Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 13
Contagem Regressiva


Notas iniciais do capítulo

Oiii! É quase Natal e olha eu aqui! Bem, espero que aproveitem a continuação desses episódios maravilhosos.
Para quem comemora o Natal, FELIZ NATAL! Para os outros, FELIZ FERIADO!



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Rose teve que piscar algumas vezes quando abriu os olhos, pois sua vista tinha ficado embaçada. Ela estava deitada, mas sabia como, já que estava em pé poucos segundos atrás. Rose se sentou e viu Amy fazer o mesmo, assim como River e os clérigos.

“Você está bem?”

Vendo a mão do Doutor que ele gentilmente ofereceu para ajudá-la a se levantar, Rose se apoiou nela e ficou de pé. “O que aconteceu?” Ela olhou em volta, um ambiente diferente do que estavam antes.

“Nós saltamos.” River respondeu.

Rose não esperava que outra pessoa, além do Doutor, respondesse. “Estou perguntando sério! O que aconteceu?”

“Ela está certa, Rose, nós saltamos. Olhe para cima!” Disse o Doutor.

“Estamos exatamente onde estávamos... só que em cima.” Explicou River Song.

Amy se aproximou deles. “Ainda não entendi como viemos parar aqui.” Ela disse.

“Vamos, Amy, pense! A nave caiu com a célula de energia ativa, certo? O que mais estava ativo?” Disse o Doutor para fazê-la entender.

“A gravidade artificial. E um tiro no globo de gravidade nos impulsionou para cima.” Respondeu Rose, o que fez o Doutor olhar para ela com curiosidade. “Eu... li sobre gravidade um dia desses. Hããn, estou lembrando agora.”

Amy olhou para ela impressionada e ficou imaginando se passar muito tempo com o Doutor faz você falar assim e saber de coisas absurdas. Só River que não pareceu surpresa.

“Doutor, as estátuas estão mais parecidas com anjos agora.” Disse Padre Octavian olhando para cima, onde as estátuas ficaram retidas.

“Estão se alimentando com a radiação dos destroços. Estão se restabelecendo e em breve serão um exército.” Explicou o Doutor enquanto tentava abrir uma escotilha com a chave de fenda sônica.

Ele finalmente abriu e as luzes começaram a falhar de novo. Ele gesticulou para Rose entrar primeiro.

Ela analisou o caminho pelo qual o Doutor quer que ela vá. É como um buraco fundo que ela teria que pular. “Eu-eu não acho que consigo pular! É muito profundo! E não há como me apoiar nas paredes.”

“Rose, confie em mim. É só uma pequena queda e logo você estará no chão. Na verdade, é um corredor e a gravidade é orientada para o chão e não vai levar nem um segundo. Você não leu sobre gravidade? Então confie em mim.” O Doutor disse calmamente.

“Eu confio.” Ela se preparou para pular. O Doutor estava certo (como sempre), pois logo após o impulso do pulo ela sentiu terra firme. Rose estava pisando no chão que ela pensou que fosse parede. Ela deu alguns passos adiante para dar passagem aos outros.

Assim que o Doutor pulou, ele foi trabalhar no painel de controle para fechar a porta. Um por um, todos pularam e a porta da escotilha com sucesso, porém, a outra porta pela qual eles teriam que para seguir em frente foi fechada automaticamente e ficaram presos.

“Então, estamos basicamente presos na chaminé? E se a gravidade falhar?” Perguntou Amy vendo o Doutor se movimentar na porta.

“Eu pensei sobre isso!” Respondeu o Doutor.

“E?”

“E vai nos jogar para a morte. Viu? Eu pensei sobre isso! Protocolos de segurança ativos. É impossíveis eles entrarem!”

“Quão impossível?” Perguntou River.

“Dois minutos!”

River foi trabalhar na tubulação de energia e o Doutor foi ajudá-la com a chave de fenda sônica. Nesse momento, os Anjos já tinham aberto a escotilha e estavam fazendo as luzes falharem. Em cada piscada, os Anjos iam aparecendo e se aproximando. Os clérigos ficaram em posição de ataque, observando-os.

“Ninguém olhe nos olhos deles. Eu isolei a energia reserva, agora não podem cortar a luz.” Disse o Doutor.

Trabalhando no painel, o Doutor chegou à conclusão que a única forma de abrir a porta é direcionando toda a energia para a porta, deixando-os na escuridão por breves milésimos de segundo, talvez mais. Para isso, ele precisava do consentimento de todo mundo e Padre Octavian estava hesitante em confiar no Doutor de novo, perguntando à River Song mais uma vez aquela pergunta “Você confia nesse homem?” e, é claro, ela sempre respondendo com “Confio completamente”.

