Bésame Sin Miedo escrita por Dama do Poente


Capítulo 7
La Más Hermosa


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, gente! Adivinhem quem tá com a música La Descarada na cabeça, a ponto de ter de colocá-la em algum momento no capítulo?!
Obrigada por estarem acompanhando, comentando etc! Terão dois looks nesse capítulo, e eu adoraria que vocês vissem e comentassem também, ok?!
Espero que gostem!



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Era a primeira vez que ficariam juntos em um ambiente lotado de amigos, e Reyna não podia estar mais nervosa.

— Sério isso? Você com medo de estar com um garoto? — e esse era Octavian, debochando da colega enquanto tentava montar um cubo mágico.

Com o fim do período de reclamações — uma vez que trocas só eram efetuadas até 30 dias após a compra, e eles estavam praticamente em fevereiro —, o movimento estava fraco, o que era sinônimo de descanso para os estagiários. Era como estar de férias, porém sem a parte de sentir falta da rotina.

— Reyna, fala sério: você tem que parar de me fazer concordar com o Vivi! — Gwen respira fundo — Desde quando você é insegura, criatura?

Boa pergunta, pensa Reyna. Não que ela tenha tido vários namorados ou envolvimentos românticos, mas ela não costumava se sentir nervosa perto de garotos. Pelo menos não até conhecer Leo e sua hiperatividade estranhamente charmosa e fofa.

Estavam saindo juntos há um mês e ela já perdera a conta de quantas lembranças feita à mão ele já lhe dera. Estava ficando difícil fingir para Hylla que não havia nada acontecendo, quando a irmã entrava em seu quarto e se deparava com a crescente quantidade de enfeites artesanais.

— Não é uma questão de ser insegura, é mais... — ela se interrompe, massageando a própria nuca, tentando relaxar — Eu não sei, ok? Não sei o que Leo tem feito comigo, só sei que...

— Eu sabia que você estava vendo alguém, sabia! — e essa era Hylla, surpreendendo os estagiários e quase matando do coração a sua irmã mais nova.

Hylla Avila Ramírez-Arellano, assim como a irmã mais nova, tinha um porte real e autoritário incontestável. Um simples olhar seu era mais poderoso do que qualquer ordem dada pelo presidente, e nenhum homem jamais ousou desobedecê-la.

Ela metia tanto medo que Octavian quebrou seu cubo mágico e Gwen ficou quieta como nunca antes.

— O que não entendo é porque não me contou nada... — a mais velha continua, analisando os cabelos longos da irmã — Ele é bonito? Alto? Gostoso? Espere, não me conte: mostre-me!

— Co-como? — Reyna gagueja, um pouco tonta depois do bombardeio de perguntas.

— Leve-o para o baile da empresa! É o baile de São Valentim, e só acompanhados podem entrar... Como filha da dona da empresa, você não pode faltar a esse compromisso, e vai precisar de uma companhia... Nada melhor do que esse tal de Leo, que poderei conhecer e descobrir o que quer com minha irmãzinha! — e, tão rápida quanto chegou, Hylla parte, mandando um recado por sobre o ombro — Mandarei o convite dos três mais tarde.

E se antes Reyna já estava nervosa, sua situação apenas piorava...

–-------------------∞--------------------

— Feliz aniversário, tio Nico! — a menina de volumosos cabelos castanhos escuros grita, pulando sobre o aniversariante.

Era a noite do dia 28 de janeiro, e Allegra Grace acabara de chegar ao pub em que Nico comemoraria seu aniversário. Leo rira da idéia de uma menina de doze anos se juntar à comemoração, mas o aniversariante parecia não ter outra escolha. Ou talvez, Valdez suspeitava, ele não quisesse mesmo negar... Aliás, quem negaria algo para aquela menina tão doce?

— Obrigada, principessa! — o italiano gira com ela nos braços, como se a menina tivesse dois e não doze anos.

— Tio, me coloca no chão! Eu não sou mais criancinha! — ela resmunga e, apesar de Nico rir, ele a atende, colocando-a sentada sobre a cadeira alta em que estava antes.

