Antes Que Você Me Deixe... escrita por umaasgardiana


Capítulo 2
Capítulo - 1 - Abra Os Olhos.


Notas iniciais do capítulo

Hello my loves, aqui vai o primeiro cap de AQVMD, espero que gostem :) obrigada a quem comentou e a quem esta acompanhando a fic, vcs são uns amores.. enfim vamos ao que interessa.
Música do capítulo ~~>https://www.youtube.com/watch?v=3oJxkTK83k0
Boa leitura :D



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“E querendo ou não, isso acabou sendo sobre você, sobre meus sentimentos e angustias, sobre meu amor e meu ódio, sobre o que poderia ter dado certo e sobre o que deu errado, enfim, de qualquer forma... é sobre você”

– Autora.

Seus olhos ainda estavam fechados, sua boca estava seca e sem cor, sua respiração lenta e pesada, os cortes vermelhos e inchados deixavam sua pele ainda mais pálida e o bip dos seus batimentos cardíacos não me deixavam dormir.

Acidente de carro, foi o que o médico disse, um caminhão grande e desgastado onde um motorista velho e bêbado dirigia e perdeu o controle e bateu de frente com o seu carro, o velho morreu na hora. Eu ainda não sabia o que ele fazia fora de casa tão cedo, e naquele momento, eu nem queria saber. Na noite anterior dormi tão rápido que nem me lembro se ele dormiu junto comigo ou não. Se eu me sinto um lixo? Sim, não dormia a duas noites e me sentia culpada. Se eu tivesse notado sua falta, talvez eu o tivesse ligado e ele estaria em casa quando eu acordasse no dia seguinte, num sábado, pegaríamos um cinema ou faríamos qualquer outra coisa juntos, como fazemos em todos os finais de semana.

Sempre fui negativa, um dos meus vários defeitos. Não pensar na possibilidade de perdê-lo era quase impossível embora eu desejasse com todas as minhas forças, ver seus olhos azuis abrirem de novo, com aquele brilho que só Henrique tem. Também nunca fui de rezar, mas tenho feito isso toda manhã e noite pedindo pra que ele volte pra mim pra continuarmos vivendo nossas vidas juntos, casarmos e termos filhos e passarmos nossas férias de verão em um chalé simples em frente a praia, assim como eu sonhava desde o nono ano.

Ele já estava em coma quando eu cheguei ao hospital depois de receber a notícia. Em meio ao desespero e ao choque, não sei como mas... automaticamente liguei para os seus pais contando o que havia acontecido.

Em menos de vinte minutos eles já estavam lá, junto com o seu melhor amigo, Gustavo, que parecia abalado e confuso.

– O que aconteceu Angelina? – perguntou sua mãe em meio ao desespero e aos soluços embolados em sua garganta enquanto seu pai tentava a acalmar inutilmente.

Não respondi, e nem poderia. Eu não sabia o que tinha acontecido, nem o porque, não sabia se estava delirando ou tendo um pesadelo. Eu ainda não o tinha visto, e a hipótese de vê-lo me deixou assustada, não sabia qual seria a minha reação.

Eu ainda estava parada no mesmo lugar, e embora eu tivesse chegado chorando, naquele momento, nenhuma lágrima se atrevia a descer. Pessoas falavam comigo e me faziam perguntas, Gustavo que estava parado não muito longe de mim, me olhava com aquele olhar... de pena, naquele instante eu só desejava estar ficando louca, desejava que não fosse real.

Quando eu finalmente entrei no seu quarto, depois de todos já o terem feito, notei seu estado. Alguns arranhões aqui e ali mas, ele não estava muito machucado superficialmente, o que o levara ao coma foi a pancada forte de sua cabeça colidindo com o volante.

Não chorei. Não gritei. Não fiz nada. E me chamem de covarde e até mesmo egoísta, mas eu só conseguia pensar em como aquilo soava ridículo, em como era injusto eu ter que passar por isso, em como foi difícil ficarmos juntos só pra isso acontecer.

O médico que me ligou dando a notícia, não me deu nenhuma esperança, disse que ele voltar ou não, não dependia mais dele, do tempo, apenas do tempo dependia. Do tempo em que ele permaneceria com os olhos fechados, do tempo em que levaria para se ter melhoras ou não. Justo o tempo, o meu maior inimigo e mais fiel dono das minhas realizações.

Durante toda a noite
Eu vou estar acordado
E eu vou estar com você

E nesses dois dias eu tenho estado na mesma, me perguntando o porque, me convencendo de que nem ele e nem eu merecíamos isso. Estava sentada na mesma poltrona bege, desgastada e desconfortável esse tempo todo, não saí do seu lado pra nada, o que me faz pensar que devo estar em um estado deplorável, mas isso não tinha importância, pelo menos não agora.

Durante toda a noite
Este tempo precioso
Quando o tempo é novo

Olhando seu corpo ainda imóvel, me dei conta de como sentia sua falta, do seu sorriso e risada contagiante, dos seus olhos brilhando toda vez que contava uma novidade, seu jeito desastrado quando tentava cozinhar pra mim, em como ele sempre permanecia forte me inspirando a ser forte também, e até mesmo seu mau humor matinal.

Oh, durante toda a noite de hoje
Sabendo que nós sentimos o mesmo sem dizer
O mesmo sem dizer

...

Nós não temos passado, não vamos chegar de volta
Continue comigo para a frente durante toda a noite

– Angel! – ele me chamou birrento enquanto eu ria da sua cara pela tentativa falha de me assustar, como vingança por eu tê-lo assustado primeiro.

E uma vez que iniciar os cliques metros
E vai correndo por toda a noite

– Como você consegue ver esses filmes de terror sem ter nenhuma reação? Você me assusta sabia? E vê se para de rir que nem uma hiena que eu não to achando nenhuma graça... – ele dizia balançando negativamente a cabeça um pouco irritado.

Até que ele termina, não há fim
Continue comigo para a frente durante toda a noite

– Sabe, nem todos são uma garotinha medrosa que nem você... – eu disse provocando, recordando que a alguns minutos atrás, Henrique quase caiu do sofá se assustando só pela movimentação da minha mão em seus ombros bem numa parte tensa do filme Terror em Amityville.

E uma vez que iniciar os cliques metros
E vai correndo por toda a noite

Recebi uma fuzilada.

– Se seu plano era me assustar com essa tua fuzilada, lamento dizer que você falhou mas... se era pra me deixar excitada, seu plano foi muito bem concedido. – disse com um olhar malicioso e um sorriso maroto em meus lábios.

Até que ele termina, não há fim

Ele bem que tentou mas, não conseguiu oprimir o sorriso de canto que nasceu junto com o mesmo olhar malicioso que eu dera segundos atrás... teríamos uma longa noite.

Continue comigo para a frente durante toda a noite

...

Sorri de banda ao me lembrar de como as coisas funcionavam bem entre a gente. E pela primeira vez nesses dois dias, me disponibilizei a levantar, caminhei até sua cama hospitalar, e deixei meus dedos deslizarem sobre seus cabelos morenos, que incrivelmente ainda estavam macios.

Continue comigo para a frente durante toda a noite

– Por favor... – sussurrei.

– Abra os olhos.


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Notas finais do capítulo

então oq acharam? espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar ok?
see you soon, beijos da pequena *3*