Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 14
Carne e Pedra


Notas iniciais do capítulo

Olá, todo mundo! Como foi o fim de ano? Legal?
Espero que aproveitem o primeiro capítulo desse ano! Gostei muito de escrevê-lo e o dedico a breathschmidt e Marry por terem recomendado esta história! ;)



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Mesmo cercados, eles conseguiram driblar as estátuas. Rose correu até a saída para a floresta, mas quando o Doutor passou pelo último Anjo, ele sentiu algo agarrando-o pelas costas.

“Aaaahh!”

Rose deu meia volta quando ouviu o grito de agonia do Doutor.

“Por que eu não estou morto?” Perguntou o Doutor.

“Não pense sobre isso, apenas tire esse terno!” Pediu Rose.

“Boa ideia, Rose!” Ele puxou os braços para tirá-los do terno. “Será que é esse o portal que os trouxeram aqui?”

“Oh, não comece!” Rose segurou a mão do Doutor, puxando-o para instigá-lo a correr para a floresta.

Eles correram por vários metros até alcançarem os outros.

“...E vamos esperar pelo Doutor e Rose.” Dizia River.

“Falando de nós?” Perguntou o Senhor do Tempo diminuindo seus passos pela floresta. Sua expressão se tornou em uma de preocupação quando viu Amy apoiada em uma rocha e River com um scanner médico na mão. “O que aconteceu?”

River mostrou a eles o scanner médico.

“Isto não parece ser bom.” Disse Rose.

“O que há de errado comigo?” Perguntou Amy com a voz fraca.

“Nada. Você está bem.” Consolou River.

“Tudo. Você está morrendo.” O Doutor disse e Rose e River olharam para ele. “Mentir não vai melhorar a situação dela.”

“Não, não vai. Mas eu queria dar conforto a ela e você estragou tudo. É por isso que te odeio.” Disse River.

“Não odeia, não.”

“O Anjo Bob disse que iriam levá-la.” Disse Rose.

“Doutor, eu estou com medo.” Disse Amy enquanto Rose alisava seu cabelo em conforto.

“Claro, está morrendo! Calada.”

“Três.”

O Doutor pegou o comunicador que ele deixou preso no cós da calça. “Bob, por que a fazem contar?”

“Por diversão, senhor.”

Em um acesso de revolta, ele rebolou o comunicador no chão. Como ousam brincar com a vida de Amy?

“É tudo minha culpa. Eu disse para Amy manter o olhar no Anjo.” Lamentou Rose baixando a cabeça.

O Doutor foi até ela e levantou sua cabeça para fazê-la olhar para ele. “Escute aqui, meu amor. Nada disso é sua culpa! Você foi vítima também e...”

“É isso!” River interrompeu. “Como Rose disse, Amy manteve o olhar no Anjo. ‘A imagem de um Anjo é um Anjo’. Como no livro que eu li.”

“Então é só fechar o centro visual de seu cérebro.” O Doutor pensou por um momento. O scanner apitava em emergência enquanto Amy perdia seus sinais vitais. “Amy, feche os olhos.”

“Não. Eu não quero.” Ela recusou a ordem.

“Isso é o Anjo! Ele está com medo. Feche os olhos.”

Amy finalmente fechou os olhos e o scanner começou a apitar positivamente. O Doutor suspirou de alívio e deu um beijo nos lábios de Rose. “Isto foi por você ser brilhante.” Ele disse.

“Senhor, tem Anjos por aqui!”

“Tem mais por aqui também!”

Avisaram os clérigos em suas posições de defesa.

“Não podemos mover Amy daqui e eu tenho que encontrar o deque de voo primário.”

“Eu vou com você!” Pronunciou River.

O Doutor olhou para Rose sabendo que ela iria fazer alguma objeção e dizer que não sairia do seu lado, mas o que ela disse foi surpreendente para ele. “Eu vou ficar.”

O Doutor demorou alguns segundos até assimilar o que ela disse. “Rose, tem certeza?” Ele perguntou.

“Sim, eu vou ficar com a Amy. Estou preocupada com ela e me sinto responsável. Você pode ir com a River.”

“Tenha cuidado.” O Doutor disse.

“Eu vou com você, senhor.” Disse Padre Octavian.

“Não preciso de você.”

“Eu não ligo! Onde Dra. Song for, eu vou.”

“O quê?”

River Song se posicionou em frente aos dois homens esperando pelo desfecho da conversa.

“Vocês estão noivos, ou algo assim?” Perguntou o Doutor.

“Sim, por assim dizer.” Disse Octavian se retirando junto com River Song e já caminhando pelo caminho onde leva à nave.

O Doutor quase riu da mentira evidente nos olhos dele. Se Padre Octavian acha que pode enganar o Doutor, ele está errado. “Ok, clérigos! Vocês ficam aqui e cuidem de Rose e Rose vai cuidar de Amy. Se algo acontecer com elas, vou considerar todos pessoalmente responsáveis. Duas vezes.”