— É sim! Pra mim você é, e sempre será! E ainda não sei o que está fazendo aqui... Por que eu a deixei vir mesmo?

— Porque todo mundo me ama! E uma festa não é uma festa até que eu apareça! — a menina diz confiante, levando Leo a rir.

Geralmente era ele quem tinha esses rompantes de convicção e quem sempre dizia ser a alma da festa. Ultimamente, no entanto, ele gostava mais de noites de filme e pizza delivery.

— Ah, claro: falou a VIP das festas! — Apolo, o pai da menina, revira os olhos, não acreditando na própria filha. — Feliz aniversário, menino Angelo. Que seja o último que você passa solteiro, pois no próximo espero vê-lo casado com Thalia!

— É disso que eu to falando! — a menina Grace e Leo gritam ao mesmo tempo, trocando um aperto de mãos.

Claro que eles se conheciam de vista, mas ele duvidava muito que a menina se lembrasse dele! Não que isso os impedisse de se juntarem para zoar Nico...

— Apolo, meu gostoso, tem que parar de fazer essas vidências! — e a verdadeira dona da festa chega, acompanhada pelo irmão mais novo.

Era noite do dia 28 de janeiro, aniversário de 22 anos de Nico... Como amigo do aniversariante, Leo deveria estar feliz com tudo o que estava acontecendo — principalmente agora, que Thalia chegara e todos zoavam Nico —, mas seu pensamento estava tão distante quanto sua garota, que ainda estava presa do outro lado da cidade.

“Vou me atrasar um pouquinho... Acabei ficando presa aqui, não se preocupe” — Reyna enviara tal mensagem há mais de meia hora... Era pedir demais que ele não se preocupasse! E se ela tivesse desistido? E se tivesse arranjado um encontro mais interessante? E se...?

— O que está fazendo sozinho aí? — o hispânico chega a saltar quando escuta a voz do melhor amigo.

— Esperando... — ele suspira — Rey não conseguiu ser dispensada mais cedo... To quase achando que ela não vem, sabe?!

Jason Grace não podia acreditar no que seus olhos míopes, cobertos por óculos, viam ou no que seus ouvidos muito saudáveis ouviam! Leo Valdez, o bad boy supremo, preocupado se uma garota iria ou não dar o fora nele. Seu amigo não era assim: se uma menina não queria nada com ele — o que era raro em pubs, diga-se de passagem —, Leo simplesmente partia pra próxima! Era um cara de muitas paixões, não pertencia a ninguém... O típico caso de uma só noite!

— Caramba! Eu nunca te vi tão apaixonado assim! E olha que eu já te vi apaixonado muitas vezes! — Jason murmura chocado.

Isso fez Leo rir! Ele também nunca se vira tão a fim de uma garota; tampouco jamais vira uma garota tão a fim dele... Quer dizer, teve Calipso, mas os dois sabiam que aquilo não estava destinado a durar.

— Por falar em paixões, meu velho amigo — Leo se recupera, voltando ao modo amigo mais que divertido —, que história é essa de tentar almoçar com minha Rainha da Beleza?

— Eu almoço todo dia com a Reyna, Leo... — Jason se defende... Sério que o amigo estava com ciúmes dele?

— A Reyna não é minha Rainha da Beleza... Isso seria ridículo... Um reinado é pouco para ela! No mínimo ela seria uma Imperatriz, já que não posso elevá-la a categoria de deusa suprema da vida! — o rapaz suspira, lembrando-se dos lábios não tão macios de sua garota — Rainha da Beleza é a Piper... Minha melhor amiga de infância.

Ah, claro! Que título mais correto Leo forneceu a filha mais nova de Afrodite! Jason não poderia concordar mais! Ou ficar mais nervoso: como assim ela era melhor amiga de infância de Leo? E como ele descobrira a tentativa frustrada de encontro?

Jason fica tão nervoso com a pergunta que, além de corar violentamente, quase deixa seus óculos caírem sobre a mesa. Geralmente era ele quem falava das tentativas de paquera de Leo — das bem sucedidas às más —, e agora era Leo quem estava ali, prestes a lhe dar algum conselho.

