Emily estava em sua sala, já tinha liberado sua equipe, mas quando olha pela janela vê Ashley se aproximando de sua sala, a mulher bate na porta.

—Entre!- Assim ela faz.- O que precisa Salvatori?

—Quero pedir transferência.

—Por qual motivo?- surpresa.

—Você.

—Por que eu?

—Prentiss você sabe, vamos jogar limpo.

—Agente Salvatori nós não temos nenhum um problema profissional que eu saiba.

—Não diretamente, mas nós temos um histórico.

—Que não interferiu no modo como trabalho.

—Porém está interferindo no meu modo, sempre quis me destacar Emily, nunca soube lhe dar muito bem com o não, e até você aparecer na minha vida me sentia uma pessoa bem-sucedida.

—Isso é coisa da sua cabeça, você é uma mulher bem-sucedida, é uma excelente profissional.

—Para que agir com falsidade comigo? Sei que não gosta de mim!

—Não estou sendo falsa, acho você muito boa profissional, isso não quer dizer que goste de você como pessoa ou que quero te ter na minha vida além do ambiente de trabalho- e a outra ri sarcástica.

—Se não fosse você hoje, eu estaria com o Aaron, claro ele se fazia de difícil, mas eu conseguiria, só que você teve que voltar, saiu lá de Londres onde era chefe do escritório da Interpol para ser só mais uma agente da BAU, diz que não mistura profissional com pessoal, mas isso não é verdade, porque quando volto para cá não foi pelo trabalho, e sim para ajudar seus amiguinhos, para a Interpol não ficar em cima deles, não é tão profissional assim.- Prentiss fica um tanto irritada.

—Primeiro não vim pra ser só mais uma agente da BAU, vim para ser uma agente BAU ou melhor trabalhar com a BAU, vim para ajudar meus amigos, quer dizer minha família, e quando família está envolvida o trabalho fica em segundo plano, por mais profissional que a pessoa seja.

—Mas não foi pelos seus amigos né? Foi pelo Aaron! Você não podia negar um pedido dele, porém, se não fosse por ele não se preocuparia com os outros não é mesmo?

—Você realmente não me conhece, vi aqui por todos eles e por mim, sim, já amava o Aaron, porém não vi com a intenção de ficar com ele.

—Não? Então por que ficou? Por que o tirou de mim?

—Porque o amo, não tirei de você, se você não o tinha.

—Você o tirou de mim sim, é por isso que não posso ficar aqui, vê você chegar todo dia feliz e realizada com um casamento que era para ser o meu, agora tem a adoção, não dá pra vê isso e continuar aqui, almejava essa posição na vida dele.

—Não posso fazer nada quanto a isso Salvatori, sinto muito se você se sente assim, mas não vou abrir mão da minha família para que você se sinta melhor, não tem lógica.

—É, eu sei disso, e é justamente por isso que peço demissão.

—E você vai para onde?

—Voltar para a BAU.

—Ok, nós podemos entrar com o processo amanhã;

—Ótimo- e sai da sala.

A esposa de Aaron fica boquiaberta com a conversa, não que ela já não soubesse de tudo o que havia sido dito, mas não esperava que a essa altura aquele momento aconteceria, porém logo etratou de esquecer hoje o dia era infinitamente especial, não deixaria que Salvatori a estressasse ou a deixasse mal de maneira alguma, hoje era o dia de Amora ir para casa, hoje se concretizava mais um de seus sonhos e projetos de vida, este que foi adiado por tantas vezes, que ficou guardado na gaveta por tanto tempo, o que mais a assustará durante sua vida, agora se tornaria mãe, muitos desprezam ou vem a adoção com maus olhos, no entanto, para ela não, era algo grande, pode dar amor a quem não o teve, está presente para alguém que não teve ninguém, era isso que ela seria para Amora, fonte de amor, assim como vem sendo para Jack nos últimos tempos. Não, ela não é de reza, mas naquele momento se viu tão agradecida a Ele, agora de certa forma ela era mãe de duas crianças, ambas sem seu sangue e genes, só que o que importa não é o biológico e sim tudo o que os dois representam em sua vida, toda a luz que colocariam em seu caminho.

