Está cientificamente provado pela minha pessoa (mesmo que eu não seja uma cientista) que é possível odiar pessoas pela primeira impressão. Sempre li sobre isso em livros, e vi isso nas séries clichê da televisão. E hoje, eu e Rachel fomos um claro exemplo disso. Claro como a água (essa última frase foi muito ilógica).

Vinte minutos depois o nosso professor chegou (ele chegou atrasado, mas ninguém reclamou com ele!). É um homem de uns 35 anos (repetiu mil vezes que tem uma filha), chato, se chama Michael (como o MEU Mike de 5SOS ♥ ) e ele é meu professor de Plástica. Posso dizer desde agora que teremos uma má relação: eu sou a PIOR pessoa do mundo em Plástica. Não sei desenhar, pinto pior que a minha prima de 4 anos e as manualidades não são o meu (alguém faz manualidades em Plástica?).

– Eu quero ouvir algo sobre todos vocês. – Falou. Merda, eu odeio falar sobre mim. – E começaremos por Adrian.

O loiro sexy de olhos verdes se levantou e foi para a frente da sala. ELE NÃO TEM VERGONHA!? Ele sorriu e várias garotas (interesseiras idiotas) deram suspiros. Elas ainda não entenderam que eu e ele fomos feitos um para o outro!?

– Meu nome é Adrian. – Falou provocando risos de várias pessoas.

– Conte-nos algo interessante sobre ti. – Pediu o professor educadamente.

– A quê se refere com interessante? – Perguntou. Seu tom de voz era uma mistura de irônia com... UNICÓRNIOS! Não, de verdade. Sua voz soava muito sexy.

– Não sei. Algum momento feliz da sua vida, algo que ninguém saiba sobre você, existem tantas coisas... – E assim ele deixou a frase morrer (sempre quis dizer isso!).

Ele poderia contar coisas da sua vida amorosa, como, dizer se ele está solteiro ou não. A maioria das garotas agradeceria se ele dissesse isso. EU TENHO QUE PARAR DE PENSAR EM ESSE LOIRO SEXY DE OLHOS VERDES!

– Adrian, deixe as piadinhas e nos conte algo sobre si, por favor. – Pediu o professor irritado. O loiro sexy riu e segundos depois bufou.

– Eu não tenho nada de extraordinário para contar sobre mim. – Proferiu e voltou ao seu sitio.

Muitos da sala riram, outros permaneceram em silêncio. O professor revirou os olhos e murmurou algo indicifrável para mim (por estar no outro canto da sala) e pegou uma folha de papel que estava na mesa.

– Sua vez, Arabella. – Falou e a loira com cara de palhaço riu. ELA ESTÁ RINDO DO MEU NOME!? Sim, ele é feio! ARTIC MONKEYS TÊM UMA MÚSICA COM MEU NOME E A MÚSICA É EXPLOSÃO DE PERFEIÇÃO!

Levantei-me do meu lugar e andei para frente da turma. SANTO PANDICÓRNIO, QUE VERGONHA! Parei na frente da turma e sorri sarcástica.

– Arabella, 16 anos, 5 Seconds Of Summer, American Horror Story. – Pronunciei e voltei ao meu lugar.

Algumas pessoas murmuraram coisas, mas eu decidi ignorá-los. Sempre me disseram que era melhor ignorar os comentários pejorativos que me sentir machucada por culpa deles. O mau disso é que eu comecei a fazer isso dois anos atrás e não desde o inicio da minha vida.

O professor foi chamando outros alunos e como as vidinhas imbeceis deles não me importam, eu encostei a cabeça na parede e fechei os olhos, viajando para um lugar paralelo á realidade (WONDERLAND!). Wonderland é um lugar imaginário que eu e Nicholas (Nick para os amigos) inventamos quando ele estava no hospital.

Era um lugar mágico, onde haviam UNICÓRNIOS, não havia doenças (por exemplo, câncer) e estávamos só nós dois aí. Pensar sobre Wonderland é confortável.

