Aos Dias Que Nunca Vieram – 2ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 11
O Tempo dos Anjos - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu peço desculpas, mas é que eu encontrei o Doutor e fui viajar com ele. Estou de volta agora com esse capítulo. Espero que seja do agrado de vocês...



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O Doutor correu. O trailer não estava tão longe, mas o Senhor do Tempo queria chegar o mais rápido possível.

Rose ouviu uma batida no outro lado da porta. Era o Doutor, ela sabia. “Rose! O que está acontecendo?” Ela o ouviu dizer do outro lado.

“Tem um Anjo aqui dentro!” Rose respondeu.

“E Amy?”

“Está aqui comigo! Ela está mantendo os olhos nele!”

“Isso, não tirem os olhos dele! Não pode se mover se não olhar!”

O Doutor utilizou sua chave de fenda sônica em vão. Ele constatou que a porta estava trancada.

“Não há tranca.” Avisou River Song, que também tentava abrir a porta. “O que está fazendo.”

“Tentando cortar a energia! Ele está usando a tela, então vou desligá-la.” O Doutor falhou mais uma vez e apelou para as meninas desligarem a tela do lado de dentro. Mas, é claro, elas já haviam tentado! E elas não podem nem pensar em se mover, pois o Anjo fica mais rápido e feroz.

“E o que você está fazendo?” Perguntou o Doutor curioso.

“Tentando cortar com fogo, mas nem ficou morno.”

“Não tem jeito, não é nem fisicamente possível.” O Doutor estava começando a ficar desesperado. Ele correu para buscar o livro que estava analisando anteriormente. Tinha algo sobre os olhos do Anjo. Ele retornou. “Amy, não olhe nos olhos!”

“O quê? Por quê?” River quis saber.

‘Os olhos não são as janelas da alma, são as portas’.” O Doutor citou o livro. Logo, ele e River voltaram a trabalhar na porta para abri-la.

Do lado de dentro, Rose ainda estava com o controle remoto na mão. “Ok, vamos pensar... Não podemos tirar os olhos dele e não podemos olhar nos olhos dele.”

“Rose, o que vai acontecer se piscarmos?” Perguntou Amy, mas sem tirar os olhos do Anjo.

“Eu não sei. Mas não deve ser boa coisa.” Rose observou o tempo da gravação e ela notou uma falha. “Tem uma... uma mancha no final do vídeo. Vou tentar congelar nessa mancha, onde o Anjo não aparece. Ok? Não pisque.”

Rose levantou o controle e esperou o tempo certo. Clicando no pause, o Anjo ficou ofuscado e, para o alívio, ele desapareceu. Foi a tempo de o Doutor conseguir abrir a porta.

“Vocês estão bem?” Perguntou o Doutor. River entrou logo atrás.

“Estamos bem.” Rose precisou abraça-lo para ter certeza de que estava bem.

“Sim, o Anjo sumiu. Nada aconteceu com a gente.” Garantiu Amy.

O Doutor acenou e foi verificar o sistema da TV.

“Congelou a imagem do Anjo em um ponto cego do vídeo? Isto foi brilhante!” River exclamou com um sorriso, o que deixou Rose sem jeito.

Rose olhou nos olhos dela e viu sinceridade. E viu algo mais. Algo familiar. “Obrigada.”

River se virou para o Doutor. “Então, aquilo era o Anjo?”

“Era a projeção do Anjo.” Ele respondeu.

Alguns segundos depois, eles ouviram uma explosão. Eram os clérigos abrindo passagem para o Templo.

“Ok, agora vai começar.” O Doutor disse.

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Todos desceram a passagem aberta para o subterrâneo do Templo.

“Nós temos um globo de gravidade?” O Doutor perguntou e um dos clérigos emprestou a ele um globo.

Amy queria saber mais sobre o lugar. “Onde estamos?” Perguntou.

“É um Mortuário Aplaniano. Às vezes chamado de Labirinto dos Mortos.” River respondeu.

O Doutor acionou o globo de gravidade que subiu e iluminou o lugar, revelando vários monumentos e estátuas de pedra. O que torna um lugar ótimo para o Anjo se esconder.

“Um Anjo de pedra solto entre estátuas de pedra. Mais difícil do que pedi em minhas orações.” Comentou Padre Octavian, que estava liderando essa missão. Octavian ordenou uma inspeção das estátuas.