Observando a cena, Rose achou que era porque Padre Octavian queria ter uma confirmação de que River não mudou de ideia sobre confiar no Doutor. Será que ela já mudou de opinião alguma vez? Ou no seu passado, futuro do Doutor e Rose, ela tinha uma opinião diferente deles?

“Vou aceitar sua palavra porque sei quem você é.” Octavian disse somente para River enquanto o Doutor se preparava para executar o plano. “Eu sei o que você fez e você já está pagando o preço, mas se me custar mais homens, você vai pagar também por isso, entendeu?”

Ficou clara a ameaça de Octavian e lembrá-la de que ela está pagando por um erro é um golpe baixo. “Entendido.” River apenas respondeu.

Rose ficou intrigada. Não que ela estivesse ouvindo a conversa de propósito, mas achou interessante. Tinha algo por trás da máscara de River Song. Algo misterioso e interessante.

“Rose?” O Doutor a chamou. “Quando as luzes se apagarem gire isto aqui. Quatro vezes no sentido horário.”

“Dez.” Disse Amy.

“Quatro ou dez?” Rose perguntou.

O Doutor franziu as sobrancelhas. “Quatro.” Ele olhou para Amy.

“É isso. Ele disse quatro.” Amy respondeu como se nada tivesse acontecido.

“Amy, ajude os clérigos olhando para os Anjos. Mas não para os olhos.” Pediu o Doutor. “Preparados?”

Padre Octavian fez contagem regressiva. Terminando a contagem, as luzes se apagaram e os clérigos começaram a atirar sem parar. Não pareceu fazer efeito já que os Anjos continuaram avançando.

“ANDEM! JÁ ESTÁ ABERTA!” O Doutor anunciou e todos passaram pela porta. Trancando a porta por trás, o Doutor correu para abrir a próxima, o que foi mais fácil. Passando por ela, eles se encontraram do deque de voo secundário.

“O que está fazendo?” Perguntou Amy ao Padre Octavian que estava na porta.

“Magnetizando a porta. Nada pode girar a manivela agora.” Ele respondeu.

“Os Anjos podem.” Quando o Doutor disse isso, a manivela da porta começou a girar, embora devagar.

“Meu Deus!”

“Não disse? O tempo está se esgotando. Eu lido bem com o tempo.” O Doutor olhou para Rose. “Lembra nosso casamento.”

Rose ficou vermelha com a menção do casamento deles em uma situação como aquela.

Amy chamou a atenção para as outras portas, nas quais os Anjos estavam tentando abrir. Os clérigos as magnetizaram.

“Doutor, quanto tempo nós temos?” Perguntou Octavian.

O Senhor do Tempo estava trabalhando depressa nos controles. “Cinco minutos no máximo.”

“Nove.” Disse Amy.

“Cinco. Porque disse nove?” O Doutor quis saber.

“Eu não disse.”

River olhou para todos os lados. “Precisamos de outra saída!” Ela disse.

“Não há nenhuma!” Disse Octavian negativamente.

O Doutor odiava negatividade, pois destruía todas as esperanças e chances de sobreviverem. “Claro que há!!! É uma nave classe Galáctica. Viaja entre os planetas. Então, o que eles precisam?” Ele perguntou.

River virou rapidamente para o Doutor, os lábios formando um ‘O’ quando ela teve um insight. “Mas é claro!”

Rose e Amy se entreolharam quando não entenderam a conversa interna entre o Doutor e River Song.

“Bem, é uma unidade selada. Foi instalada de algum jeito.” O Doutor disse enquanto ele procurava uma forma de abrir a porta – a única porta que não tinha Anjos por trás – que estava de frente para os controles do deque.

Isso ainda não respondia a pergunta que ambas Amy e Rose queriam fazer. “O que eles precisam?”

“Eles precisam respirar.” Respondeu River.

Após destrancar todas as presilhas da porta, esta abriu deslizando para cima revelando um ecossistema do outro lado. Ecossistema é um pouco exagerado de dizer, mas tinha uma floresta inteira.

“Uma fábrica de oxigênio.” Disse River animada.

“Se tivermos sorte, é uma rota de fuga.” Completou o Doutor.

Amy ainda continuou muito admirada em ver uma floresta inteira. “Oito.” Ela disse.

“O que você disse?” Perguntou Rose que estava do lado dela.

“Nada.” Amy respondeu.

O Doutor ordenou que os clérigos verificassem o local e vasculhassem por outras saídas.