Após todo mundo fazer a sua apresentação, o professor distribuiu uma folha com os nossos horários e disse que poderiamos ir para fora até que fosse a hora da aula. Uma vez que eu sou uma pessoa anti-social, eu NUNCA consigo fazer amigos. E hoje iria ser similar.

Fui uma das primeiras a sair da sala (apesar de estar na última fila) e fui para a cafetería da escola. Odeio aquele lugar (só as fofoqueiras vão para lá). No entanto eu tinha fome e precisava IMEDIATAMENTE de comida (porque COMIDA É VIDA!).

Comprei um pacote de Doritos (AMO DORITOS, uma vez sonhei que vivia num mundo de DORITOS) e resolvi voltar á sala de aula. No tempo em que subia as escadas para ir à sala de aula, me encontrei com várias pessoas que eram da minha turma ano passado (como eu odeio essa gente).

A sala estava quase vazia: dentro se encontrava o loiro sexy de olhos verdes (e eu tenho que parar de chamá-lo desse jeito) a loira com cara de palhaço com a sua amiga, também estava a menina que entrou com o loiro sexy de olhos verdes na sala com o seu namorado (eles se vêem tão bonitinhos juntos ♥ ).

Me sentei no meu lugar e coloquei meus fones de ouvido e pus a música “Maps” de Maroon 5. Abri os meus Doritos e tudo foi muito calmo até que o loiro sexy de olhos verdes parou na minha frente e começou a falar, só que eu não o podia ouvir.

– O quê? – Perguntei depois de tirar os fones de ouvido.

– Eu gostaria de ter o teu número de celular. – Se explicou. SANTO UNICÓRNIO, ELE QUER O MEU NÚMERO! – Para o grupo de whatsapp da turma. – Ah, eu devia estar habituada a estas coisas. Ele nunca iria gostar de alguém como eu.

– Certo. – Arranquei um pedaço de papel do meu caderno e escrevi com uma letra cuidadosa o meu número.

– Posso fazer mais uma pergunta? – Perguntou e eu dei de ombros.

– Por... Porquê n-não? – Gaguejei. SANTO COELHO NA NEVE, COMO EU FUI GAGUEJAR NA FRENTE DO LOIRO SEXY DE OLHOS VERDES!? Ele riu e eu desejei estar no outro canto da Galáxia para ele não me ver corar.

– Poderias compartir os teus Doritos comigo? – Pediu. ISTO É UMA PERGUNTA DIFÍCIL!

– C-claro. – Respondi. E gaguejei de novo. E fiquei mais vermelha. E eu quero conhecer um pandicórnio.

Ele pegou uma cadeira e se sentou ao meu lado. SIM! ELE SE SENTOU AO MEU LADO! Adrian pegou um dos doritos e o levou à boca e... ARABELLA! CONCENTRA-TE NOS DORITOS E NO CELULAR!

Pus um dos fones de ouvido e dei play à música perfeita que estava ouvindo antes de que o loiro sexy de olhos verdes me interrompeu.

– Gostas de Maroon 5? – Perguntou. Eu tenho que mentir ou dizer a verdade? Porque não sou fã de Maroon 5 (MAS ADAM LEVINE É SEXY!).

– Quase isso. – Respondi e ele sorriu.

– Música favorita deles? – Perguntou.

– Isto é um interrogatório? – Perguntei de volta, sentindo-me constrangiada (AMO ESSA PALAVRA!) com a quantidade de perguntas difíceis que ele estava me fazendo.

– Não. – Proferiu entre risos. E que risos. Ele se ri como um Deus. Ele é um Deus. (EU ESTOU SENDO TÃO CLICHÊ HOJE, QUE NOJO DE MIM MESMA!)

Ele pegou mais uns dos meus Doritos e quando a campainha tocou ele se despediu com um simples e sexy “tchau” e voltou ao seu lugar. Guardei o que sobrou dos Doritos na mochila e desliguei a música.

Minutos depois, entrou uma senhora com cabelos pretos até aos ombros, olhos azuis, usava óculos, era baixinha e vestia uns jeans claros com uma blusa beje. Muito simples. Mas ela parecia ser uma boa pessoa. E sim, eu disse PARECIA.