Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 12
O Tempo dos Anjos - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Não esperava postar capítulo hoje, mas como terminei e não quero deixá-los esperando mais, então lá vai...
Aproveitem e comentem!



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“Desliguem suas lanternas.” Ele solicitou. Rose, River, Amy, o Bispo e os clérigos restantes desligaram as lanternas. “Ok, agora vou desligar a minha por um breve momento.”

“Tem certeza?” Perguntou River com ansiedade.

“Não.” Ele respondeu. Em um gesto lento, o Doutor levou o dedo ao botão de liga/desliga da lanterna, como se estivesse criando coragem para finalizar o movimento. Ele pressionou devagar o botão e a escuridão tomou de conta do ambiente.

Foram apenas breves milésimos de segundo, mas foi o suficiente para as estátuas serem vistas em uma posição diferente.

“Oh, meu Deus! Elas se moveram!” Amy exclamou assim que o Doutor reacendeu sua lanterna.

As estátuas estavam agora viradas para eles. O Doutor olhou para cada uma delas, analisando-as rapidamente. “Clérigos, fiquem de olho nelas.” O Doutor ordenou e seguiu um caminho reto onde encontrou mais estátuas.

Rose, Amy, e River, claro, seguiram ele. “Cada estátua nesse labirinto é um Anjo Lamentador." O Doutor contou a elas.

“Mas isso não é possível.” Constatou River.

“Se eu te contasse todas as coisas impossíveis que aconteceram comigo passaríamos uma década inteira conversando.”

“Doutor, os Anjos estão virados para nós!” Disse Rose. “Eles estão vindo atrás da gente.”

“Yeah, eu notei. River Song, por que você acha que não é possível?” Perguntou o Doutor.

“Porque só tinha um Anjo na nave. Só tinha um, eu juro!” Ela respondeu.

“Será que eles estavam aqui?” Sugeriu Amy.

“Pode ser! Mas não sabemos como os Aplanianos morreram. Alguém sabe?” Disse o Doutor.

“Ninguém sabe!” Respondeu River.

“O que me intriga é que essas não são rápidas.” Rose comentou. “Se os Anjos Lamentadores são tão rápidos como você disse, Doutor, por que esses aqui não nos alcançaram?”

O rosto do Doutor se iluminou. Rose sempre fazia as perguntas certas. “Ótima pergunta! É só olhar para a aparência deles. Eles estão morrendo e perdendo a forma. A imagem do Anjo é a energia.” Em segundos, o rosto do Doutor se iluminou com um brilho diferente. Foi um brilho de compreensão. “Energia! Energia!” O Doutor gritou alegre. Ele olhou para Rose. “Como eu disse, ótima pergunta.”

O Doutor estava se segurando para não beijá-la naquele momento como agradecimento à brilhante ideia que ela lhe deu, mas não seria adequado para a situação. A prioridade era sobreviver. Eu poderia dar milhões de beijos nela depois que tudo isso acabasse, de qualquer maneira.

“Doutor, explique-se.” Pediu River.

“Não percebe? Toda a radiação, a queda da nave? A queda foi uma missão de resgate para os Anjos! Estamos no meio de um exército e eles estão acordando!”

“Precisamos sair daqui e rápido!” Sugeriu Rose.

Padre Octavian prontamente entrou em contatos com os clérigos mais afastados. Ele contatou Bob, Angelo e Christian, mas nenhum respondeu. Ele tentou de novo até ouvir a voz de um deles.

“É o Bob, senhor! Desculpe, senhor!”

“Bob, os outros estão aí? Angelo e Christian? Todas as estátuas estão vivas!” Octavian explicou a ele.

“Eu sei, senhor. Angelo e Christian estão mortos. As estátuas os mataram.”

O Doutor sentiu a urgência de ajudar Bob e tirou o comunicador das mãos de Padre Octavian. “Bob, Sagrado Bob, é o Doutor. Onde você está?” Falou o Doutor pelo comunicador.

Padre Octavian protestou, mas foi inútil.

“Estou chegando aí, senhor. Seguindo o seu sinal.”

O Doutor ficou aliviado. “Muito bem, Bob. O medo deixa você alerta, eu disse. O que o Anjo fez com seus amigos?”

“Quebrou o pescoço deles, senhor.”

A tensão aumentou no ambiente após ouvirem um ato tão violento causado pelo Anjo.