“Árvores em uma nave! Dá pra acreditar?!?” Disse Amy para Rose.

Bom, eram mais que árvores. Eram árvores com tecnologia que suga energia das estrelas e expele ar, o Doutor explicou.

“Vejo que vocês duas ainda estão maravilhadas!” Disse o Doutor.

Amy riu. “Sete.”

“Sete?” Dessa vez, o Doutor não deixou passar e foi de encontro a ela. “Você disse ‘sete’.”

“Não, eu não disse.” Negou Amy.

“Sim, você disse.” Rebateu River Song, também interessada em saber.

“Por que eu diria ‘sete’? Rose, conte a eles que eu não disse.”

“Mas você disse.” Confirmou Rose.

Amy não sabia como processar essa informação.

“Doutor, tem uma saída do outro lado da floresta.” Interrompeu Padre Octavian.

“Que bom! Nós vamos para lá.”

“Doutor? Aqui é Anjo Bob falando. Você está aí?”

O Doutor pegou o comunicador. “Aah, Anjo Bob! Como está a vida? Desculpe, piada de mau-gosto.” Ele disse enquanto sentava na cadeira do capitão.

“Os Anjos querem avisar que estão se alimentando, senhor. Em breve terão bastante energia para consumir esta nave...” A tensão aumentou. “Este mundo e todas as estrelas além dele.”

“Já disse que temos cadeiras confortáveis aqui?”

“Não precisamos de cadeiras confortáveis.”

“Este Anjo não tem senso de humor.” O Doutor disse de brincadeira.

As garotas riram. “Seis.” Disse Amy.

O rosto do Doutor se tornou frio quando ele se levantou da cadeira. “Certo, Bob! O que fizeram com Amy?”

“Do que está falando? Eu estou cinco!” Amy retrucou e todos olharam para ela. “Quer dizer, bem. Eu estou bem!” Ela corrigiu.

“Você está contando.” Constatou River. “Faz alguns minutos que está contando.”

“Contagem regressiva, desde o ‘dez’.” Disse Rose.

“Nós vamos levá-la. Nós vamos levar todos vocês. Vamos dominar todo o tempo e espaço.” O Anjo disse.

“Vá aproveitar a vida, Bob! Opa! Desculpe de novo. Mas responda uma pergunta: Por que Amy?”

“Ela olhou para os olhos do Anjo, senhor. Tentamos entrar na Sra Tyler também, mas tinha algo nos impedindo.”

“Sim, isso se chama Vórtex. Responda outra: Como pretendem dominar o tempo e espaço se não existe energia suficiente nessa nave?” Perguntou o Doutor.

“Com todo o respeito, senhor. Existe mais energia nessa nave do que possa imaginar.”

Com isso, todos no console ouviram barulhos estranhos e assustadores vindos do outro lado das portas. Devem ser os Anjos, todos pensaram.

“Os Anjos estão rindo. Estão rindo porque o Doutor não percebeu.”

“Não percebi o quê?” Ele questionou.

“Doutor!” River chamou alarmada. Uma rachadura apareceu na parede do deque de voo secundário. O Doutor correu para mais perto.

“É igual à rachadura da parede do meu quarto!” Exclamou Amy.

“Ok, isso é o bastante! Vamos sair!” Avisou Octavian.

“Eu concordo! Vamos!” Disse River.

“Certo, vão na frente.” Disse o Doutor pegando a chave de fenda sônica.

“Isso não vai acontecer!”

“Não vou deixar você!”

River e Rose falaram ao mesmo tempo.

Bispo Octavian apareceu e insistiu em levar as mulheres para a segurança. Ele conseguiu levar Amy e River, mas Rose se desvencilhou dele e foi para o lado do Doutor.

“Rose, eu disse para ir na frente.” Disse o Doutor examinando a rachadura.

“Eu disse: Não vou deixar você!”

O próprio Doutor não sabe por que às vezes ele esquece que Rose é teimosa. Deve ser o instinto que o faz querer protegê-la. Mas esse instinto falhou quando ele percebeu que esqueceu de... olhar. Desviando o olhar da rachadura, o casal se deparou com Anjos em todos os lados.

“Rose, não pisque!”

“Já sei.”

“Vamos fugir pela floresta. Corra!”

Os Anjos se aproximaram. Os dois sozinhos não davam conta de tantos. Mesmo cercados, eles conseguiram driblar as estátuas. Rose correu até a saída para a floresta, mas quando o Doutor passou pelo último Anjo, ele sentiu algo agarrando-o pelas costas.

Continua...


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