A mulher organiza suas coisas e sai rumo a sua casa, ao chegar é recebida por um Jack e Luck agitados, até Sérgio estava no meio da bagunça.

—Emilyyyyyyyy, ainda bem que você já chegou.- Jack estava extremamente animado.

—Olá meus garotos- sorri com o que vê- o que é tudo isso?- Tinha balões pendurados pela casa e no chão.

—Eu e Lindsay estamos organizando a festa de boas vindas para a Amora, esqueceu que ela chega hoje?- A última parte preocupado.

—Oh claro que não querido- sorri e o abraça- e o que posso fazer para ajudar?

—Me ajudar a prender os balões e a faixa.

—Qual faixa?

—Aquela- aponta para o sofá, a faixa "Bem vinda a família Amora"- eu e o pai fizemos.

—É linda, e onde ele está?

—Recebeu uma ligação do orfanato pedindo para que fosse mais cedo, tentou te ligar e não conseguiu.- Informa a babá.

—Não acredito nisso- meio chateada- preciso trocar esse celular, que horas ele foi?

—Cerca de meia hora, logo deve está chegando, ele pediu para que não se preocupasse.- Lindsay tenta tranquilizá-la.

—Queria fazer parte desse momento.

—Não se preocupe Em, nós teremos muitos momentos juntos, somos uma família- Jack fala e a mulher fica emocionada com aquelas palavras.

—Sim, nós fomos, e você é melhor filhado- ela o chamava assim, misturando filho com enteado- que alguém pode ter!- O menino sorri genuinamente.

—Precisos ser rápidos eles já teve está chegando.

Os dois colocaram a faixa e prenderam os balões, deixaram a casa toda colorida e ainda mais alegre para a chegada da nova integrante, quando eles tinham terminado se sentaram juntos no sofá juntos, Emily acariciava os cabelos do enteado.

—Emily posso te fazer uma pergunta?

—Claro querido.

—Tecnicamente agora você é mais da Amora que minha, ela tem seu sobrenome, você a ama mais que a mim por isso?- Prentiss fica impactada com a pergunta, desde que o menino soube da adoção não havia apresentado nenhum sinal de ciúmes até aquele momento, ela se afasta um pouco, de modo que conseguisse olhá-lo nos olhos.

—Não Jack, amo vocês dois da mesma forma, tenho você como um filho, assim como a Amora, você se lembra quando me disse que não precisa de outra mãe- ele faz que sim com a cabeça- sei que você não precisa, e que Haley está cuidado de você de onde ela estiver, mas também acredito que ela me autorize a cuidar de você e amá-lo como mãe, não entenda errado meu anjo, não quero substituí-la, porém estarei aqui para você sempre que precisar, o amor que tenho por você é de um filho, tudo que fizer por Amora farei por você e vice-versa, vocês dois serão igualmente importantes e especiais para mim, sou tanto sua quanto da amora, sou inteiramente dos dois ao mesmo tempo, de certa forma você também é meu filho adotivo, eu te amo muito Jack, ficou claro pequeno?

—Emily você acha que minha mãe acharia errado eu amar você como mãe?

—Acho que sua mãe sempre estará com você e quer te ver feliz, queira te ver amado e amando.

—É errado querer ter duas mães? A Haley minha mãe de verdade e você de coração.

—Não querido, uma coisa te garanto, Haley e eu só queremos o melhor para você.

—Ela teve está feliz por eu ter você ao meu lado, porque sou muito feliz por ser minha mãedrasta- a mulher sorri.

—Eu também Jack- e o abraça forte- eu e seu pai sempre te amaremos independente de tudo!

—Eu amo você Em.

—Eu também- quando ouvem o carro parando na garagem.

—Eles chegaram- animado.

Os dois se levantam sorridente e olhando fixamente para a porta, a alegria estava estampada no rosto de ambos, quando veem a porta se abrindo e surgindo Aaron e Amora, que também estavam irradiantes, ao ver o irmão e mãe o sorriso se estende ainda mais no rosto da menina que corre em direção aos dois, como se tive braços enorme abraça a ambos ao mesmo tempo, Aaron se encanta com a imagem, aquela era sua família, família está que ha dois anos atrás nem imaginava ou cogitava ter, ele já estava acostumado em viver apenas ele e Jack, até que Emily volto, até que eles decidiram mudar suas vidas, e toda a revira volta acontecer, agora ele é novamente casado, pai de não uma, e sim duas crianças, sua crença no futuro se expandiu, e ali ele via sua chance de ter uma família de verdade ser renovada, agora ele os colocaria na frente de tudo, cuidaria e os amaria com toda sua força.