“Como podemos combatê-lo?” Perguntou Rose que observava as estátuas até o momento.

“Encontrando o Anjo. E com esperança.” Respondeu o Doutor.

Padre Octavian puxou River para mais perto dele e conversou baixinho com ela. “Eles ainda não sabem, não é? Quem e o que você é.”

“É muito cedo no fluxo de tempo deles. Mas se eles descobrirem, você não acha que podem ficar mais motivados em nos ajudar?”

“River Song, e se eles descobrirem o que você fez? Não vou arriscar essa missão. É melhor se certificar de que não descubram.”

“Não vou desapontá-lo. Acredite em mim, não tenho intenção de voltar pra prisão.”

Octavian a soltou e River se afastou dele.

Doutor, Rose e Amy andavam por um dos caminhos que o Templo tem. Rose admirava a decoração e as muitas estátuas, mas não pôde deixar de notar que Amy constantemente coçava os olhos. Deve ser a poeira.

River os alcançou no caminho. “Você está bem?” Perguntou à Amy.

“Sim, estou ótima!” Amy respondeu e mudou de assunto. “Então, o que é um Labirinto dos Mortos?”

“Não é tão ruim quanto parece. É apenas um labirinto com mortos enterrados nas paredes.” Ambas, Rose e Amy, olharam lhe com olhos arregalados. “Certo, é bem ruim. Dê-me o braço.”

Amy ergueu o braço sem saber para quê. Até que River mostrou uma seringa. “Isto não vai doer nada!” Avisou. Ela aplicou o-que-quer-que-fosse no braço de Amy, que gemeu de dor. “Eu sei. Eu menti.”

“O que é isso?” Amy perguntou.

“É um viro-estabilizador. Estabiliza o metabolismo contra radiação, queimaduras, qualquer coisa.” Ela explicou.

“Vai aplicar em mim também?” Perguntou Rose.

“Você precisa?” River falou e Rose franziu o cenho. “Preciso falar com o Doutor antes de entrarmos na nave, ok?” River foi atrás do Doutor.

O Doutor estava perto de uma rocha mexendo em um dispositivo quando notou a presença da River se aproximando.

“Você estava ouvindo.” River disse em tom de brincadeira.

“O quê?! Oh, não estava. Eu estou ocupado para isso.” Respondeu o Doutor.

“O seu dispositivo está de cabeça para baixo.”

O Doutor olhou para o dispositivo e constatou que ela estava certa. Ele desvirou o aparelho. “Estou curioso... sobre o futuro, de como serão as coisas depois da Biblioteca.”

“Que biblioteca?”

“Uma em que você vai e me faz perceber que conheci a mulher mais intrigante da minha vida: você mesma! E estava certa de que eu teria/tenho uma esposa, mas isso é o menos surpreendente. River, você disse meu nome!”

“Não sei do que está falando e com certeza não sei seu nome. E você não deve me contar sobre o futuro. Está nas regras.”

“Sei, minhas regras.” O Doutor pensou um pouco. “Mas quem você é?”

“Sou aquela que obedece as regras.”

Era um desafio. Ela estava desafiando-o a tentá-la a dizer algo que não deveria. Porém, eles não tinham tempo a perder.

Com isso, River pegou uma lanterna e a usou para iluminar as estátuas e paredes por perto. O Doutor e os clérigos estavam fazendo o mesmo para investigar. Após alguns minutos, sons de tiros soaram pelo templo. Se estavam atirando, significava que encontraram algo, ou pior, alguma coisa viva.

Todos ficaram alertados e foram em direção da origem dos sons. O que encontraram foi um dos clérigos tremendo com a arma na mão e uma estátua com buracos de bala.

“Desculpe, senhor. Eu pensei que fosse o Anjo.” Disse o clérigo assustado.

“Nós sabemos a aparência do Anjo e isto não é o Anjo, ou é? De acordo com o Doutor, estamos diante de um inimigo de poder desconhecido e mal infinito! Seria muito bom se você mantiver a calma!” Padre Octavian advertiu o clérigo.

“Qual o seu nome?” Perguntou o Doutor ao clérigo assustado.

“Bob, senhor!”

“Oh, eu gosto desse nome.”

“É um nome sagrado. Todos temos nomes sagrados.”

“Bob Sagrado. Está mais para Bob Assustado.” Disse o Doutor em tom de brincadeira.