Com isso, o Doutor liderou o caminho, River e Octavian logo atrás.

“Você vai ficar bem, Amy. Só não abra os olhos, nem por um instante.” Disse Rose confortando Amy.

“Ok, eu vou tentar.”

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“Como uma rachadura pode ser o fim do Universo?” Perguntou River curiosa para o Doutor enquanto o Bispo andava na frente.

“Eu não sei, mas acho que um dia vai haver uma ‘grande explosão’! Tão grande que o passado e o futuro vão rachar.” Respondeu o Doutor.

“Como isso é possível?”

“Como pode estar noiva por assim dizer?”

“Oh, sinto muito se esqueci de pedir sua permissão, mas é que adoro homens de uniforme.” Disse River em tom de brincadeira.

Padre Octavian pareceu não gostar muito e voltou alguns passos até eles. “A Dra. Song está sob minha custódia pessoal. Eu a liberei da prisão Storm Cage há 4 dias. Sou legalmente responsável por ela até completar a missão e ganhar o perdão.”

“Você fala como se fosse o pai dela.”

“Não sou. Isso foi só para nos entendermos.” Octavian se retirou e seguiu o caminho.

“Você estava em Storm Cage.” Comentou o Doutor. O pequeno aparelho que o Doutor estava na mão apitou, revelando uma data. “Foi na época de Amy que a rachadura começou.”

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“Vai me dizer o que está acontecendo?” Perguntou Amy impaciente.

“Nada está acontecen...” Rose estava respondendo quando as luzes piscaram. “Falei cedo demais. Parece que os Anjos estão rachando os troncos e falhando as luzes.”

Os clérigos começaram a dar avisos de Anjos se aproximando mais e Amy ficou mais preocupada. Rose segurou a mão de Amy e ela automaticamente a segurou de volta.

“Eles vão nos proteger. Não abra os olhos!” Avisou Rose.

De repente, uma luz surgiu brilhando de um dos lados.

“Os Anjos desapareceram!” Avisou um dos clérigos. “Para onde eles foram?”

“Não estou gostando disso.” Rose pressentiu algo errado.

O clérigo encarregado ordenou outros dois a irem explorar de onde vem a luz.

“Amy, a luz parece ser uma fonte de energia e tem o mesmo formato da rachadura da parede de seu quarto.” Disse Rose.

“Ela está me seguindo?”

“Eu não sei.”

Tem apenas dois clérigos restantes e um deles pediu para ir explorar a luz e foi.

“E quanto aos outros dois?” Perguntou Amy.

Rose viu o clérigo restante fazer cara de surpresa, como se não se lembrasse dos outros clérigos. “Você se esqueceu? Você mandou dois irem olhar aquela luz.”

“Dois? Madame, só tinha nós três aqui.” Disse o clérigo. Essa informação assustou Rose. “Escutem, eu preciso olhar aquela luz e vocês ficam aqui.”

Apesar dos protestos das duas mulheres, ele ainda foi até lá prometendo voltar em dois minutos. Ele nunca voltou.

“Ele deixou um comunicador, mas ele não se comunica com a gente. É como se ele nunca tivesse existido.” Comentou Rose.

“Você não acha isso estranho? Os clérigos sumiram e só nós duas lembramos deles?”

Quando Rose pensou em uma resposta, uma voz soou do comunicador.

“Rose? Amy? Estão aí?”

Era a voz do Doutor e Rose ficou muito feliz em ouvi-la. “Doutor, estamos bem, mas os clérigos se foram. Havia uma luz e eles foram em direção a ela.”

“Vocês estão sozinhas?”

“Sim.”

“Sinto muito, cometi um erro. Nunca deveria tê-las deixado aí. Vou guiá-las até aqui.”

Durante um tempo, o Doutor foi guiando-as pela floresta. Ele parecia muito estressado.

“Doutor, há Anjos aqui!” Avisou Rose.

“Eles não podem mover se forem vistos. Mantenha o olhar neles enquanto andam.”

As duas mantinham os passos com cuidado. Amy apoiando a mão no ombro de Rose enquanto Rose ia na frente. As luzes piscaram e de repente estavam cercadas de Anjos.

“As luzes piscaram e os Anjos nos cercaram. Se piscarem de novo...” Rose ia dizendo no comunicador, porém, ela viu um raio e, em uma piscada, elas estavam em outro ambiente.

“Amy, nós estamos seguras.” Rose contou a ela. “Mas não abra os olhos.” Soltando Amy, Rose foi até o Doutor que a recebeu de braços abertos. Eles se abraçaram.

“Teletransporte. Viu? Falei que podia fazer funcionar.” Disse River Song em tom de eu-te-avisei.

“Onde está Padre Octavian?” Perguntou Rose.

“Ele... morreu.” Respondeu o Doutor triste. Rose também ficou triste, pois ela até gostava dele.