— Tentei jantar, na verdade... — ele resolve contar de uma vez. — Mas Thalia e Silena acabaram discutindo e arruinando meus planos...

De fato, depois daquele fiasco, Jason nunca mais conseguiu contatar Piper. Ele ligava insistentemente para o celular da menina, mas não obtinha resposta alguma.

— Não seja bobo, Jay-Jay: a única pessoa capaz de arruinar algo em nossas vidas somos nós mesmos! — Leo diz sabiamente, fazendo o amigo encará-lo pasmo.

Leo fora o primeiro a chegar ao pub, e ainda estava sóbrio. Além de estar filosofando... Isso não fazia sentido!

— Ok, é oficial: você e a Rey estão passando muito tempo juntos! — o loiro declara, levando o amigo a rir — De qualquer forma, você tem razão! Mas... Sei lá... Já sentiu como se não fosse o suficiente?

— Eu acabei de falar que estou saindo com uma deusa da vida... Vai perguntar isso justo pra mim? O Elfo do Papai-Noel? — puxar o apelido de infância, de quando os dois participaram da peça de Natal, era apelar demais — Cara, eu gosto da Reyna: ela é muita areia pro meu caminhãozinho!

— Pare de se menosprezar, Leo! — Jason revira os olhos.

— Apesar de ser um hábito, não to me menosprezando. Eu to falando a verdade: Reyna Avilla Ramírez-Arellano é muita areia pro caminhão de qualquer um! Aquela garota é uma deusa!

— Ta aí uma coisa que eu não escuto todo dia... — e o argumento de Jason é interrompido pela chegada da deusa.

Ok, Leo agora aprovava a demora da menina! Reyna usava um vestido bicolor, de bojo salmão e saia preta, combinado com saltos também salmão. A maquiagem se concentrava no olho delineado e os lábios pintados com um batom de efeito matte. Suas jóias tinham formatos geométricos e o cabelo tinha ondas leves e estava ligeiramente mais claro nas pontas.

— Uau, Reyna! Se eu não tivesse companhia pra noite, eu te levaria pra casa! — Nico é o primeiro a se pronunciar, abraçando a menina pela cintura e dando-lhe um beijo estalado na bochecha — Gostosa!

— Acho que você tá bêbado! — a hispânica murmura, envergonhada.

— Talvez, mas não sou o único a achá-la gostosa por aqui... — o italiano diz convicto — Amore, ela não está gostosa?

— Meu bem, se eu fosse lésbica, eu te levava para casa agora! — Thalia diz sabiamente. — Mas Nico, se elogiar mais alguém assim, não vai levar ninguém pra casa!

Non preoccuparti, amore! Eu não levaria ninguém, além de você, para casa! — e como se fosse necessário provar tal ponto, Nico beija Thalia.

— Depois dizem que não são namorados... — Apolo resmunga e se vira para Reyna — Mas, de todo caso, ele tem razão: a senhorita está linda!

— Obrigada! — ela enrubesce e se vira para Leo.

O jovem ainda estava boquiaberto e totalmente sem reação. Ele já sabia que Reyna era linda, estupenda, uma deusa... Mas isso nunca o preparava para quando se viam.

— Eu estava certo ao dizer que é uma deusa! — é tudo o que Leo consegue dizer, levantando-se no piloto automático, enlaçando-a pela cintura e tomando os lábios dela nos seus.

Eles não eram macios como em qualquer clichê adolescente... Como poderiam ser, quando sua dona vivia em constante estado de ansiedade graças à faculdade, estágio e ao recente relacionamento, mas beijos iam muito além do contato físico. Quando Leo beijava Reyna, ele sentia na alma o peso do ato: como se sentia, enfim, pertencente a algum lugar, sem medo de ser tomado como algo que não era.

Já Reyna, ela se sentia tão calma nos braços de Leo, que gostaria de permanecer ali para sempre.

— Eu amo essa música! Socorro, eu amo essa música... Cadê a Ártemis quando se precisa dela? — e esse era Apolo, surtando ao ouvir La Descarada.

— Ela está vindo nos buscar, pai... Você pode dançar com ela depois... — Allegra argumenta, soltando um bocejo.

