homem falava com uma das garotas em particular, mas veio outra e o empurrou, fazendo-o cair. O homem ficou para trás.

O Doutor não notou quando Amy se aproximou.

“O que foi aquilo?” Perguntou Amy.

“Preciso encontrá-lo.” O Doutor respondeu e saiu correndo na direção de uma ponte para transpassar o rio.

Rose suspirou. “Vocês podem ficar aqui. Eu vou atrás dele. Aproveitem a vista.” Ela saiu correndo atrás do Doutor.

Ao dobrar uma esquina, ela o encontrou.

“Algo acontece por lá. A minha própria filha não me reconhece.” O homem ia dizendo quando Rose se aproximou. “E a garota que me empurrou, a face dela era como a de um animal!” O homem dizia com medo.

“Rose, ele estava falando sobre a Escola Calvierri.” O Doutor contou a ela.

“Este nome mais uma vez?”

“Exatamente! Está na hora de conhecer essa Signora Calvierri.”

“Eu posso ajudá-los. Que tal uma distração?”

“Qual o seu nome?” Perguntou o Doutor.

“Guido.”

“Guido, essa é uma ótima ideia.”

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O plano deu certo. Guido distraiu os guardas da porta da frente enquanto que o Doutor e Rose foram para a lateral do prédio. Encontraram um portão que foi facilmente aberto com a chave de fenda sônica. Eles seguiram um caminho pela escada que dava no andar de baixo. O ambiente era meio iluminado por velas, mas dava para enxergar bem. O que chamou a atenção do Doutor foi um espelho na parede.

“Olá, bonitão!” Ele se dirigiu ao espelho e alinhou sua gravata borboleta.

Rose rolou os olhos e foi para o lado dele. “Querido, sabe que eu concordo com você, mas essa não é a hora para ser narcisista.”

“Tem razão. Afinal de contas, estamos no lar de Signora Calvierri.”

“Quem são vocês?”

Ao ouvirem vozes, o casal se virou e quase pularam quando viram um grupo de cinco mulheres pálidas paradas atrás deles.

O Doutor e Rose olharam para elas, depois para o espelho e então de volta para elas. Eles repetiram isso mais duas vezes. “Como estão fazendo isso? Eu estou adorando! São como Houdini, só que são cinco garotas assustadoras!” Exclamou o Doutor maravilhado.

“Vamos perguntar de novo. Quem são vocês?” As garotas falaram em uníssono.

“Pálidas, assustadoras, não gostam da luz do Sol e não podem ser vistas no espelho.” Rose pensou um pouco. “Oh, meu Deus! Doutor, você está pensando no que estou pensando?”

“Depende. Você está pensando no que eu penso que está pensando?” O Doutor perguntou e pegou a mão de Rose quando as garotas avançaram sobre eles, revelando longos dentes afiados. “Vamos sair daqui!”

“Boa ideia!”

Eles correram o caminho de volta até a saída. As garotas pararam na porta, mostrando que é seguro ficar do lado de fora. Elas não iriam sair.

“Vampiras.” Disse Rose.

“Eu sei! É como Natal!” O Doutor gargalhou levantando Rose do chão e girando-a no lugar.

“Doutor! Rose!” Ouviram Amy gritar. O Doutor pôs Rose de volta no chão quando Amy se aproximou acompanhada por Rory. “Eles são vampiros!”

“Em Veneza!” Rose completou animada.

“Com presas e tudo!” O Doutor adicionou.

“Nós acabamos de sair do covil, mas precisamos entrar na casa para saber mais.” Constatou Rose.

“Certo! Vamos reencontrar nosso novo amigo.” Disse o Doutor.

“O quê? Ela disse ‘entrar na casa’? Cheia de vampiros?” Perguntou Rory confuso, ainda não acostumado com o ritmo de vida deles.