—Como você está querida?- A mãe pergunta eufórica.

—Muito bem mamãe- ao ouvir aquela palavra o coração da morena se enche ainda mais de felicidade e ela abraça a menina com força.

—Seja bem vinda a sua casa meu amor!

—Isso tudo é para mim?- Amora olhava maravilhada para o ambiente, com os balões e a faixa.

—Sim, nós preparamos pra sua chegada, você gostou?- Jack disse carinhoso.

—Amei Jack- sorrindo e eles se abraçam.

—Vocês capricharam!- Aaron diz contente.

—Jack foi o grande mentor de tudo- sorrindo para o marido.

—E tem um bolo também- animado.

—Aquele que será comido apenas depois do jantar?- O pai os olha sério.

—Pai deixa a gente comer agora é de boas vindas!- Justifica o filho mais velho.

—Não acho uma boa ideia.

—Por favooorr.- As crianças falam em uni som, ambos com cara de cachorrinho pidão, Emily sorri ao perceber que os dois já tinham sintonia, ao olhar Aaron vê que o marido não sabia como resistir, ele a olha, ela sorri com a situação em que estava, mas o ajuda fazendo que sim com a cabeça para que apenas ele visse.

—Ok, mas só porque hoje é um dia especial.

—E apenas um pedaço, se não vocês não jantam!- Prentiss complementa.

—Ta bom.- Jack concorda.

—Ok.- Amora sorri satisfeita.

Os quatro comem bolo e ficam um tempo na sala conversando, logo levam a menina para ver a casa e o quarto dela, que estava lindamente decorado, o casal havia perguntado a garota sobre como ela imaginava e montaram exatamente como ela disse, Amora ficou encantada com tudo, os brinquedos, roupas, decoração e tudo mais. Algum tempo depois estavam todos ao redor da mesa jantando juntos, Jack e Amora cheios de histórias, queria contar tudo o que sabiam e viveram um para o outro, Aaron e Emily se divertiam com tudo o que estava acontecendo, a naturalidade com que a nova filha ia se integrando a família, como tudo ia se encaixando perfeitamente, o casal a todo momento trocava olhares cheios de amor e orgulho pela família que estavam construindo, a vida que estavam determinados a viverem juntos, ia muito além de sangue, era amor genuíno, era como a BAU, onde o mesmo sangue não corre na veia de nenhum integrante, mas o coração está ligado por emoções tão fortes quanto fios de aço.

Depois do jantar Aaron fica responsável por organizar as coisas e Emily por colocar as crianças na cama.

—Posso te ajudar a colocar a Amora na cama Em?- Jack pede a madrasta.

—Claro que sim meu anjo, depois coloco você- os três vão para o quarto da menina.

—Irmã você gosta de histórias?

—Sim, mas as tias não tinham muito tempo de contar.

—Nós podemos contar para você, não é mesmo Em?

—Claro que podemos, do que você gosta?

—De princesa e super-heróis.

—Nós podemos inventar uma com princesas e super-heróis pra ela Jack?- Sugere a mulher que estava radiante.

—Siiim, você pode nos ajudar Amora- e os três começam a inventar uma história, cercada de magia, logo as duas crianças pegam no sono, a morena cobre Amora e beija sua testa, com um pouco de dificuldade pega Jack no colo e o leva para o quarto, no deita na cama, beija sua testa e sai realizada com o momento que teve com os filhos, vai para a cozinha e encontra o marido lavando a louça, chega de vagar e o abraça por trás.

—Eles já dormiram?- sorrindo.

—Sim.

—Dá próxima vez fico com a parte divertida, e você com isso.

—Prometo que pensarei no seu caso- brinca- mas você está bem lento com essa loucinha.

—Engraçadinha, sabe que detesto lavar louça, ejá estou terminando- colocando o último copo no escorredor e se vira para ela e colocando seus braços ao redor da cintura dela.