As luzes da nave primária piscaram de novo e a porta de proteção se abriu, revelando Anjos reunidos do lado de fora. Rose abraçou Amy como se fosse protegê-la. O Doutor manteve o olhar nos Anjos. “Anjo Bob, eu presumo.” Ele disse se dirigindo ao Anjo da frente.

“O domínio do tempo está chegando. Vai destruir nossa realidade.” Disse o Anjo.

“É e olhe pra vocês, fugindo! O que posso fazer por vocês?”

“Há uma ruptura no tempo. Os Anjos calculam que, se você se jogar nela, ela se fechará e seremos todos salvos.”

Rose abraçou Amy mais forte não sabendo se era para confortar a ruiva ou a si mesma. River pôs a mão no ombro de Rose em apoio.

“Sim, poderia fazer isso, mas por quê?” Quis saber o Doutor.

“Seus amigos também seriam salvos.”

“Você não pode fazer isso!” Exclamou River.

“River, segure a barra.” O Doutor disse solenemente.

“Você não pode morrer aqui! Deixe-me ir no seu lugar!” Pediu River.

“Segure a barra, River!” Disse Rose dessa vez.

“O quê? Você também?” Disse River desesperada.

“Ele falou sério! Segure a barra.” Rose disse fazendo um gesto apontando para uma barra de apoio.

Então River entendeu. “Genial.”

Rose ajudou Amy a se segurar em uma das barras e River foi se segurar em outra.

“Veja, Anjo Bob, o negócio é o seguinte: os Anjos estão drenando o poder desta nave. E sabe o quê? Acho que se esqueceram onde estão e esqueceram da gravidade da situação.” Assim que o Doutor terminou de falar, o computador apitou avisando uma falha na gravidade. O Doutor procurou para ele mesmo uma barra para se segurar.

Com a falha da gravidade, os Anjos foram puxados para dentro da rachadura na parede. O Doutor sorriu para Rose que sorriu de volta enquanto os quatro se seguravam por suas vidas. Após o último Anjo, a rachadura se fechou devagar. Estava tudo acabado.

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Na praia...

Havia restado apenas três de todos os clérigos da expedição. Estes haviam ficado de guarda do lado de fora e consequentemente sobreviveram. A missão deles agora era relatar tudo o que aconteceu e, claro, algemar e vigiar River Song.

“Então...” Disse River para Rose ao seu lado.

“Então...” Respondeu Rose, esperando que ela continuasse.

“Sobrevivemos mais essa.”

Rose pensou um pouco. “Somos amigas no futuro, River?”

“Grandes. Acho que eu diria que somos amigas em todos os tempos.” Disse River. “Amy está bem?”

“Sim. O Anjo que Amy viu caiu na rachadura e é como se ele nunca estivesse existido.” Explicou Rose. Ela viu o Doutor falando com Amy antes de ele se aproximar das duas loiras.

“E agora, River?” O Doutor perguntou quando chegou perto delas.

“A nave da prisão está em órbita. Vai me teletransportar a qualquer momento.” River disse e fez uma pausa. “E já que Rose não está surpresa, eu suponho que você já tenha contado a ela.”

O Doutor acenou que sim.

“Devo ter feito o suficiente para me soltarem, não acham?” River disse animada.

“Depende. Octavian me disse que você matou um homem.”

O sorriso que River tinha sumiu. “Sim, é verdade. Mas não posso dizer muito. Só posso dizer que foi o melhor homem que conheci.”

“Então por que o matou? E quem ele era?” Perguntou Rose.

“É uma longa história, impossível de ser contada. Apenas vivida.” River disse olhando para os dois. “Vocês vão me ver de novo. Quando Pandorica abrir.”

“Pandorica!” O Doutor riu. “Isto é um conto de fadas.”

“Nossa vida não é um conto de fadas, Doutor?” Provocou Rose.

“Então você acredita?” O Doutor perguntou e Rose deu de ombros.

Um zunido soou das algemas de River. “Oh, acho que é minha carona.”

“Podemos confiar em você, River Song?” O Doutor ainda queria saber.

“Se quiserem!” River riu. “Mas onde está a graça disso?”

River foi transportada em um tornado de vento, desaparecendo completamente de suas vistas. Ainda sem seu terno de tweed, o Doutor observou a praia com uma nova realização em seus olhos.

“No que está pensando?” Perguntou Rose, interrompendo-o de seu devaneio.

“O tempo pode ser reescrito.” Ele contou e suspirou. “Notei que você ficou mais próxima da River mesmo depois de eu ter contado sobre a prisão.”

“Já tive uma amiga problemática antes, que só queria chamar atenção. Mas River é diferente e vi arrependimento nos olhos dela.”

Nesse momento, Amy apareceu ao lado deles. “Quero ir pra casa.” Ela disse.

“Oh.” Rose suspirou. O Doutor disse nada.

“Não para ficar. Eu só preciso mostrar uma coisa pra vocês.”

“Tudo bem, Amy.” Disse o Doutor.

Os três foram para a TARDIS.


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Notas finais do capítulo

Amo todos vocês!



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