“Não o culpo. Ele está atrás de algo que nunca enfrentou antes.” Disse Rose se aproximando deles.

“Você também está procurando por algo que nunca enfrentou antes.” Respondeu o Doutor.

“Eu posso estar assustada também.”

“Mas você não está.”

“Porque tenho você para me proteger. Embora, eu ainda tenha medo.”

Padre Octavian pigarreou, interrompendo o casal.

“Certo, desculpe.” Disse o Doutor se concentrando de volta. “O medo é bom. Mantém você alerta! Qualquer pessoa nesta sala que não tem medo é um idiota. Sigam em frente.” Ele se distanciou dos clérigos.

Padre Octavian deu mais algumas instruções ao Bob enquanto o Doutor e Rose se juntavam a Amy e River.

“Será que tem uma chance desse templo cair em nossas cabeças? Tem uma nave inteira lá em cima!” Disse Amy.

“Incríveis construtores esse Aplanianos.” Comentou River Song.

“Conheci o construtor-chefe. Duas cabeças pensam melhor que uma.” Disse o Doutor.

“Ah, você o ajudou, então?” Perguntou Amy.

“Não. Ele literalmente tinha duas cabeças.” O Doutor estalou os dedos chamando a atenção da loira de cabelos cacheados. “River, o final do livro. O que diz?”

“Espere, está aqui. ‘E se nossas ideias tivessem vida própria? E se um dia os nossos sonhos não precisassem mais de nós? Quando isso se tornar verdade, o tempo estará sobre nós. O tempo dos anjos’.” River leu o trecho conforme o Doutor pediu.

Logo, todos eles continuaram o caminho que dava ainda mais para o interior do templo. Amy reclamou um pouco das escadas, mas não pararam de subir.

“O labirinto tem seis andares e representa a ascensão da alma. Só faltam mais dois.” Explicou River.

“Uau, você sabe mesmo de tudo! Não precisamos do Doutor.” Disse Amy, mas ela logo sentiu que não deveria ter falado isso, pois em milésimos de segundo o Doutor virou a cabeça para olhar para ela. Ela não imaginou que poderia ferir os sentimentos dele com o disse. Então ela decidiu se desculpar.

O Doutor pareceu perdoá-la depressa e continuou a caminhada. “Aplanianos são uma espécie adorável. Deveríamos visitá-los qualquer dia desses.” Ele disse por fim.

Caminharam por mais alguns metros quando River ficou inquieta. Algo estava errado e ela podia sentir isso.

“Alguma coisa está errada.” River comentou para ninguém específico.

O Doutor a ouviu e pensou um pouco no que ela disse. Ela tinha razão, pois ele também sentia que tinha algo errado. Tentou se concentrar ainda mais. Com a lanterna, ele iluminou uma das estátuas e manteve a luz no rosto dela.

“Oh!” O Doutor exclamou e River fez o mesmo. Ele olhou para ela. “Exatamente.”

“Como não percebemos isso antes?” Disse River.

Rose sentiu que estava perdendo algo. “O que foi? O que aconteceu?”

“Filtro de percepção ou só distração mesmo. Foi isso que aconteceu.” O Doutor exalou um desespero perceptível. “Ninguém se mova. Fiquem onde estão! Bispo, eu sinto muito, cometi um erro e estamos em perigo!”

“Que perigo?” Perguntou Octavian.

“Os Aplanianos tinham duas cabeças.” Respondeu River.

“O Doutor falou isso. Por que é relevante agora?” Questionou Amy.

“Amy, River contou sobre as estátuas, não contou?” Disse o Doutor.

“Sim, os mortos enterrados. Por quê?”

O Doutor olhou para todos. “Se os Aplanianos tinham duas cabeças, por que as estátuas não têm?”

Então, todos captaram o mesmo pensamento e antes que todos se alarmassem, o Doutor os juntou em um canto da ‘sala’.

“Desliguem suas lanternas.” Ele solicitou. Rose, River, Amy, o Bispo e os clérigos restantes desligaram as lanternas. “Ok, agora vou desligar a minha por um breve momento.”

“Tem certeza?” Perguntou River com ansiedade.

“Não.” Ele respondeu. Em um gesto lento, o Doutor levou o dedo ao botão de liga/desliga da lanterna, como se estivesse criando coragem para finalizar o movimento. Ele pressionou devagar o botão e a escuridão tomou de conta do ambiente.


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