—Finalmente- sorri o olhando e envolvendo o pescoço dele em seus braços, e eles ficaram assim por alguns instantes apenas se olhando nos olhos.

—Obrigado- sorrindo bobo.

—Você me faz tão feliz.- Diz apaixonada.

—Hoje foi realmente especial.

—Nosso bebê nasceu- fala metaforicamente.

—Nós renascemos.

—Eu te amo tanto.

—Eu também- ela o beija com todo o amor, o beijo deles é cheio de amor e paixão, ainda sim calmo e pacífico.

—Você me trouxe coisas que eu achava impossível ter, me renovou, me restaurou, nunca serei capaz de entender e agradecer tudo.

—Emily, não precisa, porque você também me renovou, me transformou em alguém melhor, tudo o que quero é você ao meu lado.

—Então ambos devemos agradecimentos, tenho um ótima ideia de como eles podem ocorrer.

—Como?

—Com muito amor- o beijando, usando o duplo sentido da frase, ele a apertada ainda mais contra si, os beijos se tornam mais quentes e intensos, as mãos já subiam as roupas- vamos para o quarto, temos duas crianças nesta casa- sorri e o puxa pela mão e vão rumo ao lugar deles- isso parece tão emocionante- fala ofegante entre os beijos.

—As noites comigo?

—A adrenalina de saber que uma criança pode bater na porta- sorrindo.

—Não diga isso amor, se baterem não poderei fazer você feliz hoje- sussurra no pé do ouvido.

—Você me fará, você me deixará louca hoje- sorrindo maliciosa.

—Completamente- ficando sobre ela na cama.

—Amo isso, mas gosto de comandar- trocando de posição.

—Igualdade de gênero baby, aceito- ela gargalha e tem sua risada abafada por um beijos cheio de luxúria, os dois trocam todos os tipos de carícias possíveis, os toques entre eles se tornava cada dia mais intensos, suas noites eram melhores a cada vez, o que acontecia ali naquele quarto era apenas o reflexo de tudo que eles eram como casal, do companheirismo e cumplicidade que existia, o compartilhamento de sonhos, objetivos, metas, tristezas, dificuldade, era um viver em busca da realização de si e do outro, era partilhar as dúvidas e as escolhas, era está presente quando tudo estava desabando, era olhar para o outro e ver a si, e ver a felicidade refletida nele, não apenas mais um casal, este era Hotchniss, ao qual a vida tratou de separar e colocar diversos empecilhos, mas ali estavam eles juntos.

Os dois estavam abraçados depois da intensidade do que tiveram ali, deitada e aconchegada ao corpo dele, ele se inebriando um pouco mais do cheiro da esposa.

—Será que isso terá fim algum dia?- A mulher se questiona.

—O que? Nós?

—É

—Não!- convicto.

—Como pode ter certeza?

—Eu sinto.

—Tenho medo de sermos como outros, que se enjoam ou desistem ou ainda deixam de se amar.

—Escute-me, nós não vamos desiste, eu não vou, você vai?

—Jamais.

—Emily se fosse para desistir já o teríamos feito, o que não faltaram foram momentos para isso, mas aqui estamos nós, juntos e com uma família linda, nós não deixaremos de nos amar nunca, não importa qual seja o amor, afinal nós sempre nos amamos, como amigos, amor proibido, paixão avassaladora, raiva, ódio, amor ciumento, acho que nós já passamos por todos os estágios de amor e isso o amadureceu, nosso amor é maduro, sabe enfrentar e dividir as dificuldades, partilhar as conquistas, nosso amor é sereno sem deixar de ser intenso, é pecaminoso sem deixar de ser puro, é vivo, é indestrutível, e claro não vou enjoar de você.

—Não deixaremos a rotina nos destruir não é?- Ele afirma.- Seremos e estaremos sempre um para o outro não é? Aaron você me faz tão feliz, acho que não estou acostumada com isso, ser feliz assim, uma felicidade tranquila, isso me dá medo, lembrar que pode existe o depois, do qual nós já conversamos, não saberia o que fazer, tenho medo de te perde e me perde, de nós perde, você é a pessoa responsável por eu ter esse medo, no entanto também é a que me faz perdê-lo, que me faz sentir segura, você é minha fortaleza, eu amo você.

—Eu também te amo!