“Isso é estranho.” Continuou o Doutor. “Não é assim que matam. Eles deslocam você no tempo, a menos que precisam do corpo para algo. Como você escapou, Bob?”

“Eu não escapei, senhor. O Anjo me matou também.”

Se não poderia ficar mais tenso, então acabou de ficar. Todos olharam um para os outros.

“O que você quer dizer com ‘o Anjo matou você’?”

Claro, que o Doutor entendeu perfeitamente, mas precisava ouvir mais uma vez para ter certeza se ouviu direito.

“Quebrou meu pescoço, senhor. Não foi indolor como eu achava, mas foi rápido. Isso já é alguma coisa.” Respondeu Bob, ou simplesmente a voz do Bob.

“Se está morto, como estou falando com você?” O Doutor queria saber.

“Não está, senhor. O Anjo não tem voz.”

“O Anjo está usando a voz de Bob?” Rose perguntou. O Doutor acenou.

“Mas ele disse que estava chegando...” Lembrou River.

“É o Anjo que está chegando.”

“Não temos saída!” Disse o Doutor.

“Vamos sair pelos destroços.” Padre Octavian incitou todos a irem em direção aos destroços como única saída. Ele ficou para trás com o Doutor.

“Eu te chamei de idiota. Desculpe por isso.” Disse o Doutor. “Não tem como salvar seus soldados, Octavian.”

“Eu sei disso, senhor. E enquanto você voa na pequena caixa azul com sua pequena família, eu estarei explicando isso para as famílias deles.” Padre Octavian se retirou para seguir o resto do pessoal. O Doutor sentiu como se tivesse levado um tapa na cara.

Depois de descobrir que o Anjo com quem ele estava falando era o mesmo da nave e que ele NÃO estava nos destroços, o Doutor começou a se mover bem rápido em direção aos outros, que estavam já avançados pelo caminho.

Ele encontrou Rose e Amy paradas no meio do caminho, provavelmente esperando por ele. “Não me esperem, corram!” Ele disse pegando a mão da Rose como ele gosta de fazer enquanto correm.

“Eu não posso!” Amy anunciou.

Rose puxou a mão do Doutor indicando para ele parar. Com um suspiro, o Senhor do Tempo se voltou para Amy. “Por que não pode?”

“Ela está agindo meio estranho ultimamente.” Disse Rose.

“Olhem minha mão. É pedra!” Disse Amy.

“Não, não é.” O Doutor observou a mão dela e teve certeza de que não era pedra. “Olhou nos olhos do Anjo, Amy?”

“Não pude evitar, mas eu tentei.” Ela respondeu.

“Rose? Você olhou?”

“Não muito. Eu estava procurando uma forma de sair enquanto Amy o observava.”

“Então está na sua cabeça, Amy. Está mexendo com sua mente. Sua mão não é de pedra!”

“É sim!” Amy teimou.

“Pode mexer a mão e sair.”

“Eu tentei e não consegui. É pedra.”

A lanterna que o Doutor estava segurando começou a falhar. A luz piscava indicando que o Anjo estava se aproximando.

“O que podemos fazer para ela acreditar que não é pedra?” Perguntou Rose.

“Eis o que vocês devem fazer: me deixarem aqui e salvarem suas vidas.” Disse Amy.

O Doutor e Rose olharam para Amy surpresos. Amy queria ficar para trás? Eles não deixam ninguém para trás!

“Amy Pond, você é magnífica. E me desculpe.” Disse o Doutor.

“Tudo bem, eu entendo. É a única forma, não é? Eu fico aqui e vocês salvam os outros.”

“Você não vai ficar aqui! Desculpe-me por isto que vou fazer agora!” O Doutor, então, mordeu a mão esquerda de Amy, a mesma que ela não conseguia mover. Amy soltou um grito de dor. “Viu? Não é pedra! Agora, corra!”

“Você me mordeu!”

“Sim, e você está viva!”

“Mas você me mordeu! Vai ficar uma marca!”

“É, eu tenho essa mania...” O Doutor começou a correr, incentivando-as a correrem também.

“Vamos, Amy!” Rose segurou a outra mão da ruiva para puxá-la e fazê-la correr. Amy ainda estava sentindo a dor da mordida. Enquanto isso, as estátuas estavam avançando.

Quando o Doutor, Rose e Amy se encontraram com os clérigos, River Song soltou um suspiro de alívio. River havia acompanhado Padre Octavian enquanto checavam os corredores do templo e constataram que estavam cercados. A sala onde todos se reuniram era espaçosa e o Byzantium estava no topo, devia ter uns 15 metros de altura para chegar lá.