— Eu não acredito que ele está surtando por essa música! — Leo comenta para Reyna, que solta uma risada em seus lábios.

— Fala sério, essa música é muito boa mesmo! — ela responde, guiando seus lábios para o pescoço dele.

— Ao ponto de dançar aqui? Acho que não... — ele estremece.

Pobre Leo Valdez... Não se desafia Reyna... Não mesmo!

— Apolo, você ainda quer dançar? — a morena pergunta, como se ela e o doutor fossem amigos de longa data e como se não estivesse acompanhada.

— Sério? — o loiro mais velho questiona, olhando ao redor.

— Última chance, doutor! — ela lhe lança um sorrisinho, e se vira para piscar para Leo.

— Aleluia! Eu morreria se não dançasse essa música! — o médico levanta prontamente, fazendo uma reverência à jovem universitária, antes de levá-la para a pista de dança.

Espetáculo era pouco perto do que aquelas duas beldades faziam na pista! Allie gravava, para levar para a professora de dança, Thalia e Nico comentavam sobre como Apolo não perdia a jovialidade, e Jason apenas observava o melhor amigo sentir ciúmes.

Leo invejava a forma com que Apolo pressionava seus quadris contra o de Reyna em alguns passos, ou como a segurava firmemente pela cintura. Ele invejava até mesmo o rodopiar dela: Reyna deveria se aninhar em seus braços, não nos do médico mais bonito de Nova York.

— Ok, quem vai ser o lindo, ou linda que vai me explicar o que Apolo está fazendo dessa vez? — Ártemis pergunta ao se aproximar.

— Dançando com a minha garota! — Leo responde, suspirando.

— Esse nem é ciumento... Venha, vamos mudar essa situação! — a ruiva, muito alegremente, leva um perplexo Leo Valdez para a pista, e ele não demora muito a pegar o ritmo.

E nem demora muito tempo na companhia da ruiva, uma vez que essa é tomada de seus braços por um Apolo muito feliz a se ver dançando com ela.

— Eu sabia que você não resistiria aos ciúmes... — Reyna gargalha, dançando mais próxima a ele do que a música pedia.

Leo estranha tanta alegria e espontaneidade na garota. Pelo que ela lhe contava, e o que ele vira, não eram festas que comandavam a vida de Reyna. A garota era do tipo que preferia ficar em casa, vendo um bom filme Cult ou lendo um livro de fantasia... Fora isso o que mais lhe surpreendera sobre ela — especialmente depois de ela ter dito que amava Donnie Darko e S. Darko, dois filmes ficção científica/drama que não tinha o menor sentido, mas eram bons assim mesmo —, então vê-la naquele estado só podia significar uma coisa.

— O quanto você bebeu antes de vir para cá? — ele pergunta, sorrindo de canto.

— Eu não sei... Estava com minha irmã mais velha... Estávamos falando de você e tomando champanhe enquanto ela ajudava a me arrumar.

— Falavam de mim? O que havia de tão interessante para falar sobre mim? — e nesse ponto, eles já estavam no balcão do bar, com as costas desnudas dela tocando a madeira fria.

— Muitas coisas... — ela ofega, revezando o olhar entre os lábios e os olhos de Leo.

— Como...? — ele murmura, quebrando o contato e se inclinando para beijar-lhe o lóbulo da orelha.

— Não vou dizer... — ela geme, lhe arranhado o pescoço.

— Acho que terei de torturá-la, então! — o rapaz sorri malicioso, antes de lhe beijar novamente.

Esqueçam toda a baboseira de sentimentos. Naquele momento eram os corpos quem falavam mais alto e ditavam a regra do jogo, era a urgência em sentir as mãos dele em sua cintura, e as dela em seu pescoço. Era o morder de lábios, o saborear das bocas.

— Você pode me torturar o quanto quiser hoje! — Reyna murmura, sugando o lábio inferior de Leo.

E ele não poderia ter escutado coisa melhor naquela noite.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam do capítulo? Dos looks?
Contem tudo, gente! E não se esqueçam de entrar no grupo das fanfics (link no meu perfil)
Beijoos!



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