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“Como podem ver, não existe uma entrada definida.” Disse Guido mostrando um mapa da cidade. “A casa dos Calvierri é como uma fortaleza. Mas existe um túnel por baixo com uma escada e um elevador que leva até a Casa. Tentei usá-lo, mas acabei em um alçapão.”

“Você precisa de alguém por dentro.” Sugeriu Amy.

“Não.” O Doutor disse imediatamente.

“Você está louca?” Perguntou Rory percebendo o que Amy estava dizendo. “Quer entrar na Casa?”

“Amy está certa! Ela pode abrir por dentro.” Disse Rose.

“É muito perigoso!” O Doutor disse e Rory acenou concordando com ele.

“Ela só vai ficar lá por umas 3 ou 4 horas, no máximo.”

“Ainda é perigoso.”

“Certo, então eu vou com ela.”

“Não.” O Doutor disse firmemente.

“É uma boa ideia, Doutor. E é mais seguro se formos juntas.” Disse Amy.

“Não, não, não. Vocês estão falando de entrar no covil dos vampiros.” Disse Rory.

O Doutor fechou suas mãos em punhos, pois elas estavam certas. Ele queria muito saber o que tinha lá dentro, o que eles realmente eram e o que estavam fazendo em Veneza.

“Tudo bem, mas precisam de disfarces.” O Doutor finalmente cedeu.

“Mas você e Rose entraram no covil e umas vampiras viram vocês, não é? E se reconhecerem Rose?” Perguntou Amy.

“Com uma mudança de roupas e uma peruca, dá pra enganar.” Disse o Doutor. “Rory vai em meu lugar e vocês podem ser as irmãs dele.”

“Por que não posso ser o noivo de minha noiva?” Perguntou Rory.

“Espera! Você é noivo dela?” Perguntou Guido apontando para Amy. “Pensei que fossem irmãos.”

“Viu? É um belo disfarce.” Disse o Doutor.

Rory bufou, mas concordou em seguir o plano.

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“Então, basicamente, nossos pais morreram com a peste. Sou um “motorista” de gôndola e... a grana está bem curta e entregar minhas irmãs para a sua escola para pessoas especiais seria brilhante.” Rory citou o que o Doutor mandou dizer como parte do disfarce. Rose, Amy e Rory vestiram roupas da época, sendo que Rose pôs uma peruca ruiva, como os cabelos da Amy.

Somente após Rory mostrar o papel psíquico à Signora Calvierri é que as garotas foram permitidas ingressar para a escola.

As duas foram guiadas até um quarto com outras garotas e mandaram-nas trocarem de roupas. Elas olharam a arquitetura do lugar, tipicamente veneziana. As garotas do local saíram, exceto uma. Rose quis conversar com ela.

“Oi, meu nome é Rose e esta é Amy.” Rose disse e esperou alguma reação da garota. Nada. “Só queremos ajudar. Qual o seu nome?”

“Isabella.”

Ouvindo o nome da garota, Rose e Amy se entreolharam. Encontrar Isabella, filha de Guido, era parte da missão. Bom, então parte da missão foi cumprida.

“Isabella, nós vamos tirar você daqui, mas nos conte: Que lugar é esse? O que estão fazendo?” Rose quis saber.

“Eles vêm à noite e me leva a um quarto com essa luz verde e uma cadeira com amarras...”

“E o que acontece lá?” Perguntou Amy.

Isabella balançou a cabeça. “Eu acordo aqui e a luz do Sol queima minha pele como cera de vela.”

Rose e Amy esperaram por algumas poucas horas, conversando com Isabella e planejando os passos até o alçapão.

Com uma vela, elas chegaram ao local da entrada do túnel. Enquanto Amy segurava a vela, Rose puxava o ferrolho do alçapão com sucesso. Tudo estava indo bem, até Rose ouvir Amy largar a vela no chão. Rose se virou para perguntar o que houve, mas se deparou com o motivo: Carlo, o servo de Signora Calvierri, estava lá. Elas foram flagradas.

Continua...


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