“Senhor, minha lanterna está piscando.” Disse um dos clérigos.

“São os Anjos. Eles estão vindo e estão drenando a energia para si.” Explicou o Doutor.

“O que significa que não poderemos vê-los.” Entendeu Octavian.

As lanternas piscaram de novo e Anjos apareceram.

River Song se aproximou do Doutor. “Alguma sugestão?” Ela perguntou seriamente.

Mais Anjos estavam chegando e não tinha equipamentos para subir até o Byzantium. E não, ele não tinha sugestão para dar, mas ele sabe que River o conhece bem e que ele pensaria em alguma.

“Sem querer pressionar, mas esse é o momento em que você tem uma brilhante ideia.” Disse mais a River.

Rose olhou para ela. Mais uma vez, River provou que conhece o Doutor profundamente ao ponto de prever suas ações, como se tivesse experiência no assunto. É certo que o Doutor não a conhece, mas isso incomoda muito à Rose, pois um dia, River e Doutor vão se conhecer apropriadamente e vão até serem... parceiros. Mas espere aí? A loira de cabelos cacheados disse que também a conhecia no futuro. River e Rose do futuro... Será que ela é mais uma companheira ou talvez a ‘substituta’ de Amy?

“Sempre há uma saída.”

A voz do Doutor tirou Rose de seu devaneio. As luzes piscaram novamente. “É melhor procurarmos logo por essa saída, porque a energia não vai durar muito.” Ela disse voltando a se concentrar na situação.

“Posso falar com o Doutor?”

O Doutor levou o comunicador à boca. “Olá, sou eu! O que foi?”

“Os Anjos querem algo antes do fim.”

“E o que é?”

“Eu morri com medo.” O Doutor ficou confuso, assim como os outros. “Você disse que meu medo me manteria vivo, mas eu morri com medo, com dor e sozinho. Fez-me confiar em você e quando foi conveniente me deixou sozinho.”

“O que estão fazendo?” Amy perguntou sussurrando.

“Tentando deixá-lo com raiva.” Respondeu River.

“Isso não é bom.” Disse Rose.

“Sinto muito, senhor. Os Anjos querem muito que saiba disso.”

“Bem, então os Anjos cometeram seu segundo erro! E eu nunca vou deixar isso passar. Sinto muito que tenha morrido, mas eu juro pelo que sobrou de você, eles sentirão muito mais!” Respondeu o Doutor firmemente.

“Mas está encurralado, senhor. Prestes a morrer.”

“Sim, estou encurralado. E por falar em armadilhas... essa daqui tem um enorme erro.” O Doutor caminhou até Rose e a perguntou primeiro. “Meu amor, você confia em mim?”

“Claro!” Ela respondeu sem hesitar.

Ele se virou para Amy. “Você confia em mim?”

“Sim!” Amy também não hesitou.

Ele se virou para River Song. “Você confia em mim?”

“Sempre!” Ela respondeu.

“Vocês confiam em mim?” Ele perguntou aos clérigos, por fim.

“Nós temos fé, senhor!” Respondeu Octavian em nome de todos os clérigos.

“Então me dê sua arma.” Pediu o Doutor. O Padre o entregou a arma. “Estou prestes a fazer algo estúpido e perigoso e, quando eu fizer, pulem!” Ele deu um salto como demonstração. Todo mundo ficou confuso, mas decidiram confiar no Doutor. “Ao meu sinal.”

“Que sinal, senhor?”

“Vocês vão saber.” O Doutor mirou a arma para o teto, o Byzantium.

“Desculpe-me, mas você mencionou um erro?” Disse a voz do Bob.

“Um grande erro. Um enorme erro! Se dá valor à sua existência, então deve saber que tem uma coisa que nunca se põe em uma armadilha!” O Doutor se preparou para apertar o gatilho.

“E o que seria, senhor?”

O Anjo perguntou, mas todo mundo também queria saber a resposta. Todos olharam para o Doutor.

“Eu!” O Doutor finalmente apertou o gatilho. Todos ouviram o estrondo e, de repente, tudo ficou preto.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Desculpe, nem passei sneak peek pra vocês porque eu acabei postando o capítulo antes de responder aos comentários. Na primeira oportunidade que tive de acessar o Nyah foi para postar logo, sei que estavam ansiosos. hehehe



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